"A arte é a contemplação: é o prazer do espírito que penetra a natureza e descobre que ela também tem uma alma. É a missão mais sublime do homem, pois é o exercício do pensamento que busca compreender o universo, e fazer com que os outros o compreendam." (Auguste Rodin)

domingo, 1 de setembro de 2013

3ª Série - ARTE RENASCENTISTA - 3ª Unidade - 2013

No fim da Idade Média, o comércio desenvolveu-se na Itália, beneficiado por sua situação geográfica, às margens do Mediterrâneo. Surge a burguesia, nova classe média que, com dinheiro, para patrocinar as artes. O interesse é pela produção da antiguidade clássica, pelas tradições grega e romana. É esse o contexto do período conhecido como Renascimento: Renovação cultural que teve início na península Itálica no decorrer do século XIV. Sob influência da cultura greco-romana, esse movimento influenciou as artes, a literatura, a ciência e a filosofia e difundiu-se por várias regiões da Europa. Tal nome sugere um súbito reviver dos ideais greco-romanos, o que não é de todo correto: mesmo no período medieval o interesse pela cultura clássica não desapareceu. Exemplo disso é Dante Alighieri (1265-1321), poeta italiano que manifestou entusiasmo pelos clássicos. Também nas escolas das catedrais e dos mosteiros, autores latinos e filósofos gregos eram muito estudados.

 Podemos considerar como causas da Renascença:
- o renascimento comercial e urbano;
- o fortalecimento da burguesia;
- o passado clássico na península itálica;
- a vinda dos sábios bizantinos.

Características da Cultura Renascentista 
A cultura renascentista teve 4 características marcantes: racionalismo, experimentalismo, individualismo e antropocentrismo. Os renascentistas eram convictos que a razão era o único caminho para se chegar ao conhecimento, e que tudo podia ser explicado pela razão e ciência. Para eles tudo poderia ser provado através de experiências científicas, daí o nome de experimentalismo.          
O Individualismo nasceu da reflexão de alguns homens sobre os problemas humanos e da necessidade do homem conhecer a si próprio. Buscavam afirmar sua própria personalidade, mostrar seus talentos etc. Por fim, a cultura renascentista, com seu caráter humanista, colocava o homem com a suprema criação de Deus e como o centro do universo (antropocentrismo), numa clara atitude de valorização do ser humano. A cultura renascentista, contudo, não teve raízes populares, foi uma cultura de elite desfrutada principalmente pela burguesia mercantil. As camadas populares foram meras observadoras das realizações intelectuais e artísticas durante o momento. Mesmo entre os artista, poucos foram os que, como o holandês Pieter Bruegel o Velho e o espanhol Murillo, retrataram a vida camponesa e as condições de vida dos pobres.
Os participantes dessa renovação – os renascentistas rejeitaram a cultura medieval, presa aos padrões definidos pela Igreja Católica, e passaram a defender e explorar a diversidade de ideias e o espírito crítico.
Com a afirmação do individualismo e do racionalismo, valores supremos da modernidade, o Renascimento situa-se na transição da sociedade feudal para a sociedade burguesa, na passagem da Idade Média para a Idade Moderna.
No final da Idade Média (séculos XIV e XV), graças à ascensão de alguns centros comerciais italianos (Veneza, Nápoles, Florença, entre outros), houve um grande desenvolvimento nas navegações, pois os comerciantes precisavam de novos mercados para vender seus produtos. Em busca desses mercados, Cristóvão Colombo chega à América (1492) e Pedro Alvares Cabral ao Brasil (1500). Com o fortalecimento do comércio, o Feudalismo entrou em decadência e muitos comerciantes adquiriram verdadeiras fortunas, intervindo de forma direta na política. Eles encontraram verdadeiras fortunas, intervindo de forma direta na política. Eles encontraram nas letras e nas artes uma forma de prestígio, mas sempre com o intuito de ostentar o poder. Foi assim que os mecenas, nobres comerciantes que protegiam os artistas e empregavam suas riquezas nas artes e nos estudos, promoveram um grande desenvolvimento intelectual. O que importava era voltar às fontes da cultura clássica e fazer “renascer” (daí o nome Renascimento) o esplêndido legado deixado pelos gregos e romanos a humanidade.
Entre as redescobertas da cultura greco-romana o homem renascentista organiza o ideal do humanismo, movimento intelectual que colocava o homem como centro do Universo. O propósito do humanismo era desenvolver no homem o espírito crítico e a confiança em si mesmo.
Os intelectuais passaram a questionar a autoridade da Igreja e atribuíram maior importância ao ser humano e à razão. Nem por isso o Cristianismo deixou de ser a religião dominante na Europa desse período, mas o homem já não era o mesmo fez com que os tesouros artísticos e literários da Antiguidade greco-romana fossem valorizados, e os artistas renascentistas criaram obras de arte magníficas, enfatizando a beleza física do homem e da mulher.
A técnica da pintura desenvolveu-se rapidamente, pois os artistas precisavam retratar o burguês, sua família e os objetos de luxo de sua residência com minúcias de detalhes.
A escultura renascentista foi marcada pela expressividade e pelo naturalismo. A xilogravura passou a ser muito utilizada nesta época.
Características:
ü  Inspiração em modelos greco-latinos (pertencente ou relativo à Grécia e a Roma), de onde se extrai a unidade, o equilíbrio e a harmonia.
ü  Exaltação do homem, revelada na valorização da beleza física, na representação dos nus e na busca da perfeição anatômica, como se pode observar nas obras de Mchelangelo.
ü  Gosto pela ostentação (luxo).
ü  Volta à natureza como fonte de inspiração.
ü  Expressão natural e dinamismo, com figuras plena de movimento.
ü  A escultura e a pintura adquiriram autonomia

A PINTURA RENASCENTISTA

De um modo geral, os pintores da renascença procuravam reproduzir a realidade, sob a influência do ideal de beleza grego. O espírito clássico, a ordem e as formas simétricas são traços marcantes dessa pintura.
Podemos distinguir três grandes escolas com características próprias: a florentina, de Florença, que se caracterizou pelo racionalismo demonstrado tanto pelo predomínio da linha sobre a cor, como pelo "sfumato"; a veneziana (de Veneza), caracterizada pelo sentimento, pela emoção, o predomínio da cor sobre o desenho ou a linha; e a romana, que tenta equilibrar linha e cor, razão e sentimento.
A pintura renascentista inovou com a descoberta da perspectiva, que permite abordar o espaço e a luz de maneira realista. Além disso, a nova técnica da pintura a óleo possibilitou novas associações e graduações da cor. Por fim, o surgimento de novos suportes, como a tela e o cavalete e a imprensa, permitiram uma circulação mais fácil das obras e do pensamento.
*         Perspectiva: arte de figura, no desenho ou pintura, as diversas distâncias e proporções que têm entre si os objetos vistos à distância, segundo os princípios da matemática e da geometria.
 * Uso do claro-escuro: pintar algumas áreas iluminadas e outras na sombra, esse jogo de contrastes reforça a sugestão de volume dos corpos.
 * Realismo: o artista do Renascimento não vê mais o homem como simples observador do mundo que expressa a grandeza de Deus, mas como a expressão mais grandiosa do próprio Deus. E o mundo é pensado como uma realidade a ser compreendida cientificamente, e não apenas admirada.
 * Inicia-se o uso da tela e da tinta à óleo.
 * Tanto a pintura como a escultura que antes apareciam quase que exclusivamente como detalhes de obras arquitetônicas, tornam-se manifestações independentes.
*  Surgimento de artistas com um estilo pessoal, diferente dos demais, já que o período é marcado pelo ideal de liberdade e, consequentemente, pelo individualismo.

O Renascimento na Itália
Berço da Renascença, a Itália tem em Florença a capital da arte renascentista.
O Renascimento italiano atravessa três períodos:
O Trecento, considerado por alguns estudiosos, como pré-renascentista, por ser o momento inicial desse movimento. As características desse momento foram a valorização do indivíduo e dos detalhes humanos e a ruptura com o imobilismo e a hierarquia da pintura medieval. Eram traços diretamente relacionados ao pensamento humanista. Anunciado nos fins do século XIII, com o escultor Nicolau de Pisa e acentuado no século XIV com Giotto que explorou a técnica do afresco. Ao invés dos personagens da arte medieval, Giotto esforçou-se para dar vida, movimento e expressão às figuras e às cenas que pintou.
Giotto di Bondone (1266 – 1337) e Simone Martini, duas personalidades diferentes a procura de novos caminhos.
Giotto procurou o real, o vivo, o dramático, retratou as figuras sagradas como se fossem pessoas comuns. Suas paisagens são desenhadas de forma natural e seus afrescos coloridos estimulam os sentidos, não a contemplação.
Simone Martini procurou a graça, a elegância e a suavidade.
Cita-se como tópicos dessas características os quadros “Lamentação sobre Cristo Morto” de Giotto e “Anunciação” de Simone Martini. No primeiro tudo nos fala de desespero e revolta, é um grito contra a morte inevitável. Há uma atmosfera de tensão e suspense, que nos chama à participação. Já na “Anunciação” a graciosidade dos movimentos, seja do aristocrático Anjo ou da afetada Virgem, a elegância linear e decorativa, que chega ao exagero do tratamento das asas e da auréola, são elementos que nos convida ao recolhimento espiritual
Outros artistas: Cimabue, Juctio, Cavalinni, Pisanello, Andrea de Firenze, os Lorenzetti.

O Quatrocento, idade de ouro do Renascimento, no século XV, quando as artes contam com a proteção dos mecenas, como Lourenço de Médicis, o Magnífico, Júlio II e Leão X, revelando-se, então, os maiores gênios artísticos.
No Quatrocento, os artistas procuraram aperfeiçoar suas técnicas aproximando-se da ciência. Os pintores passaram a fazer uso da geometria e criaram perspectiva, recurso que lhe permitia reproduzir na tela cenas tridimensionais. A pintura desabrocha num momento verdadeiramente revolucionário, rompendo os laços que a prendiam à tradição gótica. A arte de simbólica passa a ser representativa, já que a presença de Deus não é mais a única imagem digna de ser figurada.
No Renascimento, em imagens religiosas ou profanas, a beleza da mulher é outra vez enaltecida, os artistas retomam a lição dos Gregos. Desvinculando-se dos laços que a atavam com a religião, a arte respira um ar de liberdade e a natureza é o foco das atenções. Procura-se a harmonia, as proporções das formas. A pintura consegue, como nunca, dar às figuras uma ilusão de vida, de volume, e às paisagens um sentido de profundidade inteiramente novo. O artista modela os rostos e os corpos femininos buscando, outra vez, uma beleza ideal, a perfeição absoluta.
Artistas:
Fra Angelico (1400 – 1455) seguiu as tendências de Masaccio, mas por respeitar seriamente os seus votos, suas obras possuem como tema principal a religião. Uma das suas obras mais belas é Anunciação, que está no mosteiro de São Marcos, em Florença.

Masaccio (1401 – 1428). Foi o primeiro pintor do século XV a conceber a pintura como imitação fiel do real, como a reprodução das coisas tal como elas são.
O seu realismo é tão cuidadoso que ele parece ter a intenção de convencer o observador a respeito da realidade da cena retratada.
Morreu aos 27 anos e deixou obras que retratam as formas humanas com impressionante beleza. Uma das obras mais importantes é o afresco “A Santíssima Trindade” da igreja de Santa Maria Novella, em Florença.
Obras: Adão e Eva Expulsos do Paraíso, São Pedro Distribuí aos Pobres os Bens da Comunidade, São Pedro cura os Enfermos.

Piero della Francesca (1410 – 1492). Para ele a pintura resulta da combinação de figuras e do uso de áreas de luz e sombra. Seu universo é representado de uma forma geométrica e estática.  As cenas que suas obras mostram servem como suporte para a apresentação de uma composição geométrica.
Obras: Batismo de Jesus, Nossa Senhora com o Menino e Santos, Ressurreição de Jesus.

Sandro Filipe Botticelli (1444 – 1510) foi considerado o artista que melhor expressou, através do desenho, um ritmo suave a gracioso para as figuras pintadas. Os temas de seus quadros – quer tirado da Antigüidade grega, quer tirado da tradição cristã foram escolhidos segundo a possibilidade que lhe proporcionavam de expressar seu real de beleza. Para ele a beleza estava associada ao ideal cristão da graça divina. Por isso, as figuras humanas de seus quadros são belas porque manifestam a graça divina, e, ao mesmo tempo, melancólicas porque supõem que perderam o Dom de Deus.
Uma das características comuns em suas obras é a leveza dos corpos, esguios e desprovidos de força: eles parecem flutuar, expressando suavidade e graça.

Paollo Uccello ( 1393 – 1475) procura compreender o mundo segundo os conhecimentos científicos do seu tempo e, em suas obras, tenta recriar a realidade segundo princípios matemáticos. Por outro lado, sua imaginação corteja as fantasias medievais, o mundo lendário de um período que estava se constituindo num passado superado.
Outro aspecto importante de sua pintura é a representação do momento em que um movimento está sendo contido.
Obras: São Jorge e o Dragão, Batalha de São Romão.

O Cinquecento, século XVI, período da maturidade do Renascimento. O Renascimento torna-se um movimento universal europeu, porém inicia sua decadência.
Ocorrem então manifestações maneiristas, e a Contra reforma instaura o Barroco:
Artistas:
Leonardo da Vinci (1452 – 1519) foi o talento mais versátil do Renascimento. Desenhista, pintor, escultor, engenheiro e arquiteto, realizou vários trabalhos e pesquisas aprofundando-se nos mais diversos setores do conhecimento humano, entre eles anatomia, botânica, mecânica, hidráulica, óptica, arquitetura e astronomia. Nas artes, seus estudos de perspectiva são considerados insuperáveis. O sfumato, técnica de uso de tons claros e escuros, foi utilizado em suas obras de forma magistral.
Pouco tempo dedicou à pintura e poucas obras deixou, mas nessas poucas obras elevaram-se a uma criação de maneira extraordinária, que por se bastariam para justificar todo o período histórico em que se produziram. Entre seus quadros estão o mais famoso do mundo “A Gioconda” (Mona Lisa) e o mais reproduzido: “A Santa Ceia”. Pintou também: ”A Virgem dos Rochedos”, “A Adoração dos Magos” (inacabado), “São Jerônimo”, “Santana, a Virgem e o Menino”, “São João Batista”, “A Anunciação”, etc.

Michelangelo Buonarroti ( 1475 – 1564)  Arquiteto, pintor, poeta e escultor, um dos maiores representantes do Renascimento. Suas pinturas possuem caráter escultórico. Sua carreira, aliás, começou como escultor.
Como arquiteto, trabalhou na cúpula da igreja de São Pedro, em Roma e mais tarde em 1542 realizou o “Juízo Final”, na mesma capela.  Como pintor sua maior obra é a pintura do teto da capela Sistina. Embora tenha concordado em realizar esta obra não se considerava em primeiro lugar escultor. As poses das figuras na capela Sistina baseiam-se em famosas esculturas gregas e romanas, que Michelangelo estudava minuciosamente.

Rafael Sanzio (1483 – 1520) foi considerado o pintor que melhor desenvolveu na Renascença, os ideais clássicos de beleza: harmonia e regularidade de formas e de cores. Para elaborar poses e expressões, Rafael planejava detalhadamente suas obras e fazia centenas de desenhos preliminares a partir de modelos vivos. Depois, transferi-os para os afrescos, conseguindo, assim formas equilibradas numa única obra. Tornou-se muito conhecido como pintor das figuras de Maria e Jesus e seu trabalho realizou-se de modo tão precisamente  elaborado que se transformou em modelo para o ensino acadêmico de pintura.
Suas obras comunicam ao observador um sentimento de ordem e segurança, pois os elementos que compõem seus quadros são dispostos em espaço amplos, claros e de acordo com uma simetria equilibrada. Expressou sempre de forma clara e simples os temas pelos quais se interessou.
Obras: “A Libertação de São Pedro”, “A Transfiguração e a Escola de Atenas” (afresco pintado no Palácio do Vaticano).

Ticiano (1490 – 1576). Foi o maior pintor da escola veneziana. Produziu obras religiosas, mitológicas e retratos utilizando cores vivas e movimentos que mais tarde serviram de base para outros artistas. Suas obras têm um grande apego à vida e à beleza feminina. A paisagem, com freqüência, é mais importante que as figuras.
De início, ele escandaliza por sua predileção em pintar cenas bíblicas com nus ou em paisagens reconhecidamente venezianas. Passa então a fixar cenas da mitologia grega, livrando-se, assim, dos críticos puristas.

 A ESCULTURA RENASCENTISTA

Seguindo as linhas do pensamento humanista e o resgate dos valores greco-romanos, a escultura renascentista deu ênfase à importância do homem e suas atividades. Os escultores ficaram conhecidos por seus relevos e pelas ornamentações de púlpitos (a parte elevada da igreja em que o padre prega aos fiéis). 
A escultura renascentista desempenha um papel decisivo no estudo das proporções antigas e a inclusão da perspectiva geométrica. As figuras, até então relegadas ao plano de meros elementos decorativos da arquitetura, vão adquirindo pouco a pouco total independência. Já desvinculadas da parede, são colocadas em um nicho, para finalmente mostrarem-se livres, apoiadas numa base que permite sua observação de todos os ângulos possíveis.
O estudo das posturas corporais traz como resultado esculturas que se sustentam sobre as próprias pernas, num equilíbrio perfeito, graças à posição do compasso (ambas abertas) ou do contraposto (uma perna na frente e a outra, ligeiramente para trás). As vestes reduzem-se à expressão mínima, e suas pregas são utilizadas apenas para acentuar o dinamismo, revelando uma figura humana de músculos levemente torneados e de proporções perfeitas.
Outro gênero dentro da escultura que também acaba sendo beneficiado pela aplicação dos conhecimentos da perspectiva é o baixo-relevo (escultura sobre o plano). Desse modo, ao mesmo tempo em que se torna totalmente independente da arquitetura, a escultura adquire importância e tamanho. Reflexo disso são as primeiras estátuas eqüestres que dominam as praças italianas e os grandiosos monumentos funerários que coroam as igrejas. Pela primeira vez na história, sem necessidade de recorrer a desculpas que justificassem sua encomenda e execução, a arte adquire proporções sagradas.
Na escultura italiana do Renascimento, dois artistas se destacaram por terem produzido obras que testemunham a crença na dignidade do homem.

Escultores:
Michelangelo – Foi o maior escultor do renascimento. A escultura "Davi" foi feita por encomenda. Começou a executá-la num bloco de mármore abandonado junto à catedral. Esculpida com grande técnica, destaca qualidades "superiores" do homem, como o heroísmo, força, visão dramática e grandiosa do mundo. Se comparada ao Dorífilo e Policleto, feito no século 5 a.C., fica evidente a influência estética clássica.
Outras obras: Pietà, Davi, O Crepúsculo e a Aurora, A Noite e o Dia.
Andrea del Verrocchio (1435 – 1488) trabalhou em ourivesaria. Esse fato acabou influenciando a sua escultura. Observando algumas de suas obras, encontramos detalhes decorados que lembram as minúcias do trabalho de um ourives. É assim com os arreios do cavalo do Monumento Equestre a Colleoni, em Veneza, ou nos detalhes da túnica de seu Davi, em Florença. Mas, Verrocchio foi escultor seguro na criação de volumes e considerado, na escultura, um precursor do jogo de luz e sombra, tão próprio da pintura de seu discípulo Leonardo da Vinci.
Outra figura importante da escultura italiana foi Donatello. Realista, suas figuras são carregadas de verdade humana, com fortes influências da escultura romana.

ARQUITETURA RENASCENTISTA

No período românico construíam-se templos fechados. A arquitetura gótica buscou a verticalidade. Já o arquiteto do Renascimento buscou espaços em que as partes do edifício parecessem proporcionais entre si. Procurou, ainda, uma ordem que superasse a busca do infinito das catedrais góticas.
A arquitetura renascentista também sofreu grandes transformações. A forma típica provém de duas fontes principais: A reutilização após um intervalo de quase um milênio, das formas características da arte clássica, ou seja, a arte grega e a arte romana; e ao mesmo tempo, a aplicação da perspectiva, aquele conjunto de regras de desenho e matemáticas que permitem reproduzir sobre uma folha de papel, com exatidão, o aspecto real dos objetos.
O primeiro elemento respeitava a arquitetura, onde ele construiu segundo as ordens gregas e romanas (principalmente a Coríntia e a Compósita) palácios, igrejas, vilas, fortalezas e praças.
 Os arquitetos do Renascimento preocupavam-se em criar ambientes que mostrassem o equilíbrio das linhas. A principal característica foi a busca de uma ordem e de uma disciplina que superasse o ideal de infinitude do espaço das catedrais góticas. Na arquitetura a ocupação do edifício baseia-se em relações matemáticas estabelecidas de tal forma que o observador possa compreender a lei que organiza, de qualquer ponto em que se coloque.
Na arquitetura italiana do Renascimento destacam-se Michelangelo e Andréa Del Verrocchio (1435-1488) trabalhou em ourivesaria, o que influenciou sua escultura: algumas de suas obras possuem detalhes que lembram o trabalho de um ourives – artesão que trabalha com peças de ouro. Entre elas destacam-se Davi, escultura do personagem bíblica que venceu o gigante Golias, poderoso soldado de um exercito inimigo do povo de Israel e Davi de Michelangelo, escultura que é o símbolo da arte do Renascimento.
As duas formas arquitetônicas - gótica e renascentista - conviveram durante mais de duzentos anos, após o que seriam de certa eclipsadas pelo barroco. Se no princípio rivalizavam entre si, logo mais passaram a completar-se. Os adornos, os elementos decorativos, a forma das colunas góticas desapareceram, em favor da decoração renascentista. contudo, muitas das grandes obras renascentistas não poderiam ter surgido sem o conhecimento da técnica do gótico.
O arco ogival ou em ponta é típico do estilo gótico e permitia sustentar abóbadas elevadas. O arco renascentista, ao contrário do arco gótico, tinha a forma curvilínea, de pura inspiração romana clássica.
A coluna gótica, constituída de feixes de pilares, devia servir de sustentáculo à estrutura da abóbada. A coluna renascentista, simples, com capitéis coríntios, foi empregada na construção de pórticos e arcadas.
Nas abóbadas góticas, arcos ogivais encontram-se no alto e se apoiam em colunas: é a abóbada de nervuras. A abóbada renascentista tem a forma de um semicírculo formando um teto liso ou ainda em quadros.
A janela gótica, alta e estreita, tem vitrais coloridos e frontões bastante pontiagudos. A janela renascentista, quadrada e mais ampla que a gótica, tem o vidro transparente e incolor, dando maior claridade.
No Renascimento, o que preponderou nas construções religiosas e leigas da Itália foi o estilo renascentista, mas a técnica da construção gótica foi de grande valia para os feitos dos grandes arquitetos italianos.

Arquitetos mais importantes:
>         Donato Bramante
>         Michelangelo Buoarroti
>         Filippo Brunelleschi autor da cúpula da catedral de Santa Maria del Fiore

Bibliografia: PROENÇA, Graça. História da Arte. Ática. São Paulo.2000.
PROENÇA, Graça. Descobrindo a História da Arte. Ática. São Paulo.2005.

Revista: História Viva. Edição Temática Nº 5  

2ª Série - ARTE GREGA - 3ª Unidade 2013

Por volta do século XX a.C. no sul da península dos Bálcãs, se estabelecia um povo que daria início à história grega. Entre os gregos, a escravidão tornou-se dominante, e um grande pensador afirmou que sem ela não haveria o Estado grego, nem arte nem ciência.
Os gregos se destacaram nos mais diversos campos culturais. Na escultura, nas estátuas demonstram harmonia, ritmo, movimento e proporção. Em termos de arquitetura, destacam-se os grandiosos templos que foram construídos para os deuses.
Os gregos não se submeteram aos dogmas religiosos. Para eles o conhecimento vinha através da razão e não da fé. A arte grega é idealista e não realista. O ideal de beleza é o homem.
A história da civilização grega pode ser dividida em:
→       Período Minóico ( 3.000 – 1.600 a. C.);
→       Período Micênico (1.600 – 1.100 a. C.);
→       Período Geométrico (1.100 – 700 a.C.);
→       Período Arcaico (700 – 500 a.C.);
→       Período Clássico (500 – 300 a.C.);
→       Período Helenístico (300 a.C. até a Cultura Romana).

 PERÍODO MINÓICO
A civilização minóica surge no Mar Egeu, ocupando, principalmente, a Ilha de Creta. Existe uma teoria que diz que possivelmente esta civilização teria sido àquela de Atlântida (que afundou no mar como conta a mitologia grega). Os minóicos não tinham preocupação com a guerra, suas cidades não eram muradas.
O Palácio de Cnosso é o principal exemplo de arte minóica. Nele já existiam encanamentos de água quente e fria. As pinturas são alegres e preocupadas em demonstrar a vida cotidiana. Foram utilizadas cores vivas como: vermelho, amarelo, verde, azul, branco e marrom.

 PERÍODO MICÊNICO
Os micênicos se instalaram na região que primeiramente era ocupada pelos minóicos. O povo micênico era guerreiro e tinha as cidades muradas. É um dos povos que darão origem (juntamente com os áqüeos, eólios e jônicos) à civilização grega propriamente dita.
Caracterizou-se principalmente pelo desenvolvimento da arquitetura, tendo como modelo o megaron micênico (sala central do palácio de Micenas); O palácio divide-se em três áreas simples: um pórtico com duas colunas leva à antecâmara que antecede a grande sala de audiências, retangular e com quatro colunas a envolver uma lareira central circular; ao redor dos palácios, no interior da cidadela, e também do lado de fora, junto às muralhas, haviam várias casas de planta retangular e diversos cômodos, um deles habitualmente com lareira. As paredes eram de tijolo seco ao Sol, barro comprimido reforçado com cascalho, vigas de madeira, ou uma combinação disso; as fundações eram de pedra, ou de simples cascalho misturado com barro. O telhado era provavelmente plano, composto de uma estrutura de madeira recoberta de reboco ou terra - casas dos cidadãos mais ricos e influentes da sociedade micênica; os mais pobres viviam em cabanas de um ou dois cômodos situadas fora das muralhas. As paredes eram de tijolos secos ao sol ou de madeira, o chão era de terra batida e o telhado, plano, era em geral recoberto de palha;
- Desenvolveu-se ainda o artesanato em cerâmica, decorados com cenas do quotidiano e motivos florais e animais;

PERÍODO GEOMÉTRICO

Esta fase dura aproximadamente 400 anos. A cultura deste período é desestruturada, portanto a arte não era consolidada. O material artístico desta época é muito escasso, exceto por alguns templos primitivos. Não sobreviveram pinturas nas paredes, nem esculturas em larga escala. Os poucos achados são de pequenas estátuas, principalmente de bronze, reverenciando algum deus no templo ou enfeitando túmulos.
O Período Geométrico ficou conhecido, artisticamente, por seus potes e vasos com pinturas de figuras geométricas, representando a pobreza cultural dos dórios.
Gradativamente, a arte grega deixou de retratar apenas figuras geométricas e começou a exibir animais. A partir do século VIII A.C., houve uma ascensão do estilo humanista na arte, que passou a mostrar humanos, como dançarinos, corredores em bigas, cenas de batalhas e homens ou mulheres lamentando-se em frente a um túmulo, rituais religiosos, mas também cenas de coleta, de dança, de atletismo, de casamentos e outras atividades diárias. Muitas vezes os ceramistas e pintores de vasos eram a mesma pessoa.
Os vasos gregos são conhecidos não só pelo equilíbrio de sua forma, mas também pela harmonia entre o desenho, as cores e o espaço utilizado para ornamentação.
Além de servir para rituais religiosos, esses vasos eram usados para armazenar, entre outras coisas, água, vinho, azeite, mel, perfume, mantimento e até como urna funerária. Mas na medida em que passaram a revelar uma forma equilibrada e um trabalho de pintura harmoniosa, tornou-se também objetos artísticos. Inicialmente o artista pintava, em negro, a silhueta das figuras. A seguir, gravava o contorno e as marcas interiores dos corpos com um instrumento pontiagudo, que retirava a tinta preta, deixando linhas nítidas.

Figura negra: No final do século VIII a.C., a cidade de Coríntio testemunhou a invenção de uma técnica de pintura em vasos conhecida como figura negra. Nela a silhueta usada no período geométrico foi avivada pela incisão de uma tinta vermelha e branca.
Figura vermelha: Por volta do ano de 525 a.C., um grupo de ceramistas atenienses inventou uma técnica da figura vermelha, com a qual as figuras são desenhadas em linhas gerais, os detalhes interiores acrescentados em linhas de espessura variada e o fundo feito em tinta preta.
Na mesma época a gravação foi substituída pelo pincel, o que permitiu maior sutileza na pintura e exploração da figura humana. A partir dessa época, Atenas passou a dominar a produção de cerâmica decorada e qualidade de suas obras só fez aumentar. Exemplos de cerâmicas:
 Ânfora: vasilha em forma de coração, com gargalo longo com duas asas, tem como características a ornamentação geométrica e figuras estilizadas.
Hídria: era utilizada para recolher a água das fontes e caracterizava-se por três asas, uma na vertical para segurar enquanto corria água e duas para levantar.
Cratera: tem a boca em forma de cratera, muito larga, com o corpo em forma de sino invertido e serve para misturar água com vinho. Os primeiros exemplares desses vasos tinham uma decoração geométrica. Em seguida foram utilizadas figuras humanas e de animais estilizados. 

ARQUITETURA DO PERÍODO GEOMÉTRICO: Entre os anos 900 e 725 a.C., as casas são de plano irregular e os templos têm planta ora longa e estreita, ora quase quadrada, com uma coluna central (ou fila central de colunas) como arrimo. Os materiais de construção preferidos eram o tijolo cru e a madeira, com alguma utilização da pedra.

PINTURA DO PERÍODO GEOMÉTRICO: Surge como elemento de decoração da arquitetura. Ela também aparece nos vasos cerâmicos, conhecidos pelo equilíbrio entre forma e desenho, cor e espaço.
Os ceramistas e pintores de vasos atuavam de forma mais humilde do que os escultores e arquitetos gregos, que em geral, trabalhavam sob encomenda e usavam materiais caros. Há indícios de que as oficinas de cerâmica eram formadas por enormes famílias e, freqüentemente, as cenas representadas eram relativas a preocupações do cotidiano.

 PERÍODO ARCAÍCO E CLÁSSICO
As duas principais cidades gregas foram Atenas (berço da arte e democracia) e Esparta (cidade dos guerreiros). As cidades gregas eram divididas em três partes:
→       Acrópole: centro da vida religiosa e geralmente o ponto mais alto da região;
→       Ágora: centro da vida civil, política e comercial;
→       Astu: parte mais baixa da cidade, onde moravam os artesãos, comerciantes e povo.
Os gregos não se submetiam aos dogmas religiosos. Para eles o conhecimento vinha da razão e não da fé. A arte grega é idealista e não realista. O ideal de beleza é o homem.

PERÍODO ARCAÍCO
Chama-se de arcaico o período em que os gregos começaram a desenvolver técnicas sob a influência e contato com as idéias das civilizações mais antigas do Egito e do Oriente.

ESCULTURA DO PERÍODO ARCAICO
Nas obras do período arcaico nota-se a influência do Egito não só como fonte inspiradora, mas também na técnica. Durante esse período, o escultor grego apreciava a simetria natural do corpo humano. Desenvolveram a representação da figura humana, tornando-a mais realista. Iniciou-se a preocupação com os detalhes do corpo e das vestimentas. Começaram a esculpir grandes figuras de homens em mármore, embora existam algumas feitas de outros materiais como vários tipos de pedras, madeira talhada e terracota. Esse tipo de estátua era baseado nas esculturas egípcias. Assim, surgem as estátuas chamadas de Kouros (que significa “homem jovem”). São figuras masculinas nuas, eretas, em rigorosa posição frontal e peso do corpo igualmente distribuído sobre as duas pernas, com uma perna adiantada em relação à outra, os braços colados ao corpo, os punhos fechados com força e o olhar para frente, e a presença do característico sorriso arcaico, que não se apaga mesmo quando está ferido ou faz esforço, como é o caso do Moscóforo de Atenas. As Korés (que significa “mulher jovem”) são as figuras femininas. Os vestidos das mulheres, muito sutis, moldam-se nos corpos como se fossem panos molhados, mostrando por baixo da anatomia.
Além dessas estátuas também dedicaram muitas obras a animais como leões, cães, cavalos e imaginários centauros, esfinges e monstros, com os quais narravam aventuras dos heróis e deuses.

 PERÍODO CLÁSSICO:
As principais características da arte deste período são:harmonia, equilíbrio e proporção.

ESCULTURA DO PERÍODO CLÁSSICO:
No período clássico passou-se a procurar movimento nas estátuas. Para atingir tal objetivo, começou a usar o bronze, que era mais resistente do que o mármore podendo fixar o movimento sem se quebrar. O grego não se interessa por copiar a realidade e fixa-se na beleza ideal, seguindo proporções perfeitamente calculadas, de um modo geral, baseadas nas dimensões de pé, que dão as mesmas da cabeça. Contudo, o grego conduziu rapidamente a escultura a uma mudança radical na transição da arte Arcaica para o Clássico. As figuras imóveis dos jovens (Kouros) começaram adotar-se de movimento. Começa a evolução da ruptura da frontalidade para a conquista das três dimensões e movimento. A anatomia reflete uma maior naturalidade e o sorriso arcaico desaparece.
Características:
→       Naturalismo ou representação fiel da natureza e do corpo humano;
→       Ideia de movimento (quer do corpo, quer das roupas);
→       Perfeição na representação do corpo humano;
→       Serenidade, pois as figuras não revelam qualquer sentimento na sua expressão;
→       Harmonia, pois existe proporção entre as várias partes do corpo.

 PINTURA DO PERÍODO CLÁSSICO
Nenhum trabalho restou dos grandes pintores de vasos do Período Clássico, mas sabe-se que nessa época a pintura aperfeiçoou a utilização de perspectiva, sombras e anatomia.

 ARQUITETURA DO PERÍODO CLÁSSICO:
Um dos símbolos de maior sucesso artístico da Grécia é a sua requintada arquitetura, principalmente as elegantes colunas de pedra e os frontões triangulares, esculpidos em três “estilos” de arquitetura desenvolvida por eles entre 600 a.C. e 300 a.C., caracteriza-se por um senso absoluto de organicidade e equilíbrio, subordinando-se suas proporções à ordem matemática. A arquitetura grega foi muito mais, do que belos edifícios é leve, harmoniosa e funcional. No início da construção dos templos, os materiais utilizados pelos gregos eram o adobe (para as paredes) e a madeira (para as colunas). A partir do século VII a.C., no entanto, eles caíram em desuso e foram substituídos pela pedra e pelo mármore. A inovação permitiu que fosse acrescentada uma nova fileira de colunas na parte exterior da construção, fazendo com que o templo ganhasse um caráter monumental. Surgiram então os primeiros estilos arquitetônicos. 
Na Acrópole e em Ágora os templos e edifícios foram erguidos em mármore polido. Porém as casas das ruas, sujas e tortuosas, eram principalmente construídas de adobes secadas ao sol.
Não havia residências suntuosas. Mesmo um grande general vivia numa casa simples, igual à de um de seus vizinhos. Só as casa grandes tinham pavimento de pedra, as outras eram construídas a partir de terra batida e as paredes de abobe.
Os templos eram muito vulneráveis ao fogo, porque a madeira era amplamente empregada na arquitetura grega, para a construção do teto e das colunas. Além disso, o azeite armazenado nos templos e em outras construções era inflamável e podia ser perigoso quando usado em lamparinas.
No mundo grego, só estilos eram identificados de acordo com as ordens arquitetônicas que regulamentavam toda a obra dos artistas. Estes estilos distinguem-se especialmente nas colunas dos templos, teatros, estádios, ginásios e pórticos (pátios). Os gregos se preocupavam ainda com a simetria, a escala, a proporcionalidade e a harmonia.
A arquitetura deste período estava muito ligada a vida religiosa. Construíam-se teatros em honra de Dionísio e estádios em homenagens aos deuses como Zeus ( Santuário de Olímpia) e Apolo no (Santuário de Delfos).
A arquitetura apresenta ainda as seguintes características: Predomínio da horizontal sobre a vertical, planta regular, colunatas rodeando os edifícios, frontão triangular e a simetria entre o pórtico de entrada e o dos fundos. O templo era construído sobre uma base de três degraus.  O degrau mais elevado chamava-se estilóbata e sobre ele eram erguidas as colunas. As colunas sustentavam um entablamento horizontal formado por três partes: a arquitrave, o friso e a cornija.
Partes da coluna:
Cornija: é o ornato que se assenta sobre o friso de uma obra arquitetônica. É uma espécie de moldura.
Friso: é a parte do entablamento, que repousa sobre os capitéis das colunas e fica entre a cornija e a arquitrave.
Capitel: é o remate da coluna, a parte superior da pilastra ou balaústre geralmente esculturada.
Fuste: é a parte principal da coluna. Fica entre o capitel e a base.
Base: é tudo o que serve de apoio, a parte inferior da coluna.
A palavra entablamento refere-se ao conjunto formado por arquitrave, friso e cornija.
Em algumas colunas aparece o acrotério, um pedestal sem base que suporta vasos, figuras ou outros ornamentos. As colunas e o entablamento eram construídos segundo os modelos da ordem dórica, jônica e coríntia.
Ordem Dórica: Foi a primeira, a mais simples e a mais importante das ordens arquitetônicas é considerada a ordem masculina. Surgiu antes dos outros por uma razão muito óbvia: o dórico foi um dos primeiros povos que dominaram a Grécia. Apresentava as seguintes características: o fuste da coluna era monolítico e grosso. A arquitrave era lisa e sobre ela ficava um friso que era dividido em tríglifos (retângulos com sulcos verticais) e métopas (retângulos que podiam ser lisos, pintados ou esculpidos em relevo). O fuste da coluna era monolítico e grosso. O capitel era uma almofada de pedra. As grossas colunas que lhe davam sustentação não dispunham de base, o fuste tinha a forma acanelada. O capitel, muito simples. A mais notável característica dessas construções é a curvatura das linhas, que dão aparência de retas, mas na realidade, apresentam uma pequena curvatura para eliminar a impressão de divergências das numerosas colunas.
Templos dóricos: Poseidon e o de Hera em Paestum na Itália e os Selinunte, na Sicília.

Ordem Jônica: Representava a graça e o feminino tem antecedentes na arquitetura dos assírios e de outros povos da Ásia Menor. Ela espalhou-se no século V a.C., por outras cidades-estado gregas e pelas colônias. É leve, elegante, esbelta, cheia de classe e refinamento e era mais ornamentada. A coluna apresentava o fuste mais delgado e não se firmava diretamente sobre o estilóbata, mas sobre uma base decorada. O capitel era formado por duas espirais unidas por duas curvas é parecido com o tipo de penteado feminino em moda na época, existindo também certa semelhança entre a linha da coluna jônica e um traje de mulher.  O friso era dividido em partes ou decorado por uma faixa esculpida em relevo. A cornija era mais ornamentada e podia apresentar trabalhos de escultura. O mais belo templo jônico é o Eractéion de Atenas, erguido em honra de um lendário herói chamado Erecteu.
Ordem Coríntia: Apareceu no século IV a.C., e se caracterizou, sobretudo pela forma do capitel. Que era formado com folhas de acanto (planta espinhosa muito decorativa, originária da Grécia e da Itália) e quatro espirais simétricas, muito usado no lugar do capitel jônico, de um a variar e enriquecer aquela ordem. Sugere luxo e ostentação.
O maior exemplar e mais significativo da arquitetura coríntia é o templo de Olympeion em Atenas, que começou a ser construído no ano de 170 a.C., e só ficou pronto muito tempo depois. 

ARQUITETURA DO PERÍODO HELENÍSTICO

Em 400 a.C. surgiu uma nova e mais elaborada versão da arquitetura jônica: o estilo coríntio. Os templos são o maior destaque da arquitetura deste período. Eles foram criados para o culto aos deuses. As casas, até o período Helenístico, tinham pouca importância, pois o grego se preocupava com o coletivo.
Nos teatros, acontece uma modificação na planta do edifício. O coro passa para segundo plano. É dada maior importância para os artistas, assim o palco dobra de tamanho.
As casas passam a ter maior importância, pois o grego passa a pensar menos no coletivo. São inseridas colunas, peristilo e pátio central no desenho da casa.
Principais escultores: Miron ( que se preocupou em representar o movimento e as justas proporções do corpo humano. O Discóbolo).  Fídias ( autor de Zeus Olimpo, sua obra prima e Ateneia), Policreto (cabeça do Doríforo) e Praxíteles.

PINTURA DO PERÍODO HELENISTÍCO
Parte da pintura grega do período Helenístico sobreviveu até os dias atuais, mas a maior parte do que se sabe atualmente sobre o período vem de cópias feitas pelo Império Romano e achadas em Roma e Pompéia. Foram encontrados também vários mosaicos. A produção de mosaicos já se havia iniciado no período Clássico, mas atingiu seu apogeu no Período Helenístico, principalmente na cidade de Delos.

ESCULTURA DO PERÍODO HELENÍSTICO
Neste período as obras se diversificaram bastante, devido a uma mudança de cultura. Os macedônios invadiram a Grécia e aconteceu uma fusão de gostos. A arte se tornou mais expressiva e teatral. A escultura alcançou o seu ponto máximo de desenvolvimento, na expressão e na variedade de temas representados. Podemos observar o crescente naturalismo, os seres humanos não eram representados apenas de acordo com a idade e a personalidade, mas também segundo as emoções e o estado de espírito de um momento. Com a mudança das figuras contorcendo-se em todas as direções, completou-se a conquista da terceira dimensão, dando lugar aos grupos de esculturas com formas piramidais e com os corpos, braços e pernas entrelaçadas formando um verdadeiro emaranhado humano. A isso se juntou um crescente interesse pelas expressões do rosto, tal como acontecem na realidade e que até então se tinham idealizado. As expressões de dor, ausência e preocupação refletem-se nos corpos, chegando a exagerar a gesticulação das personagens. A anatomia dos corpos aproxima-se da realidade excessivamente fiel em alguns casos.
Os temas também sofreram transformações: as antiquadas figuras dos deuses e heróis juntaram-se agora a novos motivos como sátiros e centauros. Ex.: um rapaz a tirar uma espinha da pele, a velha embriagada, o pescador, etc. Surge também o nu feminino, pois, no período arcaico, as figuras de mulher eram sempre vestidas.
A escultura apresenta traços bem característicos:
→  Crescente naturalismo, seres humanos representados de acordo com a idade, personalidade e estado de espírito;
→     Representação sob a forma humana de sentimentos com paz, amor, liberdade, vitória, etc.
Glossário
Peristilo: galeria de colunas isoladas, em torno de um edifício ou de um pátio.
Arrimo: muro de sustentação.
Monolítico: formado por uma só pedra.
Peristilo: galeria de colunas isoladas, em torno de um edifício ou de um pátio.
Pórtico: é local coberto à entrada de um edifício de um templo ou de um palácio.

Referências bibliográficas:
PROENÇA, Graça. História da Arte. São Paulo: Ática. 2000.
CALABRIA, Carla Paula B. MARTINS, Raquel Valle. Arte, História e Produção. Vol 2. FTD.
Revista: Grécia Terra dos Deuses. São Paulo: Escala. 2003.
VIEIRA, Cristina. Grécia: Arquitetura. Vol 4. São Paulo: Escala.