"A arte é a contemplação: é o prazer do espírito que penetra a natureza e descobre que ela também tem uma alma. É a missão mais sublime do homem, pois é o exercício do pensamento que busca compreender o universo, e fazer com que os outros o compreendam." (Auguste Rodin)

terça-feira, 30 de julho de 2013

1 SÉRIE - TEXTO 4: A ORQUESTRA E SUA EVOLUÇÃO


Foi por e volta de 1600 que pela primeira vez diversos instrumentos diferentes foram reunidos para formar uma orquestra. As primeiras orquestras continham cordas, diversos tipos de instrumentos de sopro e um teclado, com o cravo. Com a evolução dos violinos, os instrumentos de cordas estruturaram-se e passaram a atuar como núcleo central de uma orquestra, aos quais os compositores passaram a juntar outros instrumentos como Flautas doces, Oboés, Fagotes e Trompas. Só na segunda metade do século XVII, período clássico, época de Haydn, Mozart e Beethoven, foi que a orquestra chegou a sua atual composição.
No decorrer do século XIX a orquestra expandiu-se tanto em tamanho como em extensão sonora. Foi aumentando o número de trompas para quatro, e os trombones que só participavam em óperas e música sacra, passaram a ter um lugar certo. Após o avanço da tecnologia e a invenção do sistema de válvulas (1815), foi introduzida a Tuba e o naipe dos metais ficou completo. Pouco a pouco os compositores recorreram a um número maior de madeiras (Flautim, Corne Inglês, Clarone e Contrafagote) e, no naipe das percussões, os instrumentos tornaram-se mais variados capazes de efeitos brilhantes e curiosos. Tornou-se necessário então um incremento do número de cordas para dar equilíbrio aos naipes.
No final do século XIX e princípio do século XX, a orquestra, para satisfazer as exigências dos compositores, teve que ser bastante aumentada. Enquanto que 25 músicos eram suficientes para Mozart, as obras sinfônicas de Mahler e Strauss exigiam 100 músicos ou mais. Os metais receberam instrumentos extras e as madeiras eram combinadas em grupos de 3 ou até 4 instrumentos.
Na contemporaneidade, alguns compositores têm experimentado novas técnicas, explorando interessantes meios para modificar a sonoridade orquestral e adotando, dentre outros recursos, instrumentos novos e técnicas eletrônicas.

O REGENTE

 Na atualidade o Regente (também chamado Maestro ou maestrina) é uma pessoa muito importante na orquestra. Sua função é reger os músicos. Ele também é responsável pela interpretação das músicas, devendo indicar quando um instrumentista ou grupo deles deve começar ou parar de tocar. É ele quem define a velocidade da música para que todos toquem juntos. Também faz sinais para que os músicos saibam se devem tocar forte ou suave.
O maestro se comunica com os músicos por meio de gestos e pela expressão do rosto.
A maioria dos maestros, ao reger uma orquestra, segura uma batuta ela serve para que os músicos vejam os movimentos com mais facilidade. Entretanto, não foi sempre assim a profissão de maestro ou regente surgiu no início do século XIX. Até então os grupos musicais eram dirigidos por um ou mais músicos (alguma vezes o spalla) que regiam ao mesmo tempo em que tocavam.
A batuta começou a ser utilizada no início do século XIX. Antigamente existiam outros objetos para marcar o tempo da música, como um pesado bastão de madeira parecido com uma bengala, que um dos músicos batia no chão. Como essas batidas não faziam parte da música e acabavam atrapalhando o resultado sonoro, o bastão foi substituído por uma pequena vara de marfim, madeira leve ou fibra.

A ORQUESTRA

A palavra orquestra designa um conjunto razoavelmente grande de instrumentos que tocam juntos. Esse agrupamento é organizado em quatro naipes ou “famílias” de instrumentos: Cordas, Madeiras, Metais e Percussão. A localização dos naipes da orquestra obedece a uma razão prática. Os naipes são dispostos de forma a proporcionar equilíbrio e uma boa combinação dos variados timbres instrumentais. Além disso, o Regente poderá ouvir cada instrumento com clareza e, naturalmente, é preciso que cada instrumento possa ver o Regente.
INSTRUMENTOS DA ORQUESTRA

Há muitos instrumentos em uma orquestra sinfônica. Alguns deles tornam-se parte de uma mesma família por possuírem semelhanças.
Na orquestra há quatro famílias de instrumentos: as cordas, as madeiras, os metais e a percussão. Essas famílias se subdividem em naipes, que são os grupos de instrumentos do mesmo tipo.

FAMÍLIA DAS CORDAS

A família das cordas é constituída por vários instrumentos. Os mais semelhantes são os violinos, as violas, os violoncelos e os contrabaixos.
A diferença entre eles está em suas dimensões (tamanho) e no som que eles produzem. Quanto maior o instrumento, mais graves serão os sons produzidos por ele. 

Existem outros instrumentos que fazem parte da família das cordas, mas são construídos e tocados de modo diferente. 

O violino, a viola, o violoncelo e o contrabaixo são tocados principalmente com arco – por esse motivo essa parte da família é chamada de “cordas friccionadas ou de arco”. Já a harpa tem suas cordas dedilhadas.

No piano, as cordas são percutidas por martelos, acionados quando o pianista toca o teclado. No cravo, as cordas são pinçadas.

FAMÍLIAS DAS MADEIRAS

A família das madeiras é composta de instrumentos de sopro feitos principalmente de madeira. Alguns instrumentos da família das madeiras são feitos de metal.
A flauta é de metal, mas como antigamente ela era feita de madeira, continuou fazendo parte da família.


FAMÍLIA DOS METAIS

É a terceira família de instrumentos da orquestra.
Os sons dos instrumentos da família dos metais são produzidos pelo sopro, como na família das madeiras. 


FAMÍLIA DA PERCUSSÃO

Os instrumentos de percussão já eram usados desde a pré-história. Sabemos disso pelas pinturas, desenhos e objetos que os homens e mulheres dos tempos pré-históricos deixaram No entanto, nos diferentes tipos de orquestra, não eram tão comuns como hoje.
Um dos pioneiros a utilizar a percussão em composições foi Beethoven (1770-1827), que recebeu críticas na época por incluir em suas músicas sons considerados “desagradáveis”.
Os instrumentos de percussão são divididos em dois grupos. O primeiro grupo é formado por instrumentos que emitem várias notas musicais como: o tímpano, o glockenspiel, o xilofone, o metalofone e o vibrafone.


O tímpano é um tambor grande feito de metal (latão ou cobre) recoberto por uma pele que pode ser de couro ou de material sintético. Dependendo de quanto essa pele é esticada, o som obtido torna-se mais agudo ou mais grave.

O glockenspiel, o xilofone, o metalofone e o vibrafone têm uma coisa em comum: possuem um teclado feito de lâminas (parecido com o do piano)

O que muda de um instrumento para outro é o material dessas lâminas, que pode ser de madeira ou de metal – essa diferença faz com que o som de cada um seja diferente.
O carrilhão é formado por grandes tubos de metal, de tamanhos diferentes, pendurados em um suporte. Quanto maior o tubo, mais grave é o som.
A família dos instrumentos de percussão tem um segundo grupo formado por instrumentos que não produzem notas musicais diferenciadas: Bombos, Pratos, Caixa-clara, Triângulo, Castanholas, Pandeiro e Blocos de madeira.

A orquestra é um agrupamento instrumental que utiliza principalmente a reprodução de música erudita. A uma pequena orquestra dá-se o nome de Orquestra de Câmara.
À orquestra completa dá-se o nome de Sinfônica ou Filarmônica, embora estes prefixos (Sinfo / Filar) não especifiquem nenhuma diferença no que diz respeito à constituição dos instrumentos ou o papel da mesma. Porém, podem ser úteis para distinguir orquestras de uma mesma cidade. Na verdade esses prefixos demonstram a maneira como é sustentada a orquestra. A orquestra Sinfônica é sustentada por uma instituição pública enquanto a Filarmônica por instituição privada.
Uma orquestra tem normalmente mais de 80 músicos, em alguns casos mais de 100. Porém, em atuação, esse número pode ser ajustado de acordo com a obra a ser reproduzida.

Texto baseado no livro “Explicando a Arte”, de Jô Oliveira e Lucília Garcez.
 “A Orquestra” Tintim por tintim de HENTSCHKE, Liane (et al)