No fim
da Idade Média,
o comércio desenvolveu-se na Itália,
beneficiado por sua situação geográfica, às margens do Mediterrâneo. Surge a burguesia, nova
classe média que, com dinheiro, para patrocinar as artes. O
interesse é pela produção da antiguidade clássica, pelas tradições grega e romana. É esse o contexto do período conhecido
como Renascimento: Renovação cultural que
teve início na península Itálica no decorrer do século XIV. Sob influência da
cultura greco-romana, esse movimento influenciou as artes, a literatura, a
ciência e a filosofia e difundiu-se por várias regiões da Europa. Tal nome
sugere um súbito reviver dos ideais greco-romanos, o que não é de todo correto:
mesmo no período medieval o interesse pela cultura clássica não desapareceu.
Exemplo disso é Dante Alighieri (1265-1321), poeta italiano que manifestou
entusiasmo pelos clássicos. Também nas escolas das catedrais e dos mosteiros,
autores latinos e filósofos gregos eram muito estudados.
Podemos
considerar como causas da Renascença:
- o renascimento comercial e urbano;
- o fortalecimento da burguesia;
- o passado clássico na península itálica;
- a vinda dos sábios bizantinos.
- o fortalecimento da burguesia;
- o passado clássico na península itálica;
- a vinda dos sábios bizantinos.
Características
da Cultura Renascentista
A cultura renascentista teve 4
características marcantes: racionalismo,
experimentalismo, individualismo e antropocentrismo. Os renascentistas eram
convictos que a razão era o único caminho para se chegar ao conhecimento, e que
tudo podia ser explicado pela razão e ciência. Para eles tudo poderia ser
provado através de experiências científicas, daí o nome de experimentalismo.
O Individualismo
nasceu da reflexão de alguns homens sobre os problemas humanos e da necessidade
do homem conhecer a si próprio. Buscavam afirmar sua própria personalidade,
mostrar seus talentos etc. Por fim, a cultura renascentista, com seu caráter
humanista, colocava o homem com a suprema criação de Deus e como o centro do
universo (antropocentrismo), numa
clara atitude de valorização do ser humano. A cultura renascentista, contudo,
não teve raízes populares, foi uma cultura de elite desfrutada principalmente
pela burguesia mercantil. As camadas populares foram meras observadoras das
realizações intelectuais e artísticas durante o momento. Mesmo entre os
artista, poucos foram os que, como o holandês Pieter Bruegel o Velho e o
espanhol Murillo, retrataram a vida camponesa e as condições de vida dos
pobres.
Os participantes dessa
renovação – os renascentistas rejeitaram a cultura medieval, presa aos padrões
definidos pela Igreja Católica, e passaram a defender e explorar a diversidade
de ideias e o espírito crítico.
Com a afirmação do individualismo e do
racionalismo, valores supremos da modernidade, o Renascimento situa-se na
transição da sociedade feudal para a sociedade burguesa, na passagem da Idade
Média para a Idade Moderna.
No final da Idade Média (séculos XIV e XV),
graças à ascensão de alguns centros comerciais italianos (Veneza, Nápoles,
Florença, entre outros), houve um grande desenvolvimento nas navegações, pois
os comerciantes precisavam de novos mercados para vender seus produtos. Em
busca desses mercados, Cristóvão Colombo chega à América (1492) e Pedro Alvares
Cabral ao Brasil (1500). Com o fortalecimento do comércio, o Feudalismo entrou
em decadência e muitos comerciantes adquiriram verdadeiras fortunas, intervindo
de forma direta na política. Eles encontraram verdadeiras fortunas, intervindo
de forma direta na política. Eles encontraram nas letras e nas artes uma forma
de prestígio, mas sempre com o intuito de ostentar o poder. Foi assim que os mecenas, nobres comerciantes que
protegiam os artistas e empregavam suas riquezas nas artes e nos estudos,
promoveram um grande desenvolvimento intelectual. O que importava era voltar às
fontes da cultura clássica e fazer “renascer” (daí o nome Renascimento) o esplêndido legado deixado pelos gregos e romanos a
humanidade.
Entre as redescobertas da cultura
greco-romana o homem renascentista organiza o ideal do humanismo, movimento
intelectual que colocava o homem como centro do Universo. O propósito do
humanismo era desenvolver no homem o espírito crítico e a confiança em si
mesmo.
Os intelectuais passaram a questionar a
autoridade da Igreja e atribuíram maior importância ao ser humano e à razão.
Nem por isso o Cristianismo deixou de ser a religião dominante na Europa desse
período, mas o homem já não era o mesmo fez com que os tesouros artísticos e
literários da Antiguidade greco-romana fossem valorizados, e os artistas
renascentistas criaram obras de arte magníficas, enfatizando a beleza física do
homem e da mulher.
A técnica da pintura desenvolveu-se
rapidamente, pois os artistas precisavam retratar o burguês, sua família e os
objetos de luxo de sua residência com minúcias de detalhes.
A escultura renascentista foi marcada pela
expressividade e pelo naturalismo. A xilogravura passou a ser muito utilizada
nesta época.
Características:
ü
Inspiração
em modelos greco-latinos (pertencente ou relativo à Grécia e a Roma), de onde
se extrai a unidade, o equilíbrio e a harmonia.
ü
Exaltação
do homem, revelada na valorização da beleza física, na representação dos nus e
na busca da perfeição anatômica, como se pode observar nas obras de
Mchelangelo.
ü
Gosto
pela ostentação (luxo).
ü
Volta
à natureza como fonte de inspiração.
ü
Expressão
natural e dinamismo, com figuras plena de movimento.
ü
A
escultura e a pintura adquiriram autonomia
A
PINTURA RENASCENTISTA
De um modo geral, os pintores da renascença
procuravam reproduzir a realidade, sob a influência do ideal de beleza grego. O
espírito clássico, a ordem e as formas simétricas são traços marcantes dessa
pintura.
Podemos distinguir três grandes escolas com
características próprias: a florentina, de Florença, que se caracterizou pelo
racionalismo demonstrado tanto pelo predomínio da linha sobre a cor, como pelo
"sfumato"; a veneziana (de Veneza), caracterizada pelo sentimento,
pela emoção, o predomínio da cor sobre o desenho ou a linha; e a romana, que
tenta equilibrar linha e cor, razão e sentimento.
A pintura renascentista inovou com a
descoberta da perspectiva, que permite abordar o espaço e a luz de maneira
realista. Além disso, a nova técnica da pintura a óleo possibilitou novas
associações e graduações da cor. Por fim, o surgimento de novos suportes, como
a tela e o cavalete e a imprensa, permitiram uma circulação mais fácil das
obras e do pensamento.
*
Perspectiva: arte de figura, no
desenho ou pintura, as diversas distâncias e proporções que têm entre si os
objetos vistos à distância, segundo os princípios da matemática e da geometria.
* Uso do claro-escuro: pintar algumas áreas iluminadas e outras na
sombra, esse jogo de contrastes reforça a sugestão de volume dos corpos.
* Realismo: o artista do Renascimento não vê mais o homem como
simples observador do mundo que expressa a grandeza de Deus, mas como a
expressão mais grandiosa do próprio Deus. E o mundo é pensado como uma
realidade a ser compreendida cientificamente, e não apenas admirada.
* Inicia-se o uso da tela e da tinta à óleo.
* Tanto a pintura como a escultura
que antes apareciam quase que exclusivamente como detalhes de obras
arquitetônicas, tornam-se manifestações independentes.
* Surgimento de artistas com um
estilo pessoal, diferente dos demais, já que o período é marcado pelo ideal de
liberdade e, consequentemente, pelo individualismo.
O
Renascimento na Itália
Berço da Renascença, a Itália tem em
Florença a capital da arte renascentista.
O Renascimento italiano atravessa três
períodos:
O
Trecento,
considerado por alguns estudiosos, como pré-renascentista, por ser o momento
inicial desse movimento. As características desse momento foram a valorização
do indivíduo e dos detalhes humanos e a ruptura com o imobilismo e a hierarquia
da pintura medieval. Eram traços diretamente relacionados ao pensamento
humanista. Anunciado nos fins do século XIII, com o escultor Nicolau de Pisa e
acentuado no século XIV com Giotto que explorou a técnica do afresco. Ao invés
dos personagens da arte medieval, Giotto esforçou-se para dar vida, movimento e
expressão às figuras e às cenas que pintou.
Giotto
di Bondone
(1266 – 1337) e Simone Martini, duas
personalidades diferentes a procura de novos caminhos.
Giotto procurou o real, o
vivo, o dramático, retratou as figuras sagradas como se fossem pessoas comuns.
Suas paisagens são desenhadas de forma natural e seus afrescos coloridos
estimulam os sentidos, não a contemplação.
Simone Martini procurou a graça, a
elegância e a suavidade.
Cita-se como tópicos dessas
características os quadros “Lamentação sobre Cristo Morto” de Giotto e
“Anunciação” de Simone Martini. No primeiro tudo nos fala de desespero e
revolta, é um grito contra a morte inevitável. Há uma atmosfera de tensão e
suspense, que nos chama à participação. Já na “Anunciação” a graciosidade dos
movimentos, seja do aristocrático Anjo ou da afetada Virgem, a elegância linear
e decorativa, que chega ao exagero do tratamento das asas e da auréola, são
elementos que nos convida ao recolhimento espiritual
Outros artistas: Cimabue, Juctio,
Cavalinni, Pisanello, Andrea de Firenze, os Lorenzetti.
O
Quatrocento,
idade de ouro do Renascimento, no século XV, quando as artes contam com a
proteção dos mecenas, como Lourenço de Médicis, o Magnífico, Júlio II e Leão X,
revelando-se, então, os maiores gênios artísticos.
No Quatrocento, os artistas procuraram aperfeiçoar suas
técnicas aproximando-se da ciência. Os pintores passaram a fazer uso da
geometria e criaram perspectiva, recurso que lhe permitia reproduzir na tela
cenas tridimensionais. A pintura desabrocha num momento verdadeiramente
revolucionário, rompendo os laços que a prendiam à tradição gótica. A arte de
simbólica passa a ser representativa, já que a presença de Deus não é mais a
única imagem digna de ser figurada.
No Renascimento, em imagens religiosas ou
profanas, a beleza da mulher é outra vez enaltecida, os artistas retomam a
lição dos Gregos. Desvinculando-se dos laços que a atavam com a religião, a
arte respira um ar de liberdade e a natureza é o foco das atenções. Procura-se
a harmonia, as proporções das formas. A pintura consegue, como nunca, dar às
figuras uma ilusão de vida, de volume, e às paisagens um sentido de
profundidade inteiramente novo. O artista modela os rostos e os corpos
femininos buscando, outra vez, uma beleza ideal, a perfeição absoluta.
Artistas:
Fra
Angelico
(1400 – 1455) seguiu as tendências de Masaccio, mas por respeitar seriamente os
seus votos, suas obras possuem como tema principal a religião. Uma das suas
obras mais belas é Anunciação, que está no mosteiro de São Marcos, em Florença.
Masaccio (1401 – 1428). Foi
o primeiro pintor do século XV a conceber a pintura como imitação fiel do real,
como a reprodução das coisas tal como elas são.
O seu realismo é tão cuidadoso que ele
parece ter a intenção de convencer o observador a respeito da realidade da cena
retratada.
Morreu aos 27 anos e deixou obras que
retratam as formas humanas com impressionante beleza. Uma das obras mais
importantes é o afresco “A Santíssima Trindade” da igreja de Santa Maria
Novella, em Florença.
Obras: Adão e Eva Expulsos
do Paraíso, São Pedro Distribuí aos Pobres os Bens da Comunidade, São Pedro
cura os Enfermos.
Piero
della Francesca
(1410 – 1492). Para ele a pintura resulta da combinação de figuras e do uso de
áreas de luz e sombra. Seu universo é representado de uma forma geométrica e
estática. As cenas que suas obras
mostram servem como suporte para a apresentação de uma composição geométrica.
Obras: Batismo de Jesus,
Nossa Senhora com o Menino e Santos, Ressurreição de Jesus.
Sandro Filipe Botticelli (1444 – 1510) foi
considerado o artista que melhor expressou, através do desenho, um ritmo suave
a gracioso para as figuras pintadas. Os temas de seus quadros – quer tirado da
Antigüidade grega, quer tirado da tradição cristã foram escolhidos segundo a
possibilidade que lhe proporcionavam de expressar seu real de beleza. Para ele
a beleza estava associada ao ideal cristão da graça divina. Por isso, as
figuras humanas de seus quadros são belas porque manifestam a graça divina, e,
ao mesmo tempo, melancólicas porque supõem que perderam o Dom de Deus.
Uma das características comuns em suas obras é a leveza dos corpos,
esguios e desprovidos de força: eles parecem flutuar, expressando suavidade e
graça.
Paollo
Uccello
( 1393 – 1475) procura compreender o mundo segundo os conhecimentos científicos
do seu tempo e, em suas obras, tenta recriar a realidade segundo princípios
matemáticos. Por outro lado, sua imaginação corteja as fantasias medievais, o
mundo lendário de um período que estava se constituindo num passado superado.
Outro aspecto importante de sua pintura é a
representação do momento em que um movimento está sendo contido.
Obras: São Jorge e o Dragão, Batalha de São
Romão.
O Cinquecento, século XVI, período da maturidade do
Renascimento. O Renascimento torna-se um movimento universal europeu, porém
inicia sua decadência.
Ocorrem então
manifestações maneiristas, e a Contra reforma instaura o Barroco:
Artistas:
Leonardo
da Vinci
(1452 – 1519) foi o talento mais versátil do Renascimento. Desenhista, pintor,
escultor, engenheiro e arquiteto, realizou vários trabalhos e pesquisas
aprofundando-se nos mais diversos setores do conhecimento humano, entre eles
anatomia, botânica, mecânica, hidráulica, óptica, arquitetura e astronomia. Nas
artes, seus estudos de perspectiva são considerados insuperáveis. O sfumato,
técnica de uso de tons claros e escuros, foi utilizado em suas obras de forma
magistral.
Pouco tempo dedicou à pintura e poucas obras deixou,
mas nessas poucas obras elevaram-se a uma criação de maneira extraordinária,
que por se bastariam para justificar todo o período histórico em que se
produziram. Entre seus quadros estão o mais famoso do mundo “A Gioconda” (Mona
Lisa) e o mais reproduzido: “A Santa Ceia”. Pintou também: ”A Virgem dos
Rochedos”, “A Adoração dos Magos” (inacabado), “São Jerônimo”, “Santana, a
Virgem e o Menino”, “São João Batista”, “A Anunciação”, etc.
Michelangelo Buonarroti ( 1475 – 1564) Arquiteto, pintor, poeta e escultor, um dos
maiores representantes do Renascimento. Suas pinturas possuem caráter
escultórico. Sua carreira, aliás, começou como escultor.
Como arquiteto,
trabalhou na cúpula da igreja de São Pedro, em Roma e mais tarde em 1542
realizou o “Juízo Final”, na mesma capela.
Como pintor sua maior obra é a pintura do teto da capela Sistina. Embora
tenha concordado em realizar esta obra não se considerava em primeiro lugar escultor.
As poses das figuras na capela Sistina baseiam-se em famosas esculturas gregas
e romanas, que Michelangelo estudava minuciosamente.
Rafael Sanzio (1483 – 1520) foi considerado o pintor que
melhor desenvolveu na Renascença, os ideais clássicos de beleza: harmonia e
regularidade de formas e de cores. Para elaborar poses e expressões, Rafael
planejava detalhadamente suas obras e fazia centenas de desenhos preliminares a
partir de modelos vivos. Depois, transferi-os para os afrescos, conseguindo,
assim formas equilibradas numa única obra. Tornou-se muito conhecido como
pintor das figuras de Maria e Jesus e seu trabalho realizou-se de modo tão
precisamente elaborado que se
transformou em modelo para o ensino acadêmico de pintura.
Suas obras comunicam
ao observador um sentimento de ordem e segurança, pois os elementos que compõem
seus quadros são dispostos em espaço amplos, claros e de acordo com uma
simetria equilibrada. Expressou sempre de forma clara e simples os temas pelos
quais se interessou.
Obras: “A Libertação de São Pedro”, “A Transfiguração e a Escola de
Atenas” (afresco pintado no Palácio do Vaticano).
Ticiano (1490 – 1576). Foi o maior pintor da escola veneziana.
Produziu obras religiosas, mitológicas e retratos utilizando cores vivas e
movimentos que mais tarde serviram de base para outros artistas. Suas obras têm
um grande apego à vida e à beleza feminina. A paisagem, com freqüência, é mais
importante que as figuras.
De início, ele escandaliza por sua
predileção em pintar cenas bíblicas com nus ou em paisagens reconhecidamente venezianas.
Passa então a fixar cenas da mitologia grega, livrando-se, assim, dos críticos
puristas.
A
ESCULTURA RENASCENTISTA
Seguindo as linhas do pensamento humanista
e o resgate dos valores greco-romanos, a escultura renascentista deu ênfase à
importância do homem e suas atividades. Os escultores ficaram conhecidos por
seus relevos e pelas ornamentações de púlpitos (a parte elevada da igreja em
que o padre prega aos fiéis).
A escultura renascentista desempenha um
papel decisivo no estudo das proporções antigas e a inclusão da perspectiva
geométrica. As figuras, até então relegadas ao plano de meros elementos
decorativos da arquitetura, vão adquirindo pouco a pouco total independência.
Já desvinculadas da parede, são colocadas em um nicho, para finalmente
mostrarem-se livres, apoiadas numa base que permite sua observação de todos os
ângulos possíveis.
O estudo das posturas corporais traz como
resultado esculturas que se sustentam sobre as próprias pernas, num equilíbrio
perfeito, graças à posição do compasso (ambas abertas) ou do contraposto (uma
perna na frente e a outra, ligeiramente para trás). As vestes reduzem-se à
expressão mínima, e suas pregas são utilizadas apenas para acentuar o
dinamismo, revelando uma figura humana de músculos levemente torneados e de
proporções perfeitas.
Outro gênero dentro da escultura que também
acaba sendo beneficiado pela aplicação dos conhecimentos da perspectiva é o
baixo-relevo (escultura sobre o plano). Desse modo, ao mesmo tempo em que se
torna totalmente independente da arquitetura, a escultura adquire importância e
tamanho. Reflexo disso são as primeiras estátuas eqüestres que dominam as
praças italianas e os grandiosos monumentos funerários que coroam as igrejas.
Pela primeira vez na história, sem necessidade de recorrer a desculpas que
justificassem sua encomenda e execução, a arte adquire proporções sagradas.
Na escultura italiana do Renascimento, dois
artistas se destacaram por terem produzido obras que testemunham a crença na
dignidade do homem.
Escultores:
Michelangelo – Foi o maior
escultor do renascimento. A escultura "Davi" foi feita por encomenda.
Começou a executá-la num bloco de mármore abandonado junto à catedral.
Esculpida com grande técnica, destaca qualidades "superiores" do
homem, como o heroísmo, força, visão dramática e grandiosa do mundo. Se
comparada ao Dorífilo e Policleto, feito no século 5 a.C., fica evidente a
influência estética clássica.
Outras obras: Pietà, Davi, O Crepúsculo e a
Aurora, A Noite e o Dia.
Andrea
del Verrocchio
(1435 – 1488) trabalhou em ourivesaria. Esse fato acabou influenciando a sua
escultura. Observando algumas de suas obras, encontramos detalhes decorados que
lembram as minúcias do trabalho de um ourives. É assim com os arreios do cavalo
do Monumento Equestre a Colleoni, em Veneza, ou nos detalhes da túnica de seu
Davi, em Florença. Mas, Verrocchio foi escultor seguro na criação de volumes e
considerado, na escultura, um precursor do jogo de luz e sombra, tão próprio da
pintura de seu discípulo Leonardo da Vinci.
Outra figura importante da escultura
italiana foi Donatello. Realista, suas figuras são carregadas de verdade
humana, com fortes influências da escultura romana.
ARQUITETURA
RENASCENTISTA
No período românico construíam-se templos
fechados. A arquitetura gótica buscou a verticalidade. Já o arquiteto do
Renascimento buscou espaços em que as partes do edifício parecessem
proporcionais entre si. Procurou, ainda, uma ordem que superasse a busca do
infinito das catedrais góticas.
A arquitetura
renascentista também sofreu grandes transformações. A forma típica provém de
duas fontes principais: A reutilização após um intervalo de quase um milênio,
das formas características da arte clássica, ou seja, a arte grega e a arte romana; e ao mesmo tempo, a aplicação da perspectiva, aquele
conjunto de regras de desenho e matemáticas que permitem reproduzir sobre uma
folha de papel, com exatidão, o aspecto real dos objetos.
O primeiro elemento
respeitava a arquitetura, onde ele construiu segundo as ordens gregas e romanas
(principalmente a Coríntia e a Compósita) palácios, igrejas, vilas, fortalezas
e praças.
Os arquitetos do Renascimento preocupavam-se
em criar ambientes que mostrassem o equilíbrio das linhas. A principal
característica foi a busca de uma ordem e de uma disciplina que superasse o
ideal de infinitude do espaço das catedrais góticas. Na arquitetura a ocupação
do edifício baseia-se em relações matemáticas estabelecidas de tal forma que o
observador possa compreender a lei que organiza, de qualquer ponto em que se
coloque.
Na arquitetura
italiana do Renascimento destacam-se Michelangelo e Andréa Del Verrocchio (1435-1488)
trabalhou em ourivesaria, o que influenciou sua escultura: algumas de suas
obras possuem detalhes que lembram o trabalho de um ourives – artesão que
trabalha com peças de ouro. Entre elas destacam-se Davi, escultura do
personagem bíblica que venceu o gigante Golias, poderoso soldado de um exercito
inimigo do povo de Israel e Davi de Michelangelo, escultura que é o símbolo da
arte do Renascimento.
As duas formas
arquitetônicas - gótica e renascentista - conviveram durante mais de duzentos
anos, após o que seriam de certa eclipsadas pelo barroco. Se no princípio
rivalizavam entre si, logo mais passaram a completar-se. Os adornos, os
elementos decorativos, a forma das colunas góticas desapareceram, em favor da
decoração renascentista. contudo, muitas das grandes obras renascentistas não
poderiam ter surgido sem o conhecimento da técnica do gótico.
O arco ogival ou em ponta é típico do estilo gótico
e permitia sustentar abóbadas elevadas. O arco renascentista, ao contrário do
arco gótico, tinha a forma curvilínea, de pura inspiração romana clássica.
A coluna gótica, constituída de feixes de pilares,
devia servir de sustentáculo à estrutura da abóbada. A coluna renascentista,
simples, com capitéis coríntios, foi empregada na construção de pórticos e
arcadas.
Nas abóbadas góticas, arcos ogivais encontram-se no
alto e se apoiam em colunas: é a abóbada de nervuras. A abóbada renascentista
tem a forma de um semicírculo formando um teto liso ou ainda em quadros.
A janela gótica, alta e estreita, tem vitrais
coloridos e frontões bastante pontiagudos. A janela renascentista, quadrada e
mais ampla que a gótica, tem o vidro transparente e incolor, dando maior
claridade.
No Renascimento, o que
preponderou nas construções religiosas e leigas da Itália foi o estilo
renascentista, mas a técnica da construção gótica foi de grande valia para os
feitos dos grandes arquitetos italianos.
Arquitetos mais importantes:
>
Donato
Bramante
>
Michelangelo
Buoarroti
>
Filippo
Brunelleschi autor da cúpula da catedral de Santa Maria del Fiore
Bibliografia:
PROENÇA, Graça. História da Arte. Ática. São Paulo.2000.
PROENÇA, Graça.
Descobrindo a História da Arte. Ática. São Paulo.2005.
Revista: História
Viva. Edição Temática Nº 5