"A arte é a contemplação: é o prazer do espírito que penetra a natureza e descobre que ela também tem uma alma. É a missão mais sublime do homem, pois é o exercício do pensamento que busca compreender o universo, e fazer com que os outros o compreendam." (Auguste Rodin)
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quarta-feira, 30 de abril de 2014
2ª Série - Texto 3 - A arte Pré-histórica
As manifestações artísticas mais antigas
estão relacionadas com os primeiros restos do Homo sapiens e remontam à época do Paleolítico.
O que
é a arte rupestre
Em linhas gerais, a denominação Arte
Rupestre (do latim rupes, rochedo) define qualquer conjunto de elementos
gráficos pintados ou gravados sobre suportes rochosos fixos – em geral abrigos,
grutas, lajedos, paredões e afloramentos – deixados por populações pretéritas
(do passado), constituídas de grupos de caçadores – coletores, horticultores,
agricultores ou pastores. Considera-se que as representações gráficas rupestres
constituem uma utilização particular do ambiente por parte de um indivíduo ou
grupo, já que elas expressam diferentes aspectos das representações mentais de
certas sociedades do passado. Assim sendo, os grafismos (conjuntos de signos
visuais) testemunham sobre um modo singular de perceber e apreender a natureza,
o território e os próprios grupos humanos. Embora não se possa conhecer o
verdadeiro conteúdo significativo desses signos, nem sequer as motivações ou
circunstâncias reais em que eles foram realizados, o fato de serem expostos ao
olhar e de terem a condição de permanentes, leva a pensar que se trata de um
tipo de expressão gráfica de ideias que deveriam ser transmitidas e
interpretadas por alguns grupos ou por alguns indivíduos. Neste sentido, a arte
rupestre apresenta a intencionalidade como traço diferenciador, em relação aos
outros vestígios arqueológicos. Fica claro o propósito deliberado de deixar
mensagens, por parte de um indivíduo ou grupo, para que outros as pudessem
decodificar.
Através dessa ótica, a arte rupestre passa
a ser analisada como se fosse uma gramática, composta por imagens, cuja sintaxe
deve ser descoberta pelo pesquisador. Paradoxalmente, o fato de poder ler essa
linguagem não implica que possa ser compreendido o conteúdo significativo do
que está representado. Este significado desapareceu com os próprios grupos que
o produziu, ficando perdido para sempre. Porém, existe um outro tipo de leitura
que considera a relação estruturante das representações: a articulação de cada
elemento pintado com os demais na constituição de composições gráficas.
Período
Paleolítico Inferior
Aproximadamente 5.000.000 a 25.000 a . C.;
Os primeiros artistas da humanidade foram
os homens da Pré-história. Eles viviam em pequenos grupos e eram nômades,
não tinham lugar fixo para habitar. Alimentava-se da caça, pesca e da colheita
de frutos.
Dois fatos foram muito importantes nesse
período: o homem aprendeu a fazer fogo, com o qual se aquecia e afugentava os
animais, e a utilizar pedras lascadas, com as quais confeccionavam instrumentos
para caçar, guerrear e realizar entalhes nas paredes e usavam tintas tiradas de
plantas e o vermelho do sangue de animais.
A primeira característica é o pragmatismo, ou seja, a arte
produzida possuía uma utilidade, material, cotidiana ou mágico-religiosa. Os primeiros
objetos feitos pelo homem foram de rochas quebradas. Presos ou não há um galho
de árvore, os pedaços de pedra lascada, madeira e ossos: facas e machados,
ferramentas, armas eram escolhidos para caçar, bater, matar.
Características
gerais:
- O homem vai descobrindo meios de
dominar a natureza.
- Vive em pequenos grupos
nômades e se abriga em cavernas.
- Desenvolve a linguagem
para se comunicar.
- Fabrica utensílios
de pedra, osso, madeira. Aparecem machados, martelos, lâminas
cortantes e arpões feitos de pedra lascada.
- Fabrica anzóis e agulhas de
osso, arco e flecha de madeira.
- Caça, pesca e colhe frutas e
raízes como meio de vida.
Período
Paleolítico Superior
Há mais de 40.000 anos o homem
pré-histórico, apoiou sua mão sobre a rocha, soprando sobre ela um pó colorido.
Na parede ficou uma mão em negativo. Ele acabava de criar uma imagem. (Caverna
de Pech- Merle).
Faz frio, o homem encosta-se na parede fria
e úmida e se afasta incomodado. Curioso examina aquele canto de parede com a
mão sobre a argila molhada, percebendo que suas unhas deixam leves traços na
superfície mole. Traça um sulco com os dedos, e como gosta da experiência,
continua marcando a parede da caverna com um emaranhado de linhas sinuosas e
displicentes. Assim estava nascendo a arte.
A principal característica dos desenhos da
Idade da Pedra Lascada, nome pelo qual também é conhecido Paleolítico Superior,
é o naturalismo. O artista pintava o animal do modo como o
via, reproduzindo a natureza tal qual seus olhos a captavam. Observando essas
pinturas, nota-se a presença de animais de grande porte: alguns talvez temidos,
mas que eram caçados pelo ser humano, como bisões; outros que provavelmente não
representavam ameaça alguma, como renas e cavalos.
As amostras mais remotas de pintura
correspondem ao Paleolítico superior. Graças ao uso de pigmentos minerais,
aparece a policromia; as cores mais
utilizadas são o preto, o vermelho, o ocre e o amarelo. O ponto culminante
dessa pintura é atingido em torno de 15.000 anos a.C. em Altamira (Espanha) e
em Lascaux (França). São
representados especialmente grandes animais, como bisões.
No Paleolítico o homem tinha por dever a
caça. O feiticeiro (artista) desenhava nas paredes das cavernas os animais que
seriam abatidos.
São inacreditáveis as perguntas sobre os
motivos que levaram o homem a fazer essas pinturas. Atualmente, a explicação
mais aceita é que essa arte era realizada por caçadores, e fazia
parte de um processo de magia por meio do qual procurava-se interferir na
captura de animais. Ou seja, o pintor-caçador do Paleolítico supunha
ter poder sobre o animal verdadeiro desde que o representasse ferido mortalmente
num desenho. Assim, para ele, os desenhos não eram representações de seres, mas
os próprios seres.
A principal característica dos desenhos da
Idade da Pedra Lascada é o naturalismo.
Características
da pintura:
ð Raridade da figura
humana
ð Ausência de claro
escuro
ð Animais em movimento
ð Desenhos marcados
com incisões fortes
ð Contornos bem
definidos em preto
ð Ausência de
perspectiva
Características
gerais:
- Inicia a arte
(pinturas) nas cavernas: figuras de animais.
- Usa o fogo
para cozimento de alimentos e defesa contra animais.
- Divisão do trabalho por sexo
dentro das comunidades.
- São famosas as pinturas
rupestres nas cavernas de Altamira (Espanha) e Lascaux (França).
- Acredita na magia e tem
sentimento religioso: enterrava os mortos e protegia os túmulos com
pedras. A arte nas cavernas tinha um sentido de magia.
- Fabrica
instrumentos de marfim, ossos, madeira e pedra: machado, arco e flecha,
lançador de dardos, anzol e linha.
Escultura
Paleolítica
Da escultura paleolítica são famosas as estatuetas femininas de pequenas
dimensões designadas genericamente por vênus. Identificadas como possíveis
ídolos para o culto da fertilidade e sexualidade estas figuras
apresentam características semelhantes entre si; são representadas nuas, de pé
e revelam os elementos mais representativos do corpo feminino em linhas
exacerbadas. O exagero destes elementos traduz-se num peito, ventre e ancas
voluminosos em oposição a braços e pernas delicados e cabeça pequena. A face,
tratada com linhas simples reduzidas ao essencial, onde não é possível reconhecer
traços individuais, transforma-se, com o tempo, num elemento cada vez mais
estilizado e simbólico, assim como todo o corpo da figura.
Período
Neolítico
As mudanças climáticas favoreceram o
agrupamento dos homens primitivos ao longo dos rios e, dessa experiência,
fizeram a maior descoberta de todos os tempos:viver e construir juntos é melhor
e mais seguro do que isolados. Dessa maneira, o homem se organizou em tribos e
aprendeu a plantar , a colher e também a criar animais, não precisando mais
mudar-se de um lugar para outro quando o alimento se tornasse escasso. Esse
momento foi denominado Neolítico.
No Neolítico, último período da
Pré-História, iniciou-se o desenvolvimento da agricultura e a domesticação de
animais. Os grupos humanos, que tinham vida nômade, isto é, sem habitação fixa,
não precisaram mais mudar-se constantemente em busca de alimento e puderam se
fixar.
Essa mudança para a vida mais estável foi
decisiva para as sociedades atuais e também teve reflexos na expressão
artística: o artista do Neolítico passou a retratar a
figura humana em suas atividades cotidianas. Como precisavam
representar muitas pessoas em movimento, essas figuras não poderiam ser feitas
em tamanho natural; por esse motivo, elas foram reduzidas em sua dimensão,
simplificadas e trabalhadas com pouca cor, dando origem a formas estilizadas ou
geometrizadas. Assim, podemos dizer que o estilo de arte do Neolítico era
geometrizante ou simplificador.
O ser humano do Neolítico desenvolveu
técnicas como a tecelagem, a cerâmica e a construção de moradias. Além disso,
como já produzia fogo, começou a trabalhar na fundição de metais. Assim, suas
atividades começaram a se modificar e as pinturas rupestres registraram essas
transformações.
Características
gerais:
·
Instrumentos de pedra polida, enxada e tear;
·
Pinturas
de cadáveres e cenas de caça.
·
Início do cultivo dos campos;
·
Artesanato: cerâmica e tecidos;
·
Construção de pedra; e
·
Primeiros arquitetos do mundo.
Para a pintura dos painéis de arte rupestre
eram utilizados dedos, pincéis feitos com madeira, chumaços de pelo ou penas e
gravetos. A tinta era feita
basicamente de produtos de origem mineral (óxido de ferro, manganês, cobre ou
argilas), sendo a água o veículo para sua aplicação. As cores mais comuns são
por ordem de frequência, vermelho, amarelo, preto e branco. As pinturas podem
ser monocromáticas (uma cor), bicromáticas (duas cores) ou policromáticas (três
ou mais cores). Os motivos dividem-se, conforme o que representam, em
geométricos e figurativos (humanos, animais e plantas).
Por sua vez, as gravuras eram feitas a
partir de desenhos efetuados nas rochas, com o uso de técnicas como:
picoteamento (a partir de batidas na rocha); uma incisão fina ou filiforme
(sulcos finos, resultados da fricção única de um instrumento sobre o suporte
rochoso); polimento e raspagem (fricções repetidas de um instrumento sobre o
painel). Essas técnicas produzem sulcos em forma de ”U” e de “V”.
Associada às formas que as figuras pintadas
ou gravadas adquirem (os motivos representados), a técnica de confecção é um
importante elemento para o estudo da arte rupestre.
Esculturas
A escultura foi responsável pela elaboração
tanto de objetos religiosos quanto de utensílios domésticos, onde encontramos a
temática predominante em toda a arte do período, animais e figuras humanas,
principalmente figuras femininas, conhecidas como Vênus, caracterizadas pelos
grandes seios e ancas largas, são associadas ao culto da fertilidade.
Entre as mais famosas estão a Vênus de
Lespugne, encontrada na França, e a Vênus de Willendorf encontrada na Áustria
foram criadas principalmente em pedras calcárias, utilizando-se ferramentas de
pedra pontiaguda.
Os artistas faziam também esculturas em
pedra e metal, que mostram seu empenho na criação de objetos e na representação
da figura humana. Há esculturas em bronze nas quais já é possível observar não
só a postura elegante da figura humana como também detalhes do rosto e das
vestes.
Uma das primeiras representações humanas em
escultura é a figura de mulher chamada a Vênus de Willendorf. Altura:11 cm.
Os escultores pré-históricos produziram
suas peças em metal por meio de dois métodos: o de forma de barro e o da cera perdida. No método da forma de barro o escultor fazia a forma
e despejava nela o metal derretido em fornos. Então, esperava o metal esfriar,
quebrava a forma e obtinha a escultura. Na técnica da cera perdida, o escultor
fazia um modelo em cera e o revestia com barro, deixando nele um orifício.
Depois, aquecia o barro. Com o calor do barro, a cera derretia e escorria pelo
orifício. Assim, ele obtinha um modelo oco e o preenchia com metal fundido.
Quando o metal esfriava, ele quebrava o molde de barro e obtinha uma escultura
igual à que havia modelado na cera. A
partir do uso dos metais, surgiram também esculturas masculinas, simbolizando
guerreiros.
Arquitetura
No período Neolítico, o aparecimento da
agricultura e o consequente sedentarismo do ser humano favoreceram o surgimento
da arquitetura denominada megalítica, por causa do uso de grandes blocos de
pedra.
Os primeiros homo sapiens eram nômades e refugiavam-se nos lugares que a
natureza lhes oferecia, podendo ser em aberturas nas rochas, cavernas, grutas
ao pé de montanhas ou até no alto delas.
Não se pode falar de uma arquitetura pré-histórica no sentido artístico,
apesar de seu caráter funcional. Mais tarde eles começariam a construir abrigos
com as peles dos animais que caçavam ou com as fibras vegetais das árvores das
imediações, que aprenderam a tecer, ou então combinando ambos os materiais.
Durante o período neolítico essa situação
sofreu mudanças, desenvolveram-se as primeiras formas de arquitetura e consequentemente
o grupo humano passou a se fixar por mais tempo em uma mesma região, mas ainda
utilizava-se de abrigos naturais ou fabricados com fibras vegetais ao mesmo
tempo em que passaram a construir monumentos de pedras colossais, que serviam
de câmaras mortuárias ou templos. Raras as construções serviam de habitação.
Esses monumentos de pedra
foram denominados “megalíticos” e
podem ser classificados de: nuragues (feitos de pedras justapostas sem argamassa) e os dolmens (duas grandes pedras fincadas
no chão).
Câmara: Geralmente de forma
trapezoidal ou circular. Era constituída grandes pedras em posição vertical em
número variável entre seis e nove, cobertos por uma laje horizontal, designada de chapéu, mesa ou tampa. Existem câmaras que chegam
a ter a altura de seis metros.
Corredor (não é obrigatória a sua existência)
O corredor ou galeria de acesso à câmara pode ter
variadíssimos tamanhos e é formado por diversos esteios verticais, normalmente
coberto por lajes designadas por tampas. Alguns corredores apresentam um
pequeno átrio
(pátio) no lado oposto à câmara. Conhecem-se em Portugal
antas com corredor de dezesseis metros de comprimento.
Menires, que são grandes
pedras cravadas no chão de forma vertical; e os Cromiech, que são menires e
dolmens organizados em círculo, sendo o mais famoso o de Stonehenge, na
Inglaterra.
Também
encontramos importantes monumentos megalíticos na Ilha de malta e Carnac na
França, todos eles com funções ritualísticas.
Essas pedras pesavam mais de três
toneladas, fato que requeria o trabalho de muitos homens e o conhecimento da
alavanca.
Estudos revelam
que alguns desses templos reproduzem maps celestes e relógios de sol, cujas
representações são tão precisas como as de um computador.
Excluída a tentativa de decifrar o
significado, as representações rupestres podem ser estudadas como uma
gramática. Ou seja, pode-se saber como se escrevia, mas não se pode saber o que
está escrito. A análise ocorre, então, pela identificação das características
físicas, concretas, objetivas, que partem dos aspectos gerais como ambiente
natural de inserção do sítio, topografia, atuação do intemperismo, tipo de
suporte rochoso, morfologia do espaço habitável e do “grafitável”, tecnologia
dos grafismos (pintura, gravura e auto-relevo); classes de motivos segundo os
elementos representados (figuras humanas ou antropomorfas, animais ou zoomorfas
e geométricas); grau de identificação com os modelos reais (naturalísticos ou
estilizados); posicionamento dos elementos presentes nos painéis, proporções,
associações, repetições e superposições.
• Localização: corresponde ao lugar geográfico onde se encontra o
sítio. Por exemplo, fundo de vale, cume de serra, beira mar, margem
de rio e outros. Também pode ser incluída, aqui, a orientação com relação aos
pontos cardeais, exposição aos ventos, chuvas, radiação solar, etc.
• Tipo
de suporte: refere-se às características do sítio. Deve-se reconhecer: a)
natureza da rocha (arenítica, calcária, metarenítica, etc); b) a morfologia do
sítio (abrigo, gruta, caverna, boqueirão, paredão, afloramento isolado, lajedo,
etc).
• Tecnologia
dos grafismos: classificados em pinturas e gravuras. Nas pinturas
observa-se como foram aplicados os pigmentos na superfície da rocha. Nas
gravuras, como foram feitas as incisões (sulcos) no suporte rochoso.
• Classificação
dos grafismos: a) segundo os motivos antropomorfos (humanos), zoomorfos
(animais) ou geométricos (círculos, linhas, etc); b) segundo o grau de
identificação com os modelos reais, se naturalísticos ou estilizados.
•
Posição dos motivos nos painéis: classificação feita segundo a colocação
dos motivos em relação à altura no suporte rochoso, com referência ao teto ou
as paredes e com a localização próxima a entrada (se for abrigo) ou ao fundo.
• Pelas
suas proporções: mensura-se o tamanho médio de cada motivo, em relação aos
outros, dentro de um mesmo grupo ou cena e dentro do conjunto de motivos do
sítio.
As formas de representação foram
classificadas no Brasil a partir dos motivos. Na Região Nordeste
podem ser encontradas modalidades pictóricas que se estendem por um vasto
território e perduraram muito no tempo, sendo assim denominadas de tradições,
que são:
• Tradição
Nordeste: predominam os motivos antropomorfos isolados ou compondo cenas de
pequenas dimensões e pinturas monocromáticos.
• Tradição
São Francisco: sobressaem os motivos geométricos compondo conjuntos
complexos e pinturas policromáticas.
• Tradição
Agreste: corresponde a motivos antropomorfos esquematizados, toscos e
grandes com desenhos cheios.
• Tradição
Geométrica: predomínio de elementos geométricos isolados
e monocromáticos.
•
Tradição Astronômica:
ainda pouco definida, consistiria em motivos que representariam elementos
cósmicos como sol, estrela, cometa, trajetórias venusianas, lunares, solares e
outras.
Os sítios arqueológicos se degradam ao
longo dos anos em função da ação de agentes destrutivos naturais e agentes
antrópicos.
Dentre os agentes naturais temos os
fatores erosivos que ocorrem em função da ação mecânica dos ventos (eólicos) e
do escorrimento de água nos paredões, originado das chuvas (pluviais). Existe
também o desprendimento de placas dos suportes rochosos em função dói processo
natural de desagregação da rocha. Outros fatores são o crescimento de vegetação
e de liquens na superfície dos painéis, que promovem a degradação da arte
rupestre. Por fim, insetos
como abelhas, vespas e cupins interferem nos painéis, no momento que constroem
suas casas ou eliminam dejetos sobre as pinturas, cobrindo-as e agregando
resíduos que minimizam a leitura e, às vezes, impossibilitam a visualização.
Dentre os agentes antrópicos que ameaçam esse patrimônio
destacam-se a visitação desordenada, a depredação deliberada e a exploração de
jazidas minerais. A visitação nem sempre é realizada ou guiada por
pessoas devidamente informadas, que sejam conhecedoras de princípios básicos de
preservação, resultando na destruição dos sítios de arte rupestre. A depredação
intencional das pinturas e gravuras frequentemente se dá com pichações, quebra
de painéis e mesmo uso de explosivos em sua demolição, em busca de supostos
tesouros escondidos. A exploração de jazidas minerais para a retirada de
paralelepípedos, meio-fio e outras rochas para uso em construção civil: mármore
e granitos ornamentais e outras, afeta seriamente e até mesmo destrói os
vestígios de arte rupestre de maneira irreversível.
Os agentes naturais jamais poderão ser
controlados de maneira total e, inevitavelmente, o sítio se degradará gradual e
lentamente. Já os agentes destrutivos de caráter antrópico ocorrem de maneira
rápida e avassaladora. Por isso o maior agente para a preservação dos sítios é
a conscientização da sociedade para a sua importância artística e cultural. A
educação das pessoas para a preservação cultural e ambiental é a única forma de
conter as atitudes destruidoras que põem em risco o patrimônio cultural que significa a arte
rupestre para a humanidade.
Alguns sítios arqueológicos de arte
rupestre na Bahia:
• Sítio Serra da Lagoa da Velha, Morro do Chapéu
• Sítio Pedra da Figura, Utinga
• Sítio Igrejinha, Morro do Chapéu
• Sítio Toca da Tapuia, Morro do Chapéu
• Sítio Boqueirão do Brejo de Dentro, Sento
Sé
• Sítio Lajedo Bordado, Morro do Chapéu
• Complexo Serra das Paridas, Lençóis
• Sítio Serra do Galeão, Santa Brígida
• Sítio Serra Encantada, Santa Brígida
Referências
Texto
produzido em forma de livreto pelo Museu de Arqueologia e Etnologia da
Universidade Federal da Bahia
Proença,
Graça. Descobrindo a História da Arte. 1ª Ed. Ática. São Paulo. 2005.
2ª Série - Texto 2 - Artes Visuais - 1ª Unidade
Definição: Manifestação artística
de caráter popular, de origem muito antiga, que utiliza basicamente paredões de
rocha, paredes e muros como suporte para desenhos, pinturas, escritos e todo o
tipo de simbolismo gráfico.
Grafia: A palavra vem do grego
Graphéin que quer dizer escrever. Emprega-se também os termos grafite e
grafito. Adotamos a forma Graffiti (do italiano graffiti, plural de graffito)
significa "marca ou inscrição feita em um muro", e é o nome dado às
inscrições feitas em paredes desde o Império Romano.
O termo Graffiti pode ser usado no singular, onde
representa (técnica), como também no plural que se destina a (desenhos).
Quando arqueólogos descobriram palavras e
desenhos inscritos em cavernas, rochas e monumentos antigos, usaram a
palavra graffiti para designar os rabiscos que provavam a existência
de muitas civilizações primitivas e a sobrevivência de linguagens e cultos. O
Grafite é, portanto, o mais antigo registro gráfico do homem. Serviu para datar ruínas e fornecer indícios
sobre a vida cotidiana em determinadas épocas (como os grafites de gladiadores
em Pompéia).
Os antigos romanos tinham o costume de
escrever manifestações de protesto com carvão nas paredes de suas construções. Tratava-se
de palavras proféticas, ordens comuns e outras formas de divulgação de leis e
acontecimentos públicos. Alguns destes grafites ainda podem ser vistos nas
catacumbas de Roma e em outros sítios arqueológicos espalhados pela Itália.
Um dos grafites mais famosos do
mundo, segundo alguns estudiosos, é a caricatura de Cristo
crucificado da parede da Domus Gelotiana, no Paladino, em Roma, que foi descoberto
no século XIX.
No
Brasil, surgiu nas ruas de São Paulo na
década de 1970, durante o regime militar, os muros foram usados para comunicar
idéias que estavam censuradas nos meios de comunicação. Primeiro, por meio das
pichações poéticas e, depois, com a stencil art, técnica que consiste na
aplicação de desenhos moldados em máscaras de papelão com reprodução seriada. Rapidamente
este tipo de intervenção artística foi ganhando adeptos, tornando-se um
movimento artístico de grande influência na capital paulista, chamando a
atenção de todo o País. Já na década de 1980, alguns(mas)
grafiteiros(as) tiveram seus trabalhos expostos na Bienal Internacional de Arte
de São Paulo e passaram a ser requisitados(as) para eventos e para trabalhos de
publicidade. Durante a gestão da prefeita Luiza Erundina (1989 a
1992), grafiteiros (as) foram chamados (as) a realizar intervenções coletivas
na cidade, iniciativa que contribuiu para superar o preconceito de
setores da sociedade que confundiam o grafite com pichação.
Com o apogeu do movimento hip hop na década de 1990, o grafite amplia sua presença para as periferias e despertou a vocação artística de muitos (as) jovens de baixa renda. Hoje, o grafite está incorporado de tal forma na vida urbana da metrópole que já faz parte da identidade paulistana. Exemplo maior disso é o sucesso da exposição O peixe que comia estrelas cadentes, dos grafiteiros Os gêmeos, que levou mais de 50 mil pessoas a uma galeria de arte de São Paulo de julho a setembro de 2006, fato inédito no Brasil.
Com o apogeu do movimento hip hop na década de 1990, o grafite amplia sua presença para as periferias e despertou a vocação artística de muitos (as) jovens de baixa renda. Hoje, o grafite está incorporado de tal forma na vida urbana da metrópole que já faz parte da identidade paulistana. Exemplo maior disso é o sucesso da exposição O peixe que comia estrelas cadentes, dos grafiteiros Os gêmeos, que levou mais de 50 mil pessoas a uma galeria de arte de São Paulo de julho a setembro de 2006, fato inédito no Brasil.
O mais
importante no grafite é a expressão. Nesse sentido, é uma arte que humaniza o
espaço urbano, dando cor e beleza aos muros da cidade. O grafite é também um
grande fator de inclusão social.
O
suporte principal para a produção do grafite é o muro. Também se faz necessário
utilizar materiais como spray, rolinhos, pinceis, moldes, dentre outros
materiais.
Atualmente
o grafite é encontrado em muitos lugares e utilizado para vários fins como:
outdoors, revistas, páginas de Internet, cenários de programas de TV, em
roupas, galerias de arte, decoração de vários ambientes, etc.
·
Grafite
3D: desenhos concebidos a partir de idéias visuais de profundidade, sem
contornos. Exige domínio técnico do grafiteiro na combinação de cores e formas.
·
WildStyle:
tem o formato de letras distorcidas, em forma de setas, que quase cobrem o
desenho.
·
Bomber:
são letras gordas e que parecem vivas geralmente feitas com duas ou três cores.
·
Letras
grafitadas: incorporação das técnicas do grafite à pichação. As letras
grafitadas representam a assinatura do grupo.
·
Grafite
artístico ou livre figuração: nesse estilo vale tudo: caricaturas, personagens
de história em quadrinhos, figurações realistas e também elementos abstratos.
·
Grafites
com máscaras e spray: facilita a rápida execução e disseminação de uma marca
individual ou de grupo.
A história da pichação começa com as gangues de Nova York na década de 70 e 80, com caligrafia específica, e suas próprias regras. É totalmente independente do grafite hip-hop. É considerado por muitos como um ato de
vandalismo, uma vez que suja as paredes de inúmeros edifícios, muitas vezes
edificações históricas.
No Brasil o piche é considerado vandalismo e
incluso como crime ambiental das leis brasileiras nos termos do art. 65, da Lei
9.605/98, com pena de detenção de 3 meses a um ano e multa.
Artesanato
O artesanato é uma manifestação popular,
onde a criação de objetos utilitários é manual produzidos por um artesão e feitos um a um, sem o auxílio de máquinas ou equipamentos motorizados. O artesanato é
tradicionalmente a produção de caráter familiar, na qual o produtor (artesão)
possui os meios de produção (sendo o proprietário da oficina e das ferramentas)
e trabalha com a família em sua própria casa, realizando todas as etapas da
produção, desde o preparo da matéria-prima, até o acabamento final; ou seja não
havendo divisão do trabalho ou especialização para a confecção de algum
produto. Em algumas situações o artesão tinha junto a si um ajudante
ou aprendiz. Mas com a mecanização da indústria o
artesão é identificado como aquele que produz objetos pertencentes à chamada cultura
popular.
As formas de artesanato se repetem, pois a técnica é passada de pai para
filho, de geração em geração. Essas formas pouco a pouco são absorvidas pelo
povo, se espalhando por todas as partes do país, principalmente nas áreas
pobres e abundantes em matéria-prima.
O artesão é um artista e assume, ao mesmo tempo, também o papel de
empresário e traduz em sua arte, às vezes uma espontaneidade ingênua, mas rica
e vibrante, suas crenças e tradições, expressando de forma marcante a
criatividade e a ousadia da arte popular de sua região.
Os primeiros objetos feitos pelo homem eram
artesanais. Isso pode ser identificado no período neolítico (6.000 a.c) quando o homem aprendeu a polir a
pedra, a fabricar a cerâmica como utensílio para armazenar e cozer alimentos
e descobriu a técnica de tecelagem das fibras animais e vegetais. Antes da invenção da máquina a vapor, que
acelerou o desenvolvimento industrial em vários países do Ocidente, os objetos
de uso comum como tecidos, peças de vestuário, móveis, utensílios de cozinha e
armas eram produzidos por artesãos. Assim, o artesanato foi o principal
processo de produção na Idade Média, mas desde o começo da Revolução Industrial
(século XVIII) tem sido substituído pela fabricação fabril em massa.
O artesanato medieval surgiu inicialmente em
torno dos castelos, junto aos mosteiros, nas grandes aldeias e nos centros
comerciais. Os conventos mais ativos praticamente monopolizavam os serviços dos
pedreiros, entalhadores e marceneiros. Os tecidos e objetos de couro eram
feitos em oficinas domiciliares por mestre artesãos que herdavam da família os
segredos de seu ofício.
Com o desenvolvimento das cidades e a conseqüente procura de maior
quantidade de artigos de consumo, surgiram as corporações de ofícios, que
organizavam a produção artesanal.
Historicamente, o artesão, responde por todo o
processo de transformação da matéria-prima em produto acabado. Mas antes da
fase de transformação o artesão é responsável pela seleção da matéria-prima a
ser utilizada e pela concepção, ou projeto do
produto a ser executado.
A partir do século XI, o artesanato ficou
concentrado então em espaços conhecidos como oficinas, onde um pequeno grupo de
aprendizes
viviam com o mestre-artesão, detentor de todo o conhecimento
técnico. Este ensinava em troca de mão-de-obra barata e fiel, recebendo ainda
vestimentas, comida e conhecimento. Criaram-se as Corporações de Ofício,
organizações que os mestres de cada cidade ou região formavam a fim de defender
seus interesses.
Com a Revolução Indústrial teóricos do século XIX, como Karl Marx e John Ruskin, e artistas (ver: Romantismo) criticavam a desvalorização do artesanato pela
mecanização. Os intelectuais da época consideravam que o artesão tinha uma
maior liberdade, por possuir os meios de produção e pelo alto grau de
satisfação e identificação com o produto.
Na tentativa de lidar com as contradições da Revolução Industrial, William
Morris funda o grupo de Artes
e Ofícios na segunda metade do século XIX. Tentando valorizar o trabalho
artesanal e se opondo à mecanização.
Pintar, desenhar e modelar são atividades de expressão criadora. No
processo de criação, o indivíduo pesquisa a própria emoção, desenvolve
percepções, imaginação e raciocínio, organiza pensamentos, sentimentos,
sensações e forma hábitos de trabalho. Criar é uma tendência natural que se
manifesta através do trabalho espontâneo.
As Artes Plásticas permitem a realização de desejos, a satisfação de necessidades pessoais e a afirmação do Eu.
As Artes Plásticas permitem a realização de desejos, a satisfação de necessidades pessoais e a afirmação do Eu.
Gravura
Dizemos comumente que todas as
imagens são gravuras.
Hoje em dia, muita gente pode dizer:”Aquele era um livro
com belas gravuras”, em vez de imagens ou ilustrações.
Talvez isso ocorra porque na
história do livro, da imprensa, as primeiras imagens foram reproduzidas por
meio dos métodos tradicionais de gravura. O homem, desde seus primórdios, gravava
imagens. A princípio, o contorno de sua mão nas paredes das cavernas, depois
sobre superfícies de barro, pedra, metal, peles de animais e cascas de árvores.
Na tentativa de expressar-se, o homem criou
diferentes códigos a fim de registrar fatos da vida cotidiana, divulgar o
conhecimento e transmitir a religião. De fato, as linguagens evoluem da
representação pura aos signos. E os primeiros documentos encontrados, gravados
em pedra ou tabuletas de barro, se referem a fatos históricos, códigos de
conduta ou são registros de conhecimento.
A gravura é uma forma de criar
uma imagem e repeti-la muitas vezes. A isso damos o nome de reprodução de
imagens, um processo muito importante para a difusão de informações.
Na história da arte
ocidental, a primeira forma de se reproduzir uma imagem foi a xilogravura.
Xilo, em grego, quer dizer “madeira”.
É a arte de converter (e/ou a transformação em si)
uma superfície plana em uma matriz, um ponto inicial para a reprodução dessa imagem, através de
diversas técnicas e materiais. O material dessa matriz pode variar e é também
ele que vai determinar o tipo de gravura que está sendo executada.
Essa técnica começou a ser
praticada na Idade Média para acompanhar textos religiosos. Como a maioria das
pessoas dessa época não sabia ler, estudavam-se passagens da Bíblia por meio de
imagens.
Xilogravura e sua origem
A xilogravura é a técnica de gravura na qual
se utiliza madeira como matriz e possibilita a
reprodução da imagem gravada sobre papel ou outro suporte adequado. É um processo
muito parecido com um carimbo. A xilogravura também tem suas variações do
suporte.
Os antigos povos egípcios, indianos e árabes
usavam os métodos da gravura em madeira em relevo para estampar motivos
têxteis. Só a
partir do século VII d. C., começou na China a xilogravura impressa em papel,
com desenho e texto reproduzidos no mesmo bloco. No ocidente, ela já se afirma
durante a Idade Média, através das iluminuras e confecções de baralhos. Mas até
ai, a xilogravura era apenas técnica de reprodução de cópias. Só mais tarde é
que ela começa a ser valorizada como manifestação artística em si. Na Europa, o
emprego da xilogravura só se verificou nos finais do século XIV, pois o papel
só fora introduzido 100 anos antes.
Em 1440 foi impressa
a primeira Bíblia, a Bíblia de Gutenberg, em seguida foram publicados diversos
livros, a ciência se apropriou rapidamente dessa técnica para começar a
catalogar e difundir (propagar) seus conhecimentos, em 1485 foi impresso o
primeiro tratado de botânica e em 1493 foi feito (publicado) o primeiro
catálogo de botânica.
A partir daí a
gravura começa a transmitir informações de forma inovadora, chegando a lugares
longínquos. Rapidamente essa nova forma de transmitir informações ajudou a
impulsionar (difundir) o Renascimento e o Barroco.
Xilogravura popular
brasileira
A gravura foi
introduzida no Brasil com a instalação da Imprensa Régia, do Arquivo Militar e
do Colégio das Fábricas no Rio de Janeiro. Com o advento de artes como a
fotografia, a xilogravura passou a ser considerada até antiquada.
Outra manifestação importante em
nosso país é a gravura popular nordestina, ilustrando capas de folhetos da
literatura de cordel, cujos versos são de métrica e rima de tendência arcaica.
De origem obscura, as ilustrações até 1920 foram anônimas.
A xilogravura popular é uma permanência do traço medieval
da cultura portuguesa transplantada para o Brasil e que se desenvolveu na literatura de cordel. Quase todos os
xilogravadores populares brasileiros, principalmente no Nordeste do país,
provêm do cordel. Entre os mais importantes presentes no acervo da Galeria
Brasiliana estão Abraão Batista, José Costa Leite, Amaro Francisco e José Lourenço.
Hoje, com uma trajetória de mais de dois séculos no
Brasil, a xilogravura ainda é pouco conhecida pelos brasileiros. Hoje em dia,
muitos xilógrafos, que produzem as gravuras somente para fins artísticos e
históricos, expondo seu trabalho em exposições no Brasil e no exterior.
Litogravura
Por volta do século XVIII, surgiu a litografia (do grego [pedra] e [grafia, escrita]), que é uma outra técnica em que a matriz é feita de pedra calcária (mas não pode ser feita sobre o zinco, alumínio ou outro metal). O desenho é feito diretamente na pedra lisa, com pena e tinta ou lápis cera, que penetra nos poros da pedra. Terminado o desenho, aspalha-se sobre a pedra uma mistura de água, goma arábica e ácido nítrico. Passa-se água e depois tinta sobre a pedra. A área molhada retém a tinta e a pedra molhada a repele. O papel é colocado em contato com a pedra e recebe a impressão exata do desenho. Nessa técnica não há incisões ou sulcos e ela permite o uso de muitas cores. Podemos gravar em linóleo (linoleogravura) ou qualquer outra superfície plana.
História
Em 1796 Alois
Senefelder um jovem ator e escritor de teatro alemão, quando
buscava um meio de impressão para seus textos e partituras
e se deparava com o desinteresse dos editores, descobriu as possibilidades da pedra
calcária para fazer impressões e, após dois anos de experimentações desenvolveu
a técnica da Litografia. Esta técnica parte do princípio químico que
água e gordura se repelem. As imagens são desenhadas com material gorduroso
sobre pedra calcária e com a aplicação de ácido sobre a mesma, a imagem é
gravada. Assim como a gravura em metal, essa técnica também necessita de uma
prensa para transferir para o papel a imagem gravada na pedra.
Henri de Toulouse-Lautrec soube utilizar a
litografia magnificamente. São famosos os seus cartazes, produzidos para shows
e espetáculos no Mouli Rouge em Paris.
A Linóleogravura, ou linogravura, é uma técnica que se assemelha bastante com a da xilogravura. Assim como a madeira da xilogravura, quando o linóleo é cortado, são os cortes que produzem o branco na impressão sobre o papel. O linóleo é um material sintético usado para se fazer pisos. Esse material é bastante maleável à incisão e permite que correções e alterações sejam feitas, caso seja necessário. Para a impressão, utiliza- se tinta de imprensa ou tinta em pasta levemente dissolvida. A linogravura pode ser usada na estamparia de tecidos como lenços, toalhas e camisetas. Pablo Picasso e Matisse usaram essa técnica para produzir belas gravuras coloridas.
É uma outra técnica que
trabalha com matriz. Era conhecida pelos chineses, mas somente chega ao
Ocidente no século XIX. A serigrafia imprime em qualquer superfície: papel,
madeira, porcelana, tecido, metal. Usa uma matriz de tecido fino (seda, tecido
sintético, tela), que é esticado e montado em uma moldura. Com tinta ou lápis
cera desenha-se diretamente no tecido, que fica impermeável. Espalha-se na tela
um líquido que impermeabiliza todos os espaços em torno do desenho. Passa-se
uma substância especial que retira apenas o desenho, deixando em seu lugar o
tecido limpo. Prende-se a tela sobre o que receberá a impressão: tecido ou
papel. Com o rolo, espalha-se a tinta sobre a tela. A tinta passa pelas tramas
do tecido, nos espaços em que foi feito o desenho, imprimindo a figura.
Monogravura
A monogravura é uma monotipia, ou seja, uma técnica de impressão única de uma pintura feita sobre uma superfície lisa de vidro, fórmica ou placa de metal. Esse processo, que permite uma transferência de imagens para o papel, nem sempre resulta em uma gravura, mas possui uma linguagem semelhante aos processos de incisão e impressão.
A monogravura é uma monotipia, ou seja, uma técnica de impressão única de uma pintura feita sobre uma superfície lisa de vidro, fórmica ou placa de metal. Esse processo, que permite uma transferência de imagens para o papel, nem sempre resulta em uma gravura, mas possui uma linguagem semelhante aos processos de incisão e impressão.
Infogravura
A infogravura surge com a informática e são imagens criadas através da computação gráfica. Essa nova linguagem utiliza imagens fotográficas digitalizadas ou desenhos vetoriais, podendo misturar os dois, que depois são impressas utilizando impressoras laser ou plotter de impressão. Dependendo do artista, a infogravura também pode ser impressa em silk-screen ou qualquer outra forma de reprodução em série.
Pintura: é o ramo da
arte visual que, com o uso de tinta para criar linhas e cores, representa sobre
uma superfície as concepções do artista. Refere-se genericamente à técnica de
aplicar pigmento em forma líquida a uma superfície bidimensional, a fim de
colori-la, atribuindo-lhe matizes, tons e texturas.
Em um sentido mais específico, é a arte de
pintar uma superfície, tais como papel, tela, ou uma parede (pintura mural ou
de afrescos). A pintura a óleo é considerada por muitos como um dos suportes
artísticos tradicionais mais importantes; muitas das obras de arte mais
importantes do mundo, tais como a Mona Lisa, são pinturas a óleo.
Diferencia-se do desenho pelo uso dos
pigmentos líquidos e do uso constante da cor, enquanto aquele apropria-se
principalmente de materiais secos.
No entanto, há controvérsias sobre essa
definição de pintura. Com a variedade de experiências entre diferentes meios e
o uso da tecnologia digital, a ideia de que pintura não precisa se limitar à
aplicação do "pigmento em forma líquida". Atualmente o conceito de
pintura pode ser ampliado para a representação visual através das cores. Mesmo
assim, a definição tradicional de pintura não deve ser ignorada.
História
Tudo começou há mais de 40.000 ano antes de
Cristo. Pode-se dizer que desde as cavernas o ser humano produz pinturas.
Na pré-história a tinta era conseguida a
partir de madeira, ossos queimados, cal, terra, minérios em pó, misturados à
água ou à gordura dos animais.
Durante muitos séculos os templos, as
igrejas, os palácios e as casas eram decorados com pinturas feitas com
pigmentos misturados à argamassa fresca e úmida com que se fazia o acabamento
das paredes: os afrescos.
Do século V até o século XVI, na Europa, o
pigmento retirado dos elementos da natureza era misturado com gema de ovo e
água para obter a tinta conhecida como têmpera. Mas, além de secar muito rapidamente,
a têmpera, ao endurecer, rachava-se.
No início do século XV, os pintores
começaram a misturar os pigmentos ao óleo de linhaça. Essa invenção é atribuída
ao Jan Van Eyk (1390 – 1441). Já que o óleo demorava mais para secar, foi
possível detalhar melhor o trabalho e alcançar mais luminosidade. Algumas cores
demoraram muito a surgir e, apenas por volta de 1840, as tintas passaram a ser
vendidas em tubos, o que facilitou muito a vida dos artistas, que já não
precisava mais fabricar suas tintas. Essa técnica permitiu novos efeitos e
formas de acabamento.
Além do pincel, os pintores passaram a usar
espátulas e os trabalhos começaram a apresentar uma textura diferente: com
relevo e excesso de tinta.
O desenvolvimento da indústria colocou a
disposição dos artistas uma infinidade de recursos favorecendo a uma liberdade
ilimitada para trabalhar com os materiais.
Escultura é uma arte que
representa imagens plásticas em relevo total ou parcial. É a técnica de
representar figuras ou organizar formas em três dimensões – comprimento,
largura e altura -, esculpindo ou combinando elementos. Existem várias
técnicas de trabalhar os materiais, como cinzelação, a fundição, a moldagem ou
a aglomeração de partículas para a criação de um objeto. Vários materiais se prestam
a esta arte, uns mais perenes como o bronze ou o mármore, outros mais fáceis de
trabalhar, como a argila, a cera ou a madeira. Embora possam ser utilizadas
para representar qualquer coisa, ou até coisa nenhuma, tradicionalmente o
objetivo maior foi sempre representar o corpo humano, ou a divindade
antropomórfica.
Técnicas, formas e materiais utilizados
Através da maior parte da história,
permaneceram as obras dos artistas que utilizaram-se dos materiais mais perenes
e duráveis possíveis como a pedra (mármore, pedra calcária, granito) ou metais
(bronze, ouro, prata). Ou que usavam técnicas para melhorar a durabilidade de
certos materiais (argila, terracota) ou que empregaram os materiais de origem
orgânica mais nobres possíveis (madeiras duráveis como ébano, jacarandá,
materiais como marfim ou âmbar). Mas de um modo geral, embora se possa esculpir
em quase tudo que consiga manter por pelo menos algumas horas a forma
idealizada (manteiga, gelo, cera, gesso, areia molhada), essas obras efêmeras
não podem ser apreciadas por um público que não seja coeso.
A escolha de um material normalmente
implica na técnica a se utilizar. A cinzelação é a aplicação de peças
metálicas: ouro, bronze, prata, etc., em obras de artes esculpidas; modelagem
- consiste em elaborar esculturas
inéditas onde são utilizados materiais macios e flexíveis, facilmente
modeláveis, como a cera, o gesso e a argila. No caso da argila, a escultura
será posteriormente cozida, tornando-se resistente.
A modelagem
é, também, o primeiro passo para a confecção de esculturas através de
outras técnicas, como a fundição e a moldagem; a fundição, quando se verte
metal quente em um molde feito com outros materiais. Modernamente, novas
técnicas, como dobra e solda de chapas metálicas, moldagens com resinas, betão
armado (concreto) ou plásticos, ou mesmo a utilização da luz coerente para
dar uma sensação de tridimensionalidade, tem sido tentadas e só o tempo dirá
quais serão perenes (que dura muitos anos).
Através do tempo, algumas formas
especificas de esculturas foram mais utilizadas que outras: O busto, espécie
de retrato do poderoso da época; a estátua equestre, tipicamente mostrando um
poderoso senhor em seu cavalo; Fontes de água, especialmente em Roma, para
coroar seus fabulosos aquedutos e onde a água corrente tinha um papel a
representar; estátua, representando uma pessoa ou um deus em forma
antropomórfica; Alto ou Baixo-relevo, o modo de ilustrar uma história em
pedra ou metal; mobiliário, normalmente utilizado em jardins.
Referências
|
Referências:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Especial:Search?search=litogravura&fulltext=Pesquisa
OLIVEIRA, Jô. GARCEZ, Lucíclia. Explicando a
Arte. Ediouro. 3ª edição. Rio de Janeiro 2002
http://www.xenia.com.br/jornal/grafite2.htm
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