"A arte é a contemplação: é o prazer do espírito que penetra a natureza e descobre que ela também tem uma alma. É a missão mais sublime do homem, pois é o exercício do pensamento que busca compreender o universo, e fazer com que os outros o compreendam." (Auguste Rodin)

quarta-feira, 30 de abril de 2014

2ª Série - Arte Pré-histórica










                            
















2ª Série - Texto 3 - A arte Pré-histórica

As manifestações artísticas mais antigas estão relacionadas com os primeiros restos do Homo sapiens e remontam à época do Paleolítico.

O que é a arte rupestre

Em linhas gerais, a denominação Arte Rupestre (do latim rupes, rochedo) define qualquer conjunto de elementos gráficos pintados ou gravados sobre suportes rochosos fixos – em geral abrigos, grutas, lajedos, paredões e afloramentos – deixados por populações pretéritas (do passado), constituídas de grupos de caçadores – coletores, horticultores, agricultores ou pastores. Considera-se que as representações gráficas rupestres constituem uma utilização particular do ambiente por parte de um indivíduo ou grupo, já que elas expressam diferentes aspectos das representações mentais de certas sociedades do passado. Assim sendo, os grafismos (conjuntos de signos visuais) testemunham sobre um modo singular de perceber e apreender a natureza, o território e os próprios grupos humanos. Embora não se possa conhecer o verdadeiro conteúdo significativo desses signos, nem sequer as motivações ou circunstâncias reais em que eles foram realizados, o fato de serem expostos ao olhar e de terem a condição de permanentes, leva a pensar que se trata de um tipo de expressão gráfica de ideias que deveriam ser transmitidas e interpretadas por alguns grupos ou por alguns indivíduos. Neste sentido, a arte rupestre apresenta a intencionalidade como traço diferenciador, em relação aos outros vestígios arqueológicos. Fica claro o propósito deliberado de deixar mensagens, por parte de um indivíduo ou grupo, para que outros as pudessem decodificar.
Através dessa ótica, a arte rupestre passa a ser analisada como se fosse uma gramática, composta por imagens, cuja sintaxe deve ser descoberta pelo pesquisador. Paradoxalmente, o fato de poder ler essa linguagem não implica que possa ser compreendido o conteúdo significativo do que está representado. Este significado desapareceu com os próprios grupos que o produziu, ficando perdido para sempre. Porém, existe um outro tipo de leitura que considera a relação estruturante das representações: a articulação de cada elemento pintado com os demais na constituição de composições gráficas.

Período Paleolítico Inferior

Aproximadamente 5.000.000 a 25.000 a. C.;
Dois fatos foram muito importantes nesse período: o homem aprendeu a fazer fogo, com o qual se aquecia e afugentava os animais, e a utilizar pedras lascadas, com as quais confeccionavam instrumentos para caçar, guerrear e realizar entalhes nas paredes e usavam tintas tiradas de plantas e o vermelho do sangue de animais.
A primeira característica é o pragmatismo, ou seja, a arte produzida possuía uma utilidade, material, cotidiana ou mágico-religiosa. Os primeiros objetos feitos pelo homem foram de rochas quebradas. Presos ou não há um galho de árvore, os pedaços de pedra lascada, madeira e ossos: facas e machados, ferramentas, armas eram escolhidos para caçar, bater, matar.
Características gerais:
  • O homem vai descobrindo meios de dominar a natureza.
  • Vive em pequenos grupos nômades e se abriga em cavernas.
  • Desenvolve a linguagem para se comunicar.
  • Fabrica utensílios de pedra, osso, madeira. Aparecem machados, martelos, lâminas cortantes e arpões feitos de pedra lascada.
  • Fabrica anzóis e agulhas de osso, arco e flecha de madeira.
  • Caça, pesca e colhe frutas e raízes como meio de vida.

Período Paleolítico Superior

Há mais de 40.000 anos o homem pré-histórico, apoiou sua mão sobre a rocha, soprando sobre ela um pó colorido. Na parede ficou uma mão em negativo. Ele acabava de criar uma imagem. (Caverna de Pech- Merle).
Faz frio, o homem encosta-se na parede fria e úmida e se afasta incomodado. Curioso examina aquele canto de parede com a mão sobre a argila molhada, percebendo que suas unhas deixam leves traços na superfície mole. Traça um sulco com os dedos, e como gosta da experiência, continua marcando a parede da caverna com um emaranhado de linhas sinuosas e displicentes. Assim estava nascendo a arte.
A principal característica dos desenhos da Idade da Pedra Lascada, nome pelo qual também é conhecido Paleolítico Superior, é o naturalismo.  O artista pintava o animal do modo como o via, reproduzindo a natureza tal qual seus olhos a captavam. Observando essas pinturas, nota-se a presença de animais de grande porte: alguns talvez temidos, mas que eram caçados pelo ser humano, como bisões; outros que provavelmente não representavam ameaça alguma, como renas e cavalos.
As amostras mais remotas de pintura correspondem ao Paleolítico superior. Graças ao uso de pigmentos minerais, aparece a policromia; as cores mais utilizadas são o preto, o vermelho, o ocre e o amarelo. O ponto culminante dessa pintura é atingido em torno de 15.000 anos a.C. em Altamira (Espanha) e em Lascaux (França). São representados especialmente grandes animais, como bisões.
No Paleolítico o homem tinha por dever a caça. O feiticeiro (artista) desenhava nas paredes das cavernas os animais que seriam abatidos.
São inacreditáveis as perguntas sobre os motivos que levaram o homem a fazer essas pinturas. Atualmente, a explicação mais aceita é que essa arte era realizada por caçadores, e fazia parte de um processo de magia por meio do qual procurava-se interferir na captura de animais. Ou seja, o pintor-caçador do Paleolítico supunha ter poder sobre o animal verdadeiro desde que o representasse ferido mortalmente num desenho. Assim, para ele, os desenhos não eram representações de seres, mas os próprios seres.
A principal característica dos desenhos da Idade da Pedra Lascada é o naturalismo.

Características da pintura:
ð  Raridade da figura humana
ð  Ausência de claro escuro
ð  Animais em movimento
ð  Desenhos marcados com incisões fortes
ð  Contornos bem definidos em preto
ð  Ausência de perspectiva

Características gerais:
Escultura Paleolítica

Da escultura paleolítica são famosas as estatuetas femininas de pequenas dimensões designadas genericamente por vênus. Identificadas como possíveis ídolos para o culto da fertilidade e sexualidade estas figuras apresentam características semelhantes entre si; são representadas nuas, de pé e revelam os elementos mais representativos do corpo feminino em linhas exacerbadas. O exagero destes elementos traduz-se num peito, ventre e ancas voluminosos em oposição a braços e pernas delicados e cabeça pequena. A face, tratada com linhas simples reduzidas ao essencial, onde não é possível reconhecer traços individuais, transforma-se, com o tempo, num elemento cada vez mais estilizado e simbólico, assim como todo o corpo da figura.

Período Neolítico

As mudanças climáticas favoreceram o agrupamento dos homens primitivos ao longo dos rios e, dessa experiência, fizeram a maior descoberta de todos os tempos:viver e construir juntos é melhor e mais seguro do que isolados. Dessa maneira, o homem se organizou em tribos e aprendeu a plantar , a colher e também a criar animais, não precisando mais mudar-se de um lugar para outro quando o alimento se tornasse escasso. Esse momento foi denominado Neolítico.
No Neolítico, último período da Pré-História, iniciou-se o desenvolvimento da agricultura e a domesticação de animais. Os grupos humanos, que tinham vida nômade, isto é, sem habitação fixa, não precisaram mais mudar-se constantemente em busca de alimento e puderam se fixar.
Essa mudança para a vida mais estável foi decisiva para as sociedades atuais e também teve reflexos na expressão artística: o artista do Neolítico passou a retratar a figura humana em suas atividades cotidianas. Como precisavam representar muitas pessoas em movimento, essas figuras não poderiam ser feitas em tamanho natural; por esse motivo, elas foram reduzidas em sua dimensão, simplificadas e trabalhadas com pouca cor, dando origem a formas estilizadas ou geometrizadas. Assim, podemos dizer que o estilo de arte do Neolítico era geometrizante ou simplificador.
O ser humano do Neolítico desenvolveu técnicas como a tecelagem, a cerâmica e a construção de moradias. Além disso, como já produzia fogo, começou a trabalhar na fundição de metais. Assim, suas atividades começaram a se modificar e as pinturas rupestres registraram essas transformações.

Características gerais:
·         Instrumentos de pedra polida, enxada e tear;
·         Pinturas de cadáveres e cenas de caça.
·         Início do cultivo dos campos;
·         Artesanato: cerâmica e tecidos;
·         Construção de pedra; e
·         Primeiros arquitetos do mundo.



Para a pintura dos painéis de arte rupestre eram utilizados dedos, pincéis feitos com madeira, chumaços de pelo ou penas e gravetos. A tinta era feita basicamente de produtos de origem mineral (óxido de ferro, manganês, cobre ou argilas), sendo a água o veículo para sua aplicação. As cores mais comuns são por ordem de frequência, vermelho, amarelo, preto e branco. As pinturas podem ser monocromáticas (uma cor), bicromáticas (duas cores) ou policromáticas (três ou mais cores). Os motivos dividem-se, conforme o que representam, em geométricos e figurativos (humanos, animais e plantas).
Por sua vez, as gravuras eram feitas a partir de desenhos efetuados nas rochas, com o uso de técnicas como: picoteamento (a partir de batidas na rocha); uma incisão fina ou filiforme (sulcos finos, resultados da fricção única de um instrumento sobre o suporte rochoso); polimento e raspagem (fricções repetidas de um instrumento sobre o painel). Essas técnicas produzem sulcos em forma de ”U” e de “V”.
Associada às formas que as figuras pintadas ou gravadas adquirem (os motivos representados), a técnica de confecção é um importante elemento para o estudo da arte rupestre.

Esculturas
A escultura foi responsável pela elaboração tanto de objetos religiosos quanto de utensílios domésticos, onde encontramos a temática predominante em toda a arte do período, animais e figuras humanas, principalmente figuras femininas, conhecidas como Vênus, caracterizadas pelos grandes seios e ancas largas, são associadas ao culto da fertilidade.
Entre as mais famosas estão a Vênus de Lespugne, encontrada na França, e a Vênus de Willendorf encontrada na Áustria foram criadas principalmente em pedras calcárias, utilizando-se ferramentas de pedra pontiaguda.
Os artistas faziam também esculturas em pedra e metal, que mostram seu empenho na criação de objetos e na representação da figura humana. Há esculturas em bronze nas quais já é possível observar não só a postura elegante da figura humana como também detalhes do rosto e das vestes.
Uma das primeiras representações humanas em escultura é a figura de mulher chamada a Vênus de Willendorf. Altura:11 cm.
Os escultores pré-históricos produziram suas peças em metal por meio de dois métodos: o de forma de barro e o da cera perdida. No método da forma de barro o escultor fazia a forma e despejava nela o metal derretido em fornos. Então, esperava o metal esfriar, quebrava a forma e obtinha a escultura. Na técnica da cera perdida, o escultor fazia um modelo em cera e o revestia com barro, deixando nele um orifício. Depois, aquecia o barro. Com o calor do barro, a cera derretia e escorria pelo orifício. Assim, ele obtinha um modelo oco e o preenchia com metal fundido. Quando o metal esfriava, ele quebrava o molde de barro e obtinha uma escultura igual à que havia modelado na cera.  A partir do uso dos metais, surgiram também esculturas masculinas, simbolizando guerreiros.

 Arquitetura

Os primeiros homo sapiens eram nômades e refugiavam-se nos lugares que a natureza lhes oferecia, podendo ser em aberturas nas rochas, cavernas, grutas ao pé de montanhas ou até no alto delas.
Não se pode falar de uma arquitetura pré-histórica no sentido artístico, apesar de seu caráter funcional. Mais tarde eles começariam a construir abrigos com as peles dos animais que caçavam ou com as fibras vegetais das árvores das imediações, que aprenderam a tecer, ou então combinando ambos os materiais.
Durante o período neolítico essa situação sofreu mudanças, desenvolveram-se as primeiras formas de arquitetura e consequentemente o grupo humano passou a se fixar por mais tempo em uma mesma região, mas ainda utilizava-se de abrigos naturais ou fabricados com fibras vegetais ao mesmo tempo em que passaram a construir monumentos de pedras colossais, que serviam de câmaras mortuárias ou templos. Raras as construções serviam de habitação.
Esses monumentos de pedra foram denominados “megalíticos” e podem ser classificados de: nuragues (feitos de pedras justapostas sem argamassa) e os dolmens (duas grandes pedras fincadas no chão).
Câmara: Geralmente de forma trapezoidal ou circular. Era constituída grandes pedras em posição vertical em número variável entre seis e nove, cobertos por uma laje horizontal, designada de chapéu, mesa ou tampa. Existem câmaras que chegam a ter a altura de seis metros.

Corredor (não é obrigatória a sua existência)
O corredor ou galeria de acesso à câmara pode ter variadíssimos tamanhos e é formado por diversos esteios verticais, normalmente coberto por lajes designadas por tampas. Alguns corredores apresentam um pequeno átrio (pátio) no lado oposto à câmara. Conhecem-se em Portugal antas com corredor de dezesseis metros de comprimento.

Menires, que são grandes pedras cravadas no chão de forma vertical; e os Cromiech,  que são menires e dolmens organizados em círculo, sendo o mais famoso o de Stonehenge, na Inglaterra.
Também encontramos importantes monumentos megalíticos na Ilha de malta e Carnac na França, todos eles com funções ritualísticas.
Essas pedras pesavam mais de três toneladas, fato que requeria o trabalho de muitos homens e o conhecimento da alavanca.
Estudos revelam que alguns desses templos reproduzem maps celestes e relógios de sol, cujas representações são tão precisas como as de um computador.


Excluída a tentativa de decifrar o significado, as representações rupestres podem ser estudadas como uma gramática. Ou seja, pode-se saber como se escrevia, mas não se pode saber o que está escrito. A análise ocorre, então, pela identificação das características físicas, concretas, objetivas, que partem dos aspectos gerais como ambiente natural de inserção do sítio, topografia, atuação do intemperismo, tipo de suporte rochoso, morfologia do espaço habitável e do “grafitável”, tecnologia dos grafismos (pintura, gravura e auto-relevo); classes de motivos segundo os elementos representados (figuras humanas ou antropomorfas, animais ou zoomorfas e geométricas); grau de identificação com os modelos reais (naturalísticos ou estilizados); posicionamento dos elementos presentes nos painéis, proporções, associações, repetições e superposições.


Localização: corresponde ao lugar geográfico onde se encontra o sítio. Por exemplo, fundo de vale, cume de serra, beira mar, margem de rio e outros. Também pode ser incluída, aqui, a orientação com relação aos pontos cardeais, exposição aos ventos, chuvas, radiação solar, etc.
Tipo de suporte: refere-se às características do sítio. Deve-se reconhecer: a) natureza da rocha (arenítica, calcária, metarenítica, etc); b) a morfologia do sítio (abrigo, gruta, caverna, boqueirão, paredão, afloramento isolado, lajedo, etc).
Tecnologia dos grafismos: classificados em pinturas e gravuras. Nas pinturas observa-se como foram aplicados os pigmentos na superfície da rocha. Nas gravuras, como foram feitas as incisões (sulcos) no suporte rochoso.
Classificação dos grafismos: a) segundo os motivos antropomorfos (humanos), zoomorfos (animais) ou geométricos (círculos, linhas, etc); b) segundo o grau de identificação com os modelos reais, se naturalísticos ou estilizados.
• Posição dos motivos nos painéis: classificação feita segundo a colocação dos motivos em relação à altura no suporte rochoso, com referência ao teto ou as paredes e com a localização próxima a entrada (se for abrigo) ou ao fundo.
Pelas suas proporções: mensura-se o tamanho médio de cada motivo, em relação aos outros, dentro de um mesmo grupo ou cena e dentro do conjunto de motivos do sítio.


As formas de representação foram classificadas no Brasil a partir dos motivos. Na Região Nordeste podem ser encontradas modalidades pictóricas que se estendem por um vasto território e perduraram muito no tempo, sendo assim denominadas de tradições, que são:
Tradição Nordeste: predominam os motivos antropomorfos isolados ou compondo cenas de pequenas dimensões e pinturas monocromáticos.
Tradição São Francisco: sobressaem os motivos geométricos compondo conjuntos complexos e pinturas policromáticas.
Tradição Agreste: corresponde a motivos antropomorfos esquematizados, toscos e grandes com desenhos cheios.
Tradição Geométrica: predomínio de elementos geométricos isolados e monocromáticos.
• Tradição Astronômica: ainda pouco definida, consistiria em motivos que representariam elementos cósmicos como sol, estrela, cometa, trajetórias venusianas, lunares, solares e outras.


Os sítios arqueológicos se degradam ao longo dos anos em função da ação de agentes destrutivos naturais e agentes antrópicos.
Dentre os agentes naturais temos os fatores erosivos que ocorrem em função da ação mecânica dos ventos (eólicos) e do escorrimento de água nos paredões, originado das chuvas (pluviais). Existe também o desprendimento de placas dos suportes rochosos em função dói processo natural de desagregação da rocha. Outros fatores são o crescimento de vegetação e de liquens na superfície dos painéis, que promovem a degradação da arte rupestre. Por fim, insetos como abelhas, vespas e cupins interferem nos painéis, no momento que constroem suas casas ou eliminam dejetos sobre as pinturas, cobrindo-as e agregando resíduos que minimizam a leitura e, às vezes, impossibilitam a visualização.
Dentre os agentes antrópicos que ameaçam esse patrimônio destacam-se a visitação desordenada, a depredação deliberada e a exploração de jazidas minerais. A visitação nem sempre é realizada ou guiada por pessoas devidamente informadas, que sejam conhecedoras de princípios básicos de preservação, resultando na destruição dos sítios de arte rupestre. A depredação intencional das pinturas e gravuras frequentemente se dá com pichações, quebra de painéis e mesmo uso de explosivos em sua demolição, em busca de supostos tesouros escondidos. A exploração de jazidas minerais para a retirada de paralelepípedos, meio-fio e outras rochas para uso em construção civil: mármore e granitos ornamentais e outras, afeta seriamente e até mesmo destrói os vestígios de arte rupestre de maneira irreversível.
Os agentes naturais jamais poderão ser controlados de maneira total e, inevitavelmente, o sítio se degradará gradual e lentamente. Já os agentes destrutivos de caráter antrópico ocorrem de maneira rápida e avassaladora. Por isso o maior agente para a preservação dos sítios é a conscientização da sociedade para a sua importância artística e cultural. A educação das pessoas para a preservação cultural e ambiental é a única forma de conter as atitudes destruidoras que põem em risco o  patrimônio cultural que significa a arte rupestre para a humanidade.

Alguns sítios arqueológicos de arte rupestre na Bahia:
• Sítio Serra da Lagoa da Velha, Morro do Chapéu
• Sítio Pedra da Figura, Utinga
• Sítio Igrejinha, Morro do Chapéu
• Sítio Toca da Tapuia, Morro do Chapéu
• Sítio Boqueirão do Brejo de Dentro, Sento Sé
• Sítio Lajedo Bordado, Morro do Chapéu
• Complexo Serra das Paridas, Lençóis
• Sítio Serra do Galeão, Santa Brígida
• Sítio Serra Encantada, Santa Brígida


Referências
Texto produzido em forma de livreto pelo Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade Federal da Bahia

Proença, Graça. Descobrindo a História da Arte. 1ª Ed. Ática. São Paulo. 2005.

2ª Série - Artes Visuais






















2ª Série - Texto 2 - Artes Visuais - 1ª Unidade


Definição: Manifestação artística de caráter popular, de origem muito antiga, que utiliza basicamente paredões de rocha, paredes e muros como suporte para desenhos, pinturas, escritos e todo o tipo de simbolismo gráfico.

Grafia: A palavra vem do grego Graphéin que quer dizer escrever. Emprega-se também os termos grafite e grafito. Adotamos a forma Graffiti (do italiano graffiti, plural de graffito) significa "marca ou inscrição feita em um muro", e é o nome dado às inscrições feitas em paredes desde o Império Romano.
O termo Graffiti pode ser usado no singular, onde representa (técnica), como também no plural que se destina a (desenhos).


Quando arqueólogos descobriram palavras e desenhos inscritos em cavernas, rochas e monumentos antigos, usaram a  palavra graffiti para designar os rabiscos que provavam a existência de muitas civilizações primitivas e a sobrevivência de linguagens e cultos. O Grafite é, portanto, o mais antigo registro gráfico do homem.  Serviu para datar ruínas e fornecer indícios sobre a vida cotidiana em determinadas épocas (como os grafites de gladiadores em Pompéia).
Os antigos romanos tinham o costume de escrever manifestações de protesto com carvão nas paredes de suas construções. Tratava-se de palavras proféticas, ordens comuns e outras formas de divulgação de leis e acontecimentos públicos. Alguns destes grafites ainda podem ser vistos nas catacumbas de Roma e em outros sítios arqueológicos espalhados pela Itália.
No Brasil, surgiu  nas ruas de São Paulo na década de 1970, durante o regime militar, os muros foram usados para comunicar idéias que estavam censuradas nos meios de comunicação. Primeiro, por meio das pichações poéticas e, depois, com a stencil art, técnica que consiste na aplicação de desenhos moldados em máscaras de papelão com reprodução seriada. Rapidamente este tipo de intervenção artística foi ganhando adeptos, tornando-se um movimento artístico de grande influência na capital paulista, chamando a atenção de todo o  País. Já na década de 1980, alguns(mas)  grafiteiros(as) tiveram seus trabalhos expostos na Bienal Internacional de Arte de São Paulo e passaram a ser requisitados(as) para eventos e para trabalhos de publicidade. Durante a gestão da prefeita Luiza Erundina (1989 a 1992), grafiteiros (as) foram chamados (as) a realizar intervenções coletivas na cidade, iniciativa que contribuiu para superar  o preconceito de setores da sociedade que confundiam o grafite com pichação.
Com o apogeu do movimento hip hop na década de 1990, o grafite amplia sua presença para as periferias e despertou a vocação artística de muitos (as) jovens de baixa renda.  Hoje, o grafite está incorporado de tal forma na vida urbana da metrópole que já faz parte da identidade paulistana. Exemplo maior disso é o sucesso da exposição O peixe que comia estrelas cadentes, dos grafiteiros Os gêmeos, que levou mais de 50 mil pessoas a uma galeria de arte de São Paulo de julho a setembro de 2006, fato inédito no Brasil.
O mais importante no grafite é a expressão. Nesse sentido, é uma arte que humaniza o espaço urbano, dando cor e beleza aos muros da cidade. O grafite é também um grande fator de inclusão social. 
O suporte principal para a produção do grafite é o muro. Também se faz necessário utilizar materiais como spray, rolinhos, pinceis, moldes, dentre outros materiais.
Atualmente o grafite é encontrado em muitos lugares e utilizado para vários fins como: outdoors, revistas, páginas de Internet, cenários de programas de TV, em roupas, galerias de arte, decoração de vários ambientes, etc.

Modalidades
·         Grafite 3D: desenhos concebidos a partir de idéias visuais de profundidade, sem contornos. Exige domínio técnico do grafiteiro na combinação de cores e formas.
·         WildStyle: tem o formato de letras distorcidas, em forma de setas, que quase cobrem o desenho.
·         Bomber: são letras gordas e que parecem vivas geralmente feitas com duas ou três cores.
·         Letras grafitadas: incorporação das técnicas do grafite à pichação. As letras grafitadas representam a assinatura do grupo.
·         Grafite artístico ou livre figuração: nesse estilo vale tudo: caricaturas, personagens de história em quadrinhos, figurações realistas e também elementos abstratos.
·         Grafites com máscaras e spray: facilita a rápida execução e disseminação de uma marca individual ou de grupo.


A história da pichação começa com as gangues de Nova York na década de 70 e 80, com caligrafia específica, e suas próprias regras. É totalmente independente do grafite hip-hop. É considerado por muitos como um ato de vandalismo, uma vez que suja as paredes de inúmeros edifícios, muitas vezes edificações históricas.
No Brasil o piche é considerado vandalismo e incluso como crime ambiental das leis brasileiras nos termos do art. 65, da Lei 9.605/98, com pena de detenção de 3 meses a um ano e multa.

 

Artesanato


O artesanato é uma manifestação popular, onde a criação de objetos utilitários é manual produzidos por um artesão e feitos um a um, sem o auxílio de máquinas ou equipamentos motorizados. O artesanato é tradicionalmente a produção de caráter familiar, na qual o produtor (artesão) possui os meios de produção (sendo o proprietário da oficina e das ferramentas) e trabalha com a família em sua própria casa, realizando todas as etapas da produção, desde o preparo da matéria-prima, até o acabamento final; ou seja não havendo divisão do trabalho ou especialização para a confecção de algum produto. Em algumas situações o artesão tinha junto a si um ajudante ou aprendiz. Mas com a mecanização da indústria o artesão é identificado como aquele que produz objetos pertencentes à chamada cultura popular.
As formas de artesanato se repetem, pois a técnica é passada de pai para filho, de geração em geração. Essas formas pouco a pouco são absorvidas pelo povo, se espalhando por todas as partes do país, principalmente nas áreas pobres e abundantes em matéria-prima.
O artesão é um artista e assume, ao mesmo tempo, também o papel de empresário e traduz em sua arte, às vezes uma espontaneidade ingênua, mas rica e vibrante, suas crenças e tradições, expressando de forma marcante a criatividade e a ousadia da arte popular de sua região.


Os primeiros objetos feitos pelo homem eram artesanais. Isso pode ser identificado no período neolítico (6.000 a.c) quando o homem aprendeu a polir a pedra, a fabricar a cerâmica como utensílio para armazenar e cozer alimentos e descobriu a técnica de tecelagem das fibras animais e vegetais. Antes da invenção da máquina a vapor, que acelerou o desenvolvimento industrial em vários países do Ocidente, os objetos de uso comum como tecidos, peças de vestuário, móveis, utensílios de cozinha e armas eram produzidos por artesãos. Assim, o artesanato foi o principal processo de produção na Idade Média, mas desde o começo da Revolução Industrial (século XVIII) tem sido substituído pela fabricação fabril em massa.
O artesanato medieval surgiu inicialmente em torno dos castelos, junto aos mosteiros, nas grandes aldeias e nos centros comerciais. Os conventos mais ativos praticamente monopolizavam os serviços dos pedreiros, entalhadores e marceneiros. Os tecidos e objetos de couro eram feitos em oficinas domiciliares por mestre artesãos que herdavam da família os segredos de seu ofício.
Com o desenvolvimento  das cidades e a conseqüente procura de maior quantidade de artigos de consumo, surgiram as corporações de ofícios, que organizavam a produção artesanal. 
Historicamente, o artesão, responde por todo o processo de transformação da matéria-prima em produto acabado. Mas antes da fase de transformação o artesão é responsável pela seleção da matéria-prima a ser utilizada e pela concepção, ou projeto do produto a ser executado.
A partir do século XI, o artesanato ficou concentrado então em espaços conhecidos como oficinas, onde um pequeno grupo de aprendizes viviam com o mestre-artesão, detentor de todo o conhecimento técnico. Este ensinava em troca de mão-de-obra barata e fiel, recebendo ainda vestimentas, comida e conhecimento. Criaram-se as Corporações de Ofício, organizações que os mestres de cada cidade ou região formavam a fim de defender seus interesses.
Com a Revolução Indústrial teóricos do século XIX, como Karl Marx e John Ruskin, e artistas (ver: Romantismo) criticavam a desvalorização do artesanato pela mecanização. Os intelectuais da época consideravam que o artesão tinha uma maior liberdade, por possuir os meios de produção e pelo alto grau de satisfação e identificação com o produto.
Na tentativa de lidar com as contradições da Revolução Industrial, William Morris funda o grupo de Artes e Ofícios na segunda metade do século XIX. Tentando valorizar o trabalho artesanal e se opondo à mecanização.
Pintar, desenhar e modelar são atividades de expressão criadora. No processo de criação, o indivíduo pesquisa a própria emoção, desenvolve percepções, imaginação e raciocínio, organiza pensamentos, sentimentos, sensações e forma hábitos de trabalho. Criar é uma tendência natural que se manifesta através do trabalho espontâneo.
As Artes Plásticas permitem a realização de desejos, a satisfação de necessidades pessoais e a afirmação do Eu.

Gravura
Dizemos comumente que todas as imagens são gravuras.
Hoje em dia,  muita gente pode dizer:”Aquele era um livro com belas gravuras”, em vez de imagens ou ilustrações.
Talvez isso ocorra porque na história do livro, da imprensa, as primeiras imagens foram reproduzidas por meio dos métodos tradicionais de gravura. O homem, desde seus primórdios, gravava imagens. A princípio, o contorno de sua mão nas paredes das cavernas, depois sobre superfícies de barro, pedra, metal, peles de animais e cascas de árvores.
Na tentativa de expressar-se, o homem criou diferentes códigos a fim de registrar fatos da vida cotidiana, divulgar o conhecimento e transmitir a religião. De fato, as linguagens evoluem da representação pura aos signos. E os primeiros documentos encontrados, gravados em pedra ou tabuletas de barro, se referem a fatos históricos, códigos de conduta ou são registros de conhecimento.
A gravura é uma forma de criar uma imagem e repeti-la muitas vezes. A isso damos o nome de reprodução de imagens, um processo muito importante para a difusão de informações.
É a arte de converter (e/ou a transformação em si) uma superfície plana em uma matriz, um ponto inicial para a reprodução dessa imagem, através de diversas técnicas e materiais. O material dessa matriz pode variar e é também ele que vai determinar o tipo de gravura que está sendo executada.
Essa técnica começou a ser praticada na Idade Média para acompanhar textos religiosos. Como a maioria das pessoas dessa época não sabia ler, estudavam-se passagens da Bíblia por meio de imagens.

Xilogravura e sua origem

A xilogravura é a técnica de gravura na qual se utiliza madeira como matriz e possibilita a reprodução da imagem gravada sobre papel ou outro suporte adequado. É um processo muito parecido com um carimbo. A xilogravura também tem suas variações do suporte.
Os antigos povos egípcios, indianos e árabes usavam os métodos da gravura em madeira em relevo para estampar motivos têxteis. Só a partir do século VII d. C., começou na China a xilogravura impressa em papel, com desenho e texto reproduzidos no mesmo bloco. No ocidente, ela já se afirma durante a Idade Média, através das iluminuras e confecções de baralhos. Mas até ai, a xilogravura era apenas técnica de reprodução de cópias. Só mais tarde é que ela começa a ser valorizada como manifestação artística em si. Na Europa, o emprego da xilogravura só se verificou nos finais do século XIV, pois o papel só fora introduzido 100 anos antes.
Em 1440 foi impressa a primeira Bíblia, a Bíblia de Gutenberg, em seguida foram publicados diversos livros, a ciência se apropriou rapidamente dessa técnica para começar a catalogar e difundir (propagar) seus conhecimentos, em 1485 foi impresso o primeiro tratado de botânica e em 1493 foi feito (publicado) o primeiro catálogo de botânica.
A partir daí a gravura começa a transmitir informações de forma inovadora, chegando a lugares longínquos. Rapidamente essa nova forma de transmitir informações ajudou a impulsionar (difundir) o Renascimento e o Barroco.


Xilogravura popular brasileira

 

A gravura foi introduzida no Brasil com a instalação da Imprensa Régia, do Arquivo Militar e do Colégio das Fábricas no Rio de Janeiro. Com o advento de artes como a fotografia, a xilogravura passou a ser considerada até antiquada.
A xilogravura popular é uma permanência do traço medieval da cultura portuguesa transplantada para o Brasil e que se desenvolveu na literatura de cordel. Quase todos os xilogravadores populares brasileiros, principalmente no Nordeste do país, provêm do cordel. Entre os mais importantes presentes no acervo da Galeria Brasiliana estão Abraão Batista, José Costa Leite, Amaro Francisco e José Lourenço.

Hoje, com uma trajetória de mais de dois séculos no Brasil, a xilogravura ainda é pouco conhecida pelos brasileiros. Hoje em dia, muitos xilógrafos, que produzem as gravuras somente para fins artísticos e históricos, expondo seu trabalho em exposições no Brasil e no exterior.


Litogravura

Por volta do século XVIII, surgiu a litografia (do grego [pedra] e [grafia, escrita]), que é uma outra técnica em que a matriz é feita de pedra calcária (mas não pode ser feita sobre o zinco, alumínio ou outro metal). O desenho é feito diretamente na pedra lisa, com pena e tinta ou lápis cera, que penetra nos poros da pedra. Terminado o desenho, aspalha-se sobre a pedra uma mistura de água, goma arábica e ácido nítrico. Passa-se água e depois tinta sobre a pedra. A área molhada retém a tinta e a pedra molhada a repele. O papel é colocado em contato com a pedra e recebe a impressão exata do desenho. Nessa técnica não há incisões ou sulcos e ela permite o uso de muitas cores. Podemos gravar em linóleo (linoleogravura) ou qualquer outra superfície plana.

História
Em 1796 Alois Senefelder um jovem ator e escritor de teatro alemão, quando buscava um meio de impressão para seus textos e partituras e se deparava com o desinteresse dos editores, descobriu as possibilidades da pedra calcária para fazer impressões e, após dois anos de experimentações desenvolveu a técnica da Litografia. Esta técnica parte do princípio químico que água e gordura se repelem. As imagens são desenhadas com material gorduroso sobre pedra calcária e com a aplicação de ácido sobre a mesma, a imagem é gravada. Assim como a gravura em metal, essa técnica também necessita de uma prensa para transferir para o papel a imagem gravada na pedra.
Henri de Toulouse-Lautrec soube utilizar a litografia magnificamente. São famosos os seus cartazes, produzidos para shows e espetáculos no Mouli Rouge em Paris.

Linóleogravura

A Linóleogravura, ou linogravura, é uma técnica que se assemelha bastante com a da xilogravura. Assim como a madeira da xilogravura, quando o linóleo é cortado, são os cortes que produzem o branco na impressão sobre o papel. O linóleo é um material sintético usado para se fazer pisos. Esse material é bastante maleável à incisão e permite que correções e alterações sejam feitas, caso seja necessário. Para a impressão, utiliza- se tinta de imprensa ou tinta em pasta levemente dissolvida. A linogravura pode ser usada na estamparia de tecidos como lenços, toalhas e camisetas. Pablo Picasso e Matisse usaram essa técnica para produzir belas gravuras coloridas.


É uma outra técnica que trabalha com matriz. Era conhecida pelos chineses, mas somente chega ao Ocidente no século XIX. A serigrafia imprime em qualquer superfície: papel, madeira, porcelana, tecido, metal. Usa uma matriz de tecido fino (seda, tecido sintético, tela), que é esticado e montado em uma moldura. Com tinta ou lápis cera desenha-se diretamente no tecido, que fica impermeável. Espalha-se na tela um líquido que impermeabiliza todos os espaços em torno do desenho. Passa-se uma substância especial que retira apenas o desenho, deixando em seu lugar o tecido limpo. Prende-se a tela sobre o que receberá a impressão: tecido ou papel. Com o rolo, espalha-se a tinta sobre a tela. A tinta passa pelas tramas do tecido, nos espaços em que foi feito o desenho, imprimindo a figura.

Monogravura
A monogravura é uma monotipia, ou seja, uma técnica de impressão única de uma pintura feita sobre uma superfície lisa de vidro, fórmica ou placa de metal. Esse processo, que permite uma transferência de imagens para o papel, nem sempre resulta em uma gravura, mas possui uma linguagem semelhante aos processos de incisão e impressão.

Infogravura

A infogravura surge com a informática e são imagens criadas através da computação gráfica. Essa nova linguagem utiliza imagens fotográficas digitalizadas ou desenhos vetoriais, podendo misturar os dois, que depois são impressas utilizando impressoras laser ou plotter de impressão. Dependendo do artista, a infogravura também pode ser impressa em silk-screen ou qualquer outra forma de reprodução em série.

Pintura: é o ramo da arte visual que, com o uso de tinta para criar linhas e cores, representa sobre uma superfície as concepções do artista. Refere-se genericamente à técnica de aplicar pigmento em forma líquida a uma superfície bidimensional, a fim de colori-la, atribuindo-lhe matizes, tons e texturas.
Em um sentido mais específico, é a arte de pintar uma superfície, tais como papel, tela, ou uma parede (pintura mural ou de afrescos). A pintura a óleo é considerada por muitos como um dos suportes artísticos tradicionais mais importantes; muitas das obras de arte mais importantes do mundo, tais como a Mona Lisa, são pinturas a óleo.
Diferencia-se do desenho pelo uso dos pigmentos líquidos e do uso constante da cor, enquanto aquele apropria-se principalmente de materiais secos.
No entanto, há controvérsias sobre essa definição de pintura. Com a variedade de experiências entre diferentes meios e o uso da tecnologia digital, a ideia de que pintura não precisa se limitar à aplicação do "pigmento em forma líquida". Atualmente o conceito de pintura pode ser ampliado para a representação visual através das cores. Mesmo assim, a definição tradicional de pintura não deve ser ignorada.
História
Tudo começou há mais de 40.000 ano antes de Cristo. Pode-se dizer que desde as cavernas o ser humano produz pinturas.
Na pré-história a tinta era conseguida a partir de madeira, ossos queimados, cal, terra, minérios em pó, misturados à água ou à gordura dos animais.
Durante muitos séculos os templos, as igrejas, os palácios e as casas eram decorados com pinturas feitas com pigmentos misturados à argamassa fresca e úmida com que se fazia o acabamento das paredes: os afrescos.
Do século V até o século XVI, na Europa, o pigmento retirado dos elementos da natureza era misturado com gema de ovo e água para obter a tinta conhecida como têmpera. Mas, além de secar muito rapidamente, a têmpera, ao endurecer, rachava-se.
No início do século XV, os pintores começaram a misturar os pigmentos ao óleo de linhaça. Essa invenção é atribuída ao Jan Van Eyk (1390 – 1441). Já que o óleo demorava mais para secar, foi possível detalhar melhor o trabalho e alcançar mais luminosidade. Algumas cores demoraram muito a surgir e, apenas por volta de 1840, as tintas passaram a ser vendidas em tubos, o que facilitou muito a vida dos artistas, que já não precisava mais fabricar suas tintas. Essa técnica permitiu novos efeitos e formas de acabamento.
Além do pincel, os pintores passaram a usar espátulas e os trabalhos começaram a apresentar uma textura diferente: com relevo e excesso de tinta.
O desenvolvimento da indústria colocou a disposição dos artistas uma infinidade de recursos favorecendo a uma liberdade ilimitada para trabalhar com os materiais.

Escultura é uma arte que representa imagens plásticas em relevo total ou parcial. É a técnica de representar figuras ou organizar formas em três dimensões – comprimento, largura e altura -, esculpindo ou combinando elementos.  Existem várias técnicas de trabalhar os materiais, como cinzelação, a fundição, a moldagem ou a aglomeração de partículas para a criação de um objeto. Vários materiais se prestam a esta arte, uns mais perenes como o bronze ou o mármore, outros mais fáceis de trabalhar, como a argila, a cera ou a madeira. Embora possam ser utilizadas para representar qualquer coisa, ou até coisa nenhuma, tradicionalmente o objetivo maior foi sempre representar o corpo humano, ou a divindade antropomórfica.
Técnicas, formas e materiais utilizados
Através da maior parte da história, permaneceram as obras dos artistas que utilizaram-se dos materiais mais perenes e duráveis possíveis como a pedra (mármore, pedra calcária, granito) ou metais (bronze, ouro, prata). Ou que usavam técnicas para melhorar a durabilidade de certos materiais (argila, terracota) ou que empregaram os materiais de origem orgânica mais nobres possíveis (madeiras duráveis como ébano, jacarandá, materiais como marfim ou âmbar). Mas de um modo geral, embora se possa esculpir em quase tudo que consiga manter por pelo menos algumas horas a forma idealizada (manteiga, gelo, cera, gesso, areia molhada), essas obras efêmeras não podem ser apreciadas por um público que não seja coeso.
A escolha de um material normalmente implica na técnica a se utilizar. A cinzelação é a aplicação de peças metálicas: ouro, bronze, prata, etc., em obras de artes esculpidas; modelagem -  consiste em elaborar esculturas inéditas onde são utilizados materiais macios e flexíveis, facilmente modeláveis, como a cera, o gesso e a argila. No caso da argila, a escultura será posteriormente cozida, tornando-se resistente.

A modelagem é, também, o primeiro passo para a confecção de esculturas através de outras técnicas, como a fundição e a moldagem; a fundição, quando se verte metal quente em um molde feito com outros materiais. Modernamente, novas técnicas, como dobra e solda de chapas metálicas, moldagens com resinas, betão armado (concreto) ou plásticos, ou mesmo a utilização da luz coerente para dar uma sensação de tridimensionalidade, tem sido tentadas e só o tempo dirá quais serão perenes (que dura muitos anos).
Através do tempo, algumas formas especificas de esculturas foram mais utilizadas que outras: O busto, espécie de retrato do poderoso da época; a estátua equestre, tipicamente mostrando um poderoso senhor em seu cavalo; Fontes de água, especialmente em Roma, para coroar seus fabulosos aquedutos e onde a água corrente tinha um papel a representar; estátua, representando uma pessoa ou um deus em forma antropomórfica; Alto ou Baixo-relevo, o modo de ilustrar uma história em pedra ou metal; mobiliário, normalmente utilizado em jardins.
Referências


Referências:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Especial:Search?search=litogravura&fulltext=Pesquisa
OLIVEIRA, Jô. GARCEZ, Lucíclia. Explicando a Arte. Ediouro. 3ª edição. Rio de Janeiro 2002
http://www.xenia.com.br/jornal/grafite2.htm