"A arte é a contemplação: é o prazer do espírito que penetra a natureza e descobre que ela também tem uma alma. É a missão mais sublime do homem, pois é o exercício do pensamento que busca compreender o universo, e fazer com que os outros o compreendam." (Auguste Rodin)
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quarta-feira, 21 de novembro de 2012
2ª SÉRIE - 3ª UNIDADE - ARTE ROMANA
A cidade de Roma originou-se de uma pequena
aldeia de pastores e agricultores, situada às margens do Rio Tibre, numa região
que permitia a comunicação entre a Etrúria e a Grécia, as duas áreas mais
dinâmicas da Península Itálica entre os séculos XIII e VI a.C.
A arte romana desenvolveu-se durante os
quase seis séculos que vão da terceira Guerra Púnica (146 a.C) ao séc. IV d.C.
Esta sofreu fortes influências por parte da arte etrusca (na técnica), grega
(na decoração) e oriental (na monumentalidade). Contudo, os romanos souberam
adaptar tais influências ao seu gosto nacional, e criaram um estilo que, embora
derivado de outros, não deixa de ser inconfundivelmente romano.
Os romanos já conheciam os termos e métodos
de representação dos gregos muito antes de entrar em contato direto com o mundo
grego, e foi através da Etrúria que adquiriram este conhecimento e também,
também grande parte das características independentes da arte romana origina-se
da tradição ítalo-etrusca: o entusiasmo pelo retrato realista, especialmente o
busto – retrato, o fascínio pela decoração luxuosa, o prazer no mundo da
natureza.
ARQUITETURA
Herdeiros e continuadores da cultura grega,
os romanos praticamente nada inovaram em matéria de arte. Mas a sua
contribuição original dá-se, no campo da arquitetura, na valorização do espaço
interno e na compreensão da dupla importância, estética e estrutural, de
elementos como o arco e a abóbada que foram um dos legados culturais mais
importantes que os etruscos deixaram aos romanos. Esses dois elementos
arquitetônicos desconhecidos na Grécia permitiram aos romanos criar amplos
espaços internos, livres do excesso de colunas, próprios dos templos gregos.
O arco foi uma conquista que permitiu
ampliar o vão entre uma coluna e outra, pois nele o centro não se sobrecarrega
mais que as extremidades e, assim, as tensões são distribuídas de forma mais
homogênea. Além disso, como o arco é constituído com blocos de pedra, a tensão
comprime esses blocos, dando-lhe maior estabilidade.
A arquitetura se caracterizou pelo uso de
três elementos principais: o arco, a abóbada e a cúpula, que os romanos
receberam como herança do domínio etrusco, ampliando o seu uso a um grande
número de construções. Ao lado desses elementos, as colunas, principalmente o
estilo Jônico, foram também muito empregadas sobre tudo nos templos.
Exemplo: Aqueduto romano, arcada do templo
de Júpiter em Terracina século I a.C.
Arco do Triunfo do Imperador Tito, abóbada
do Panteon – Templo dedicado a todos os deuses, Coliseu – anfiteatro.
Os templos romanos assemelhavam-se aos
gregos, tanto na estrutura como na função. Não eram lugares de reunião dos
fiéis mas apenas a morada dos deuses.
Até mesmo o culto era celebrado num altar
que ficava fora dos templos. Os gregos também forneceram os modelos para os
teatros romanos que serviram ainda a construção dos circos e anfiteatros.
As
características gerais da arquitetura romana são:
• procura do útil imediato, senso de
realismo;
• grandeza material, realçando a ideia de
força;
• energia e sentimento;
• predomínio do caráter sobre a beleza
• originalidade: urbanismo, vias de
comunicação, anfiteatro, termas.
No começo, dominada pela influência etrusca
– o traçado de cidades, casas, templos e abóbadas, adquiri-se estilo próprio
com a descoberta do cimento (século II a.C.) e da construção em tijolos, e o
resultante desenvolvimento da construção das abóbadas, cujas variações aparecem
em portas e portões, anfiteatros e teatros, pontes e arcos de triunfo.
Outra criação original dos arquitetos
romanos são as termas. Seu conjunto cobria, nas cidades grandes, um espaço
considerável, consistiam, fora dos banhos propriamente ditos, de sauna
(caldarium, tepidarium, frigidarium) e de numerosos estabelecimentos anexos. As
termas de banho simples são, por exemplo, as do Foro (80 a.C.), que tinham duas
seções, para acomodar homens e mulheres separadamente.
No início, os edifícios de espetáculos eram
de madeira. Pompeu construiu o primeiro teatro de alvenaria, em Roma.
Do conjunto arquitetural da cidade romana
faziam ainda os portões, colunas comemorativas (de Daílio, 260 a.C.) e os
arcos, que em sua origem são de triunfo e depois construídos por razões
diversas.
A
planta das casas romanas era rigorosa e invariavelmente desenhada a partir de
um retângulo básico.
Ao
entrar em contato com os gregos, durante o período helenístico, os romanos
apreciaram muito a flexibilidade e a elegância das moradias gregas. Mas admiraram,
sobretudo o peristilo (galeria de colunas em volta de um pátio ou de um
edifício) que havia no pátio de muitas casas.
Como
eram zelosos de suas tradições, os romanos não quiseram alterar muito a planta
de suas casas, mas encontraram uma solução para incorporar os elementos que
admiravam: acrescentaram, nos fundos da casa, um peristilo em torno do qual se
dispunham vários cômodos o restante da construção seguia o esquema tradicional.
Os imperadores e patrícios (classe social
romana) construíram vilas suntuosas para morar, enquanto o povo habitava em
casas unifamiliares de dois andares (o domus), ou em casas populares com quatro
ou cinco andares (conjuntos habitacionais).
A via
Ápia
em Roma é uma sucessão de túmulos não só de ricos senhores romanos, mas também
de pessoas do povo. Para construir seus monumentos e habitações, os romanos
colocavam pedra, sobre pedra. Eles usavam uma técnica construtiva muito eficaz
ligando blocos de argila cozida além de tufo (denominação dada aos calcários
com grandes poros, gerados por fontes de águas ricas em bicarbonato de cálcio)
e pedra com betume e trapos torcidos.
O
anfiteatro Flávio,
um dos mais importantes e mais belos dos edifícios de Roma, recebeu o nome de
Coliseu, talvez por causa da gigantesca estátua de Nero erguido nos arredores.
O seu exterior era ornamentado por esculturas, que eram abrigadas pelos arcos,
por três andares com as ordens de colunas gregas, e a sua planta tem a forma
elíptica, os muros são de blocos soldados com betume e lajes de mármore ligadas
com ganchos de ferro.
O Coliseu foi inaugurado pelo imperador
Tito no ano de 80. A sua função era ser um circo dedicado a espetáculos
sanguinolentos, nele realizavam-se combates entre gladiadores, caça a animais
ferozes e até batalhas navais, graças a um sistema hidráulico que permitia o
alagamento da pista. Cada espetáculo podia ser assistido por cerca de 50 mil
pessoas. Sua estrutura principal é construída com uma espécie de concreto, e
trata-se de uma obra-prima de engenharia e planejamento eficiente, com
quilômetros de galerias e abóbadas para assegurar o fluxo regular do tráfego em
volta da arena.
Arcos
de Triunfo:
eram construídos tendo o objetivo de homenagear os imperadores e generais
vitoriosos.
A
coluna triunfal:
era ao mesmo tempo um monumento comemorativo e funerário. A mais famosa é a de
Trajano, característica pelo seu friso em espiral que narra os feitos do
Imperador em baixos relevos no fuste.
Nem todos os templos resultaram da soma da
tradição romana e dos ornamentos gregos. Enquanto a concepção arquitetônica
grega criava edifícios para serem vistos do exterior, a romana procurava criar
espaços interiores. O Panteão, construído em Roma, durante o reinado do
Imperador Adriano, é certamente o melhor exemplo dessa diferença.
Planejado para reunir a grande variedade de
deuses existentes em todo o Império, esse templo romano, com sua planta
circular fechada por uma cúpula, cria um local isolado do exterior onde o povo
se reunia para o culto.
Ao lado da arquitetura civil, há a
religiosa, modesta e sem estilo ainda definido nos templos mais antigos
restaram alguns vestígios (templo de Júpiter Capitolino, Saturno, Ceres, todos
em Roma). Eram decorados por artistas etruscos, de visível influência grega.
A construção mais impressionante é o Santuário
da Fortuna Primogênia, na Palestina. Um monumental conjunto de edifícios
construídos de uma série de terrenos superpostos apoiados na encosta de uma
coluna, sustentados por abóbadas de concreto a arcos. A construção em concreto
é combinada com um emprego decorativo e, em parte estrutural, da arquitetura
colunar clássica. Pilastras e meias colunas para decorar os espaços entre os
arcos.
Os romanos também modificaram a linguagem arquitetônica que haviam
recebido dos gregos, uma vez que acrescentaram aos estilos herdados (dórico,
jônico e coríntio) duas novas formas de construção: os estilos toscano e
composto.
O estilo toscano era uma espécie de ordem
dórica sem estrias no fuste. E no estilo compósito, o capitel foi criado a
partir da mistura de elementos jônicos e coríntios. O Pantheon romano.
A ordem Coríntia foi adotada como a ordem
romana por excelência devido a suas possibilidades decorativas mais ricas, e as
combinações de ordens que parecem ter agradado tanto os romanos, levaram a
criação do capitel Compósito, fusão do Jônico e Coríntio. A severa ordem Dórica
foi quase inteiramente rejeitada para construção em grande escala.
ESCULTURA
Os
romanos eram grandes admiradores da arte grega, mas por temperamento eram muito
diferentes dos gregos. Por serem realistas e práticos, suas esculturas são uma
representação fiel das pessoas e não a de um ideal de beleza humana, como
fizeram os gregos.
No
entanto, ao entrar em contato com os gregos, os escultores romanos sofreram
forte influência das concepções helenísticas a respeito da arte, só que não
abdicaram de um interesse muito próprio: retratar os traços particulares de uma
pessoa. O que acabou acontecendo foi uma acomodação entre a concepção artística
romana e grega.
Os romanos costumavam dedicar especial
apreço pelas obras totalmente naturalistas, dinâmicas e proporcionadas da
estatuária grega. Diante da impossibilidade de transportar as obras mais
valiosas de Fídias, Policreto ou Praxíteles, eles tomaram providências no
sentido de que seus próprios escultores as copiassem. Isso fez com que
surgissem importantes escolas de copistas. Pode-se dizer que quase todas logo
atingiram um excelente nível de realização. Desse modo, a arte estatuária do
império compensou com quantidade sua falta de originalidade. Encontrando na
escultura a maneira ideal de perpetuar a história e seus protagonistas,
proliferaram no âmbito dessa arte romana os bustos, retratos de corpo inteiro e
estátuas eqüestres (referente a cavalaria ou cavaleiros), de imperadores e
patrícios, os quais passaram desse modo à posteridade, alçados praticamente à
categoria de deuses.
A narração de fatos históricos e a
reprodução de campanhas militares tomaram forma de relevos. Num primeiro
momento foram utilizados como suporte os frontispícios de templos e arcos de
triunfo. No entanto, não demorou muito para essas superfícies se tornaram um
espaço exíguo (de pequenas proporções; diminuto) para conter volume dos
acontecimentos que deviam transmitir. Foi dessa maneira que nasceram as colunas
comemorativas, ao redor das quais se esculpiam as imagens das batalhas do
império. A riqueza de detalhes era uma característica desse trabalho.
Bustos: Apesar de serem
grandes admiradores da arte grega, os romanos desenvolveram um estilo próprio.
Tendo começado como uma forma ancestral de veneração que remota aos tempos
pré-históricos. Esse costume tornou-se uma maneira conveniente de demonstrar a
importância e continuidade de uma família – um hábito que continua praticamente
inalterado em nossos dias, através da exposição de retratos de família. Quando
morria o chefe de uma família importante, fazia-se uma imagem em cera do seu
rosto, e essas imagens eram preservadas pelas gerações subseqüentes e
carregadas nos cortejos funerários da família.
O rosto era a parte mais importante das
peças sendo desenvolvidas ao máximo as tendências realistas. O retrato
baseava-se em grande parte no culto dos antepassados reproduzindo o rosto do
falecido num material perdurável. Os romanos primavam pelo realismo fazendo
representações fiéis das pessoas e não pelo idealismo de beleza humana como os
gregos. Retratavam os imperadores e homens da sociedade. Busto do imperador
Hadrianus. Octávio Augusto, influência grega.
PINTURA
A maior parte das
pinturas romanas que conhecemos hoje provém das cidades de Pompéia e Herculano,
que foram soterradas pela erupção do Vesúvio em 79 d.C. Uma característica da
arte romana é o realismo. As cores mais utilizadas nos afrescos de Herculano e
Pompéia foram o amarelo e o vermelho, cores que simbolizam o fogo, no colorido
os romanos empregavam as cores preto, o vermelho e o azul conseguindo uma
harmonia cheia de contrastes.
Os estudiosos da pintura existentes em
Pompéia classificam a decoração das paredes internas dos edifícios em quatro
estilos.
Primeiro estilo: recobrir as paredes de uma sala com uma camada de gesso pintado; que
dava a impressão de placas de mármore.
Segundo estilo: Os artistas começaram então a pintar painéis que criavam a ilusão de janelas abertas por onde eram vistas paisagens com animais, aves e pessoas, formando um grande mural.
Terceiro estilo: representações fiéis da realidade e valorizou a delicadeza dos pequenos detalhes.
Quarto estilo: um painel de fundo vermelho, tendo ao centro uma pintura, geralmente cópia de obra grega, imitando um cenário teatral.
A pintura tinha uma variedade de temas como
cenas domésticas, retratos, animais e cenas da vida quotidiana. A maior
inovação da pintura romana, comparada com a grega, foi o desenvolvimento das
paisagens, incorporando técnicas de perspectiva e profundidade. Outro gênero
muito explorado foi o das pinturas triunfais onde se descreviam entradas
triunfais após vitórias militares, representando episódios das batalhas e das
cidades e regiões conquistadas.
A pintura romana sempre esteve
estreitamente ligada à arquitetura, e sua finalidade era quase exclusivamente
decorativa. Já no século II a.C., na época da república, disseminou-se entre as
famílias patrícias, empenhadas em exibir sua riqueza, o peculiar costume de
mandar que se fizessem imitações da opulenta decoração de templos e palácios,
tanto na casa em que viviam quanto naquelas em que passavam o verão. Graças a
um bem-sucedido efeito ótico, chegavam a simular nas paredes portas
entreabertas que davam acesso a aposentos inexistentes.
MOSAICO
O desenvolvimento do mosaico se deu na época do império com cenas de trabalho e figuras de personalidades famosas.
O desenvolvimento do mosaico se deu na época do império com cenas de trabalho e figuras de personalidades famosas.
O mosaico foi muito utilizado na decoração dos muros e pisos da arquitetura em geral. Partidários
de um profundo respeito pelo ambiente arquitetônico, adotando soluções de clara
matriz decorativa. As cores vivas e a possibilidade de colocação sobre qualquer
superfície e a duração dos materiais levaram os mosaicos prevalecer sobre a
pintura. Nos séculos seguintes, tornaram-se essenciais para medir a ampliação
das primeiras igrejas cristãs.
São notáveis as pinturas murais e os
mosaicos que eles executaram principalmente no século XVIII.
ARTES MENORES
Por influência etrusca, as chamadas artes
menores ganham especial atenção dos romanos. Moedas e medalhas, além das
indicações históricas que fornecem alcançam por vezes a categoria de
obra-prima. Os trabalhos em marfim tiveram seu grande apogeu no período bizantino,
enquanto as oficinas dos ceramistas produziram, em muitas províncias, notáveis
vasos decorativos em relevo. Os mais conhecidos e apreciados procedem de
Arezzo.
As artes santuárias de Roma não dispensam
taças de cristal lapidadas, e jóias de ouro, minuciosamente trabalhadas.
As armaduras e elmos (espécie de capacete
que protegia a cabeça nas armaduras antigas) de bronze, trabalhados em relevo
com motivos guerreiros ou mitológicos, eram parte indispensável na indumentária
dos gladiadores.
Os objetos de uso doméstico eram geralmente
de bronze (lâmpadas, ferramentas, armas, etc.), alguns dos quais verdadeiras
obras de arte. Da prataria possuímos peças de grande valor artístico “tesouro”
de Hildesheim, Boscoreale, Berthouville, as melhores sendo obras de artistas
gregos. A ornamentação pode ser em estilo alexandrino ou puramente romano
(cenas da história contemporânea).
REFERENCIAS: CALABRIA, Carla Paula Brond.
MARTINS, Raquel Valle. Arte, História e Produção. FTD. Vol 2. 1997.
PROENÇA, Graça. História da Arte. Ática.
2000.
CANTELE, Bruna R. Arte,etc e tal... IBEP.
Vol.2 São Paulo. 1998.
Revista: Roma História, Mitos e Lendas
3ª Série - ARTE RENASCENTISTA - 3ª Unidade
No fim da Idade Média, o comércio desenvolveu-se na Itália, beneficiado por sua situação geográfica, às margens do Mediterrâneo. Surge a burguesia, nova classe média que, com dinheiro, para patrocinar as artes. O interesse é pela produção da antiguidade clássica, pelas tradições grega e romana. É esse o contexto do período conhecido como Renascimento: Renovação cultural que teve início na península Itálica no decorrer do século XIV. Sob influência da cultura greco-romana, esse movimento influenciou as artes, a literatura, a ciência e a filosofia e difundiu-se por várias regiões da Europa. Tal nome sugere um súbito reviver dos ideais greco-romanos, o que não é de todo correto: mesmo no período medieval o interesse pela cultura clássica não desapareceu. Exemplo disso é Dante Alighieri (1265-1321), poeta italiano que manifestou entusiasmo pelos clássicos. Também nas escolas das catedrais e dos mosteiros, autores latinos e filósofos gregos eram muito estudados.
Podemos
considerar como causas da Renascença:
- o renascimento comercial e urbano;
- o fortalecimento da burguesia;
- o passado clássico na península itálica;
- a vinda dos sábios bizantinos.
- o renascimento comercial e urbano;
- o fortalecimento da burguesia;
- o passado clássico na península itálica;
- a vinda dos sábios bizantinos.
Características
da Cultura Renascentista:
A cultura renascentista teve 4 características
marcantes: racionalismo,
experimentalismo, individualismo e antropocentrismo. Os renascentistas eram
convictos que a razão era o único caminho para se chegar ao conhecimento, e que
tudo podia ser explicado pela razão e ciência. Para eles tudo poderia ser
provado através de experiências científicas, daí o nome de
experimentalismo.
O Individualismo
nasceu da reflexão de alguns homens sobre os problemas humanos e da necessidade
do homem conhecer a si próprio. Buscavam afirmar sua própria personalidade,
mostrar seus talentos etc. Por fim, a cultura renascentista, com seu caráter
humanista, colocava o homem com a suprema criação de Deus e como o centro do
universo (antropocentrismo), numa
clara atitude de valorização do ser humano. A cultura renascentista, contudo,
não teve raízes populares, foi uma cultura de elite desfrutada principalmente
pela burguesia mercantil. As camadas populares foram meras observadoras das
realizações intelectuais e artísticas durante o momento. Mesmo entre os artista,
poucos foram os que, como o holandês Pieter Bruegel o Velho e o espanhol
Murillo, retrataram a vida camponesa e as condições de vida dos pobres.
Os
participantes dessa renovação – os renascentistas rejeitaram a cultura
medieval, presa aos padrões definidos pela Igreja Católica, e passaram a
defender e explorar a diversidade de ideias e o espírito crítico.
Com a afirmação do individualismo e do
racionalismo, valores supremos da modernidade, o Renascimento situa-se na
transição da sociedade feudal para a sociedade burguesa, na passagem da Idade
Média para a Idade Moderna.
No final da Idade Média (séculos XIV e XV),
graças à ascensão de alguns centros comerciais italianos (Veneza, Nápoles,
Florença, entre outros), houve um grande desenvolvimento nas navegações, pois
os comerciantes precisavam de novos mercados para vender seus produtos. Em
busca desses mercados, Cristóvão Colombo chega à América (1492) e Pedro Álvares
Cabral ao Brasil (1500). Com o fortalecimento do comércio, o Feudalismo entrou
em decadência e muitos comerciantes adquiriram verdadeiras fortunas, intervindo
de forma direta na política. Eles encontraram nas letras e nas artes uma forma
de prestígio, mas sempre com o intuito de ostentar o poder. Foi assim que os mecenas, nobres comerciantes que
protegiam os artistas e empregavam suas riquezas nas artes e nos estudos,
promoveram um grande desenvolvimento intelectual. O que importava era voltar às
fontes da cultura clássica e fazer “renascer” (daí o nome Renascimento) o esplêndido legado deixado pelos gregos e romanos a
humanidade.
Entre as redescobertas da cultura
greco-romana o homem renascentista organiza o ideal do humanismo, movimento
intelectual que colocava o homem como centro do Universo. O propósito do
humanismo era desenvolver no homem o espírito crítico e a confiança em si
mesmo.
Os intelectuais passaram a questionar a
autoridade da Igreja e atribuíram maior importância ao ser humano e à razão.
Nem por isso o Cristianismo deixou de ser a religião dominante na Europa desse
período, mas o homem já não era o mesmo fez com que os tesouros artísticos e
literários da Antiguidade greco-romana fossem valorizados, e os artistas
renascentistas criaram obras de arte magníficas, enfatizando a beleza física do
homem e da mulher.
A técnica da pintura desenvolveu-se
rapidamente, pois os artistas precisavam retratar o burguês, sua família e os
objetos de luxo de sua residência com minúcias de detalhes.
A escultura renascentista foi marcada pela
expressividade e pelo naturalismo. A xilogravura passou a ser muito utilizada
nesta época.
Características:
ü
Inspiração
em modelos greco-latinos (pertencente ou relativo à Grécia e a Roma), de onde
se extrai a unidade, o equilíbrio e a harmonia.
ü
Exaltação
do homem, revelada na valorização da beleza física, na representação dos nus e
na busca da perfeição anatômica, como se pode observar nas obras de
Michelangelo.
ü
Gosto
pela ostentação (luxo).
ü
Volta
à natureza como fonte de inspiração.
ü
Expressão
natural e dinamismo, com figuras plena de movimento.
ü
A
escultura e a pintura adquiriram autonomia
A
PINTURA RENASCENTISTA
De um modo geral, os pintores da renascença
procuravam reproduzir a realidade, sob a influência do ideal de beleza grego. O
espírito clássico, a ordem e as formas simétricas são traços marcantes dessa pintura.
Podemos distinguir três grandes escolas com
características próprias: a florentina, de Florença, que se caracterizou pelo
racionalismo demonstrado tanto pelo predomínio da linha sobre a cor, como pelo
"sfumato"; a veneziana (de Veneza), caracterizada pelo sentimento,
pela emoção, o predomínio da cor sobre o desenho ou a linha; e a romana, que
tenta equilibrar linha e cor, razão e sentimento.
A pintura renascentista inovou com a
descoberta da perspectiva, que permite abordar o espaço e a luz de maneira
realista. Além disso, a nova técnica da pintura a óleo possibilitou novas
associações e graduações da cor. Por fim, o surgimento de novos suportes, como
a tela e o cavalete e a imprensa, permitiram uma circulação mais fácil das
obras e do pensamento.
Surgimento de artistas com um estilo pessoal,
diferente dos demais, já que o período é marcado pelo ideal de liberdade e,
consequentemente, pelo individualismo.
Características da pintura:
*
Perspectiva: arte de figura, no
desenho ou pintura, as diversas distâncias e proporções que têm entre si os
objetos vistos à distância, segundo os princípios da matemática e da geometria.
* Uso
do claro-escuro: pintar algumas áreas iluminadas e outras na sombra. Esse
jogo de contrastes reforça a sugestão de volume dos corpos.
* Realismo:
o artista do Renascimento não vê mais o homem como simples observador do mundo
que expressa à grandeza de Deus, mas como a expressão mais grandiosa do próprio
Deus. E o mundo é pensado como uma realidade a ser compreendida cientificamente,
e não apenas admirada.
*
Inicia-se o uso da tela e da tinta à óleo.
A tinta a óleo surgiu na Itália em meados do
século XV, e foi usada para retratar importantes momentos históricos e produzir
obras de suma importância cultural. A pintura a óleo foi inovadora por permitir
mudanças na produção da pintura, sendo o óleo um novo pigmento aglutinante, que
permitia uma grande inovação na gama de cores das tintas.
As principais obras de pintura a óleo foram
Mona Lisa e A Última Ceia, de Leonardo Da Vinci;
O
Renascimento na Itália
Berço da Renascença, a Itália tem em Florença
a capital da arte renascentista.
O Renascimento italiano atravessa três
períodos:
O
Trecento,
considerado por alguns estudiosos, como pré-renascentista, por ser o momento
inicial desse movimento. As características desse momento foram a valorização
do indivíduo e dos detalhes humanos e a ruptura com o imobilismo e a hierarquia
da pintura medieval. Eram traços diretamente relacionados ao pensamento
humanista. Anunciado nos fins do século XIII, com o escultor Nicolau de Pisa e
acentuado no século XIV com Giotto que explorou a técnica do afresco. Ao invés
dos personagens da arte medieval, Giotto esforçou-se para dar vida, movimento e
expressão às figuras e às cenas que pintou.
Giotto
di Bondone
(1266 – 1337) e Simone Martini, duas
personalidades diferentes a procura de novos caminhos.
Giotto
procurou o real, o vivo, o dramático, retratou as figuras sagradas como se
fossem pessoas comuns. Suas paisagens são desenhadas de forma natural e seus
afrescos coloridos estimulam os sentidos, não a contemplação.
Simone Martini procurou a graça, a elegância
e a suavidade.
Cita-se
como tópicos dessas características os quadros “Lamentação sobre Cristo Morto”
de Giotto e “Anunciação” de Simone Martini. No primeiro tudo nos fala de
desespero e revolta, é um grito contra a morte inevitável. Há uma atmosfera de
tensão e suspense, que nos chama à participação. Já na “Anunciação” a
graciosidade dos movimentos, seja do aristocrático Anjo ou da afetada Virgem, a
elegância linear e decorativa, que chega ao exagero do tratamento das asas e da
auréola, são elementos que nos convida ao recolhimento espiritual
Outros artistas: Cimabue, Juctio, Cavalinni,
Pisanello, Andrea de Firenze, os Lorenzetti.
O
Quatrocento,
idade de ouro do Renascimento, no século XV, quando as artes contam com a
proteção dos mecenas, como Lourenço de Médici, o Magnífico, Júlio II e Leão X,
revelando-se, então, os maiores gênios artísticos.
No Quatrocento, os
artistas procuraram aperfeiçoar suas técnicas aproximando-se da ciência. Os
pintores passaram a fazer uso da geometria e criaram perspectiva, recurso que
lhe permitia reproduzir na tela cenas tridimensionais. A pintura desabrocha num
momento verdadeiramente revolucionário, rompendo os laços que a prendiam à
tradição gótica. A arte de simbólica passa a ser representativa, já que a
presença de Deus não é mais a única imagem digna de ser figurada.
No Renascimento, em imagens religiosas ou
profanas, a beleza da mulher é outra vez enaltecida, os artistas retomam a
lição dos Gregos. Desvinculando-se dos laços que a atavam com a religião, a
arte respira um ar de liberdade e a natureza é o foco das atenções. Procura-se
a harmonia, as proporções das formas. A pintura consegue, como nunca, dar às figuras
uma ilusão de vida, de volume, e às paisagens um sentido de profundidade
inteiramente novo. O artista modela os rostos e os corpos femininos buscando,
outra vez, uma beleza ideal, a perfeição absoluta.
Artistas:
Fra
Angelico
(1400 – 1455) seguiu as tendências de Masaccio, mas por respeitar seriamente os
seus votos, suas obras possuem como tema principal a religião. Uma das suas
obras mais belas é Anunciação, que está no mosteiro de São Marcos, em Florença.
Masaccio (1401 – 1428). Foi o
primeiro pintor do século XV a conceber a pintura como imitação fiel do real,
como a reprodução das coisas tal como elas são.
O seu realismo é tão cuidadoso que ele parece
ter a intenção de convencer o observador a respeito da realidade da cena
retratada.
Morreu aos 27 anos e deixou obras que
retratam as formas humanas com impressionante beleza. Uma das obras mais
importantes é o afresco “A Santíssima Trindade” da igreja de Santa Maria
Novella, em Florença.
Obras: Adão e Eva Expulsos
do Paraíso, São Pedro Distribuí aos Pobres os Bens da Comunidade, São Pedro
cura os Enfermos.
Piero
della Francesca
(1410 – 1492). Para ele a pintura resulta da combinação de figuras e do uso de
áreas de luz e sombra. Seu universo é representado de uma forma geométrica e
estática. As cenas que suas obras
mostram servem como suporte para a apresentação de uma composição geométrica.
Obras: Batismo de Jesus,
Nossa Senhora com o Menino e Santos, Ressurreição de Jesus.
Sandro Filipe Botticelli (1444 – 1510) foi
considerado o artista que melhor expressou, através do desenho, um ritmo suave
a gracioso para as figuras pintadas. Os temas de seus quadros – quer tirado da
Antiguidade grega, quer tirado da tradição cristã foram escolhidos segundo a
possibilidade que lhe proporcionavam de expressar seu real de beleza. Para ele
a beleza estava associada ao ideal cristão da graça divina. Por isso, as
figuras humanas de seus quadros são belas porque manifestam a graça divina, e,
ao mesmo tempo, melancólicas porque supõem que perderam o Dom de Deus.
Uma das características comuns em suas
obras é a leveza dos corpos, esguios e desprovidos de força: eles parecem
flutuar, expressando suavidade e graça.
Paollo
Uccello
( 1393 – 1475) procura compreender o mundo segundo os conhecimentos científicos
do seu tempo e, em suas obras, tenta recriar a realidade segundo princípios
matemáticos. Por outro lado, sua imaginação corteja as fantasias medievais, o
mundo lendário de um período que estava se constituindo num passado superado.
Outro aspecto importante de sua pintura é a
representação do momento em que um movimento está sendo contido.
Obras: São Jorge e o Dragão, Batalha de São
Romão.
O Cinquecento, século XVI, período da maturidade do
Renascimento. O Renascimento torna-se um movimento universal europeu, porém
inicia sua decadência.
Ocorrem então
manifestações maneiristas, e a Contra reforma instaura o Barroco:
Artistas:
Leonardo
da Vinci
(1452 – 1519) foi o talento mais versátil do Renascimento. Desenhista, pintor,
escultor, engenheiro e arquiteto, realizou vários trabalhos e pesquisas
aprofundando-se nos mais diversos setores do conhecimento humano, entre eles
anatomia, botânica, mecânica, hidráulica, óptica, arquitetura e astronomia. Nas
artes, seus estudos de perspectiva são considerados insuperáveis. O sfumato, técnica
de uso de tons claros e escuros, foi utilizado em suas obras de forma
magistral.
Pouco tempo dedicou à
pintura e poucas obras deixou, mas nessas poucas obras elevaram-se a uma
criação de maneira extraordinária, que por se bastariam para justificar todo o
período histórico em que se produziram. Entre seus quadros estão o mais famoso
do mundo “A Gioconda” (Mona Lisa) e o mais reproduzido: “A Santa Ceia”. Pintou
também: ”A Virgem dos Rochedos”, “A Adoração dos Magos” (inacabado), “São
Jerônimo”, “Santana, a Virgem e o Menino”, “São João Batista”, “A Anunciação”,
etc.
Michelangelo Buonarroti ( 1475 – 1564) Arquiteto, pintor, poeta e escultor, um dos
maiores representantes do Renascimento. Suas pinturas possuem caráter
escultórico. Sua carreira, aliás, começou como escultor.
Como arquiteto,
trabalhou na cúpula da igreja de São Pedro, em Roma e mais tarde em 1542
realizou o “Juízo Final”, na mesma capela.
Como pintor sua maior obra é a pintura do teto da capela Sistina. Embora
tenha concordado em realizar esta obra não se considerava em primeiro lugar
escultor. As poses das figuras na capela Sistina baseiam-se em famosas
esculturas gregas e romanas, que Michelangelo estudava minuciosamente.
Rafael Sanzio (1483 – 1520) foi considerado o pintor que
melhor desenvolveu na Renascença, os ideais clássicos de beleza: harmonia e
regularidade de formas e de cores. Para elaborar poses e expressões, Rafael
planejava detalhadamente suas obras e fazia centenas de desenhos preliminares a
partir de modelos vivos. Depois, transferi-os para os afrescos, conseguindo,
assim formas equilibradas numa única obra. Tornou-se muito conhecido como
pintor das figuras de Maria e Jesus e seu trabalho realizou-se de modo tão
precisamente elaborado que se
transformou em modelo para o ensino acadêmico de pintura.
Suas obras comunicam
ao observador um sentimento de ordem e segurança, pois os elementos que compõem
seus quadros são dispostos em espaço amplos, claros e de acordo com uma
simetria equilibrada. Expressou sempre de forma clara e simples os temas pelos
quais se interessou.
Obras: “A Libertação de São Pedro”, “A
Transfiguração e a Escola de Atenas” (afresco pintado no Palácio do Vaticano).
Ticiano (1490 – 1576). Foi o maior pintor da escola
veneziana. Produziu obras religiosas, mitológicas e retratos utilizando cores
vivas e movimentos que mais tarde serviram de base para outros artistas. Suas
obras têm um grande apego à vida e à beleza feminina. A paisagem, com
frequência, é mais importante que as figuras.
De início, ele escandaliza por sua predileção
em pintar cenas bíblicas com nus ou em paisagens reconhecidamente venezianas.
Passa então a fixar cenas da mitologia grega, livrando-se, assim, dos críticos
puristas.
A ESCULTURA RENASCENTISTA
Seguindo as linhas do pensamento humanista e
o resgate dos valores greco-romanos, a escultura renascentista deu ênfase à
importância do homem e suas atividades. Os escultores ficaram conhecidos por
seus relevos e pelas ornamentações de púlpitos (a parte elevada da igreja em
que o padre prega aos fiéis).
A escultura renascentista desempenha um papel
decisivo no estudo das proporções antigas e a inclusão da perspectiva
geométrica. As figuras, até então relegadas ao plano de meros elementos
decorativos da arquitetura, vão adquirindo pouco a pouco total independência.
Já desvinculadas da parede, são colocadas em um nicho, para finalmente
mostrarem-se livres, apoiadas numa base que permite sua observação de todos os
ângulos possíveis.
O estudo das posturas corporais traz como
resultado esculturas que se sustentam sobre as próprias pernas, num equilíbrio
perfeito, graças à posição do compasso (ambas abertas) ou do contraposto (uma
perna na frente e a outra, ligeiramente para trás). As vestes reduzem-se à
expressão mínima, e suas pregas são utilizadas apenas para acentuar o
dinamismo, revelando uma figura humana de músculos levemente torneados e de
proporções perfeitas.
Outro gênero dentro da escultura que também
acaba sendo beneficiado pela aplicação dos conhecimentos da perspectiva é o
baixo-relevo (escultura sobre o plano). Desse modo, ao mesmo tempo em que se
torna totalmente independente da arquitetura, a escultura adquire importância e
tamanho. Reflexo disso são as primeiras estátuas equestres que dominam as
praças italianas e os grandiosos monumentos funerários que coroam as igrejas
Principais
características
Deixa
de ser apenas um ornamento de edifícios
Recupera
a representação do nu
Proporção
da figura mantendo a sua relação com a realidade
Conjunto
marcado pela monumentalidade e pela proporção
Conjunto
marcado pela sua concepção e geometria
Estudo
do corpo e do caráter humano
Na escultura italiana do Renascimento, dois
artistas se destacaram por terem produzido obras que testemunham a crença na
dignidade do homem.
Escultores:
Michelangelo – Foi o maior
escultor do renascimento. A escultura "Davi" foi feita por encomenda.
Começou a executá-la num bloco de mármore abandonado junto à catedral.
Esculpida com grande técnica, destaca qualidades "superiores" do
homem, como o heroísmo, força, visão dramática e grandiosa do mundo. Se
comparada ao Dorífilo e Policleto, feito no século 5 a.C., fica evidente a
influência estética clássica.
Outras obras: Pietà, Davi, O Crepúsculo e a
Aurora, A Noite e o Dia.
Andrea
del Verrocchio
(1435 – 1488) trabalhou em ourivesaria. Esse fato acabou influenciando a sua
escultura. Observando algumas de suas obras, encontramos detalhes decorados que
lembram as minúcias do trabalho de um ourives. É assim com os arreios do cavalo
do Monumento Equestre a Colleoni, em Veneza, ou nos detalhes da túnica de seu
Davi, em Florença. Mas, Verrocchio foi escultor seguro na criação de volumes e
considerado, na escultura, um precursor do jogo de luz e sombra, tão próprio da
pintura de seu discípulo Leonardo da Vinci.
Outra figura importante da escultura italiana
foi Donatello. Realista, suas figuras são carregadas de verdade humana, com
fortes influências da escultura romana.
ARQUITETURA RENASCENTISTA
No período românico construíam-se templos
fechados. A arquitetura gótica buscou a verticalidade. Já o arquiteto do
Renascimento buscou espaços em que as partes do edifício parecessem
proporcionais entre si. Procurou, ainda, uma ordem que superasse a busca do
infinito das catedrais góticas.
A arquitetura
renascentista também sofreu grandes transformações. A forma típica provém de
duas fontes principais: A reutilização após um intervalo de quase um milênio,
das formas características da arte clássica, ou seja, a arte grega e a arte
romana; e ao mesmo tempo, a aplicação da perspectiva, aquele conjunto de regras
de desenho e matemáticas que permitem reproduzir sobre uma folha de papel, com
exatidão, o aspecto real dos objetos.
O primeiro elemento
respeitava a arquitetura, onde ele construiu segundo as ordens gregas e romanas
(principalmente a Coríntia e a Compósita) palácios, igrejas, vilas, fortalezas
e praças.
Os arquitetos do Renascimento preocupavam-se
em criar ambientes que mostrassem o equilíbrio das linhas. A principal
característica foi a busca de uma ordem e de uma disciplina que superasse o
ideal de infinitude do espaço das catedrais góticas.
As duas formas
arquitetônicas - gótica e renascentista - conviveram durante mais de duzentos
anos, após o que seriam de certa eclipsadas pelo barroco. Se no princípio
rivalizavam entre si, logo mais passaram a completar-se. Os adornos, os
elementos decorativos, a forma das colunas góticas desapareceram, em favor da
decoração renascentista. Contudo, muitas das grandes obras renascentistas não
poderiam ter surgido sem o conhecimento da técnica do gótico.
O arco ogival ou em ponta é típico do estilo gótico
e permitia sustentar abóbadas elevadas. O arco renascentista, ao contrário do
arco gótico, tinha a forma curvilínea, de pura inspiração romana clássica.
A coluna gótica, constituída de feixes de pilares,
devia servir de sustentáculo à estrutura da abóbada. A coluna renascentista,
simples, com capitéis coríntios, foi empregada na construção de pórticos e
arcadas.
Nas abóbadas góticas, arcos ogivais encontram-se no
alto e se apoiam em colunas: é a abóbada de nervuras. A abóbada renascentista
tem a forma de um semicírculo formando um teto liso ou ainda em quadros.
A janela gótica, alta e estreita, tem vitrais
coloridos e frontões bastante pontiagudos. A janela renascentista, quadrada e
mais ampla que a gótica, tem o vidro transparente e incolor, dando maior
claridade.
No Renascimento, o que
preponderou nas construções religiosas e leigas da Itália foi o estilo
renascentista, mas a técnica da construção gótica foi de grande valia para os
feitos dos grandes arquitetos italianos.
Principais
características:
*
Ordens
Arquitetônicas
*
Simetria
*
Arcos
de Volta-Perfeita
*
Simplicidade
na construção
*
A
escultura e a pintura se desprendem da arquitetura e passam a ser autônomas
*
Construções;
palácios, igrejas, vilas (casa de descanso fora da cidade), fortalezas (funções
militares)
Arquitetos mais importantes:
>
Donato
Bramante
>
Michelangelo
Buoarroti
>
Filippo
Brunelleschi autor da cúpula da catedral de Santa Maria del Fiore
Bibliografia: PROENÇA,
Graça. História da Arte. Ática. São Paulo.2000.
PROENÇA, Graça.
Descobrindo a História da Arte. Ática. São Paulo.2005.
Revista: História
Viva. Edição Temática Nº 5
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