Salvador é, sem
dúvida, uma das cidades mais belas do Brasil. Por isso, e por outra série de
características singulares, tornou-se também um dos principais destinos
turísticos tanto nacionais quanto internacionais. Famosa pela sua história,
pelo legado deixado por povos de outros continentes, pela miscigenação
cultural, pelo sincretismo religioso e pelo povo hospitaleiro.
A cidade é um
importante destino turístico do país. Quanto ao turismo internacional, fica
atrás apenas do Rio de Janeiro em procura. O interesse pela cidade se dá pela
beleza do seu conjunto arquitetônico e da cultura local (música, culinária e
religião).
Salvador, fundada em
29 de março de 1549, foi a primeira capital do Brasil, posição que manteve
durante 214 anos (1549-1763).
A Cidade de Salvador
fica debruçada sobre o mar transparente e calmo da Baia de Todos os Santos.
Suas águas, mornas e receptivas ficam quase que totalmente protegidas por
várias e belas ilhas, como a de Itaparica, Ilha de Maré e Ilha dos Frades.
Cidade antiga e
primeira capital do Brasil, Salvador consegue contrastar harmonicamente os casarios
coloniais do Pelourinho, (Patrimônio da Humanidade) com largas avenidas e
edifícios de arquitetura arrojada como a Casa do Comércio.
Sua localização
estratégica na costa brasileira propiciava as ligações Portugal - Brasil -
África - Ásia e a equidistância entre as regiões Norte e Sul do Brasil, aliada
às condições requeridas para o abrigo seguro e a correta manobra das
embarcações.
Tudo isso determinou a
sua escolha como local ideal para a construção da capital do BRASIL.
O conjunto arquitetônico colonial de Salvador é de importância irrefutável,
possuindo inclusive o Título de "Patrimônio Histórico e Artístico da
Humanidade" conferido pela O.N.U.
Sua exuberante
geografia é dividida em dois andares, cidades alta e baixa. Seu rico patrimônio
histórico e cultural foi herdado pela miscigenação das raças (indígena,
africana e europeia) e está presente na religiosidade, nas manifestações
culturais e nos costumes de um povo alegre e hospitaleiro. Esses atributos
singulares despertam a curiosidade no imaginário das pessoas, tornando Salvador
num excelente produto turístico nacional e internacional.
A
Cidade Baixa surgiu com sucessivas ampliações da área de praia original que, a
partir de meados do século XVI, chegava ao pé da “montanha” para servir como o
Porto da antiga Salvador. Nela foram construídas fortificações, amarras de
naus, cais para saveiros e depósitos de mercadorias que iam e vinham de todas
as partes do mundo. A primeira área é chamada de Conceição da Praia – cuja base
foi erguida em 1549 a mando do capitão Tomé de Souza, o primeiro
Governador-Geral do Brasil. Aí estão também o Forte de São Marcelo, edificado em meados do século XVII e
reformado no inicio do século XIX para defesa do porto, o quebra-mar.
Construção da cidade
Salvador
começou a ser construída no Pelourinho e as razões que levaram a escolha deste
local são bastante claras. É a parte mais alta da cidade, em frente ao porto,
perto do comércio e naturalmente fortificada pela grande depressão existente
que forma uma muralha, de quase noventa metros de altura, por quinze
quilômetros de extensão, o que facilitaria a defesa de qualquer ameaça vinda do
mar.
Em
poucos anos, Tomé de Souza construiu uma série de casarões e sobrados, na parte
superior dessa muralha, todas inspiradas, evidentemente, na arquitetura barroca
portuguesa e erguidos com mão de obra escrava negra e indígena. Para dar maior
proteção à cidade, o Governador Geral limitou o acesso a apenas quatro portões,
estes totalmente destruídos durante as tentativas sem sucesso, de dominação da
cidade no séc. XVII.
Salvador
desenvolve-se em dois níveis distintos: a Cidade Baixa, na estreita planície
litorânea, é núcleo das atividades portuárias e comerciais, sobretudo do setor
atacadista.
A Cidade Alta com os
bairros residenciais que contornam o centro histórico, caracterizado pelo
comércio varejista. Essa área da cidade foi a que mais se modernizou e onde se
localizam os prédios da administração pública, embora se conservem casarões,
sobrados, igrejas e palácios característicos da cidade antiga. Os dois níveis
estão ligados pelo Elevador Lacerda.
A
primeira capital do Brasil guarda em seu território muito da arquitetura da
época colonial, abrigando relíquias seculares. Seus museus e palácios de
excelência arquitetônica contam como era a vida da suntuosa e imponente
Salvador nos tempos de Colônia e Império.
O
traço da cidade declara a preocupação dos colonizadores do século XVI em criar
uma cidade com boa estrutura de defesa, de maneira que sua porção litorânea
fosse guardada pelos fortes sempre vigilantes a possíveis invasões.
O
conjunto arquitetônico do Pelourinho está no mais alto sítio da cidade. Seus
mais de mil sobrados, solares, palacetes, igrejas e conventos são voltados para
o sul, o que remonta o modelo Ibérico de construções, com grandes salões
voltados para o poente e quintais em forma de jardins ao fundo. Nestas
construções as pedras de lios compõem as alvenarias e o acabamento, feito em
azulejos portugueses. Durante a época da escravidão, era o lugar onde os
escravos eram castigados. A praça é cercada por várias casas antigas, no mais
puro estilo colonial, dentre elas o casarão da Fundação Jorge Amado ocupa o casarão que fica de frente para o
Largo do Pelourinho, possui
fachada no estilo colonial, janelas amplas a deixar a luminosidade e a
ventilação tornarem o mais arejado possível o ambiente, paredes
externas azuis para contrastar com a variada tonalidade dos demais casarões
localizados nessa histórica região de Salvador. O acervo é
composto por livros, artigos e discursos de Jorge Amado, além de vídeos,
fotografias, periódicos e trabalhos acadêmicos que referenciam o escritor. É
uma instituição cultural com várias atividades e um núcleo de pesquisas, com
documentação sobre o próprio Jorge amado, Zélia Gattai e a literatura baiana.
Localizado num casarão junto a Fundação Casa de
Jorge Amado encontramos o Museu da
Cidade que é parte do conjunto arquitetônico do Pelourinho, o Museu da
Cidade foi inaugurado em 5 de julho de 1973, e reúne uma vasta coleção de
pintores baianos, como Presciliano Silva, Mendonça Filho, Caribé e Jenner
Augusto.
Além de peças de cerâmica, esculturas em madeira,
ferro, tapeçarias, pano-de-costa, ex-votos e terços, o museu possui uma
coleção de imagens de orixás com suas vestes originais e peças de uso pessoal
do poeta Castro Alves.
A
Igreja do Rosário dos Homens Pretos é
outro exemplo de arquitetura, localizada no Pelourinho, iniciada nos primeiros
anos do século XVIII pela Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens
Pretos do Pelourinho, escravos que só podiam trabalhar na obra em seus momentos
de folga, precisou de quase um século para ser concluída. Finalizada em 1796, é
um dos marcos do Centro Histórico, com torres de influência indiana, fachada
com estilo rococó, reúne trabalhos delicados e belíssimas torres e possui um
painel no teto de José Joaquim da Rocha. Destacam-se em seu interior, os
painéis de azulejos, os altares neoclássicos e três imagens o século XVII: a de
Nossa Senhora do Rosário, São Antônio de Cartegorona e São Benedito. Nos
fundos, localiza-se um antigo cemitério de escravos.
A
Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos a Catedral Basílica, dois
grandes exemplos da arquitetura da época da Colônia.
Outra igreja que está localizada no Terreiro de
Jesus, no Centro Histórico de Salvador é A
Igreja de São Pedro dos Clérigos, o templo foi edificado no século XVIII. A
licença de construção foi concedida em 1709 pelo arcebispo dom Sebastião
Monteiro da Vida para os integrantes da Irmandade de São Pedro dos Clérigos.
Construída em alvenaria de pedra e tijolos, apresenta planta típica das igrejas
baianas do começo do século XVIII, com corredores laterais superpostos por
tribunas. A fachada principal é em estilo rococó, muito embora tenha sido
edificada no século XIX, após o auge desse estilo artístico. O interior
apresenta uma decoração de transição entre o rococó e o neoclássico, fato
comprovado pelo arco cruzeiro e teto que são rococós enquanto os altares já são
neoclássicos.
No
Pelourinho encontramos o Museu da Gastronomia Baiana (MGBA) é o primeiro
da América Latina totalmente dedicado à gastronomia, é um espetáculo só por sua
arquitetura. Ao entrar, cumpre-se um circuito que começa nas Muralhas de Santa
Catarina, o mais antigo e importante marco arqueológico de Salvador, que estão
destacadas com projeto luminotécnico e painel apresentando as referências
iconográficas e textuais. Seguido pela exposição permanente, veem-se grandes
painéis assinados por fotógrafos renomados que abordam temas culturais
diversos, como as comidas sagradas do candomblé. As fotografias ampliadas
compõem os cenários humanos, reunindo maneiras de comer, as festas de largo, as
baianas de acarajé e outros temas que mostram a diversidade de comer na rua, na
casa, na festa e em cerimônias religiosas.
O
museu traz as histórias das comidas típicas baianas, como acarajés, vatapás e
moquecas, além de referências étnicas, sociais e culturais que fazem parte da
gastronomia da Bahia.
O
acervo do museu é composto por filmes, fotos, maquetes e utensílios de vários
tipos de materiais que ajudam a sintetizar a formação da culinária brasileira.
No
centro histórico de Salvador também se destaca o Solar do Ferrão – Se chamou Solar do Maciel, o segundo mais antigo
Solar do século XVII. José Sotero Maciel de Sá Barreto comprou o terreno,
construiu para morar e depois transfere o solar para os jesuítas, que fazem de
lá o seu seminário. Com a saída dos jesuítas, o solar é rematado por Joaquim
Inácio Ferrão de Aragão e ganha o nome de Solar do Ferrão.
No
ano de 2008, são transferidas para o Solar as coleções de Arte Popular e de
Arte Africana. Doada ao estado em junho de 2011, a Coleção de Instrumentos
Musicais Tradicionais Emília Biancardi passa a integrar o acervo do espaço no
início de 2012. O encontro entre estas expressões artísticas possibilita um
diálogo único entre as matrizes que colaboraram para a formação do povo
brasileiro: a indígena, a portuguesa e a africana.
O
Ferrão também é sede da Galeria Solar Ferrão, espaço dedicado à arte
contemporânea. A realização de exposições temporárias dinamiza o local propondo
uma ponte entre o passado e o presente e possibilitando aproximações que
atualizam e resignificam a produção artística.
As
três coleções de arte, em diálogo com as produções artísticas contemporâneas da
Galeria, proporcionam um vigor e dinamismo que consolidam o Centro Cultural
Solar Ferrão como um dos principais centros de arte e cultura do Pelourinho.
Saindo do Campo Grande
e seguindo em direção a Avenida 7 de Setembro vamos encontrar o Forte de São Pedro, Originando-se das
antigas trincheiras das chamadas Portas da Vila Velha, o Forte de São Pedro foi
construído por ordem do Governador Diogo Luiz de Oliveira, em 1627, na Cidade
Alta, em plena encosta que termina na Baía de Todos os Santos.
A sua
privilegiada posição estratégica bloqueava o acesso pelo setor sul da capital
da colônia portuguesa na América, tornando-se, assim, uma das mais poderosas
fortificações da cidade, comunicando-se com o Forte de São Paulo da Gamboa,
através de longa e profunda trincheira.
Além de
ser utilizado nas lutas, contra os holandeses, teve função significativa nos
movimentos libertários nacionais, servindo, inclusive, como quartel-general da
sabinada (1837-8), ocasião em que foi duramente castigado pelas tropas
regulares. Anteriormente, na data magna baiana (2 de julho de 1823), quando as
forças colonizadoras foram derrotadas pelos brasileiros, o Major Manoel Marques
Pitanga, irmão do Almirante Tamandaré, conquistou e assumiu o comando do Forte,
declarando extinta nossa ligação política com Portugal.
A seu
turno, a República, já no dia 17 de novembro de 1889, ainda não tinha atingido
Salvador. Coube ao Tenente-Coronel Frederico Cristiano Buys, comandante do
Forte de São Pedro, arriar a bandeira imperial e erguer a flâmula do Clube
Republicano que, atualmente, é a bandeira do Estado da Bahia. Estava proclamada
a República em todo o território brasileiro.
O Palácio da Aclamação situado
na Avenida Sete de Setembro é um dos mais significativos museus casas de
Salvador. Transformado em residência oficial dos governadores da Bahia em 1912,
o solar oitocentista passou
por obras de ampliação projetadas pelo arquiteto italiano Filinto Santoro e foi
ocupado oficialmente pelos gestores do Estado entre 1917 e 1967. Desde então, o
espaço já sediou despachos do governador, abrigou visitantes ilustres, a
exemplo da rainha da Inglaterra, Elizabeth II, em 1968, e se tornou museu em 1991.
Mobiliários
em estilo D. José I e Luiz XV, objetos de bronze, porcelana e cristal, tapetes
persas e franceses, além de pinturas de paredes e forros criados pelo artista
baiano Presciliano Silva, compõem o acervo do palácio, que é distribuído por
dois pavimentos. No térreo, estão situados o Salão Nobre, com monumental lustre
de cristal bacarat e
bronze, saguão com decoração neoclássica, e Salão de Banquetes. Dormitório,
sala de almoço, capela e copa integram o andar superior. Atualmente, o museu
passa por reformas e está fechado para visitação.
O
Gabinete Português de Leitura é uma construção monumental, em estilo neomanuelino
(gótico tardio português), que se situa na Praça da Piedade, centro de
Salvador. O prédio foi inaugurado em 1918, só sendo similar, no Brasil, a outro,
mais antigo, situado no Rio de Janeiro. Hoje ali funcionam o Centro de Estudos
Portugueses e a Casa Fernando Pessoa. Além do estilo peculiar, raro no Brasil,
são destaques nesta construção esculturas em mármore e bronze, além de vitrais
que lhe confere uma grande luminosidade e beleza. Sua biblioteca contém
exemplares valiosos da literatura portuguesa, alguns muito raros, e é aberta ao
público. Exposições itinerantes, de variados temas, são também ali realizadas.
Passando
pela Rua Araújo Pinho no bairro do Canela, vamos encontrar a Escola de Belas Artes, tendo, de
início, o nome de Academia de Belas Artes, foi fundada em 17 de dezembro de
1877, por Miguel Navarro Y Cañizares, e passou a ser denominada de Escola de
Belas Artes da Bahia, por força da reforma do ensino secundário e superior da
República, em 1891, feita por Benjamim Constant.
Para
a fundação da Academia de Belas Artes da Bahia, Miguel Navarro Y Cañizares teve
o apoio do Presidente da Província, Henrique Pereira de Lucena (Barão de
Lucena), e contou com a prestimosa colaboração de artistas e profissionais
liberais da época.
O
primeiro espaço da Academia foi o atelier do seu fundador, a própria casa de
Cañizares, no segundo andar de um grande sobrado, na Praça do Palácio.
Os
primeiros decênios de sua existência descrevem uma fase heroica, quando as
ameaças de extinção só foram dizimadas pelo esforço comum, pelas subvenções e
pela ajuda de alguns beneméritos.
A
Escola de Belas Artes alcança o fim do século XIX com o reforço de artistas
estrangeiros como: Maurice Grun, pintor russo, o escultor Joseph Gabriel Sentis
e o escultor italiano Pascoale de Chirico, autor de inúmeros monumentos em
praças públicas de Salvador.
Em
1948, de posse da sede própria, a Escola de Belas Artes incorporou-se à
Universidade Federal da Bahia, graças ao empenho do reitor Edgard Santos.
No
início deste século XXI, a Escola de Belas Artes busca, dentro do âmbito
universitário, acompanhar o desenvolvimento tecnológico, atualizando seus
cursos de graduação e desenvolvendo seu programa de pós-graduação em artes
visuais.
Chegando
ao corredor da Vitória vamos encontrar o Museu
Carlos Costa Pinto - Inaugurado
em 5 de novembro de 1969, tem origem na coleção particular do comerciante e
exportador de açúcar Carlos Costa Pinto (1885 - 1946), reunida ao longo de 30
anos. Instalado no casarão em estilo colonial americano, inicialmente à
residência da família, a casa nunca foi habitada e uma série de adaptações para
comportar a sua nova função foi feita ao longo de sua existência.
Doado pela viúva
Margarida de Carvalho Costa Pinto, o acervo do museu possui um acervo de 3.175
obras de artes decorativas dos séculos XVII ao XX divididos em 12 coleções:
Cristal, Desenho, Diversos, Escultura, Gravura, Imaginária, Mobiliário, Ordens
Honoríficas, Ourivesaria, Pintura, Porcelana e Prataria. Um dos destaques do
Museu é a coleção de pratarias (religiosa, civil e regional), uma das maiores
do Brasil, exposta de acordo com a função dos objetos. As joias constituem outro
ponto alto da coleção do Museu.
Outro museu que se
destaca no corredor da Vitória é o Museu
de Arte da Bahia fundado em 1918. O novo e imponente prédio, conhecido como
“Palácio da Vitória”, foi enriquecido com vários elementos arquitetônicos,
oriundos de demolição de outros solares, a exemplo da magnífica portada
seiscentista com moldura em arenito, formando desenho de tranças e frontão com
volutas, datado de 1674. A sua porta monumental, em vinhático e jacarandá, é
toda ela entalhada com vários painéis retangulares com expressivos mascarões em
baixo relevo. O acervo do Museu de Arte da Bahia é formado de várias coleções
particulares constituídas à partir da 2ª metade do séc. XIX e progressivamente
adquiridas pelo Estado, possui ainda no
seu acervo, uma série de cerca de 200 desenhos de Carybé, datados de 1950,
gravuras de renomados artistas brasileiros, e estrangeiros, além de fotografais
antigas e importantes documentos históricos.
Na Graça encontra-se o
Palacete das Artes/Museu Rodin Bahia constitui-se
de um prédio antigo e um anexo moderno. O projeto de arquitetura do Rodin
Bahia, de autoria dos arquitetos Marcelo Ferraz e Francisco Fanucci, promove um
diálogo entre o secular e o contemporâneo, buscando uma relação de equilíbrio
entre eles na configuração dos três grandes ambientes: o palacete, o edifício
anexo e o parque das esculturas. A parte antiga, o casarão propriamente dito, é
uma construção de 1912, realizada para moradia de um rico empresário local,
Bernardo Martins Catharino, com seus múltiplos espaços distribuídos pelos três
pavimentos. O projeto é do arquiteto
Baptista Rossi, de origem italiana. Foi construído no
estilo eclético, com elementos decorativos em art nouveau. Para sua
construção foram importados materiais, operários e artistas europeus. Em 2006
foi feito, pelo governo da Bahia, o restauro do imóvel antigo e construído um
anexo, com projeto do renomado arquiteto Marcelo Ferraz, ao seu fundo, para
sediar exposições diversas. O prédio histórico foi destinado a
abrigar esculturas do artista francês, Auguste Rodin, com peças em gesso, e nos
jardins externos, em bronze, autenticadas, feitas em Paris.
Situado
no corredor da Vitória encontramos o Museu
Carlos Costa Pinto inaugurado em 5 de novembro de 1969, o Museu tem origem
na coleção particular do comerciante e exportador de açúcar Carlos Costa Pinto
(1885 - 1946), reunida ao longo de 30 anos. Instalado no casarão em estilo
colonial americano projeto dos arquitetos Euvaldo Reis e Diógenes Rebouças. Destinada,
inicialmente, à residência da família, a casa nunca foi habitada e uma série de
adaptações para comportar a sua nova função foi feita ao longo de sua
existência.
Doado pela viúva
Margarida de Carvalho Costa Pinto, o museu possui um acervo de 3.175 obras de
artes decorativas dos séculos XVII ao XX divididos em 12 coleções: Cristal,
Desenho, Diversos, Escultura, Gravura, Imaginária, Mobiliário, Ordens
Honoríficas, Ourivesaria, Pintura, Porcelana e Prataria. Um dos destaques do
Museu é a coleção de pratarias (religiosa, civil e regional), uma das maiores
do Brasil, exposta de acordo com a função dos objetos. Da ourivesaria sacra
podem ser vistos objetos litúrgicos variados: cálices; cruzes e lanternas
processionais; vasos para água e vinho; castiçais, conchas de batismo etc. Da
ourivesaria civil (ou profana), melhor representada, fazem parte objetos de uso
cotidiano e aqueles utilizados em ocasiões especiais, como nascimentos,
casamentos, saraus e batizados. A maioria das peças pertence à segunda metade
do século XVIII - considerado o auge da ourivesaria -, algumas pertencem ao
século XVII e poucas ao século XIX.
As joias constituem
outro ponto alto da coleção do Museu. Por meio delas é possível
conhecer não apenas os adereços que adornam as imagens sacras, mas também as joias
usadas pelas mulheres das elites e aquelas que compõem o traje das crioulas
baianas. A coleção do Museu possui 27 pencas de balangandãs de prata,
datadas dos séculos XVIII e XIX.
Na Praça Rodrigues
Lima encontra-se a Igreja de Nossa
Senhora da Vitória é a segunda Igreja mais antiga do país, foi construída
no século 16, em época incerta. Existem historiadores que acreditam que ela já
existia antes da fundação de Salvador, em 1549, podendo inclusive ter sido a
primeira da Cidade.
O templo atual foi
edificado provavelmente logo após a reconquista da Cidade, em 1625, invadida
pelos holandeses.
Em 1808, ela foi
reformada pela Companhia do Santíssimo Sacramento, com recursos doados por
vários benfeitores e pelo Príncipe Regente Dom João, que chegara de Lisboa. Sua
fachada, voltada para a Baía de Todos os Santos, foi mudada para o sentido
oposto e atual, de frente para o Largo da Vitória.
Nova reforma ocorreu
em 1910, com alteração da fachada.
A Igreja abriga
notáveis obras de arte de Joaquim Pereira de Matos Roseira (1789-1885) e possui ricas imagens barrocas em seu altar
e bela decoração.
Do
século XVII vieram os registros beneditinos com igrejas de grande porte e
riqueza. Adornos em madeira, folheados a ouro e pinturas ao teto finalizam
estas construções com um toque do Barroco. Os espaços que melhor caracterizam
esse período são A Catedral Basílica e a Igreja e Convento do São Francisco.
A
Catedral Basílica está instalada no
mais grandioso templo construído pelos jesuítas no Brasil. A pedra fundamental
foi colocada em 1656 e a igreja foi oficialmente inaugurada em 1672. Com a
expulsão dos jesuítas do Brasil, em 1759, o templo ficou desocupado e em 1765,
o rei de Portugal, ofereceu o templo jesuíta ao Arcebispo da Bahia para
celebrarem os ofícios divinos até que a Sé Primacial do Brasil, situada na
Praça da Sé, Centro Histórico de Salvador, que apresentava problemas
estruturais, fosse restaurada.
Seu
acervo de arte sacra é um dos mais valioso do Brasil. Os dois primeiros altares
foram construídos em estilo renascentista maneirista, de 1650. O altar-mor é de
1670. No total, são 13 altares.
O
projeto arquitetônico é do irmão Francisco Dias, que chegou em Salvador em
1577. A fachada é toda em pedras de lioz, importadas de Portugal e abrigam
peças do mobiliário do século XVI.
Nos
nichos sobre as portas estão as imagens de três santos jesuítas: Santo Inácio
de Loyola, São Francisco Xavier e S. Francisco de Borja.
Um
dos pátios do antigo colégio foi destruído pelo fogo em 1801. Em 1808, foi
instalado o Real Hospital na ala que restara. Novo incêndio, em 1905, consome o
edifício que é reerguido em estilo eclético para abrigar a Faculdade de
Medicina da Bahia, a primeira do país fundada em 1808 e aí instalada desde
1833.
A
Igreja e Convento do São Francisco
uma das mais ricas e espetaculares igrejas do Brasil, possui o interior todo
recoberta em ouro, uma das mais singulares e ricas expressões do Barroco
brasileiro. O edifício foi construído em pedra calcária nas partes aparentes, e
arenito nas partes rebocadas. Todas as superfícies do interior - paredes,
colunas, teto, capelas - são revestidas de intrincados entalhes e douraduras,
com florões, frisos, arcos, volutas e inúmeras figuras de anjos e pássaros
espalhados em vários pontos.
A
Barra é um dos bairros mais tradicionais de Salvador, capital da Bahia,
localizado na parte sul da cidade; pertence a Região Administrativa VI, de
mesmo nome . Possui uma localização geográfica única no mundo, onde é possível
ver tanto o nascer quanto o pôr do sol
no mar, pois ocupa o vértice da península em que está a cidade, preserva em sua paisagem um acervo histórico
e arquitetônico valioso para o Brasil, sendo o Farol da barra seu ícone mais
famoso, ao lado dos Fortes de Santa Maria e São Diogo.
Protegido
pelo morro de Santo Antônio, do lado direito da praia do porto da Barra, junto
à Santa Casa de Misericórdia, o Forte de
São Diogo visava impedir, com o apoio do Forte de Santa Maria, o
desembarque de qualquer inimigo naquele acesso ao Sul de Salvador, na Cidade
Baixa.
A
sua construção remonta ao Governo Geral de D. Diogo de Meneses Siqueira
(1609-1613). No contexto das Invasões holandesas do Brasil foi reconstruído a
partir de 1626, durante o Governo Geral de Diogo Luís de Oliveira (1626-1635),
resistindo, ainda em obras, ao ataque de abril-maio de 1638 do Conde Maurício
de Nassau (1604-1679).
Foi
inaugurado em setembro de 1722, quando passou a contar com uma bateria de sete
peças de artilharia.
Passou por novas reformas, nas canhoneiras e parapeitos, em 1875, 1883 e 1886.
Em 1885, mantinha quatro peças de artilharia nas muralhas abandonadas.
Atualmente,
o Forte de São Diogo encontra-se restaurado e aberto ao público, convertido em
Centro Cultural, com programação regular de eventos. A sua guarnição
apresenta-se trajada com o uniforme histórico do 1º Regimento de Infantaria da
Bahia, dentro do projeto de revitalização das Fortalezas Históricas de
Salvador, da Secretaria de Cultura e Turismo em parceria com o Exército
Brasileiro.
O Forte de Santo Antônio da Barra teve
sua construção iniciada em 1534, foi concluída a edificação da durante o
governo de D. Francisco de Souza (1591-1602), numa colina situada na Ponta do
Padrão, construída em pedra e cal. No mesmo local, em 1534, tinham sido
levantadas fortificações rudimentares, melhoradas durante o governo de Manuel
Teles Barreto (1583-1587).
A Fortaleza tinha a forma de um
hexágono irregular e estava construída em alvenaria, com 4 ângulos reentrantes
e 6 salientes, tendo como finalidade a defesa da barra. O seu armamento era
constituído por 8 peças de bronze. Foi ocupada em 1624 pelos Holandeses.
Contudo, foi reconstruído e melhorado durante o governo de D. João de Lencastre
(1694-1702).
Posteriormente,
em 1875, a Fortaleza foi reparada. Em 1839, recebeu o chamado Farol da Barra,
em substituição de outro mais antigo, de bronze, que aí existia. Instalado
sobre uma torre de alvenaria a 37 metros acima do nível do mar, o Farol do
Forte de Santo Antônio da Barra foi o primeiro farol de todo o continente
americano. Atualmente abriga o Museu Hidrográfico de Salvador.
Na
transição entre os séculos XVII e XVIII, o Forte de Santo Antônio da Barra
recebeu a forma irregular de estrela, com quatro faces reentrantes e seis
salientes. Era a nova linha de arquitetura militar portuguesa. Outras
modificações no ano de 1937, quando foi concluído o serviço de eletrificação do
Farol, sendo retirada a instalação incandescente a querosene. Hoje o alcance
luminoso é de 70 Km para a luz branca, e 63 Km para a luz encarnada. Mais
recentemente, uma reforma do Forte permitiu a criação do Museu Náutico da Bahia
e também de um café.
O
forte abriga o Museu Náutico da
Bahia que é único do gênero em todo o estado, abriga rico acervo da
história marítima do Brasil, especialmente do período colonial. Nele está parte
significativa dos achados arqueológicos da expedição submarina ao sítio do
Galeão Santíssimo Sacramento, naufragado na costa da cidade de Salvador, em
1668. Reunindo valioso acervo como faianças, munições, canhões, instrumentos náuticos,
selos, moringas e inúmeros objetos do uso cotidiano no século XVII compõem um
diversificado painel dos hábitos e costumes da época. Possui também uma coleção
de instrumentos de navegação e sinalização náutica, maquetes, miniaturas de
embarcações de variada origem e uma mostra permanente relativa à geografia,
história, antropologia e cultura da Baía de Todos os Santos, além da vida
marítima, militar e administrativa da cidade de Salvador, primeira capital do
país e sua mais importante cidade durante mais de três séculos.
A
Igreja de Santo Antônio da Barra
está situada no alto de uma colina, de onde se domina a barra e extensa área da
Baía de Todos os Santos. A igreja é de nave única com um pseudo corredor do
lado esquerdo superposto por tribunas. A fachada apresenta alto frontão
triangular e duas torres terminadas em pirâmide, revestidas de azulejos. Nas
paredes laterais da nave, pendem seis quadros a óleo alusivos à vida de Santo
Antônio. A pintura do teto (1884), de autor desconhecido, refere-se à
glorificação do santo. Na sala dos milagres encontra-se ex-votos populares.
Dentre a imaginária, destaca-se Santo Antônio em tamanho natural com faixa de
oficial do exército. Esta igreja, embora modificada, representa um interessante
testemunho da evolução das igrejas baianas em direção à planta de corredores laterais
superpostos por tribunas. Sua planta e fachada se assemelham muito à primitiva
igreja de São Bento do Rio, de nave única, embora o corredor lateral ainda não
esteja perfeitamente definido como em São Bento. A igreja conserva alguns
elementos arcaicos, como o acesso ao 1º andar, pelo exterior, e a capela-mor
recoberta por abóbada de berço. Sua fachada terminada por frontão clássico
flanqueado por torres recobertas por pirâmides azulejadas.
No
século passado, rompendo com o modelo de arquitetura antiga - marcante em toda
a história da cidade, surge um novo traçado arquitetônico com largas avenidas e
vales que incorporam prédios pós-modernos de formas não regulares, nos quais o
vidro e o concreto são predominantes e contrastam com cores fortes. São exemplos
da recente Salvador o prédio da Casa do Comércio, o Centro de Convenções, o
Teatro Castro Alves (TCA) é o
maior e mais importante centro artístico de Salvador, o Teatro Vila Velha
possui o projeto arquitetônico de Sílvio Robato, que transformou um galpão em
teatro, adequando-o ao espaço cedido pelo governo do Estado no Passeio Público,
era a concretização do sonho daqueles jovens: o primeiro teatro independente da
Bahia e os grandes shoppings centers.
O
Rio Vermelho tem sua história
iniciada no século XVI, com o naufrágio de Caramuru ao seu
território. Aqui viviam os Tupinambás e Caramurus foi o elo de
comunicação entre os nativos e os europeus. Quando o primeiro chegou
a Salvador, as terras a uma légua para o norte e duas léguas para o sertão
do Rio Camarajibe foram doadas a Antônio de Ataíde. E assim nasceu o Rio
Vermelho. Inicialmente a região tinha poucos habitantes, com uma paisagem de
currais, armação de pesca e jesuítas.
Com
a invasão holandesa de 1624, muito moradores vieram para o Rio
Vermelho, pela distância do local invadido. Aproveitando o clima tenso e a
desorganização dos brancos, alguns escravos fugiram para as matas frondosas,
formando em 1629 um quilombo no Rio Vermelho. Este quilombo
foi esmagado três anos depois pelos capitães-do-mato Francisco dias de
Ávila e João Barbosa Almeida.
No
Largo de Santana vamos encontrar a Igreja
de Nossa Senhora Santana a primitiva Igreja dedicada a Senhora de
Sant’Ana é o mais antigo monumento arquitetônico do Rio Vermelho, tendo
sido construída na primeira metade do século XIX. O templo é um dos principais
patrimônios históricos do Rio Vermelho. Sua capacidade era para 72
pessoas. A atual Paróquia de Sant'Ana do Rio Vermelho foi construída 1913,
no espaço onde existia um forte chamado Reduto do Rio Vermelho ou ermida Forte
de São Gonçalo do Rio Vermelho e tem capacidade para 500 pessoas sentadas. .
Com
o crescimento do bairro, foi necessário construir um novo templo, o que
aconteceu nos anos '60. O local escolhido abrigou no passado o Forte de São
Gonçalo do Rio Vermelho.
É
um dos raros casos, em Salvador, que um novo templo foi construído, para a
mesma devoção, sem a destruição do antigo. As imagens e o culto religioso foram
transferidos para o novo templo. Hoje, a igrejinha abriga o Centro Social
Monsenhor Amílcar Marques.
A
padroeira Senhora de Sant’Ana era a esposa de São Joaquim e avó de Jesus. Desde
o final do século 19, existe a festa da padroeira no Rio Vermelho. Hoje,
comemora-se no mês de julho, e inclui procissão.
No número 33 da Rua Alagoinhas,
bairro do Rio Vermelho morou Jorge Amado e Zélia Gattai por muitos e após a
morte de Jorge Amado a casa ficou fechada e só foi reaberta como museu depois
de por onze anos sendo chamada A Casa do
Rio Vermelho. Projetado pelo
celebrado arquiteto e cenógrafo Gringo Cardia (com auxílio na curadoria do
vice-reitor da Ufba Paulo Miguez), o museu de fato faz jus a um dos maiores
nomes da cultura baiana, com o acervo dividido entre lembranças e objetos
pessoais do casal de escritores e o seu vasto acervo de arte, amealhado ao
longo de décadas viajando ao redor do mundo.
Sem percurso pré-definido, o
museu leva o visitante a se embrenhar pelos cômodos da casa dos Amado sem
barreiras, com acesso ao quarto do casal, a cozinha, o belíssimo jardim, a sala
onde Jorge escrevia etc.
Gringo Cardia fez um bom trabalho
ao incluir filmes, projeções e narrações em quase todos os cômodos, ajudando a
iluminar a vida e o trabalho do casal em suas diversas facetas: o Jorge Amado
menino, o comunista, o homem de casa, escritores, anfitriões de personalidades.
Construção do século
XIX, o casarão do Teatro Sesi já foi
residência de um jurista e até uma fábrica de café. Depois que se tornou
propriedade do Sesi, passou a abrigar diversos serviços oferecidos pelo órgão
para os trabalhadores da indústria.
“Eram
serviços de odontologia, por exemplo. Mas não deu certo essa função aqui no
casarão”, revela Rosa Villas-Boas, a mais antiga funcionária do teatro. Ela, na
época integrante da equipe de cultura do Sesi, propôs a criação de um espaço
cultural no local e teve a aprovação do órgão. “O Rio Vermelho é um bairro com
essa veia artística e cultural, e não tinha nenhuma casa de espetáculos. Vi que
essa casa podia suprir essa ausência”, lembra.. gente veio já consagrada e muita gente começou
aqui como o Wagner Moura e o Vladimir Brichta, que vimos no início da
carreira”, recorda.
Referências
COSTA,
Cristina. Questões de Arte: O belo, a
percepção estética e o fazer artístico. 1ª ed. São Paulo. Moderna. 2004.