"A arte é a contemplação: é o prazer do espírito que penetra a natureza e descobre que ela também tem uma alma. É a missão mais sublime do homem, pois é o exercício do pensamento que busca compreender o universo, e fazer com que os outros o compreendam." (Auguste Rodin)

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

2ª SÉRIE - ARTE ROMANA














2ª SÉRIE - 3ª UNIDADE - ARTE ROMANA



A cidade de Roma originou-se de uma pequena aldeia de pastores e agricultores, situada às margens do Rio Tibre, numa região que permitia a comunicação entre a Etrúria e a Grécia, as duas áreas mais dinâmicas da Península Itálica entre os séculos XIII e VI a.C.
A arte romana desenvolveu-se durante os quase seis séculos que vão da terceira Guerra Púnica (146 a.C) ao séc. IV d.C. Esta sofreu fortes influências por parte da arte etrusca (na técnica), grega (na decoração) e oriental (na monumentalidade). Contudo, os romanos souberam adaptar tais influências ao seu gosto nacional, e criaram um estilo que, embora derivado de outros, não deixa de ser inconfundivelmente romano.
Os romanos já conheciam os termos e métodos de representação dos gregos muito antes de entrar em contato direto com o mundo grego, e foi através da Etrúria que adquiriram este conhecimento e também, também grande parte das características independentes da arte romana origina-se da tradição ítalo-etrusca: o entusiasmo pelo retrato realista, especialmente o busto – retrato, o fascínio pela decoração luxuosa, o prazer no mundo da natureza. 

ARQUITETURA

Herdeiros e continuadores da cultura grega, os romanos praticamente nada inovaram em matéria de arte. Mas a sua contribuição original dá-se, no campo da arquitetura, na valorização do espaço interno e na compreensão da dupla importância, estética e estrutural, de elementos como o arco e a abóbada que foram um dos legados culturais mais importantes que os etruscos deixaram aos romanos. Esses dois elementos arquitetônicos desconhecidos na Grécia permitiram aos romanos criar amplos espaços internos, livres do excesso de colunas, próprios dos templos gregos.
O arco foi uma conquista que permitiu ampliar o vão entre uma coluna e outra, pois nele o centro não se sobrecarrega mais que as extremidades e, assim, as tensões são distribuídas de forma mais homogênea. Além disso, como o arco é constituído com blocos de pedra, a tensão comprime esses blocos, dando-lhe maior estabilidade.
A arquitetura se caracterizou pelo uso de três elementos principais: o arco, a abóbada e a cúpula, que os romanos receberam como herança do domínio etrusco, ampliando o seu uso a um grande número de construções. Ao lado desses elementos, as colunas, principalmente o estilo Jônico, foram também muito empregadas sobre tudo nos templos.
Exemplo: Aqueduto romano, arcada do templo de Júpiter em Terracina século I a.C.
Arco do Triunfo do Imperador Tito, abóbada do Panteon – Templo dedicado a todos os deuses, Coliseu – anfiteatro.
Os templos romanos assemelhavam-se aos gregos, tanto na estrutura como na função. Não eram lugares de reunião dos fiéis mas apenas a morada dos deuses.
Até mesmo o culto era celebrado num altar que ficava fora dos templos. Os gregos também forneceram os modelos para os teatros romanos que serviram ainda a construção dos circos e anfiteatros.
As características gerais da arquitetura romana são:
• procura do útil imediato, senso de realismo;
• grandeza material, realçando a ideia de força;
• energia e sentimento;
• predomínio do caráter sobre a beleza
• originalidade: urbanismo, vias de comunicação, anfiteatro, termas.

No começo, dominada pela influência etrusca – o traçado de cidades, casas, templos e abóbadas, adquiri-se estilo próprio com a descoberta do cimento (século II a.C.) e da construção em tijolos, e o resultante desenvolvimento da construção das abóbadas, cujas variações aparecem em portas e portões, anfiteatros e teatros, pontes e arcos de triunfo.
Outra criação original dos arquitetos romanos são as termas. Seu conjunto cobria, nas cidades grandes, um espaço considerável, consistiam, fora dos banhos propriamente ditos, de sauna (caldarium, tepidarium, frigidarium) e de numerosos estabelecimentos anexos. As termas de banho simples são, por exemplo, as do Foro (80 a.C.), que tinham duas seções, para acomodar homens e mulheres separadamente.
No início, os edifícios de espetáculos eram de madeira. Pompeu construiu o primeiro teatro de alvenaria, em Roma.
Do conjunto arquitetural da cidade romana faziam ainda os portões, colunas comemorativas (de Daílio, 260 a.C.) e os arcos, que em sua origem são de triunfo e depois construídos por razões diversas.
A planta das casas romanas era rigorosa e invariavelmente desenhada a partir de um retângulo básico.
Ao entrar em contato com os gregos, durante o período helenístico, os romanos apreciaram muito a flexibilidade e a elegância das moradias gregas. Mas admiraram, sobretudo o peristilo (galeria de colunas em volta de um pátio ou de um edifício) que havia no pátio de muitas casas.
Como eram zelosos de suas tradições, os romanos não quiseram alterar muito a planta de suas casas, mas encontraram uma solução para incorporar os elementos que admiravam: acrescentaram, nos fundos da casa, um peristilo em torno do qual se dispunham vários cômodos o restante da construção seguia o esquema tradicional.
Os imperadores e patrícios (classe social romana) construíram vilas suntuosas para morar, enquanto o povo habitava em casas unifamiliares de dois andares (o domus), ou em casas populares com quatro ou cinco andares (conjuntos habitacionais).
A via Ápia em Roma é uma sucessão de túmulos não só de ricos senhores romanos, mas também de pessoas do povo. Para construir seus monumentos e habitações, os romanos colocavam pedra, sobre pedra. Eles usavam uma técnica construtiva muito eficaz ligando blocos de argila cozida além de tufo (denominação dada aos calcários com grandes poros, gerados por fontes de águas ricas em bicarbonato de cálcio) e pedra com betume e trapos torcidos.
O anfiteatro Flávio, um dos mais importantes e mais belos dos edifícios de Roma, recebeu o nome de Coliseu, talvez por causa da gigantesca estátua de Nero erguido nos arredores. O seu exterior era ornamentado por esculturas, que eram abrigadas pelos arcos, por três andares com as ordens de colunas gregas, e a sua planta tem a forma elíptica, os muros são de blocos soldados com betume e lajes de mármore ligadas com ganchos de ferro.
O Coliseu foi inaugurado pelo imperador Tito no ano de 80. A sua função era ser um circo dedicado a espetáculos sanguinolentos, nele realizavam-se combates entre gladiadores, caça a animais ferozes e até batalhas navais, graças a um sistema hidráulico que permitia o alagamento da pista. Cada espetáculo podia ser assistido por cerca de 50 mil pessoas. Sua estrutura principal é construída com uma espécie de concreto, e trata-se de uma obra-prima de engenharia e planejamento eficiente, com quilômetros de galerias e abóbadas para assegurar o fluxo regular do tráfego em volta da arena.
Arcos de Triunfo: eram construídos tendo o objetivo de homenagear os imperadores e generais vitoriosos.
A coluna triunfal: era ao mesmo tempo um monumento comemorativo e funerário. A mais famosa é a de Trajano, característica pelo seu friso em espiral que narra os feitos do Imperador em baixos relevos no fuste.
Nem todos os templos resultaram da soma da tradição romana e dos ornamentos gregos. Enquanto a concepção arquitetônica grega criava edifícios para serem vistos do exterior, a romana procurava criar espaços interiores. O Panteão, construído em Roma, durante o reinado do Imperador Adriano, é certamente o melhor exemplo dessa diferença.
Planejado para reunir a grande variedade de deuses existentes em todo o Império, esse templo romano, com sua planta circular fechada por uma cúpula, cria um local isolado do exterior onde o povo se reunia para o culto.
Ao lado da arquitetura civil, há a religiosa, modesta e sem estilo ainda definido nos templos mais antigos restaram alguns vestígios (templo de Júpiter Capitolino, Saturno, Ceres, todos em Roma). Eram decorados por artistas etruscos, de visível influência grega.
A construção mais impressionante é o Santuário da Fortuna Primogênia, na Palestina. Um monumental conjunto de edifícios construídos de uma série de terrenos superpostos apoiados na encosta de uma coluna, sustentados por abóbadas de concreto a arcos. A construção em concreto é combinada com um emprego decorativo e, em parte estrutural, da arquitetura colunar clássica. Pilastras e meias colunas para decorar os espaços entre os arcos.
Os romanos também modificaram a linguagem arquitetônica que haviam recebido dos gregos, uma vez que acrescentaram aos estilos herdados (dórico, jônico e coríntio) duas novas formas de construção: os estilos toscano e composto.
O estilo toscano era uma espécie de ordem dórica sem estrias no fuste. E no estilo compósito, o capitel foi criado a partir da mistura de elementos jônicos e coríntios. O Pantheon romano.
A ordem Coríntia foi adotada como a ordem romana por excelência devido a suas possibilidades decorativas mais ricas, e as combinações de ordens que parecem ter agradado tanto os romanos, levaram a criação do capitel Compósito, fusão do Jônico e Coríntio. A severa ordem Dórica foi quase inteiramente rejeitada para construção em grande escala.

ESCULTURA 


Os romanos eram grandes admiradores da arte grega, mas por temperamento eram muito diferentes dos gregos. Por serem realistas e práticos, suas esculturas são uma representação fiel das pessoas e não a de um ideal de beleza humana, como fizeram os gregos.
No entanto, ao entrar em contato com os gregos, os escultores romanos sofreram forte influência das concepções helenísticas a respeito da arte, só que não abdicaram de um interesse muito próprio: retratar os traços particulares de uma pessoa. O que acabou acontecendo foi uma acomodação entre a concepção artística romana e grega.
Os romanos costumavam dedicar especial apreço pelas obras totalmente naturalistas, dinâmicas e proporcionadas da estatuária grega. Diante da impossibilidade de transportar as obras mais valiosas de Fídias, Policreto ou Praxíteles, eles tomaram providências no sentido de que seus próprios escultores as copiassem. Isso fez com que surgissem importantes escolas de copistas. Pode-se dizer que quase todas logo atingiram um excelente nível de realização. Desse modo, a arte estatuária do império compensou com quantidade sua falta de originalidade. Encontrando na escultura a maneira ideal de perpetuar a história e seus protagonistas, proliferaram no âmbito dessa arte romana os bustos, retratos de corpo inteiro e estátuas eqüestres (referente a cavalaria ou cavaleiros), de imperadores e patrícios, os quais passaram desse modo à posteridade, alçados praticamente à categoria de deuses.
A narração de fatos históricos e a reprodução de campanhas militares tomaram forma de relevos. Num primeiro momento foram utilizados como suporte os frontispícios de templos e arcos de triunfo. No entanto, não demorou muito para essas superfícies se tornaram um espaço exíguo (de pequenas proporções; diminuto) para conter volume dos acontecimentos que deviam transmitir. Foi dessa maneira que nasceram as colunas comemorativas, ao redor das quais se esculpiam as imagens das batalhas do império. A riqueza de detalhes era uma característica desse trabalho.

Bustos: Apesar de serem grandes admiradores da arte grega, os romanos desenvolveram um estilo próprio. Tendo começado como uma forma ancestral de veneração que remota aos tempos pré-históricos. Esse costume tornou-se uma maneira conveniente de demonstrar a importância e continuidade de uma família – um hábito que continua praticamente inalterado em nossos dias, através da exposição de retratos de família. Quando morria o chefe de uma família importante, fazia-se uma imagem em cera do seu rosto, e essas imagens eram preservadas pelas gerações subseqüentes e carregadas nos cortejos funerários da família.
O rosto era a parte mais importante das peças sendo desenvolvidas ao máximo as tendências realistas. O retrato baseava-se em grande parte no culto dos antepassados reproduzindo o rosto do falecido num material perdurável. Os romanos primavam pelo realismo fazendo representações fiéis das pessoas e não pelo idealismo de beleza humana como os gregos. Retratavam os imperadores e homens da sociedade. Busto do imperador Hadrianus. Octávio Augusto, influência grega.

PINTURA

A maior parte das pinturas romanas que conhecemos hoje provém das cidades de Pompéia e Herculano, que foram soterradas pela erupção do Vesúvio em 79 d.C. Uma característica da arte romana é o realismo. As cores mais utilizadas nos afrescos de Herculano e Pompéia foram o amarelo e o vermelho, cores que simbolizam o fogo, no colorido os romanos empregavam as cores preto, o vermelho e o azul conseguindo uma harmonia cheia de contrastes.
Os estudiosos da pintura existentes em Pompéia classificam a decoração das paredes internas dos edifícios em quatro estilos.

Primeiro  estilo:  recobrir  as  paredes  de  uma  sala com  uma  camada  de  gesso  pintado;  que   dava a impressão de placas de mármore. 

Segundo  estilo:  Os  artistas  começaram  então  a  pintar  painéis  que  criavam  a  ilusão  de  janelas  abertas  por  onde  eram  vistas paisagens com animais, aves e pessoas, formando um grande mural. 

Terceiro estilo: representações fiéis da realidade e valorizou a delicadeza dos pequenos detalhes. 

Quarto  estilo:  um  painel  de  fundo  vermelho,  tendo  ao  centro  uma  pintura,  geralmente  cópia  de  obra  grega,  imitando  um cenário teatral. 

A pintura tinha uma variedade de temas como cenas domésticas, retratos, animais e cenas da vida quotidiana. A maior inovação da pintura romana, comparada com a grega, foi o desenvolvimento das paisagens, incorporando técnicas de perspectiva e profundidade. Outro gênero muito explorado foi o das pinturas triunfais onde se descreviam entradas triunfais após vitórias militares, representando episódios das batalhas e das cidades e regiões conquistadas.
A pintura romana sempre esteve estreitamente ligada à arquitetura, e sua finalidade era quase exclusivamente decorativa. Já no século II a.C., na época da república, disseminou-se entre as famílias patrícias, empenhadas em exibir sua riqueza, o peculiar costume de mandar que se fizessem imitações da opulenta decoração de templos e palácios, tanto na casa em que viviam quanto naquelas em que passavam o verão. Graças a um bem-sucedido efeito ótico, chegavam a simular nas paredes portas entreabertas que davam acesso a aposentos inexistentes.

MOSAICO
O desenvolvimento do mosaico se deu na época do império com cenas de trabalho e figuras de personalidades famosas.
O  mosaico  foi  muito  utilizado  na  decoração  dos  muros  e  pisos  da arquitetura  em  geral. Partidários de um profundo respeito pelo ambiente arquitetônico, adotando soluções de clara matriz decorativa. As cores vivas e a possibilidade de colocação sobre qualquer superfície e a duração dos materiais levaram os mosaicos prevalecer sobre a pintura. Nos séculos seguintes, tornaram-se essenciais para medir a ampliação das primeiras igrejas cristãs.
São notáveis as pinturas murais e os mosaicos que eles executaram principalmente no século XVIII.

ARTES MENORES

Por influência etrusca, as chamadas artes menores ganham especial atenção dos romanos. Moedas e medalhas, além das indicações históricas que fornecem alcançam por vezes a categoria de obra-prima. Os trabalhos em marfim tiveram seu grande apogeu no período bizantino, enquanto as oficinas dos ceramistas produziram, em muitas províncias, notáveis vasos decorativos em relevo. Os mais conhecidos e apreciados procedem de Arezzo.
As artes santuárias de Roma não dispensam taças de cristal lapidadas, e jóias de ouro, minuciosamente trabalhadas.
As armaduras e elmos (espécie de capacete que protegia a cabeça nas armaduras antigas) de bronze, trabalhados em relevo com motivos guerreiros ou mitológicos, eram parte indispensável na indumentária dos gladiadores.
Os objetos de uso doméstico eram geralmente de bronze (lâmpadas, ferramentas, armas, etc.), alguns dos quais verdadeiras obras de arte. Da prataria possuímos peças de grande valor artístico “tesouro” de Hildesheim, Boscoreale, Berthouville, as melhores sendo obras de artistas gregos. A ornamentação pode ser em estilo alexandrino ou puramente romano (cenas da história contemporânea).

REFERENCIAS: CALABRIA, Carla Paula Brond. MARTINS, Raquel Valle. Arte, História e Produção. FTD. Vol 2. 1997.
PROENÇA, Graça. História da Arte. Ática. 2000.
CANTELE, Bruna R. Arte,etc e tal... IBEP. Vol.2 São Paulo. 1998.
Revista: Roma História, Mitos e Lendas


3ª Série - ARTE RENASCENTISTA - 3ª Unidade



No fim da Idade Média, o comércio desenvolveu-se na Itália, beneficiado por sua situação geográfica, às margens do Mediterrâneo. Surge a burguesia, nova classe média que, com dinheiro, para patrocinar as artes. O interesse é pela produção da antiguidade clássica, pelas tradições grega e romana. É esse o contexto do período conhecido como Renascimento: Renovação cultural que teve início na península Itálica no decorrer do século XIV. Sob influência da cultura greco-romana, esse movimento influenciou as artes, a literatura, a ciência e a filosofia e difundiu-se por várias regiões da Europa. Tal nome sugere um súbito reviver dos ideais greco-romanos, o que não é de todo correto: mesmo no período medieval o interesse pela cultura clássica não desapareceu. Exemplo disso é Dante Alighieri (1265-1321), poeta italiano que manifestou entusiasmo pelos clássicos. Também nas escolas das catedrais e dos mosteiros, autores latinos e filósofos gregos eram muito estudados.


Podemos considerar como causas da Renascença:

- o renascimento comercial e urbano;
- o fortalecimento da burguesia;
- o passado clássico na península itálica;
- a vinda dos sábios bizantinos.

Características da Cultura Renascentista:

A cultura renascentista teve 4 características marcantes: racionalismo, experimentalismo, individualismo e antropocentrismo. Os renascentistas eram convictos que a razão era o único caminho para se chegar ao conhecimento, e que tudo podia ser explicado pela razão e ciência. Para eles tudo poderia ser provado através de experiências científicas, daí o nome de experimentalismo.          
O Individualismo nasceu da reflexão de alguns homens sobre os problemas humanos e da necessidade do homem conhecer a si próprio. Buscavam afirmar sua própria personalidade, mostrar seus talentos etc. Por fim, a cultura renascentista, com seu caráter humanista, colocava o homem com a suprema criação de Deus e como o centro do universo (antropocentrismo), numa clara atitude de valorização do ser humano. A cultura renascentista, contudo, não teve raízes populares, foi uma cultura de elite desfrutada principalmente pela burguesia mercantil. As camadas populares foram meras observadoras das realizações intelectuais e artísticas durante o momento. Mesmo entre os artista, poucos foram os que, como o holandês Pieter Bruegel o Velho e o espanhol Murillo, retrataram a vida camponesa e as condições de vida dos pobres.
Os participantes dessa renovação – os renascentistas rejeitaram a cultura medieval, presa aos padrões definidos pela Igreja Católica, e passaram a defender e explorar a diversidade de ideias e o espírito crítico.
Com a afirmação do individualismo e do racionalismo, valores supremos da modernidade, o Renascimento situa-se na transição da sociedade feudal para a sociedade burguesa, na passagem da Idade Média para a Idade Moderna.
No final da Idade Média (séculos XIV e XV), graças à ascensão de alguns centros comerciais italianos (Veneza, Nápoles, Florença, entre outros), houve um grande desenvolvimento nas navegações, pois os comerciantes precisavam de novos mercados para vender seus produtos. Em busca desses mercados, Cristóvão Colombo chega à América (1492) e Pedro Álvares Cabral ao Brasil (1500). Com o fortalecimento do comércio, o Feudalismo entrou em decadência e muitos comerciantes adquiriram verdadeiras fortunas, intervindo de forma direta na política. Eles encontraram nas letras e nas artes uma forma de prestígio, mas sempre com o intuito de ostentar o poder. Foi assim que os mecenas, nobres comerciantes que protegiam os artistas e empregavam suas riquezas nas artes e nos estudos, promoveram um grande desenvolvimento intelectual. O que importava era voltar às fontes da cultura clássica e fazer “renascer” (daí o nome Renascimento) o esplêndido legado deixado pelos gregos e romanos a humanidade.
Entre as redescobertas da cultura greco-romana o homem renascentista organiza o ideal do humanismo, movimento intelectual que colocava o homem como centro do Universo. O propósito do humanismo era desenvolver no homem o espírito crítico e a confiança em si mesmo.
Os intelectuais passaram a questionar a autoridade da Igreja e atribuíram maior importância ao ser humano e à razão. Nem por isso o Cristianismo deixou de ser a religião dominante na Europa desse período, mas o homem já não era o mesmo fez com que os tesouros artísticos e literários da Antiguidade greco-romana fossem valorizados, e os artistas renascentistas criaram obras de arte magníficas, enfatizando a beleza física do homem e da mulher.
A técnica da pintura desenvolveu-se rapidamente, pois os artistas precisavam retratar o burguês, sua família e os objetos de luxo de sua residência com minúcias de detalhes.
A escultura renascentista foi marcada pela expressividade e pelo naturalismo. A xilogravura passou a ser muito utilizada nesta época.

Características:
ü  Inspiração em modelos greco-latinos (pertencente ou relativo à Grécia e a Roma), de onde se extrai a unidade, o equilíbrio e a harmonia.
ü  Exaltação do homem, revelada na valorização da beleza física, na representação dos nus e na busca da perfeição anatômica, como se pode observar nas obras de Michelangelo.
ü  Gosto pela ostentação (luxo).
ü  Volta à natureza como fonte de inspiração.
ü  Expressão natural e dinamismo, com figuras plena de movimento.
ü  A escultura e a pintura adquiriram autonomia

A PINTURA RENASCENTISTA

De um modo geral, os pintores da renascença procuravam reproduzir a realidade, sob a influência do ideal de beleza grego. O espírito clássico, a ordem e as formas simétricas são traços marcantes dessa pintura.
Podemos distinguir três grandes escolas com características próprias: a florentina, de Florença, que se caracterizou pelo racionalismo demonstrado tanto pelo predomínio da linha sobre a cor, como pelo "sfumato"; a veneziana (de Veneza), caracterizada pelo sentimento, pela emoção, o predomínio da cor sobre o desenho ou a linha; e a romana, que tenta equilibrar linha e cor, razão e sentimento.
A pintura renascentista inovou com a descoberta da perspectiva, que permite abordar o espaço e a luz de maneira realista. Além disso, a nova técnica da pintura a óleo possibilitou novas associações e graduações da cor. Por fim, o surgimento de novos suportes, como a tela e o cavalete e a imprensa, permitiram uma circulação mais fácil das obras e do pensamento.
Surgimento de artistas com um estilo pessoal, diferente dos demais, já que o período é marcado pelo ideal de liberdade e, consequentemente, pelo individualismo.

 Características da pintura:
*         Perspectiva: arte de figura, no desenho ou pintura, as diversas distâncias e proporções que têm entre si os objetos vistos à distância, segundo os princípios da matemática e da geometria.
 * Uso do claro-escuro: pintar algumas áreas iluminadas e outras na sombra. Esse jogo de contrastes reforça a sugestão de volume dos corpos.
 * Realismo: o artista do Renascimento não vê mais o homem como simples observador do mundo que expressa à grandeza de Deus, mas como a expressão mais grandiosa do próprio Deus. E o mundo é pensado como uma realidade a ser compreendida cientificamente, e não apenas admirada.

 * Inicia-se o uso da tela e da tinta à óleo.
A tinta a óleo surgiu na Itália em meados do século XV, e foi usada para retratar importantes momentos históricos e produzir obras de suma importância cultural. A pintura a óleo foi inovadora por permitir mudanças na produção da pintura, sendo o óleo um novo pigmento aglutinante, que permitia uma grande inovação na gama de cores das tintas.
As principais obras de pintura a óleo foram Mona Lisa e A Última Ceia, de Leonardo Da Vinci;

O Renascimento na Itália
Berço da Renascença, a Itália tem em Florença a capital da arte renascentista.
O Renascimento italiano atravessa três períodos:
O Trecento, considerado por alguns estudiosos, como pré-renascentista, por ser o momento inicial desse movimento. As características desse momento foram a valorização do indivíduo e dos detalhes humanos e a ruptura com o imobilismo e a hierarquia da pintura medieval. Eram traços diretamente relacionados ao pensamento humanista. Anunciado nos fins do século XIII, com o escultor Nicolau de Pisa e acentuado no século XIV com Giotto que explorou a técnica do afresco. Ao invés dos personagens da arte medieval, Giotto esforçou-se para dar vida, movimento e expressão às figuras e às cenas que pintou.
Giotto di Bondone (1266 – 1337) e Simone Martini, duas personalidades diferentes a procura de novos caminhos.
Giotto procurou o real, o vivo, o dramático, retratou as figuras sagradas como se fossem pessoas comuns. Suas paisagens são desenhadas de forma natural e seus afrescos coloridos estimulam os sentidos, não a contemplação.
Simone Martini procurou a graça, a elegância e a suavidade.
Cita-se como tópicos dessas características os quadros “Lamentação sobre Cristo Morto” de Giotto e “Anunciação” de Simone Martini. No primeiro tudo nos fala de desespero e revolta, é um grito contra a morte inevitável. Há uma atmosfera de tensão e suspense, que nos chama à participação. Já na “Anunciação” a graciosidade dos movimentos, seja do aristocrático Anjo ou da afetada Virgem, a elegância linear e decorativa, que chega ao exagero do tratamento das asas e da auréola, são elementos que nos convida ao recolhimento espiritual
Outros artistas: Cimabue, Juctio, Cavalinni, Pisanello, Andrea de Firenze, os Lorenzetti.

O Quatrocento, idade de ouro do Renascimento, no século XV, quando as artes contam com a proteção dos mecenas, como Lourenço de Médici, o Magnífico, Júlio II e Leão X, revelando-se, então, os maiores gênios artísticos.
No Quatrocento, os artistas procuraram aperfeiçoar suas técnicas aproximando-se da ciência. Os pintores passaram a fazer uso da geometria e criaram perspectiva, recurso que lhe permitia reproduzir na tela cenas tridimensionais. A pintura desabrocha num momento verdadeiramente revolucionário, rompendo os laços que a prendiam à tradição gótica. A arte de simbólica passa a ser representativa, já que a presença de Deus não é mais a única imagem digna de ser figurada.
No Renascimento, em imagens religiosas ou profanas, a beleza da mulher é outra vez enaltecida, os artistas retomam a lição dos Gregos. Desvinculando-se dos laços que a atavam com a religião, a arte respira um ar de liberdade e a natureza é o foco das atenções. Procura-se a harmonia, as proporções das formas. A pintura consegue, como nunca, dar às figuras uma ilusão de vida, de volume, e às paisagens um sentido de profundidade inteiramente novo. O artista modela os rostos e os corpos femininos buscando, outra vez, uma beleza ideal, a perfeição absoluta.
Artistas:
Fra Angelico (1400 – 1455) seguiu as tendências de Masaccio, mas por respeitar seriamente os seus votos, suas obras possuem como tema principal a religião. Uma das suas obras mais belas é Anunciação, que está no mosteiro de São Marcos, em Florença.

Masaccio (1401 – 1428). Foi o primeiro pintor do século XV a conceber a pintura como imitação fiel do real, como a reprodução das coisas tal como elas são.
O seu realismo é tão cuidadoso que ele parece ter a intenção de convencer o observador a respeito da realidade da cena retratada.
Morreu aos 27 anos e deixou obras que retratam as formas humanas com impressionante beleza. Uma das obras mais importantes é o afresco “A Santíssima Trindade” da igreja de Santa Maria Novella, em Florença.
Obras: Adão e Eva Expulsos do Paraíso, São Pedro Distribuí aos Pobres os Bens da Comunidade, São Pedro cura os Enfermos.

Piero della Francesca (1410 – 1492). Para ele a pintura resulta da combinação de figuras e do uso de áreas de luz e sombra. Seu universo é representado de uma forma geométrica e estática.  As cenas que suas obras mostram servem como suporte para a apresentação de uma composição geométrica.
Obras: Batismo de Jesus, Nossa Senhora com o Menino e Santos, Ressurreição de Jesus.

Sandro Filipe Botticelli (1444 – 1510) foi considerado o artista que melhor expressou, através do desenho, um ritmo suave a gracioso para as figuras pintadas. Os temas de seus quadros – quer tirado da Antiguidade grega, quer tirado da tradição cristã foram escolhidos segundo a possibilidade que lhe proporcionavam de expressar seu real de beleza. Para ele a beleza estava associada ao ideal cristão da graça divina. Por isso, as figuras humanas de seus quadros são belas porque manifestam a graça divina, e, ao mesmo tempo, melancólicas porque supõem que perderam o Dom de Deus.
Uma das características comuns em suas obras é a leveza dos corpos, esguios e desprovidos de força: eles parecem flutuar, expressando suavidade e graça.

Paollo Uccello ( 1393 – 1475) procura compreender o mundo segundo os conhecimentos científicos do seu tempo e, em suas obras, tenta recriar a realidade segundo princípios matemáticos. Por outro lado, sua imaginação corteja as fantasias medievais, o mundo lendário de um período que estava se constituindo num passado superado.
Outro aspecto importante de sua pintura é a representação do momento em que um movimento está sendo contido.
Obras: São Jorge e o Dragão, Batalha de São Romão.

O Cinquecento, século XVI, período da maturidade do Renascimento. O Renascimento torna-se um movimento universal europeu, porém inicia sua decadência.
Ocorrem então manifestações maneiristas, e a Contra reforma instaura o Barroco:
Artistas:
Leonardo da Vinci (1452 – 1519) foi o talento mais versátil do Renascimento. Desenhista, pintor, escultor, engenheiro e arquiteto, realizou vários trabalhos e pesquisas aprofundando-se nos mais diversos setores do conhecimento humano, entre eles anatomia, botânica, mecânica, hidráulica, óptica, arquitetura e astronomia. Nas artes, seus estudos de perspectiva são considerados insuperáveis. O sfumato, técnica de uso de tons claros e escuros, foi utilizado em suas obras de forma magistral.
Pouco tempo dedicou à pintura e poucas obras deixou, mas nessas poucas obras elevaram-se a uma criação de maneira extraordinária, que por se bastariam para justificar todo o período histórico em que se produziram. Entre seus quadros estão o mais famoso do mundo “A Gioconda” (Mona Lisa) e o mais reproduzido: “A Santa Ceia”. Pintou também: ”A Virgem dos Rochedos”, “A Adoração dos Magos” (inacabado), “São Jerônimo”, “Santana, a Virgem e o Menino”, “São João Batista”, “A Anunciação”, etc.

Michelangelo Buonarroti ( 1475 – 1564)  Arquiteto, pintor, poeta e escultor, um dos maiores representantes do Renascimento. Suas pinturas possuem caráter escultórico. Sua carreira, aliás, começou como escultor.
Como arquiteto, trabalhou na cúpula da igreja de São Pedro, em Roma e mais tarde em 1542 realizou o “Juízo Final”, na mesma capela.  Como pintor sua maior obra é a pintura do teto da capela Sistina. Embora tenha concordado em realizar esta obra não se considerava em primeiro lugar escultor. As poses das figuras na capela Sistina baseiam-se em famosas esculturas gregas e romanas, que Michelangelo estudava minuciosamente.

Rafael Sanzio (1483 – 1520) foi considerado o pintor que melhor desenvolveu na Renascença, os ideais clássicos de beleza: harmonia e regularidade de formas e de cores. Para elaborar poses e expressões, Rafael planejava detalhadamente suas obras e fazia centenas de desenhos preliminares a partir de modelos vivos. Depois, transferi-os para os afrescos, conseguindo, assim formas equilibradas numa única obra. Tornou-se muito conhecido como pintor das figuras de Maria e Jesus e seu trabalho realizou-se de modo tão precisamente  elaborado que se transformou em modelo para o ensino acadêmico de pintura.
Suas obras comunicam ao observador um sentimento de ordem e segurança, pois os elementos que compõem seus quadros são dispostos em espaço amplos, claros e de acordo com uma simetria equilibrada. Expressou sempre de forma clara e simples os temas pelos quais se interessou.
Obras: “A Libertação de São Pedro”, “A Transfiguração e a Escola de Atenas” (afresco pintado no Palácio do Vaticano).

Ticiano (1490 – 1576). Foi o maior pintor da escola veneziana. Produziu obras religiosas, mitológicas e retratos utilizando cores vivas e movimentos que mais tarde serviram de base para outros artistas. Suas obras têm um grande apego à vida e à beleza feminina. A paisagem, com frequência, é mais importante que as figuras.
De início, ele escandaliza por sua predileção em pintar cenas bíblicas com nus ou em paisagens reconhecidamente venezianas. Passa então a fixar cenas da mitologia grega, livrando-se, assim, dos críticos puristas.

A ESCULTURA RENASCENTISTA


Seguindo as linhas do pensamento humanista e o resgate dos valores greco-romanos, a escultura renascentista deu ênfase à importância do homem e suas atividades. Os escultores ficaram conhecidos por seus relevos e pelas ornamentações de púlpitos (a parte elevada da igreja em que o padre prega aos fiéis).


A escultura renascentista desempenha um papel decisivo no estudo das proporções antigas e a inclusão da perspectiva geométrica. As figuras, até então relegadas ao plano de meros elementos decorativos da arquitetura, vão adquirindo pouco a pouco total independência. Já desvinculadas da parede, são colocadas em um nicho, para finalmente mostrarem-se livres, apoiadas numa base que permite sua observação de todos os ângulos possíveis.
O estudo das posturas corporais traz como resultado esculturas que se sustentam sobre as próprias pernas, num equilíbrio perfeito, graças à posição do compasso (ambas abertas) ou do contraposto (uma perna na frente e a outra, ligeiramente para trás). As vestes reduzem-se à expressão mínima, e suas pregas são utilizadas apenas para acentuar o dinamismo, revelando uma figura humana de músculos levemente torneados e de proporções perfeitas.
Outro gênero dentro da escultura que também acaba sendo beneficiado pela aplicação dos conhecimentos da perspectiva é o baixo-relevo (escultura sobre o plano). Desse modo, ao mesmo tempo em que se torna totalmente independente da arquitetura, a escultura adquire importância e tamanho. Reflexo disso são as primeiras estátuas equestres que dominam as praças italianas e os grandiosos monumentos funerários que coroam as igrejas

Principais características
Deixa de ser apenas um ornamento de edifícios
Recupera a representação do nu
Proporção da figura mantendo a sua relação com a realidade
Conjunto marcado pela monumentalidade e pela proporção
Conjunto marcado pela sua concepção e geometria
Estudo do corpo e do caráter humano

Na escultura italiana do Renascimento, dois artistas se destacaram por terem produzido obras que testemunham a crença na dignidade do homem.

Escultores:

Michelangelo – Foi o maior escultor do renascimento. A escultura "Davi" foi feita por encomenda. Começou a executá-la num bloco de mármore abandonado junto à catedral. Esculpida com grande técnica, destaca qualidades "superiores" do homem, como o heroísmo, força, visão dramática e grandiosa do mundo. Se comparada ao Dorífilo e Policleto, feito no século 5 a.C., fica evidente a influência estética clássica.
Outras obras: Pietà, Davi, O Crepúsculo e a Aurora, A Noite e o Dia.

Andrea del Verrocchio (1435 – 1488) trabalhou em ourivesaria. Esse fato acabou influenciando a sua escultura. Observando algumas de suas obras, encontramos detalhes decorados que lembram as minúcias do trabalho de um ourives. É assim com os arreios do cavalo do Monumento Equestre a Colleoni, em Veneza, ou nos detalhes da túnica de seu Davi, em Florença. Mas, Verrocchio foi escultor seguro na criação de volumes e considerado, na escultura, um precursor do jogo de luz e sombra, tão próprio da pintura de seu discípulo Leonardo da Vinci.
Outra figura importante da escultura italiana foi Donatello. Realista, suas figuras são carregadas de verdade humana, com fortes influências da escultura romana.

 ARQUITETURA RENASCENTISTA

No período românico construíam-se templos fechados. A arquitetura gótica buscou a verticalidade. Já o arquiteto do Renascimento buscou espaços em que as partes do edifício parecessem proporcionais entre si. Procurou, ainda, uma ordem que superasse a busca do infinito das catedrais góticas.
A arquitetura renascentista também sofreu grandes transformações. A forma típica provém de duas fontes principais: A reutilização após um intervalo de quase um milênio, das formas características da arte clássica, ou seja, a arte grega e a arte romana; e ao mesmo tempo, a aplicação da perspectiva, aquele conjunto de regras de desenho e matemáticas que permitem reproduzir sobre uma folha de papel, com exatidão, o aspecto real dos objetos.
O primeiro elemento respeitava a arquitetura, onde ele construiu segundo as ordens gregas e romanas (principalmente a Coríntia e a Compósita) palácios, igrejas, vilas, fortalezas e praças.
 Os arquitetos do Renascimento preocupavam-se em criar ambientes que mostrassem o equilíbrio das linhas. A principal característica foi a busca de uma ordem e de uma disciplina que superasse o ideal de infinitude do espaço das catedrais góticas.
As duas formas arquitetônicas - gótica e renascentista - conviveram durante mais de duzentos anos, após o que seriam de certa eclipsadas pelo barroco. Se no princípio rivalizavam entre si, logo mais passaram a completar-se. Os adornos, os elementos decorativos, a forma das colunas góticas desapareceram, em favor da decoração renascentista. Contudo, muitas das grandes obras renascentistas não poderiam ter surgido sem o conhecimento da técnica do gótico.
O arco ogival ou em ponta é típico do estilo gótico e permitia sustentar abóbadas elevadas. O arco renascentista, ao contrário do arco gótico, tinha a forma curvilínea, de pura inspiração romana clássica.
A coluna gótica, constituída de feixes de pilares, devia servir de sustentáculo à estrutura da abóbada. A coluna renascentista, simples, com capitéis coríntios, foi empregada na construção de pórticos e arcadas.
Nas abóbadas góticas, arcos ogivais encontram-se no alto e se apoiam em colunas: é a abóbada de nervuras. A abóbada renascentista tem a forma de um semicírculo formando um teto liso ou ainda em quadros.
A janela gótica, alta e estreita, tem vitrais coloridos e frontões bastante pontiagudos. A janela renascentista, quadrada e mais ampla que a gótica, tem o vidro transparente e incolor, dando maior claridade.
No Renascimento, o que preponderou nas construções religiosas e leigas da Itália foi o estilo renascentista, mas a técnica da construção gótica foi de grande valia para os feitos dos grandes arquitetos italianos.

Principais características:
*         Ordens Arquitetônicas
*         Simetria
*         Arcos de Volta-Perfeita
*         Simplicidade na construção
*         A escultura e a pintura se desprendem da arquitetura e passam a ser autônomas
*         Construções; palácios, igrejas, vilas (casa de descanso fora da cidade), fortalezas (funções militares)


Arquitetos mais importantes:
>         Donato Bramante
>         Michelangelo Buoarroti
>         Filippo Brunelleschi autor da cúpula da catedral de Santa Maria del Fiore

Bibliografia: PROENÇA, Graça. História da Arte. Ática. São Paulo.2000.
PROENÇA, Graça. Descobrindo a História da Arte. Ática. São Paulo.2005.
Revista: História Viva. Edição Temática Nº 5