"A arte é a contemplação: é o prazer do espírito que penetra a natureza e descobre que ela também tem uma alma. É a missão mais sublime do homem, pois é o exercício do pensamento que busca compreender o universo, e fazer com que os outros o compreendam." (Auguste Rodin)

sábado, 8 de dezembro de 2012

AVALIAÇÃO PARCIAL DE ARTE - PROª SÔNIA

Olá pessoal: lembrando que na segunda dia 10/12/12 a 1ª série tem, cada uma, 2 textos que precisam ser estudados para a AVALIAÇÃO CONCLUSIVA. Estão TODOS aqui no BLOG, basta procurar no MENU ao lado.
Texto 1: DANÇAS ANTIGAS
Texto 2: REFLEXÕES SOBRE A ORIGEM DA DANÇA
As avaliações das minhas turmas ( Sônia) são:

DIA 10/12: 1V03, 1V02, 1V04 (vespertino)
                 
TODAS AS AVALIAÇÕES SERÃO NO HORÁRIO DAS AULAS DE ARTE.
Quem tem aula no primeiro horário, não atrase!!!!

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

1ª SÉRIE - REFLEXÕES SOBRE A ORIGEM DA DANÇA - Texto 2 - 2012


O ser humano começou a dançar há muitos milênios. A dança foi surgindo ao longo dos milênios a partir da linguagem dos gestos e dos movimentos de nossos antepassados
Todas as danças antigas tendiam à união cósmica, isto é, relacionavam-se com o cosmos, o universo. É assim que podemos entender o processo de desenvolvimento da dança, que auxiliou e auxilia o homem na expressão e no conhecimento da natureza e da cultura, da divindade e das questões religiosas.
Com o tempo essas danças foram se tornando cênicas, isto é, passaram a ser apresentadas ao público com uma função diferente daquela de adorar os deuses ou a natureza.
Em cavernas como as da Serra da Capivara, no Piauí (Brasil), de Altamira (Espanha) e de Lascaux (França) é possível observar desenhos traçados nas paredes com cenas de pessoas em roda, correndo, saltando, dançando. Vemos, também, nessas pinturas rupestres, homens vestidos com peles de animais e imitando suas posturas.
Assim, podemos inferir que essas pessoas reproduziam momentos da vida cotidiana em seus rituais. Suas danças simulavam a caça e tinham um poder mágico. Era como se estivessem caçando de verdade. Pode-se dizer que acreditavam que essas danças podiam atrair animais para a caça.
As danças também teriam o poder de ajudar a lidar com as forças da natureza, como as tempestades e os raios, por exemplo.
Quando deixou de ser nômade, o homem começou a plantar e a criar animais para seu próprio consumo. Foi assim que surgiram a agricultura e a pecuária.
Naquela época, a natureza era respeitada e adorada como uma deusa, e o homem criava rituais e oferendas em forma de danças que festejassem a vida, a morte, o sol, a lua, as estrelas, a terra e seu preparo para o plantio, a celebração da colheita e a fertilidade dos rebanhos.
Imaginamos que as danças dessas épocas eram a expressão do que o homem sentia em relação ao seu mundo. Segundo alguns estudos, quando sentia alegria em viver, os movimentos eram vigorosos e rápidos. A morte era mostrada com movimentos pesados e muito lentos. As danças de plantio e colheita eram feitas batendo-se os pés no chão e com gestos de mãos e braços que representavam os atos de espalhar a semente e recolher o alimento plantado.

A Dança no Egito: Os egípcios dançavam por várias razões, mas principalmente como forma de descobrir e entender o mundo à sua volta. Quando a noite chegava, fitavam o céu e começavam a se movimentar e a dançar expressando o que viam, sentiam e entendiam. Havia a Dança da Estrela da Manhã, que representava os estudos que os sábios da época estavam desenvolvendo a respeito do conhecimento de astronomia.
O ritmo das cheias e vazantes do rio Nilo comandava os trabalhos de semeadura e colheita, que eram celebrados com as Danças da Primavera.
Havia muitas outras danças relacionadas aos deuses egípcios e por isso, chamadas de Danças Sagradas ou Divinas. Eram executadas por um só dançarino ou por duplas do mesmo sexo. Podiam ser acompanhadas por palmas, que marcavam o ritmo. Os dançarinos faziam muitas acrobacias, como ficar com as mãos e pés no chão, com a barriga para cima e fazendo um arco com as costas (ponte).
Outra dança representava a deusa Íris (deusa da lua e da noite), à procura do corpo do irmão morto Osíris (deus dos campos e cereais), para queimá-lo em uma pira (vaso em que se queimavam os cadáveres) e assim fazê-lo ressuscitar para uma nova vida.
Para o deus Amon (deus do sol), acontecia a procissão da “barca sagrada”, na qual bailarinos acrobatas executavam muitas proezas incríveis, como hoje fazem os artistas de circo.
As Danças dos funerais eram cheias de surpresa. No meio da cerimônia, quando menos se esperava, apareciam os “mouros”, dançarinos que, em duplas, chegavam perto das pessoas fazendo gestos simétricos como se fosse o espelho do outro. Os egípcios acreditavam que esses movimentos assegurariam ao morto a passagem para uma nova vida.
Existiam também as Danças Profanas, não sagradas, que aconteciam por ocasião dos banquetes em honra aos vivos ou aos mortos e para entregar recompensas a funcionários, ou ainda, nomear alguém para um cargo melhor.
Outras danças, chamadas de Danças Civis, eram executadas por pessoas comuns, como os serviçais, mulheres do harém ou pessoas ligadas ao palácio.

A Dança na Grécia: Na cultura grega, a dança ocupava um lugar muito importante. Em documentos e livros podemos verificar como a dança estava presente na vida do cidadão grego e era acessível a todos. Imagens mostram a dança nos ritos religiosos, nas festas, no treinamento militar, na educação das crianças, na vida cotidiana.
A opinião de filósofos e poetas era muito respeitada nessa cultura. Segundo o filósofo Sócrates (470-399 AC), a dança formava um cidadão completo e nunca era tarde para se aprender a dançar.
Platão (428-347 AC) também considerava a dança como parte da educação dos cidadãos. Dizia que ela servia para santificar e curar os corpos, além de trazer mais agilidade, beleza e sabedoria.
Os cidadãos gregos acreditavam no poder das danças mágicas e dançavam para seus inúmeros deuses. Um dos mais conhecidos é o deus Dionísio, deus da fertilidade e do vinho. Acreditavam que a orquestra (representação que incluía música e dança) nasceu com os agricultores, que traziam a uva para a praça, no centro de Atenas, para fazer a pisa.  Enormes cachos de uva eram esmagados com os pés, em um movimento coordenado.
As Danças guerreiras faziam parte dos treinamentos militares. De difícil execução, tinham movimentos muito atléticos. Sabemos que os dançarinos usavam, em algumas dessas danças, saltos muito altos e máscaras.

Dança na Índia: Na Índia é importante notar que, dependendo da região, a tradição das danças foi passada de geração a geração e se conserva até hoje. E elas são praticamente imutáveis.
Uma das danças mais importantes e mantidas até hoje é a Dança de Shiva (deus da dança), que representa a criação do universo e o cuidado com o mundo para que ele esteja sempre em harmonia.
Algumas danças indianas são chamadas de Danças Ragas. Cada Raga tem suas cores e representa certos poemas que se referem a lendas que falam das estações do ano ou das horas do dia. Essas lendas e seus personagens são representados em algumas pinturas hindus.
Os movimentos simétricos do corpo são muito marcantes nas danças indianas. O espaço é bem definido, pois a distância entre o centro do palco e os lugares onde o dançarino deve executar seus movimentos é medida de maneira rigorosa, assim como a posição dos músicos.
Os gestos são chamados de Mudras e também são muito presentes em todas as danças. A eles é atribuído um poder espiritual. Um exemplo, é o gesto feito com as mãos que simboliza a flor de lótus. Totalmente branca, essa flor nasce na lama e significa a transformação da sombra em luz, o desenvolvimento pessoal e o contato com o divino.

A Dança na Idade Média: Durante a Idade Média, aproximadamente do século V até o século XIV, o cristianismo tornou-se a força mais influente na Europa. Foram proibidas as danças teatrais, por representantes da Igreja, pois algumas delas apresentavam movimentos muito sensuais.
Mas os dançarinos ambulantes continuaram a se apresentar nas feiras e aldeias, mantendo a dança teatral viva. Em torno do século XIV, as associações de artesãos promoviam a representação de elaboradas peças religiosas, nas quais a dança era uma das partes mais populares.
Quando ocorreu a peste negra, uma epidemia que causou a morte de um quarto da população, o povo cantava e dançava freneticamente nos cemitérios; eles acreditavam que essas encenações afastavam os demônios e impediam que os mortos saíssem dos túmulos e espalhassem a doença. Isto ocorreu no século XIV.
Durante toda a Idade Média, os europeus continuaram a festejar casamentos, feriados e outras ocasiões festivas com danças folclóricas, como a dança da corrente, que começou com os camponeses e foi adotada pela nobreza, numa forma mais requintada, sendo chamada de carola. No final da Idade Média a dança tornou-se parte de todos os acontecimentos festivos.
 
(FAHLBUSCH. Hannelore. Dança: moderna e contemporânea. Sprint. Rio de Janeiro 1990.)  

1ª SÉRIE - DANÇAS ANTIGAS - Texto 1 - 3ª Unidade - 2012


A dança apareceu no mundo desde tempos imemoráveis – pré-históricos – e é tão velha como a própria vida humana. Nasceu desde as primeiras manifestações da comunhão espiritual (mística) do homem com a Natureza, como expressão das emoções primitivas do “homo-sapiens” – era a dança-ritmo.
Para manifestar suas emoções e expandi-las exteriormente, o homem primitivo recorreu naturalmente ao movimento, ao gesto, que é a dança em sua forma mais primitiva e elementar.
Antes de usar a palavra, o homem já se servia do movimento corporal, gesto primitivo, pressionado pelo ritmo natural de suas emoções.
Por isso, a dança tem os elementos gerais que se manifestam nas danças de todos os povos, e os elementos específicos que diferenciam as danças dos diversos povos.
Na vida do homem primitivo a dança antecipava todos os acontecimentos: nascimento, casamento, mortes, caça, guerras, iniciação dos adolescentes, doenças, cerimoniais tribais, vitórias, paz, primavera, sementeira, colheita, festa do sol, da lua, da fertilidade, visando sempre o mesmo fim: a vida, a saúde, a fertilidade, a plenitude da força.
Este sentido de dança como força mágica, que antecipava a todos os acontecimentos individuais ou coletivos dos homens primitivos – pré-históricos – que viveram ou vivem em constante comunhão espiritual com a Natureza, pouco a pouco foi se acabando...foi se extinguindo no tempo e no espaço.
Já a partir da idade da pedra, a dança tornou-se uma obra de arte, começando a adquirir mais importância o elemento estético (a arrumação dos passos, a beleza). E quando as altas civilizações fizeram da dança uma simples manifestação estética, quando a dança tornou-se um objeto de espetáculo, agindo somente sobre os homens e não mais sobre os espíritos e os deuses, a sua força e potencialidade mágicas desapareceram definitivamente...
E, ao perder essa força mágica, que permitia ao homem elevar-se acima da vida e adquirir o poder sobre-humano de intervir na própria vida da Natureza, a dança perdeu também o seu impulso criador, transformando-se de dança-mágica em dança arte.
A dança representou um fator de alta importância no decorrer do desenvolvimento progressivo da humanidade. Pode-se observar que a oposição entre os movimentos “amplos” e os “estreitos”, marca, inclusive, o contraste da própria natureza dos sexos.
Nas danças antigas o homem aparece com mais aptidão (facilidade) para os movimentos amplos - saltos, passos grandes, etc. – enquanto a mulher, em geral, surge com inclinação para os movimentos estreitos – curtos, pequenos, em contato contínuo com o solo, opondo à audácia e ao dinamismo másculos, a prudência, a calma, a graça harmoniosa. Nestas danças, enquanto o homem saltava corajosamente no ar, a mulher apenas deslizava em pequenos passos pelo chão e tentava se elevar sobre os pés.
Quanto mais um povo está ligado ao regime matriarcal (importância maior da mulher) e ao cultivo da terra, mais a sua dança é calma, pausada, composta de movimentos estreitos. Pelo contrário, quanto mais um povo pertence ao regime patriarcal (importância maior do homem) e a sua vida nômade (caçando e mudando de local, sem se fixar no solo) mais a sua dança é composta movimentos amplos em geral.
Daí abre-se a interessante perspectiva de relações entre o caráter dos movimentos de dança e o desenvolvimento social e cultural dos povos.
O primeiro tipo de expressão coreográfica que se tem notícia é representado pela dança que segue estritamente a própria Natureza. Por meio de gestos ensaiados (pantomima), a dança antecipava o acontecimento desejado, influenciando, deste modo, a realização do que eles desejavam. Assim, por exemplo, a dança da caça previa o feliz acontecimento de conseguir caçar o animal desejado; a dança imitando os animais auxiliava a domá-los. Este tipo de expressão coreográfica pode-se denominar de dança figurativa ou imitativa.
Outro tipo, que se opunha à dança imitativa era a dança abstrata que procurava atingir o objetivo sem imitar os  atos, os gestos, ou as formas. Essa dança visava o êxtase por meio do encantamento místico, e era praticada em círculo, para que as forças magnéticas das pessoas que formavam o círculo penetrassem no dançarino, ou vice-versa.
Desde o início da vida humana, são três as formas fundamentais de dança: - em “solo”, em “pares” e em “grupos”.
A dança “solo” ou “individual”, tornou-se com o tempo, privilégio do chefe da tribo, que com sua mágica assegurava a marcha feliz da vida da comunidade.
Muitas vezes a dança solo era acompanhada pela dança em grupo, como uma reação orgânica emocional, que procurava exprimir-se numa manifestação dançante coletiva.
A forma mais característica da dança em grupo é o círculo, que, à medida da elevação do nível cultural, estabelecia entre seus componentes os movimentos e andamentos idênticos a todos.
A dança em pares era a forma mais importante da dança. Sua motivação principal era a união dos dançarinos para simbolizar a fertilidade, o crescimento da própria tribo.
As danças masculinas eram muito mais numerosas que as femininas. As danças de caça, guerreiras, solares, imitativas, animalizadas, de máscaras, dos espíritos, etc., eram privilégio dos homens. Todas as danças de fertilidade, de chuva, de plantação, de colheita, de nascimento, de iniciação à puberdade, lunares, fúnebres, etc., eram próprias das mulheres.
Os primeiros documentos sobre a origem pré-histórica dos passos de dança são provenientes de descobertas das pinturas e esculturas rupestres nas cavernas do homem da era paleolítica, mesolítica e neolítica, que deixaram gravadas a sua obra de arte nas pedras lascadas e polidas das cavernas.
A dança, como toda atividade humana, sofreu o destino das formas e das instituições da existência social dos homens. E assim, a dança de poder místico, que agia sobre os homens, espíritos e deuses, transformou-se numa dança de propriedade humana, contagiando os homens pela sua ação puramente estética e artística. A dança-religião aos poucos foi se acabando, cedendo lugar à dança-arte.
As culturas tribais evoluídas, que estabeleceram a ligação imediata com as grandes civilizações apresentavam, também dois tipos coreográficos: dança camponesa (popular, campesina ou de folclore), e a dança aristocrática (senhorial) para a distração dos  reis, príncipes e personagens da linha senhorial.
Essa reviravolta no domínio da dança deu origem à dança-arte das grandes civilizações; ao mesmo tempo em que a dança da cultura camponesa deixou sua herança de coreografias para o folclore dos povos de hoje (danças populares).

(FAHLBUSCH. Hannelore. Dança: moderna e contemporânea. Sprint. Rio de Janeiro 1990.)  

 


segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

2ª Série - Arte Românica















 




2ª SÉRIE - ARTE ROMÂNICA - 3ª Unidade 2012


Depois de muitas décadas do século III, os imperadores romanos começaram a enfrentar lutas internas pelo poder. Havia, ainda, a ameaça às fronteiras do império por parte de povos invasores, a quem os romanos chamavam “bárbaros”. Começava a decadência do Império Romano e o desaparecimento quase completo, na Europa ocidental, da cultura greco-romana, ou clássica.
As tradições greco-romanas só viriam a ser retomadas no século IX, com Carlos Magno, coroado imperador do Ocidente.
Com a coroação de Carlos Magno pelo Papa Leão III, no ano de 800, teve início um intenso desenvolvimento cultural. Em sua corte criou-se uma academia literária e desenvolveram-se oficinas onde eram produzidos objetos de arte e manuscritos ilustrados. Naquela época, os textos religiosos eram escritos à mão; ilustrá-los era tarefa para artistas que dominassem a pintura e o desenho sobre espaços reduzidos.
As oficinas ligadas ao palácio foram os principais centros de arte. Sabe-se que delas se originaram as oficinas monásticas, isto é, dos mosteiros, que teriam importante papel na evolução da arte após o reinado de Carlos Magno. Como, após sua morte, a corte deixou de ser o centro cultural do império, a atividade intelectual contralizou-se nos mosteiros. Neles, a ilustração de manuscritos era a atividade artística mais importante, mas havia interesse também pela arquitetura, escultura, pintura, ourivesaria, cerâmica, fundição de sinos, encadernação e fabricação de vidros. Essas oficinas eram também as escolas de arte da época. Ali os jovens artistas preparavam-se para trabalhar nas catedrais e nas casas das famílias importantes.
Características gerais do estilo românico:
1 – substituição do teto de madeira por abóbadas.
2 – grande espessura das paredes, poucas janelas.
3 – consolidação das paredes por contrafortes ou gigantes para dar sustentação ao prédio.
4 – consolidação dos arcos por meio de arquivoltas.
ARQUITETURA

Com as oficinas de arte da corte de Carlos Magno, a cultura greco-romana foi redescoberta. Na arquitetura isso levou à criação, mais tarde, de um novo estilo para a construção principalmente das igrejas: o estilo românico. Esse nome, portanto, designa as obras arquitetônicas do fim dos séculos XI e XII, na Europa, cuja estrutura era semelhante à das construções dos antigos romanos.
As características mais significativas da arquitetura românica são a utilização da abóbada, dos pilares maciços que a sustentam e das paredes espessas com aberturas estreitas usadas como janelas.
Dessas características, resulta um conjunto que chama a atenção do observador; as igrejas românicas são grandes e sólidas. Daí serem chamadas “fortalezas de Deus”.
Tipos de abóbadas das igrejas românicas:

A abóbada de berço consistia num semicírculo – o arco pleno – ampliado lateralmente pelas paredes. Apresentava, entretanto, duas desvantagens; O excesso de peso da pedra, que podia provocar sérios desabamentos, e a pouca luminosidade no interior das construções em virtude das janelas estreitas. A abertura de grandes vãos para janelas era impraticável, pois poderia enfraquecer as paredes e, portanto, aumentar o risco de desabamento.
A abóbada de arestas consistia na intersecção, em ângulo reto, de duas abóbadas de berço apoiadas sobre pilares. Com isso, distribuía-se melhor o peso das pedras para evitar desabamentos, criava-se um ambiente que dava a impressão de leveza e iluminava-se mais o interior das construções.
Embora diferentes, os dois tipos de abóbada causam o mesmo efeito: uma sensação de solidez e repouso, dada pelas linhas semicirculares e pelos grossos pilares.
Na Idade Média assim como hoje, faziam longas peregrinações a lugares considerados sagrados. Muitas aldeias localizadas na rota desses construíram igrejas para acolher os peregrinos. Entre os lugares mais procurados estavam Jerusalém, onde Jesus morreu, Roma, onde fica a sede da Igreja Católica, e Santiago de Compostela, Espanha, onde crê estar enterrado o apóstolo Tiago. No trecho francês do caminho de Santiago construíram-se várias igrejas românicas, como a da abadia de Saint-Pierre, em Moissac.  
Como poucas pessoas, naquela época, sabiam ler, a igreja recorria à pintura e à escultura para narrar histórias bíblicas e transmitir valores religiosos. Um lugar muito usado para isso era os portais, na entrada dos templos. No portal, a área mais ocupada pelas esculturas era o tímpano, a parede semicircular que fica logo abaixo dos arcos que arrematam o vão superior da porta. A abadia de Saint-Pierre, em Moissac, possui um dos mais bonitos portais românicos. No grande tímpano, há um conjunto de figuras representando Cristo em majestade, coroado e sentado num trono. Como o tímpano é muito grande, foi colocada uma pilastra central, chamada tremo, que divide a abertura da porta em duas partes iguais. Essa pilastra também é decorada com esculturas que representam leões e uma pessoa descalça, identificada como o profeta Jeremias. 
 
A arquitetura românica na Itália

Na Itália, a arte românica se desenvolveu com características diferentes das do resto da Europa. Mais próximos do exemplo greco-romano, os italianos procuraram usar frontões e colunas. Uma das mais conhecidas edificações da arte românica italiana é o conjunto da catedral de Pisa.

PINTURA

Como poucas pessoas, naquela época sabiam ler, a Igreja recorria à pintura e à escultura para narrar histórias bíblicas e transmitir valores religiosos. Um lugar muito usado para isso era os portais, na entrada dos templos.  
A arquitetura românica, com suas grandes abóbadas e espessas paredes laterais de poucas aberturas, criou amplas superfícies que favoreceram a pintura mural. Assim, a pintura românica desenvolveu-se sobretudo nas grandes decorações murais, por meio da técnica do afresco.
Os afrescos tinham como modelo as ilustrações dos livros religiosos, pois na época, nos conventos, era intensa a produção de manuscritos à mão com cenas da história sagrada. Assim, a pintura românica praticamente não registra assuntos profanos, isto é, não-religiosos, como paisagens, animais, pessoas em suas atividades diárias.
As características essenciais da pintura românica foram a deformação e o colorismo. A deformação traduz os sentimentos religiosos e a interpretação mística que o artista fazia da realidade. A figura de Cristo, por exemplo, era sempre maior do que as demais. Sua mão e seu braço, no gesto de abençoar, tinham proporções intencionalmente exageradas para que o fosse valorizado por quem contemplasse a pintura. Os olhos eram muito grandes e abertos para evidenciar a intensa vida espiritual.
O colorismo realizou-se no emprego de cores chapadas, isto é, uniformes, sem preocupação com meios-tons ou jogo de luz e sombra, pois não havia intenção de imitar a natureza.

ESCULTURA
A escultura renasceu no românico, depois de muitos anos esquecida. Seu apogeu  se dá no século 12, quando inicia um estilo realista,mas simbólico, que antecipa o estilo gótico.
A escultura é sempre condicionada a arquitetura é todo trabalho é executado sem deixar espaços sem usos.
Outra importante característica é seu caráter simbólico e ante-naturalista, não havia a preocupação com a representação fiel dos seres e objetos. Volume, cor, efeito de luz e sombra, tudo era confuso e simbólico representando muitas vezes coisas não terrenas, mas sim provenientes, da imaginação. Algumas esculturas notam-se a aparência clássica, influência da antiguidade.

Bibliografia:
PROENÇA, Graça. Descobrindo a História da Arte. Ática. 1ª edição. 2005.