A palavra expressionismo pode ser aplicada em
qualquer momento da história da arte para designar a obra que abandona as
ideias tradicionais e expressa a emoção do artista através de deformações e
exageros de forma e cor. O artista expressionista não retrata apenas o que ele
vê, retrata também o que ele sente em relação ao fato que está presenciando,
podendo para isso até deformar figuras.
A palavra expressionismo também foi utilizada
para denominar uma tendência da arte europeia moderna que predominou na arte
alemã de 1904 e 1905. Essa tendência pode ser vista como uma reação ao
Impressionismo, que apenas se preocupava com as sensações de luz e cor e não
com problemas vividos pela sociedade da época. O Expressionismo tinha como objetivo
expressar as emoções humanas e interpretar as angústias que caracterizavam
psicologicamente o homem do início do século XX.
O Expressionismo é a arte do
instinto, trata-se de uma pintura dramática, subjetiva, “expressando”
sentimentos humanos. Utilizando cores patéticas, dá forma plástica ao amor, ao
ciúme, ao medo, à solidão, à miséria humana, à prostituição. Deforma-se a
figura, para ressaltar o sentimento.
Predominância dos valores
emocionais sobre os intelectuais.
Principais características:
Ü pesquisa no domínio psicológico;
Ü cores resplandecentes, vibrantes, fundidas ou
separadas;
Ü dinamismo improvisado, abrupto,
inesperado;
Ü pasta
grossa, martelada, áspera;
Ü técnica
violenta: o pincel ou espátula vai e vem, fazendo e refazendo, empastando ou
provocando explosões;
Ü preferência
pelo patético, trágico e sombrio;
OBSERVAÇÃO: Alguns historiadores determinam para esses pintores o movimento ”Pós Impressionista”. Os pintores não queriam destruir os efeitos impressionistas, mas queriam levá-los mais longe. Os três primeiros pintores abaixo estão incluídos nessa designação.
Principais
artistas:
Gauguin – (1848 – 1903) ligou-se ao Impressionismo e participou da quinta
exposição coletiva desse movimento, em 1884, seus quadros já superaram, em
alguns aspectos, a tendência impressionista: a tinta começa a ser usada pura,
em áreas de cor bem definidas, os objetos passam a ser coloridos de modo
arbitrário e a representação deixa de ser tridimensional.
Na década de
1890, ele viveu no Taiti e produziu uma série de telas que constitui a parte
mais conhecida de sua obra. Seus quadros dessa época registram o espaço natural
e a vida simples das pessoas livres do peso da civilização ocidental. Era um
dos poucos amigos de Van Gogh.
Obra Destacada:
Jovens Taitianas com Flores de Manga.
Cézanne – (1839 – 1906) teve o início de sua carreira ligado ao movimento
impressionista. Mas não tardou muito para que sua pintura tomasse outros rumos.
Ele não se preocupava em registrar o aspecto passageiro de um momento provocado
pela constante mudança da luz solar, como defendiam os impressionistas.
A partir da obra
O Castelo de Médan se deu o rompimento com o grupo impressionista, pois a
tendência de Cézanne em converter os elementos naturais em figuras geométricas
- como cilindros, cones e esferas - acentua-se cada vez mais, de tal forma que
se torna impossível para ele recriar a realidade segundo “impressões” captadas
pelos sentidos.
Obras
Destacadas: Castelo de Médan e Madame Cézanne
Van Gogh - (1853 – 1890) empenhou
profundamente em recriar a beleza dos seres humanos e da natureza através da
cor, que para ele era o elemento fundamental da pintura. Foi uma pessoa
solitária. Interessou-se pelo trabalho de Gauguim, principalmente pela sua
decisão de simplificar as formas dos seres, reduzir os efeitos de luz e usar
zonas de cores bem definidas.
Em 1888, deixou
Paris e foi para Arles, cidade do sul da França, onde passou a pintar ao ar
livre. O sol intenso da região mediterrânea interferiu em sua pintura, e ele
libertou-se completamente de qualquer naturalismo no emprego das cores,
declarando-se um colorista arbitrário. Apaixonou-se então pelas cores intensas
e puras, sem nenhuma matização, pois elas tinham para ele a função de
representar emoções. Entretanto ele passou por várias crises nervosas e, depois
de internações e tratamentos médicos, dirigiu-se, em maio de 1890, para Anvers,
uma cidade tranquila ao norte da França. Nessa época, em três meses apenas,
pintou cerca de oitenta telas com cores fortes e retorcidas. Em julho do mesmo ano,
ele suicidou-se, deixando uma obra plástica composta por 879 pinturas, 1756
desenhos e dez gravuras. Enquanto viveu não foi reconhecido pelo público nem
pelo críticos, que não souberam ver em sua obra os primeiros passos em direção
à arte moderna, nem compreender o esforço para libertar a beleza dos seres por
meio de uma explosão de cores.
Obras
Destacadas: Trigal com Corvos e Café à Noite.
Toulouse-Lautrec – (1864 – 1901) o que caracteriza a pintura de Toulouse-Lautrec é
a capacidade de síntese, o contorno expressivo das figuras e a dinâmica da
realidade representada. Quanto a temática, seus quadros afastam-se da natureza
e voltam-se para os ambientes interiores: o circo, o bordel, o bar. A natureza,
quando aparece, é mero cenário, apresentado de forma imprecisa, pois não merece
do pintor o mesmo cuidado com que procura recriar o drama pessoal de seus
contemporâneos.
Toulouse-Lautrec
soube captar em sua pintura, como nenhum outro artista, a sociedade e o ser
humano para além da aparência de felicidade, sentimento quase obrigatório nos
últimos anos do século XIX, alegremente chamados de “belle époque”.
Pintava temas
pertencentes à vida noturna de Paris, e também foi responsável pelos cartazes
das artistas que se apresentavam no Moulin Rouge. Boêmio, morreu jovem.
Obra Destacada:
Ivette Guilbert que Saúda o Público.
Edvalrd Munch – (1863 – 1944) pintor
norueguês é considerado, por muitos estudiosos das artes plásticas, como um dos artistas
que iniciaram o expressionismo na Alemanha.
Sua
obra “O grito” é um exemplo dos temas que sensibilizaram os artistas ligados a
essa tendência.
Estilo
artístico:
-
Abordagem de temas relacionados aos sentimentos e tragédias humanas (angústia,
morte, depressão, saudade).
-
Pintura de imagens desfiguradas, passando uma sensação de angústia e desespero.
-
Forte expressividade no rosto das personagens retratadas.
-
Pintura de figuras marcadas por fortes atitudes.
Sua obra O Grito é um exemplo dos temas que sensibilizaram os
artistas ligados a essa tendência. Nela a figura humana não apresenta sua
linhas reais mas contorce-se sob o efeito de suas emoções. As linhas sinuosas
do céu e da água, e a linha diagonal da ponte, conduzem o olhar do observador
para a boca da figura que se abre num grito perturbador.
Obras:
A Criança Doente e o Grito
Referências:
PROENÇA,
Graça. História da Arte. Ática. São Paulo. 2000.
_____________.Descobrindo
a História da Arte. 1ª Ed. São Paulo. Ática. 2005.