"A arte é a contemplação: é o prazer do espírito que penetra a natureza e descobre que ela também tem uma alma. É a missão mais sublime do homem, pois é o exercício do pensamento que busca compreender o universo, e fazer com que os outros o compreendam." (Auguste Rodin)
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quinta-feira, 24 de setembro de 2015
domingo, 20 de setembro de 2015
2ª Série - ARTE ROMÂNICA - 3ª Unidade - 2015
Depois de muitas décadas do século III, os
imperadores romanos começaram a enfrentar lutas internas pelo poder. Havia,
ainda, a ameaça às fronteiras do império por parte de povos invasores, a quem
os romanos chamavam “bárbaros”. Começava a decadência do Império Romano e o
desaparecimento quase completo, na Europa ocidental, da cultura greco-romana,
ou clássica.
As tradições greco-romanas só viriam a ser
retomadas no século IX, com Carlos Magno, coroado imperador do Ocidente.
Com a coroação de Carlos Magno pelo Papa
Leão III, no ano de 800, teve início um intenso desenvolvimento cultural. Em
sua corte criou-se uma academia literária e desenvolveram-se oficinas onde eram
produzidos objetos de arte e manuscritos ilustrados. Naquela época, os textos
religiosos eram escritos à mão; ilustrá-los era tarefa para artistas que
dominassem a pintura e o desenho sobre espaços reduzidos.
As oficinas ligadas ao palácio foram os
principais centros de arte. Sabe-se que delas se originaram as oficinas
monásticas, isto é, dos mosteiros, que teriam importante papel na evolução da
arte após o reinado de Carlos Magno. Como, após sua morte, a corte deixou de
ser o centro cultural do império, a atividade intelectual contralizou-se nos
mosteiros. Neles, a ilustração de manuscritos era a atividade artística mais
importante, mas havia interesse também pela arquitetura, escultura, pintura,
ourivesaria, cerâmica, fundição de sinos, encadernação e fabricação de vidros.
Essas oficinas eram também as escolas de arte da época. Ali os jovens artistas
preparavam-se para trabalhar nas catedrais e nas casas das famílias
importantes.
Características
gerais do estilo românico:
1 – substituição do teto de madeira por abóbadas.
2 – grande espessura das paredes, poucas janelas.
3 – consolidação das paredes por contrafortes ou gigantes para dar sustentação ao prédio.
4 – consolidação dos arcos por meio de arquivoltas.
1 – substituição do teto de madeira por abóbadas.
2 – grande espessura das paredes, poucas janelas.
3 – consolidação das paredes por contrafortes ou gigantes para dar sustentação ao prédio.
4 – consolidação dos arcos por meio de arquivoltas.
ARQUITETURA
Com as oficinas de arte da corte de Carlos
Magno, a cultura greco-romana foi redescoberta. Na arquitetura isso levou à
criação, mais tarde, de um novo estilo para a construção principalmente das
igrejas: o estilo românico. Esse nome, portanto, designa as obras
arquitetônicas do fim dos séculos XI e XII, na Europa, cuja estrutura era
semelhante à das construções dos antigos romanos.
As características mais significativas da
arquitetura românica são a utilização da abóbada, dos pilares maciços que a
sustentam e das paredes espessas com aberturas estreitas usadas como janelas.
Dessas características, resulta um conjunto
que chama a atenção do observador; as igrejas românicas são grandes e sólidas.
Daí serem chamadas “fortalezas de Deus”.
Tipos
de abóbadas das igrejas românicas:
A
abóbada de berço
consistia num semicírculo – o arco pleno – ampliado lateralmente pelas paredes.
Apresentava, entretanto, duas desvantagens; O excesso de peso da pedra, que
podia provocar sérios desabamentos, e a pouca luminosidade no interior das
construções em virtude das janelas estreitas. A abertura de grandes vãos para
janelas era impraticável, pois poderia enfraquecer as paredes e, portanto,
aumentar o risco de desabamento.
A
abóbada de arestas
consistia na intersecção, em ângulo reto, de duas abóbadas de berço apoiadas
sobre pilares. Com isso, distribuía-se melhor o peso das pedras para evitar
desabamentos, criava-se um ambiente que dava a impressão de leveza e
iluminava-se mais o interior das construções.
Embora diferentes, os dois tipos de abóbada
causam o mesmo efeito: uma sensação de solidez e repouso, dada pelas linhas
semicirculares e pelos grossos pilares.
Na Idade Média assim como hoje, faziam
longas peregrinações a lugares considerados sagrados. Muitas aldeias
localizadas na rota desses construíram igrejas para acolher os peregrinos.
Entre os lugares mais procurados estavam Jerusalém, onde Jesus morreu, Roma,
onde fica a sede da Igreja Católica, e Santiago de Compostela, Espanha, onde
crê estar enterrado o apóstolo Tiago. No trecho francês do caminho de Santiago
construíram-se várias igrejas românicas, como a da abadia de Saint-Pierre, em
Moissac.
Como poucas pessoas, naquela época, sabiam
ler, a igreja recorria à pintura e à escultura para narrar histórias bíblicas e
transmitir valores religiosos. Um lugar muito usado para isso era os portais,
na entrada dos templos. No portal, a área mais ocupada pelas esculturas era o
tímpano, a parede semicircular que fica logo abaixo dos arcos que arrematam o
vão superior da porta. A abadia de Saint-Pierre, em Moissac, possui um dos mais
bonitos portais românicos. No grande tímpano, há um conjunto de figuras
representando Cristo em majestade, coroado e sentado num trono. Como o tímpano
é muito grande, foi colocada uma pilastra central, chamada tremo, que divide a
abertura da porta em duas partes iguais. Essa pilastra também é decorada com
esculturas que representam leões e uma pessoa descalça, identificada como o
profeta Jeremias.
A
arquitetura românica na Itália
Na Itália, a arte românica se desenvolveu
com características diferentes das do resto da Europa. Mais próximos do exemplo
greco-romano, os italianos procuraram usar frontões e colunas. Uma das mais
conhecidas edificações da arte românica italiana é o conjunto da catedral de
Pisa.
PINTURA
Como poucas pessoas, naquela época sabiam
ler, a Igreja recorria à pintura e à escultura para narrar histórias bíblicas e
transmitir valores religiosos. Um lugar muito usado para isso era os portais,
na entrada dos templos.
A arquitetura românica, com suas grandes
abóbadas e espessas paredes laterais de poucas aberturas, criou amplas
superfícies que favoreceram a pintura mural. Assim, a pintura românica
desenvolveu-se sobretudo nas grandes decorações murais, por meio da técnica do
afresco.
Os afrescos tinham como modelo as
ilustrações dos livros religiosos, pois na época, nos conventos, era intensa a
produção de manuscritos à mão com cenas da história sagrada. Assim, a pintura
românica praticamente não registra assuntos profanos, isto é, não-religiosos,
como paisagens, animais, pessoas em suas atividades diárias.
As características essenciais da pintura
românica foram a deformação e o colorismo. A deformação traduz os
sentimentos religiosos e a interpretação mística que o artista fazia da
realidade. A figura de Cristo, por exemplo, era sempre maior do que as demais.
Sua mão e seu braço, no gesto de abençoar, tinham proporções intencionalmente
exageradas para que o fosse valorizado por quem contemplasse a pintura. Os
olhos eram muito grandes e abertos para evidenciar a intensa vida espiritual.
O colorismo realizou-se no emprego de cores
chapadas, isto é, uniformes, sem preocupação com meios-tons ou jogo de luz e
sombra, pois não havia intenção de imitar a natureza.
ESCULTURA
A escultura renasceu no românico, depois de
muitos anos esquecida. Seu apogeu se dá no século 12, quando inicia um
estilo realista,mas simbólico, que antecipa o estilo gótico.
A escultura é sempre condicionada a
arquitetura é todo trabalho é executado sem deixar espaços sem usos.
Outra importante característica é seu
caráter simbólico e ante-naturalista, não havia a preocupação com a
representação fiel dos seres e objetos. Volume, cor, efeito de luz e sombra,
tudo era confuso e simbólico representando muitas vezes coisas não terrenas, mas
sim provenientes, da imaginação. Algumas esculturas notam-se a aparência clássica,
influência da antiguidade.
Bibliografia:
PROENÇA,
Graça. Descobrindo a História da Arte. Ática. 1ª edição. 2005.
2º Série - ARTE BIZANTINA -3ª Unidade 2015
Bizancio era uma antiga colônia grega
localizada entre a Europa e a Ásia, no estreito de Bósforo. Nesse local, no ano
de 330, o imperador Constantino fundou a cidade de Constantinopla, que graças à
localização geográfica privilegiada, viria a ser palco de uma verdadeira
síntese das culturas Greco-romana e ocidental. O termo bizantino, portanto,
deriva de Bizâncio e designa a criação cultural não só de Constantinopla, mas
de todo o Império romano do Oriente.
O Império romano do Oriente, cuja capital
era Roma, sofreu sucessivas invasões até cair completamente em poder dos
bárbaros, no ano 476. Essa data marca o fim da Idade Antiga e o início da Idade
Média.
O Império Bizantino – como acabou sendo
denominado o Império Romano do Oriente – alcançou seu apogeu político e
cultural durante o governo do imperador Justiniano, que reinou de 527 a 565.
Apesar das contínuas crises políticas, manteve-se a unidade do Império até
1453, quando os turcos tomaram sua capital Constantinopla, dando início a um
novo período histórico a Idade Moderna.
Uma
arte que expressa riqueza e poder
O
momento de esplendor da capital do Império Bizantino coincidiu historicamente
com a oficialização do cristianismo. A partir daí, a arte cristã primitiva, que
era popular e simples, foi substituída por uma arte cristã de caráter
majestoso, que exprime poder e riqueza.
A arte
bizantina tinha como objetivo expressar a autoridade absoluta e sagrada do
imperador, considerado o representante de Deus, com poderes temporais e
espirituais. Para que a arte atingisse esse objetivo, uma série de convenções
foi estabelecida – tal como ocorrera na arte egípcia.
Uma
dessas convenções foi a lei da frontalidade, uma vez que a postura rígida da
personagem representada leva o observador a uma atitude de respeito e
veneração. Ao mesmo tempo, ao produzir frontalmente as figuras, o artista
mostra respeito pelo observador, que vê nos soberanos e nas figuras sagradas
seus senhores e protetores.
Além da
frontalidade, outras regras minuciosas foram impostas aos artistas pelos
sacerdotes, como a determinação do lugar de cada personagem sagrada na
composição e a indicação de como deveriam ser os gestos, as mãos, os pés, as
dobras das roupas e os símbolos. Enfim, tudo o que poderia ser representado era
rigorosa e previamente determinado.
Passou-se
também a retratar as personalidades oficiais e as personagens sagradas como se
compartilhassem as mesmas características assim, a representação de personagens
oficiais sugeria tratar-se de personagens sagradas.
As
personagens sagradas, por sua vez, eram representadas com características das
personalidades do Império. Jesus Cristo, por exemplo, aparecia como rei e Maria
como rainha. Da mesma forma, situações típicas da corte eram traspostas para as
representações dos santos.
Mosaico
O mosaico consiste na colocação, lado a
lado, de pequenos pedaços de pedras de cores diferentes sobre uma superfície de
gesso ou argamassa. Essas pedrinhas coloridas são dispostas de acordo com um
desenho previamente determinado. A seguir, a superfície recebe uma solução de
cal e areia e óleo que preenche os espaços vazios, aderindo melhor os
pedacinhos de pedra. Como resultado obtém-se uma obra semelhante a pintura.
O mosaico é a expressão máxima da arte
bizantina. As figuras rígidas e a pompa da arte de Bizâncio fizeram do mosaico
a forma de expressão artística preferida pelo Império Romano do Oriente.
As paredes e as abóbadas das igrejas, recobertas de mosaicos
de cores intensas e de materiais que refletem a luz em reflexos dourados,
conferem uma suntuosidade ao interior dos templos que nenhuma época conseguiu
reproduzir e serve também de fonte de
instrução e guia espiritual aos fiéis, mostrando-lhes cenas da vida de Cristo,
dos profetas, e dos vários imperadores. Plasticamente, o mosaico bizantino não
se assemelha aos mosaicos romanos; são confeccionados com técnicas diferentes e
seguem convenções que regem também os afrescos. Neles, por exemplo, as pessoas
são representadas de frente e verticalizadas para criar certa espiritualidade;
a perspectiva e o volume são ignorados e o dourado é utilizado em abundância,
pela sua associação a um dos maiores bens materiais: ouro.
Arquitetura
O grande destaque da arquitetura foi a construção de Igrejas, facilmente compreendido dado o caráter teocrático do Império Bizantino. A necessidade de construir Igrejas espaçosas e monumentais, determinou a utilização de cúpulas sustentadas por colunas, onde haviam os capitéis, trabalhados e decorados com revestimento de ouro, destacando-se a influência grega.
O grande destaque da arquitetura foi a construção de Igrejas, facilmente compreendido dado o caráter teocrático do Império Bizantino. A necessidade de construir Igrejas espaçosas e monumentais, determinou a utilização de cúpulas sustentadas por colunas, onde haviam os capitéis, trabalhados e decorados com revestimento de ouro, destacando-se a influência grega.
A Igreja
de Santa Sofia é o mais grandioso exemplo dessa arquitetura, onde trabalharam
mais de dez mil homens durante quase seis anos. Por fora o templo era muito
simples, porém internamente apresentava grande suntuosidade, utilizando-se de mosaicos
com formas geométricas, de cenas do Evangelho.
Na cidade italiana de Ravena, conquistada pelos bizantinos, desenvolveu-se um estilo sincrético, fundindo elementos latinos e orientais, onde se destacam as Igrejas de Santo Apolinário e São Vital, destacando-se nesta última onde existe uma cúpula central sustentadas por colunas, planta ortogonal, e os mosaicos como o do imperador Justiniano e o da imperatriz Teodora, com seus respectivos séquitos levando oferendas ao templo. São obras que expressam de modo significativo o compromisso da arte bizantina com o império e a religião.
Na cidade italiana de Ravena, conquistada pelos bizantinos, desenvolveu-se um estilo sincrético, fundindo elementos latinos e orientais, onde se destacam as Igrejas de Santo Apolinário e São Vital, destacando-se nesta última onde existe uma cúpula central sustentadas por colunas, planta ortogonal, e os mosaicos como o do imperador Justiniano e o da imperatriz Teodora, com seus respectivos séquitos levando oferendas ao templo. São obras que expressam de modo significativo o compromisso da arte bizantina com o império e a religião.
Os ícones bizantinos
Além de
trabalhar nos mosaicos, os artistas bizantinos criaram os ícones, uma nova
forma de expressão artística na pintura. A palavra ícone, de origem grega,
significa “imagem”. Como trabalho artístico, os ícones são quadros que
representam figuras sagradas, como Jesus Cristo, a Virgem, os apóstolos, santos
e mártires. Em geral, são bastante luxuosos.
Para
pintar os ícones, os artistas utilizavam a técnica da têmpera ou da encáustica,
lançando mão de recursos que realçavam os efeitos de luxo e riqueza. Em geral,
revestiam a superfície da madeira ou da placa de metal com uma camada dourada
sobre a qual pintavam a imagem. Para fazer as dobras das vestimentas, as rendas
e os bordados, retiravam com um estilete a película de tinta da pintura. Essas
áreas, assim, adquiriam a cor de ouro.
Às
vezes, os artistas colavam jóias e pedras preciosas na pintura, chegando até a
confeccionar coroas de ouro para as figuras de Jesus Cristo ou de Maria. Essas
jóias, aliadas ao dourado nos detalhes das roupas, davam aos ícones um aspecto
de grande suntuosidade.
Depois
da morte do imperador Justiniano, em 565, aumentaram as dificuldades políticas
para que o Oriente e o Ocidente se mantivessem unidos. O Império Bizantino
sofreu períodos de declínio cultural e político, mas conseguiu sobreviver até o
fim da Idade Média, quando, em 1453, Constantinopla foi invadida pelos turcos.
Têmpera é o nome dado a um dos modos como os
artistas bizantinos preparavam a tinta usada em seus ícones. Consiste em
misturar os pigmentos a uma goma orgânica – em geral gema de ovo – para
facilitar a fixação das cores à superfície do objeto pintado. O resultado é uma
superfície brilhante e luminosa.
Encáustica: esta técnica foi
usada na antiguidade. O processo consiste em diluir os pigmentos em cera
aquecida e derretida no momento da aplicação. Ao contrário da têmpera, cujo
efeito é brilhante, a pintura em encáustica é semifosca.
ESCULTURA: Este gosto pela decoração, aliado à aversão do
cristianismo pela representação escultórica de
imagens (por lembrar o paganismo romano), faz diminuir o gosto pela forma e
consequentemente o destaque da escultura durante este período. Os poucos
exemplos que se encontram são baixos-relevos inseridos na decoração dos monumentos.
A escultura bizantina não se separou do
modelo naturalista da Grécia, e ainda que a Igreja não estivesse muito de
acordo com a representação estatuária, não obstante, essa foi a disciplina
artística em que melhor se desenvolveu o culto à imagem do imperador. Também
tiveram grande importância os relevos, nos quais os soberanos imortalizaram a
história de suas vitórias. Das poucas peças conservadas se deduz que, apesar de
seu aspecto clássico, a representação ideal superou a real, dando-se
preferência à postura frontal, mais solene.
Não menos importante foi a escultura em marfim. Destaca-se na escultura o trabalho com o marfim, principalmente os dípticos, obra em baixo relevo, formada por dois pequenos painéis que se fecham, ou trípticos, obras semelhantes às anteriores, porém com uma parte central e duas partes laterais que se fecham.
Não menos importante foi a escultura em marfim. Destaca-se na escultura o trabalho com o marfim, principalmente os dípticos, obra em baixo relevo, formada por dois pequenos painéis que se fecham, ou trípticos, obras semelhantes às anteriores, porém com uma parte central e duas partes laterais que se fecham.
Esse modelo mais tarde se adaptou ao culto
religioso em forma de pequeno altar portátil. Quanto à ourivesaria,
proliferaram os trabalhos em ouro e prata, com incrustações de pedras
preciosas. Porém, poucos exemplares chegaram até nossos dias.
Referências
PROENÇA, Graça. História da Arte.Ática. São Paulo
2009.
terça-feira, 15 de setembro de 2015
3ª Série - ARTE BARROCA - 3ª Unidade - 2015
A arte barroca
desenvolveu-se no século XVII, num período muito importante da história da
civilização ocidental, pois nele ocorreram mudanças econômicas, religiosas e
sociais na Europa. Com o humanismo, o Renascimento e, principalmente, a
Reforma, a Igreja católica teve seu poder enfraquecido. O grande Império
cristão começou a se fragmentar em diversas religiões, pois a força da razão
libertava o homem do autoritarismo. A Igreja católica, para reconquistar seu
prestígio e poder, organizou a contra-reforma, isto é, tomou iniciativas
importantes que visavam reafirmar e difundir sua doutrina. Foi então que se
estabeleceu a Companhia de Jesus, ordem religiosa que objetivava no trabalho
dos padres jesuítas difundir a fé católica entre os povos não-cristãos e
edificar grandes igrejas. É na construção e decoração dessas igrejas que nasce
a arte barroca. Arquitetos, escultores e pintores foram convocados para
transformar igrejas em verdadeiras exibições artísticas, cujo esplendor tinha o
propósito de converter ao catolicismo todas as pessoas.
A arte barroca originou-se na Itália, mas
não tardou a irradiar-se por outros países da Europa e a chegar também ao
continente americano, trazida pelos colonizadores portugueses e espanhóis.
Entretanto, ela não se desenvolveu de maneira homogênea. Ela se manifestou de
forma distinta em cada país, porém manteve algumas características básicas.
Diferentemente do Renascimento, em que as
figuras são apresentadas de forma estática como se estivessem posando para um
retrato, no Barroco elas passam a ser apresentadas de forma teatral, isto é,
parecem sempre estar em movimento. Jogos de luz dão intensidade dramática à
cena, destacando os elementos mais importantes do quadro, os quais formam uma
composição em diagonal. A simetria e o equilíbrio entre arte e ciência, metas
que o artista renascentista buscava de forma consciente, são rompidos na arte
barroca, que procura retratar temas religiosos, mitológicos e do cotidiano com
a predominância da emoção e não da razão. Através de um colorido intenso e de
um contraste de claro-escuro, a arte barroca consegue expressar de forma
peculiar os sentimentos humanos.
Suas características
gerais são:
*
emocional sobre o racional; seu propósito é impressionar os sentidos do observador,
baseando-se no princípio segundo o qual a fé deveria ser atingida através dos
sentidos e da emoção e não apenas pelo raciocínio.
* busca de efeitos decorativos e visuais, através de curvas,
contracurvas, colunas retorcidas;
* entrelaçamento entre a arquitetura e escultura;
* violentos contrastes de luz e sombra;
* pintura com efeitos ilusionistas, dando-nos às vezes a impressão de ver
o céu, tal a aparência de profundidade conseguida.
PINTURA BARROCA NA ITÁLIA
Características
da pintura barroca:
§
Composição
assimétrica, em diagonal - que se revela num estilo grandioso, monumental,
retorcido, substituindo a unidade geométrica e o equilíbrio da arte
renascentista.
§
As
cenas representadas envolvem-se em acentuado contrataste de claro-escuro, o que
intensifica a expressão de sentimentos - era um recurso que visava a
intensificar a sensação de profundidade.
§
É
realista, mas a realidade que lhe serve de ponto de partida não é só a vida de
reis e rainhas, mas também a do povo simples.
§
Escolha de cenas no seu momento de
maior intensidade dramática.
Pintores
barrocos:
Tintoreto (1515 – 1549)
Pintou temas religiosos (Reencontro do Corpo de São Marcos), mitológicos (Vênus
e Vulcano) e retratos (Jacopo Soranzo), sempre com duas características bem marcantes:
os corpos das figuras são mais expressivos do que os seus rostos e a luz e a
cor têm grande intensidade. Essa forma de organizar a composição era quase uma
regra para Tintoretto, pois, para ele, um quadro devia ser visto inicialmente
como um grande conjunto e só depois percebido nos detalhes que o artista
procurou trabalhar.
Caravaggio (1573 – 1610) não se interessou pela beleza clássica
que tanto encantou o Renascimento. Ao contrário, procurava seus modelos entre
os vendedores, os músicos ambulantes, os ciganos, entre as pessoas do povo. Para
ele não havia a identificação, tão comum na época, entre beleza e classe
aristocrática.
Pintou
entre 1599 e 1610, telas monumentais para a capela da igreja de S. Luigi dei
Francesi.
Características
da sua pintura de Caravaggio:
¶ Retratava
personagens bíblicos, principalmente Jesus e Maria, baseando-se em pessoas
comuns que encontrava nas ruas de Roma.
¶ Usava um forte
realismo na pintura de suas obras.
¶ Colocava o foco da
imagem nos rostos dos personagens.
¶
Usava
efeitos de sombras e luzes.
¶
Pintava
o fundo de suas obras de cores escuras, principalmente de cor preta. Este
recurso dava um aspecto obscuro em suas pinturas.
¶
Modo
revolucionário como ele usa a luz. Ela não aparece como reflexo da luz solar,
mas é criada intencionalmente pelo artista, para dirigir a atenção do
observador. Ele é conhecido como o fundador do estilo iluminista, que pode ser
observado em A Ceia em Emaús, Conversão de São Paulo e Deposição de Cristo.
Os temas sagrados
são retratados como um acontecimento contemporâneo entre as pessoas humildes;
as figuras bíblicas assemelham-se a trabalhadores comuns, com fisionomias
curtidas pelo tempo.
Outras obras:
Vocação de São Mateus, Sepultura de Cristo.
Andrea
Pozzo Pintou entre 1642 e 1709 o teto da Igreja de
Santo Inácio, em Roma. Essa obra impressiona pelo número de figuras e pela
ilusão criada pela perspectiva de que as paredes e colunas da igreja continuam
no teto, e de que este se abre para o céu, de onde santos e anjos convidam os
homens para a santidade.
Esse tipo de pintura tornou-se muito comum
na época.
ESCULTURA
BARROCA
Nos gestos e no rosto das figuras
representadas, a escultura barroca exprime emoções: alegria, dor sofrimento.
Por vezes, um grupo de esculturas compõe uma cena dramática.
Características:
>
O
equilíbrio entre os aspectos intelectuais e emocionais desaparece dando lugar à
exaltação dos sentimentos;
>
As
formas procuram expressar o movimento e recobrem-se de efeitos decorativos;
>
Predominam
as linhas curvas, os drapeados das vestes e o uso do dourado;
>
Dramaticidade
das expressões, os gestos e os rostos das personagens revelam emoções
violentas;
Artista: Bernini (1598 –
1680) Dentre os artistas foi, sem dúvida o mais importante e completo, pois foi
arquiteto, urbanista, escultor, decorador e pintor. Algumas de suas obras
serviram como elementos decorativos das igrejas. A obra de Bernini que desperta
maior emoção religiosa é o Êxtase de Santa Teresa, escultura feita para uma
capela da igreja de Santa Maria della Vittorio, em Roma.
Outras obras: Apolo e Dafne e Davi
ARQUITETURA
BARROCA
A arquitetura do século XVII realizou-se
principalmente nos palácios e nas igrejas. A Igreja Católica queria proclamar o
triunfo de sua fé e, por isso, realizou obras que impressionam pelo seu esplendor.
A arquitetura barroca também se
caracterizou pelas diferentes combinações de elementos que criaram efeitos de
forma e luz, rompendo com a frontalidade dos estilos arquitetônicos precedentes
e com os valores renascentistas de simplicidade e racionalidade. Alguns dos
mais importantes arquitetos italianos foram: Giacomo della Porta, Francesco
Borromini, Gian Lorenzo Bernini e Pietro da Cortona.
A Praça de São Pedro (1657 – 1666). Esse é
um dos exemplos mais significativos da arquitetura e do urbanismo do século
XVIII na Itália. Em forma de elipse, a praça é cercada por duas grandes
colunatas cobertas. Elas se estendem em curva tanto para a esquerda como para a
direita, mas ligadas em linha reta aos dois extremos da fachada da igreja. É
uma obra de grande porte, pois a colunata circular tem 17 metros de largura, 23
metros de altura e é composta por 284 colunas.
O
BARROCO NA ESPANHA
Do século XVII até a primeira metade do
século XVIII o Barroco expandiu-se da Itália para a Europa e ganhou, em cada
país, características próprias, como é o caso da Espanha e dos Países Baixos.
Um traço original do Barroco espanhol
encontra-se na arquitetura, principalmente nas portadas dos edifícios civis e
religiosos, decoradas em relevo. A pintura espanhola foi muito influenciada
pelo Barroco italiano, principalmente no uso expressivo de luz e sombra, mas
conservou características próprias: o realismo e o domínio da técnica. Entre os
pintores mas representativos estão El Greco e Velázquez.
El
Greco
(1941 – 1614) nasceu na ilha de Creta. Seu verdadeiro nome era Domenikos
Theotokopoulos, mas seu apelido acabou reunindo as três culturas que
influenciaram sua vida: o nome El Greco apresenta o artigo EL do espanhol, o
substantivo Greco do italiano, e significa O Grego indicando sua procedência
grega.
As obras de El Greco trazem uma
característica que marcam sua pintura: a verticalidade das figuras. Essa
peculiaridade pode ser observada em obras como O Enterro do conde de Orgaz, A
Ressureição de Cristo e São Martinho e o Pobre.
As figuras esguias e alongadas de El Greco
superam a visão humanista dos artistas do Renascimento italiano e recuperam o
caráter espiritualizado dos mosaicos e ícones bizantinos.
As obras de El Greco trazem uma
característica que marca sua pintura: a verticalidade das figuras.
Obras:
O Enterro do Conde de Orgaz, A Ressurreição de Cristo e São Martinho, O Pobre,
Espólio.
Diego
Velázquez
(1599 – 1660): O maior pintor da escola espanhola, mestre na representação de
luz e sombra. Nasceu em Servilha, e logo produziu obras que impressionam pela
elaborada técnica utilizada. Embora tenha se dedicado a pintar retratos da
realeza, também procurou registrar em seus quadros os tipos populares do país,
documentando o dia-a-dia do povo espanhol num dado momento da história.
Obras: Infanta Margarida aos Oito Anos,
Velha Fritando Ovos, Conde-Duque de Olivares
O
BARROCO NOS PAÍSES BAIXOS
O Barroco desenvolveu-se em duas grandes
dimensões, sobretudo na pintura. Na Bélgica, esse estilo manteve como
características as linhas movimentadas e a forte expressão emocional. Já na
Holanda ganhou aspectos mais próximos do espírito prático severo do povo
holandês. Por isso a pintura desenvolveu uma tendência mais descritiva, cujos
temas preferidos foram as cenas da vida doméstica e social, trabalhadas com
minucioso realismo.
Peter
Paul Rubens
(1577 – 1640) nasceu em Siegen, na Alemanha, em que seu pai, um advogado
holandês, se refugiou para escapar da perseguição religiosa. Foi na Antuérpia
que ele conheceu um de seus mestres o pintor Otto van Veen, que o influenciou a
ir para a Itália. Em 1600, dois anos após ter se tornado mestre, Rubens vai
para Roma, onde conhece as obras renascentistas que serviam de base para seu
grande estilo.
Em seus quadros, é geralmente no vestuário
que se localizam as cores como o vermelho, o verde e o amarelo que
contrabalançam a luminosidade da pele clara das figuras humanas. Trouxera da
Itália a predileção por telas gigantescas e foi mestre na arte de dispor
figuras, a luz e a cor numa vasta escala, segundo o intenso movimento.
Além de um colorista vibrante, Rubens se
notabilizou por criar cenas que sugerem, a partir das linhas contorcidas dos
corpos e das pregas das roupas, um intenso movimento.
Obras: O Rapto da Filha de Leucipo, Caçada
de Leões e Helena, Fourment com seu Filho Francis, O Jardim do Amor.
Hals: A obra de Hals
(1581 – 1666) passou por uma evolução no domínio do uso da luz e da sombra. De
início predominam os contrastes violentos, depois surgem os tons suavemente
graduados e, por fim, um equilíbrio seguro da iluminação.
Do
conjunto de sua obra fazem parte inúmeros retratos individuais e alguns de
grupo, que registram as fisionomia e os hábitos dos burgueses da Holanda do
século XVII.
Obras: O Alegre Bebedor, O Retrato de
Isaac Abrahamsz, Oficiais da Guarda
Civil de Santo Adriano em Haarlem.
Rembrandt
van Rijn
(1606 – 1669): Foi o maior artista da escola holandesa.
Características da sua obra:
>
Predominância
de expressões dramáticas e pela utilização de efeitos de luz.
>
Conseguiu
reproduzir em suas telas uma gradação da claridade, os meios-tons, as penumbras
que envolvem áreas de luminosidade mais intensas;
Embora os retratos e
cenas religiosas e mitológicas constituam a maior parte de sua obra, ele também
contribuiu de forma original a outros gêneros, incluindo a natureza-morta e o
desenho.
Obras: Mulher no Banho, A Ronda Noturna, A
Aula de Anatomia do Dr. Joan Deyman, Os Negociantes de Tecidos.
Vermer: Diferentemente de
Rembrandt, Vermeer (1632 – 1675) trabalha os tons em plena claridade. Seus
temas são sempre os da vida das pessoas comuns da Holanda seiscentista. Seus
quadros documentam com delicadeza os momentos simples da vida cotidiana.
Obras: Mulher lendo uma carta
O
BARROCO NO BRASIL
O estilo barroco desenvolveu-se plenamente
no Brasil durante o século XVIII, permaneceu ainda no início do século XIX.
Nessa época, na Europa, esse estilo já havia sido abandonado.
O Barroco brasileiro varia de uma região
para outra. Nas regiões que enriqueceram com a mineração e o comércio de açúcar
como Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco, encontramos igrejas com
talhas douradas e esculturas refinadas, feitas por artistas de renome. Já nas
regiões onde não havia açúcar nem ouro como São Paulo, as igrejas apresentam
trabalhos modestos de artistas menos experientes.
O
Barroco de Pernambuco
A partir de 1759 Recife teve grande
crescimento econômico. Entre suas construções barrocas mais bem cuidadas está a
igreja de São Pedro dos Clérigos.
O
Barroco de Salvador
A partir da segunda metade do século XVII,
a arquitetura das cidades mais ricas do Nordeste brasileiro começou a se
modificar, ganhando formas mais elegantes e decoração mais requintada. Surgiram
então as primeiras igrejas barrocas. Mas somente no século XVIII houve total
predomínio desse estilo na arquitetura brasileira.
Nessa época, Salvador tinha uma importância
muito grande, pois não era apenas o centro econômico da região mais rica do
Brasil, mas também a capital do país.
De Salvador saíam todas as riquezas da
colônia para Portugal e para lá se dirigiam os comerciantes portugueses que
traziam consigo os hábitos da metrópole e, com eles, os artistas e os produtos
portugueses.
Por isso, em Salvador e em todo o Nordeste,
encontramos igrejas riquíssimas, como a Igreja e Convento de São Francisco de
Assis, na capital baiana, cujo interior todo revestido de talha dourada lhe
conferiu o título de “a igreja mais rica do Brasil”. Assim, a beleza da talha,
dos azulejos portugueses que decoram o claustro do convento e da fachada
externa esculpida em pedra faz do conjunto arquitetônico formado pela igreja e
convento de São Francisco e pela Ordem terceira de São Francisco a construção
barroca mais conhecida de Salvador.
A igreja de São Francisco cuja construção
teve início em 1708, impressiona pela rica decoração interior. O intenso
dourado que recobre as colunas, os ornamentos dos altares e as paredes são
complementados pelos painéis que decoram o teto da nave central. O espaço
interno dividi-se em três naves: uma central e duas laterais. As naves laterais
são mais baixas que a nave central e nelas se encontram os altares menores, que
são também guarnecidos por um grande número de trabalhos com motivos florais e
arabescos dourados, anjos e atlantes. Na fachada, o frontão de linhas curvas é
o elemento barroco mais caracterizador da parte externa da igreja.
Já a fachada da Igreja da Ordem Terceira de
São Francisco, considerada por alguns pesquisadores como um projeto de Gabriel
Ribeiro, mostra um trabalho caprichoso de escultura decorando a arquitetura. As
figuras de santos, anjos, atlantes e motivos florais esculpidos em pedra,
juntamente com os balcões que revelam certa influência do barroco espanhol,
fazem desta obra a única no gênero no Brasil.
O
Barroco do Rio de Janeiro
O Rio de Janeiro si viria a ter destaque
econômico e cultural com o início da extração do ouro em Minas Gerais, no
século XVIII. Com seu porto, a cidade passou a centro de intercâmbio entre a
região da mineração e Portugal. Em 1763, tornou-se a nova capital do país. A
partir daí, foram erguidas muitas construções.
A escultura barroca do Rio de Janeiro
contou com artistas portugueses e com um brasileiro em especial: Mestre
Valentim (1750 – 1813), tão respeitado quanto Antônio Francisco Lisboa, nosso
artista barroco mais conhecido e admirado. Mestre Valentim foi também
paisagista, mas suas obras mais bem preservadas são as que fez para as igrejas,
como a da Ordem Terceira do Carmo , a de São Francisco de Paula e a de Santa
Cruz dos Milagres.
As igrejas de Minas Gerais não têm ouro no
interior, apesar de que foi lá que se descobriu ouro. Se o exterior da igreja é
simples, seu interior o é ainda mais, decorado com as pedras da região,
principalmente a pedra-sabão.
No Brasil, a talha foi
usada principalmente na decoração das igrejas barrocas do século XVII. Aparece
tanto nos altares como em arcos cruzeiros, tetos e janelas, recobrindo
praticamente todo o interior da igreja.
Nesse trabalho escultórico são comuns os
motivos florais, a figura de anjos, as linhas espirais, as formas que sugerem
movimento e quebram a monotonia das linhas retas que geometrizam o espaço.
O trabalho de talha também é feito em
madeira, que depois recebe várias cores. É a talha policromada. As talhas mais
exuberantes são as douradas, isto é aquelas em que a madeira é revestida de
fina película de ouro.
A ARTE
BARROCA EM OURO PRETO
A evolução da arquitetura
mineira não foi rápida. A princípio tentou-se utilizar como técnica construtiva
a taipa de pilão, um processo tipicamente paulista. Mais não deu certo, por
causa do terreno duro e pedregoso, pouco favorável, ao fornecimento de terras
argilosas. Depois, paulistas e portugueses tentaram outros processos, até
chegarem às construções com muros de pedra.
Porém, essas construções de
pedra foram surgindo lentamente. Enquanto isso, o que se usava mesmo era a
taipa de pilão, que não permitia aos construtores projetar espaços muito
complexos. Assim, as construções constituíram-se de paredes paralelas, que
criavam interiores retangulares, com muros lisos, sem as sinuosidades
(ondulações) tão comuns ao estilo barroco.
Com o passar do tempo,
foram sendo harmonizadas as mais diferentes técnicas de construção e a rica
decoração interior. O ponto culminante dessa integração entre arquitetura,
escultura, talha e pintura aparece em Minas Gerais, sem dúvida a partir dos
trabalhos de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1730 – 1814).
A igreja de Nossa Senhora
do Pilar de Ouro Preto que foi construída de taipa e para poder receber de modo
mais adequado sua rica decoração, foi necessário remodelar seu espaço interior.
A cidade de Ouro Preto – antiga Vila rica –
é a que tem a mais famosa igreja Barroca – a de São Francisco de Assis. Nela
trabalharam os dois maiores artistas do período colonial: o arquiteto e
escultor Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, e o pintor Manuel da Costa
Ataíde.
É a única igreja barroca do mundo
planejada, construída e esculpida por um só artista: o Aleijadinho. Na igreja
de São Francisco de Assis tudo foi feito por ele, menos as pinturas do forro,
que são do mestre Ataíde.
Além das igrejas em que foi o arquiteto,
escultor e entalhador, ele deixou um conjunto de obras magníficas na Igreja de
Bom Jesus de Matosinhos, em congonhas do Campo. As esculturas de madeira
colocadas em seis capelas, em frente à igreja, que retratam em tamanho natural
os últimos dias de Jesus.
No adro dessa igreja esculpiu doze profetas
do Velho Testamento, em pedra-sabão.
Glossário
Talha: recebem o nome de
talha os ornamentos esculpidos por entalhe numa superfície de madeira, marfim
ou pedra e muito usados como revestimento da arquitetura.
Taipa de pilão:
essas construções foram muito comuns no Brasil colônia e ainda restam pelo país
muitas edificações construídas por esse sistema.
A parede de taipa de pilão
é construída de blocos de barro comprimido dentro de uma forma de madeira.
A técnica da taipa de pilão
na arquitetura, o uso da pedra sabão na escultura da Aleijadinho e os azuis e
vermelhos, tão a gosto do povo, na pintura da Ataíde, são exemplos suficientes
para demonstrar que o Barroco marcou o início de uma arte brasileira que
procura afirmar seus próprios valores.
Retábulo (do espanhol
retablo) é uma construção de madeira, de mármore, ou de outro material, com
lavores, que fica por trás e/ou acima do altar e que, normalmente, encerra um
ou mais painéis pintados ou em baixo-relevo.
Colunata: série de colunas.
Bibliografia: PROENÇA, Graça. História da
Arte. Ática. São Paulo.2000.
BAZIN. Germain. História da Arte. Livraria
Martins Fontes Editora Ltda. 1976.
BEUTTENMÜLLER, Alberto. Viagem pela arte
brasileira. Aquariana Ltda. São Paulo. 2002.
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