Alunos das turmas 1V02 e 1V03
Trazer na próxima terça-feira dia 27/10 os materiais solicitados por Lucas e Geise para as oficinas.
"A arte é a contemplação: é o prazer do espírito que penetra a natureza e descobre que ela também tem uma alma. É a missão mais sublime do homem, pois é o exercício do pensamento que busca compreender o universo, e fazer com que os outros o compreendam." (Auguste Rodin)
Páginas
domingo, 25 de outubro de 2015
quarta-feira, 7 de outubro de 2015
3ª Série - REALISMO - 3ª Unidade - 2015
Entre
1850 e 1900 surge nas artes europeias, sobretudo na pintura francesa, uma nova
tendência estética chamada Realismo, que se desenvolveu ao lado da crescente industrialização
das sociedades. O homem europeu, que tinha aprendido a utilizar o conhecimento
científico e a técnica para interpretar e dominar a natureza convenceu-se de
que precisava ser realista, inclusive em suas criações artísticas, deixando de
lado as visões subjetivas e emotivas da realidade.
Os
realistas buscavam mostrar a realidade tal qual ela se apresentava,
demonstrando o que acontecia na sociedade sem ocultar ou distorcer os fatos.
São
realistas os trabalhos de arte feitos pelos pintores, desenhistas, arquitetos e
escultores que resolveram passar para suas obras a realidade que os circundava.
São características gerais:
* o cientificismo
* a valorização do objeto
* o sóbrio e o minucioso
* a expressão da realidade e dos aspectos descritivos
ARQUITETURA
A
arquitetura adapta-se ao novo contexto social, tende a tornar-se realista ou
científica.
Os arquitetos e engenheiros procuram responder adequadamente às novas necessidades urbanas, criadas pela industrialização. As cidades não exigem mais ricos palácios e templos. Elas precisam de fábricas, estações, ferroviárias, armazéns, lojas, bibliotecas, escolas, hospitais e moradias, tanto para os operários quanto para a nova burguesia do século XIX. As obras de engenharia e arquitetura passaram a ser realizadas com materiais novos surgidos a partir da Revolução Industrial, como o ferro fundido e o concreto armado. De início o ferro foi utilizado com o propósito unicamente utilitário; depois tornou-se o meio de suporte habitual para a cobertura de grandes espaços, como estações ferroviárias e bibliotecas públicas. Mas tarde, com objetivos mais ambiciosos, o ferro foi o material básico da delicada estrutura do palácio de cristal de Londres, construído em 1851 por Joseph Paxton e também da primeira construção francesa que adotou esse material em toda a sua estrutura e em 1889, Gustavo Eiffel levanta, em Paris, a Torre Eiffel, hoje logotipo da "Cidade Luz" com 300 metros de altura foi a construção mais alta da época.
Os arquitetos e engenheiros procuram responder adequadamente às novas necessidades urbanas, criadas pela industrialização. As cidades não exigem mais ricos palácios e templos. Elas precisam de fábricas, estações, ferroviárias, armazéns, lojas, bibliotecas, escolas, hospitais e moradias, tanto para os operários quanto para a nova burguesia do século XIX. As obras de engenharia e arquitetura passaram a ser realizadas com materiais novos surgidos a partir da Revolução Industrial, como o ferro fundido e o concreto armado. De início o ferro foi utilizado com o propósito unicamente utilitário; depois tornou-se o meio de suporte habitual para a cobertura de grandes espaços, como estações ferroviárias e bibliotecas públicas. Mas tarde, com objetivos mais ambiciosos, o ferro foi o material básico da delicada estrutura do palácio de cristal de Londres, construído em 1851 por Joseph Paxton e também da primeira construção francesa que adotou esse material em toda a sua estrutura e em 1889, Gustavo Eiffel levanta, em Paris, a Torre Eiffel, hoje logotipo da "Cidade Luz" com 300 metros de altura foi a construção mais alta da época.
ESCULTURA
A escultura realista não se preocupou com a idealização da realidade. Ao contrário, procurou recriar os seres tais como eles são. Além disso, os escultores preferiam os temas contemporâneos, assumindo muitas vezes uma intenção política em suas obras.
Dentre os
escultores do período realista, o que mais se destaca é Auguste Rodin
(1840-1917), cuja produção desperta severas polêmicas. Já seu primeiro trabalho
importante, A Idade do Bronze, de 1877, causou uma grande discussão motivada
pelo seu intenso realismo. Alguns críticos chegaram a acusar o artista de tê-lo
feito a partir de moldes tirados do próprio modelo vivo. Mas é com São João Pregando,
de 1879, que Rodin revela a sua característica fundamental: fixação do momento
significativo de um gesto humano.
Obras
destacadas: Balzac, Os Burgueses de Calais, O Beijo e O Pensador.
PINTURA
A
tendência se expressa, sobretudo na pintura. As obras privilegiam cenas
cotidianas de grupos sociais menos favorecidos. O tipo de composição e o uso
das cores criam telas pesadas e tristes. O grande expoente é o francês Gustave
Courbet (1819-1877). Para ele, a beleza está na verdade. Suas pinturas chocam o
público e a crítica, habituados à fantasia romântica. São marcantes suas telas
Os Quebradores de Pedra, que mostra operários, e Enterro em Ornans, que retrata
o enterro de uma pessoa do povo. Outros dois nomes importantes que seguem a
mesma linha são Honoré Daumier (1808-1879) e Jean-François Millet (1814-1875).
Também destaca-se Édouard Manet (1832-1883), ligado ao naturalismo e, mais
tarde, ao impressionismo. Sua tela Olympia exibe uma mulher nua que
"encara" o espectador.
Características da pintura:
* Representação da realidade com a mesma objetividade com que um cientista estuda um fenômeno da natureza, ou seja, o pintor buscava representar o mundo de maneira documental;
A pintura
deixa completamente de lado os temas mitológicos, bíblicos, históricos, pois o
que importa é a criação a partir de uma realidade imediata e não imaginada.
* Ao
artista não cabe "melhorar" artisticamente a natureza, pois a beleza
está na realidade tal qual ela é;
*
Revelação dos aspectos mais característicos e expressivos da realidade.
Temas da pintura:
* Politização: a arte passa a ser um meio para denunciar uma ordem social que consideram injustas; a arte manifesta um protesto em favor dos oprimidos.
* Pintura
social denunciando as injustiças e as imensas desigualdades entre a miséria dos
trabalhadores e a opulência da burguesia. As pessoas das classes menos
favorecidas - o povo, em resumo - tornaram-se assunto frequente da pintura
realista. Os artistas incorporavam a rudeza, a fealdade, a vulgaridade dos
tipos que pintavam, elevando esses tipos à categoria de heróis. Heróis que nada
têm a ver com os idealizados heróis da pintura romântica.
Principais pintores:
Courbet
Pintor
francês Gustave Courbet (1819-1877) é considerado o criador do realismo social
na pintura, pois procurou retratar temas da vida cotidiana, principalmente das
classes populares. Manifesta sua simpatia particular pelos trabalhadores e
pelos homens mais pobres da sociedade no século XIX.
Obra destacada: Os Britadores e Moças Peneirando o Trigo.
Jean-François
Millet, sensível observador da vida campestre, criou uma obra realista na qual
o principal elemento é a ligação ativa do homem com a terra. Foi educado num
meio de profunda religiosidade e respeito pela natureza. Trabalhou na lavoura
desde muito cedo. Seus numerosos desenhos de paisagens influenciaram, mais
tarde, Pissarro e Van Gogh. É o caso, por exemplo, "Angelus".
Entre os
artistas brasileiros, tem maior expressão o realismo burguês, nascido na
França. Em vez de trabalhadores, o que se vê nas telas é o cotidiano da
burguesia. Dos seguidores dessa linha se destacam Belmiro de Almeida
(1858-1935), autor de Arrufos, que retrata a discussão de um casal, e Almeida
Júnior (1850-1899), autor de O Descanso do Modelo. Mais tarde, Almeida Júnior
aproxima-se de um realismo mais comprometido com as classes populares, como em
Caipira Picando Fumo.
PROENÇA,
Graça. História da Arte. Ática. São Paulo. 2000.
_____________.Descobrindo
a História da Arte. 1ª Ed. São Paulo. Ática. 2005.
LEONARDI, Ângela Cantele.
Arte e Habilidade: 8º ano. IPEB, 2012
3ª Série - ROMANTISMO - 3ª Unidade - 2015
A França do século XVIII, passou por períodos
que determinam grandes mudanças entre eles: Revolução Francesa (1789), com
ideias fundamentais para a mudanças, pensamento. Ou seja, o homem aprendeu que
havia a mobilidade social, isto é, não deveria conformar-se em nascer e morrer
numa mesma classe social herdada dos seus antepassados e a religião deveria ser
livre no indivíduo também livre, determinada pela crença na sua bondade que foi
a ideia da liberdade; época de Napoleão Bonaparte, ou era Napoleônica, fixou
essa imagem; após a queda de Napoleão, instalou-se na França a antiga
monarquia, cuja preocupação fundamental foi recompor o país que estava em fase
de revisão de valores.
O romantismo é definido de maneira geral,
como uma reação ao Neoclassicismo francês que dominava as artes no século XVIII
(historicamente situa-se entre 1820 e 1850) e à crença na razão humana que
havia caracterizado o Iluminismo. Suas raízes estão em um período de grande
renascimento cultural na Alemanha no final do século XVIII e no surgimento de
um tipo de filosofia, conhecido como pensamento idealista, que teria um forte
impacto na literatura, na filosofia, na estética e no pensamento político.
Enquanto os artistas neoclássicos voltaram-se
para a imitação da arte Greco-romana e dos mestres do Renascimento italiano,
submetendo-se às regras determinadas pelas escolas de belas artes, os
românticos procuraram se libertar das convenções acadêmicas em favor da livre
expressão da personalidade do artista. Assim, de modo geral, podemos afirmar
que a característica mais marcante do Romantismo é a valorização dos
sentimentos e da imaginação como princípios da criação artística.
Ao lado dessas características mais gerais,
outros valores compuseram a estética romântica, tais como o sentimento do
presente, o nacionalismo e a valorização da natureza.
A natureza é retomada como simples cenário,
como ocorria no Neoclassicismo, mas como cúmplice dos sentimentos do artista,
como expressão do seu estado de espírito. Assim, se ele está deprimido, tudo em
ser redor está hostil, tempestades se aproximam, a Lua melancólica emoldura sua
tristeza, à escuridão prevalece sobre a luz. Se está alegre o Sol brilha, os
pássaros esvoaçam, as flores desabrocham.
Outra característica importante do romantismo
é o misticismo. O gosto pelo sobrenatural e a postura espiritualista foram uma
maneira de transcender a angústia, as incertezas de um tempo marcado pelo caos,
pelo conflito. A noção de Deus por vezes se confunde com a noção de natureza. O
artista fascinado pelo misterioso e sobrenatural, criou em suas obras uma
atmosfera de fantasia e heroísmo, valorizando acima de tudo a emoção e a
liberdade de criação.
É certo que para transmitir toda essa
subjetividade, esse individualismo, os românticos pregavam a liberdade de
criação, rebelando-se contra quaisquer regras, modelos ou imposições feitas à
expressão artística. O caos apodera-se das normas e as subverte, e o resultado
é inovador e interessante.
PINTURA
ROMÂNTICA
Os artistas e escritores românticos se
basearam nos temas históricos e na literatura da Idade Média.
A arte tornou-se uma manifestação individual;
procura de autoidentificação na obra criava um mundo paralelo onde sonhos e os
desejos se realizavam. Criavam para si, sem levar em consideração as regras e
as formas acadêmicas.
Negavam os críticos e até o público. Mas, ao
mesmo tempo, lançavam-se numa atitude revolucionária, as paixões e as
incertezas para a aparentemente organizada e disciplinada sociedade burguesa.
Eram contraditórios, apesar do seu protesto,
da sua tentativa de independência.
O romantismo foi o movimento essencialmente
burguês, embora praticado por filhos de famílias aristocráticas e suas obras se
tornavam, cada vez mais, mercadorias consumidas pelo público burguês.
Paralelamente com o sentimento de insegurança
e não adaptação social surgiu o culto à morte. Morte voluptuosa, morrer de
amor, morrer romanticamente.
A transformação pictórica destes temas,
extraídos da literatura, originou uma pintura narrativa de cenas românticas.
O nacionalismo também passou a fazer parte
das obras.
Desenvolveu-se cada vez mais a
individualização e o ser humano tornou-se um “eu” sozinho enfrentando a vida,
defrontando-se com a sociedade.
A corrente romântica de pensamentos, costumes
e gostos atingiu toda a Europa até a metade do século XIX.
Ao negar a estética neoclássica, a pintura
romântica aproxima-se das formas barrocas. Assim, os pintores românticos, como
Goya, Delacroix, Turner e Constable, recuperam o dinamismo e o realismo que os
neoclássicos haviam negado.
Características:
*
Composição
em diagonal, que sugere instabilidade e dinamismo ao observador;
*
A
cor é novamente valorizada e as cores fortes e os contrastes de claro-escuro
reaparecem, produzindo efeitos de dramaticidade;
*
Valorização
dos sentimentos e da imaginação como princípios da criação artística.
Quanto aos temas, os fatos reais da história
nacional e contemporânea dos artistas despertam maior interesse do que os da
mitologia grego-romana. Além disso, a natureza, relegada ao pano de fundo das
cenas aristocráticas pelo Neoclassicismo, ganha importância. Ela mesma passa a
ser o tema da pintura. Ora calma, ora agitada, a natureza exibe, na tela dos
românticos, um dinamismo equivalente às emoções humanas.
Nas artes plásticas, o romantismo deixou
importantes marcas. Artistas como o espanhol Francisco Goya e o francês Eugène
Delacroix são os maiores representantes da pintura desta fase. Estes artistas
representavam a natureza, os problemas sociais e urbanos, valorizavam as
emoções e os sentimentos em suas obras de arte. Na Alemanha, podemos destacar
as obras místicas de Caspar David Friedrich, enquanto na Inglaterra John
Constable traçava obras com forte crítica à urbanização e aos problemas gerados
pela Revolução Industrial.
As obras dos pintores brasileiros buscavam
valorizar o nacionalismo, retratando fatos históricos importantes. Desta forma,
os artistas contribuíam para a formação de uma identidade nacional. As obras
principais deste período são : A Batalha do Avaí de Pedro Américo e A Batalha
de Guararapes de Victor Meirelles.
Goya: As
primeiras manifestações românticas na pintura foram realizadas por Francisco de
Goya (1746-1828), que, apesar de pertencer à academia, não seguia as regras do
racionalismo neoclássico. Em muitas de suas pinturas há contrastes de luz e
sombra que dão um efeito dramático à cena.
O espanhol Francisco José Goya y Lucientes
(1746-1828) usou temas diversos: retratos da corte espanhola e do povo, os
horrores da guerra, a ação incompreensível de personagens fantásticas e cenas
históricas.
Delacroix:
É
talvez o maior representante da pintura romântica, mas sua importância ainda é
maior, pois superando os problemas específicos deste movimento, foi um inovador
da pintura, e sobre os seus estudos, desenvolveram-se mais tarde as pesquisas
do Impressionismo.
Artista famoso pela intensidade de suas cores
e por experimentos que o levaram a revolucionar a maneira de trabalhar os tons,
Eugène Delacroix é o mais conhecido representante do estilo romântico na
pintura.
Considerado o maior expoente do Romantismo na
arte, era um artista que acreditava que sua pintura tinha por dever expressar
todo tipo de experiência emocional intensa: paixão, luxúria, tristeza,
violência, morte, vitórias e derrotas. Seu uso inovador das cores, deixando de
lado a tradicional técnica do "sfumato" ao se pintar sombras, também
é marcante: Delacroix sobrepunha cores complementares para obter maior riqueza
e vivacidade em suas telas (cada uma das três cores primárias possui sua
complementar, que resulta da fusão das outras duas).
Comparava as combinações de cor com as
combinações musicais.
Para Delacroix, as cores não se encontravam
prontas na paleta. Eram criadas por tonalidades justapostas, mesclavam-se na
vista do observador.
Se na natureza não há cor preta, também na
pintura não devia haver cores mortas e neutras.
Aos 29 anos, o francês Eugène Delacroix
(1799-1863) viveu uma importante experiência: visitou Marrocos, no norte da
África, com a missão de documentar, por meio da pintura, os hábitos e costumes
das pessoas daí. Mas Delacroix tornou-se famoso também por retratar a agitação
das ruas.
PAISAGEM ROMANTICA: A pintura paisagística
já havia se desenvolvido no século XVIII, mas foi no período romântico que
ganhou nova força, principalmente na Inglaterra. A paisagem romântica
caracterizava-se, de um lado, por seu realismo e, por outro, pela recriação das
contínuas modificações das cores da natureza causadas pela luz solar.
Joseph Mallord William Turner (1775-1851)
representou os grandes movimentos da natureza, mas por meio de estudo da luz
que a natureza reflete, procurou descrever uma certa “atmosfera” da paisagem.
Turner combina os tons claros como o
amarelo e o laranja, são mantidos puros, isto é não foram neutralizados com o
branco.
Obras: “O Grande Canal”, e “Chuva, Vapor e
Velocidade”.
John Constable (1776-1837) ao contrário de
Turner, a natureza retratada por Constable é serena e profundamente ligada aos
lugares onde o artista nasceu, cresceu e trabalhou ao lado do pai. Muitos
elementos de suas paisagens – os moinhos de vento, as barcaças carregadas de
cereais faziam parte da vida cotidiana do artista quando jovem.
ARQUITETURA
A arquitetura do romantismo foi marcada por elementos contraditórios, fazendo dessa forma de expressão algo menos expressivo. O final do século XVIII e início do XIX foram marcados por um conjunto de transformações, envolvendo a industrilaização, valorizando e rearranjando a vida urbana. A arquitetura da época reflete essas mudanças; novos materiais foram utilizados como o ferro e depois o aço.
A arquitetura do romantismo foi marcada por elementos contraditórios, fazendo dessa forma de expressão algo menos expressivo. O final do século XVIII e início do XIX foram marcados por um conjunto de transformações, envolvendo a industrilaização, valorizando e rearranjando a vida urbana. A arquitetura da época reflete essas mudanças; novos materiais foram utilizados como o ferro e depois o aço.
Ao mesmo tempo, as
igrejas e os castelos fora dos limites urbanos, conservaram algumas
característica de outros períodos, como o gótico e o clássico. Esse
reaparecimento de estilos mais antigos teve relação com a recuperação da
identidade nacional.
A urbanização na
Europa determinou a construção de edifícios públicos e de edifícios de aluguel
para a média e alta burguesia, sem exigências estéticas, preocupadas apenas com
o maior rendimento da exploração, e, portanto esqueceu-se do fim último da
arquitetura, abandonando as classes menos favorecidas em bairros cujas
condições eram calamitosas.
Entre os
arquitetos mais reconhecidos desse período historicista ou eclético, deve-se
mencionar Garnier, responsável pelo teatro da Ópera de Paris; Barry e Puguin,
que reconstruíram o Parlamento de Londres; e Waesemann, na Alemanha,
responsável pelo distrito neogótico de Berlim. Na Espanha deu-se um
renascimento curioso da arte mudéjar na construção de conventos e igrejas, e na
Inglaterra surgiu o chamado neogótico hindu. Este último, em alguns casos,
revelou mais mau gosto do que arte.
No Brasil, a
arquitetura romântica sofreu influência europeia, principalmente francesa.
Os lucros do café
proporcionaram o desenvolvimento de nossa arquitetura (época imperial). Foram
construídos vários edifícios públicos e particulares, sobrados e palacetes,
igrejas e teatros.
ESCULTURA
A escultura romântica não brilhou exatamente pela sua originalidade, nem tampouco pela maestria de seus artistas. Talvez se possa pensar nesse período como um momento de calma necessário antes da batalha que depois viriam a travar o impressionismo e as vanguardas modernas. Do ponto de vista funcional, a escultura romântica não se afastou dos monumentos funerários, da estátua eqüestre e da decoração arquitetônica, num estilo indefinido a meio caminho entre o classicismo e o barroco.
A escultura romântica não brilhou exatamente pela sua originalidade, nem tampouco pela maestria de seus artistas. Talvez se possa pensar nesse período como um momento de calma necessário antes da batalha que depois viriam a travar o impressionismo e as vanguardas modernas. Do ponto de vista funcional, a escultura romântica não se afastou dos monumentos funerários, da estátua eqüestre e da decoração arquitetônica, num estilo indefinido a meio caminho entre o classicismo e o barroco.
A grande novidade
temática da escultura romântica foi a representação de animais de terras exóticas
em cenas de caça ou de luta encarniçada, no melhor estilo das cenas de Rubens.
Não abandonaram os motivos heróicos e as homenagens solenes na forma de
estátuas superdimensionadas de reis e militares. Em compensação, tornou-se mais
rara a temática religiosa. Os mais destacados escultores desse período foram
Rude e Barye, na França, Bartolini, na Itália, e Kiss, na Alemanha.
Referências:
PROENÇA, Graça. História da Arte. Ática. São
Paulo. 2000.
_____________.Descobrindo a História da Arte.
1ª Ed. São Paulo. Ática. 2005.
LEONARDI, Ângela Cantele. Arte e Habilidade:
8º ano. IPEB, 2012
3ª Série - NEOCLASSICISMO - 3ª Unidade - 2015
Nas últimas décadas do século XVIII e nas
primeiras do século XIX, uma nova tendência estética predominou na arte
europeia denominado Neoclassicismo, ou Academicismo. Neoclassicismo, no grego neo, “novo”, significa “novo
classicismo”, retomada da cultura clássica, greco-romana. Academicismo vem do
fato de as concepções clássicas serem a base para o ensino nas academias, as
escolas de belas-artes mantidas pelos governos europeus.
O século XIX, porém, passou por fortes
mudanças, decorrentes da Revolução Industrial e da Revolução Francesa, no fim
do século XVIII. A arte refletiu essas mudanças, tornando-se mais complexa e
dando lugar a vários movimentos artísticos. Enquanto os artistas neoclássicos
submetiam-se às regras das academias, outros buscavam libertar-se delas e
expressar livremente seus sentimentos e sua imaginação.
A afirmação do Neoclassicismo deve-se em
parte à curiosidade pelo passado desencadeada pelas escavações arqueológicas de
Pompéia e Herculano, cidades italianas soterradas pela larva do vulcão Vesúvio
no ano de 79 d.C. Desta maneira, as formas gregas e romanas serviram de modelo
aos artistas neoclássicos, que se reelaboraram com base nos princípios de
racionalidade, proporção, medida, simetria e nitidez, além de serem valorizadas
também as regras acadêmicas, como o equilíbrio entre o claro-escuro e a
perspectiva. Os temas clássicos reapareceram, contudo foram retratados por meio
de personagens da nobreza e da burguesia. Esses artistas influenciados pelas
ideias iluministas (filosofia que pregava a razão, o senso moral e o equilíbrio
em oposição à emoção) e inspirados na pintura renascentista, sobretudo em
Rafael, substituíram as linhas horizontais e verticais com traços firmes e equilibrados.
Os neoclassicistas queriam expressar as virtudes cívicas, o dever, a
honestidade e a austeridade (severidade, rigor), temas que se opunham
diretamente à frivolidade da aristocracia retratada no Barroco e Rococó.
De acordo com a tendência neoclássica, uma
obra de arte só seria perfeitamente bela na medida em que imitasse não só as
formas da natureza, mas as que os artistas clássicos gregos e os renascentistas
italianos já haviam criado. E esse trabalho de imitação só era possível através
de um cuidadoso aprendizado das técnicas e convenções da arte clássica. Por
isso, o convencionalismo e o tecnicismo reinaram nas academias de belas-artes,
até serem questionados pela arte moderna.
ARQUITETURA
NEOCLÁSSICA
A arquitetura neoclássica seguiu o modelo
dos templos Greco-romanos ou o das edificações do Renascimento italiano e é
caracterizada pelo uso de fachadas sóbrias, nas quais colunas dóricas ou
jônicas sustentam frontões triangulares. Ela predominou tanto nas construções
civis quanto nas religiosas. A primeira manifestação da arquitetura neoclássica
iniciou-se na Inglaterra em 1730, quando vários arquitetos visitaram a Itália e
a Grécia e começaram a concretizar o resultado de suas observações.
Posteriormente difundiu-se na Europa e na América. Exemplos dessa arquitetura é
a Igreja de Santa Genoveva, transformada depois no Panteão Nacional, em Paris,
a Porta de Brandemburgo, em Berlim.
A Igreja de Santa Genoveva foi projetada
por Jacques Germanin Souflot (1713-1780), que pode ser considerado um dos
primeiros arquitetos neoclássicos. Ele concebeu a planta do edifício com a
forma de uma cruz grega, um pórtico (galeria com colunata ou arcada, construída
na entrada de um edifício) de seis colunas e um frontão onde se encontram
trabalhos escultóricos de David d’Angers (1788 – 1856).
A Revolução de 1789 transformou essa igreja
em Panteão Nacional, onde passaram a ser abrigados os restos mortais de
importantes personagens da história francesa.
A Porta de Brandemburgo, em Berlim, é uma
obra do arquiteto Karl Gotthard Lanhans (1732–1808) e foi construída entre 1789
e 1794. Nesse monumento, importantes colunas dóricas apóiam um pavimento
retangular sobre o qual está um belíssimo conjunto escultórico de Gottfried
Shadow (1764-1850), constituído por uma quadriga (conjunto de quatro cavalos
que puxam um carro) de bronze conduzido pela deusa da Vitória.
Algumas características da arquitetura são:
Materiais nobres (pedra,
mármore, granito, madeiras)
Processos técnicos avançados
Sistemas construtivos simples
Uso de abóbodas de berço ou de
aresta
Uso de cúpulas, com frequência
marcadas pela monumentalidade
Pórticos colunados (é local coberto à
entrada de um edifício, de um templo ou de um palácio.)
Entablamentos direitos
Frontões triangulares
PINTURA
NEOCLÁSSICA
Há dois aspectos relevantes no trabalho dos
artistas que reagiram ao Neoclassicismo: a valorização da cor e os contrastes
de claro-escuro. Quanto aos temas, eles se interessaram mais pelos fatos de sua
época que pela mitologia greco-romana. A natureza também passa a ser tema da
pintura.
A pintura desse período foi inspirada
principalmente na escultura grega e na pintura renascentista italiana,
sobretudo em Rafael, mestre inegável do equilíbrio da composição e da harmonia
do colorido.
Segundo o Neoclassicismo, a obra de arte só
seria perfeitamente bela se imitasse as formas criadas pelos artistas clássicos
gregos e pelos renascentistas italianos. E esse trabalho de imitação só seria
possível por meio de um cuidadoso aprendizado das técnicas clássicas.
O maior representante da pintura
neoclássica é, sem dúvida, Jacques-Louis David (1748-1825). Ele nasceu em Paris
e foi considerado o pintor da Revolução Francesa; mais tarde tornou-se o pintor
oficial do Imperador Napoleão.
Durante o governo de Napoleão, registrou
fatos históricos ligados à vida do imperador, dentre os quais estão a sua
coroação e travessa dos Alpes.
David sem dúvida exerceu uma grande
influência na pintura de seu tempo. Suas pinturas estavam afinadas
com a época em que vivia, exaltavam a
serenidade, o auto-sacrifício e o dever cívico.
Em 1794 David foi preso, acusado de
traição, mas acabou sendo libertado seis meses depois graças à intervenção de
sua ex-esposa, que se divorciara dele por diferenças políticas (ela apoiava a
Monarquia). Na prisão, David iniciou O Rapto das Sabrinas, obra em que mostra
seu perfeito domínio do dramático numa cena retirada da lenda romana.
Acredita-se que David escolheu o tema em homenagem
à sua fiel esposa, com a qual se casou novamente ao sair da prisão. Entretanto,
essa obra foi interpretada pelos seus contemporâneos como uma expressão da
necessidade de amenizar o conflito civil que ocorreu na França após a
Revolução.
ESCULTURA
NEOCLÁSSICA
A escultura neoclássica também buscou
inspiração na Antiguidade Greco-romana. Entre os escultores que mais se
destacaram está o italiano Antônio Canoa (1757-1822), considerado o mestre
universal do estilo neoclássico e admirado pelos críticos de arte. Produziu
estátuas e diversos monumentos, como, por exemplo, o retrato simbólico de
Paolina Bonaparte, irmã de Napoleão Bonaparte.
O gosto neoclássico se renovou também nas
obras de arte decorativas, nos objetos pessoais, nos tecidos, nos vasos, na
prataria, na ourivesaria etc.
Temas: históricos, literários, alegóricos e mitológicos. Serviram de
base para a representação de figuras humanas com poses semelhantes às dos
deuses gregos e romanos.
Estatuária: representou figuras
de corpo inteiro ou bustos e relevos pouco pessoais glorificando e fazendo
publicidade a políticos ou figuras importantes das cidades (praças, casas de
nobres e burgueses ou cemitérios).
Relevos: têm o mesmo sentido
honorífico e alegórico da estatuária e revestem as frontarias de edifícios públicos
ou de palácios.
Formas de Representação: de
inspiração clássica foram representados com toda a minúcia, os corpos eram nus
ou seminus, formas reais, serenas e de composição simples. Rostos
individualizados (das pessoas que queriam representar), mas com pouca
expressividade. Seguiram os cânones da escultura clássica, sem qualquer
liberdade criativa.
Técnica: são obras
perfeitamente conseguidas, onde a sua concepção se baseia em maquetas de barro ou gesso para um
primeiro estudo. Acabamentos rigorosos e relevos de pouca profundidade.
Materiais: mármore branco que representava a pureza,
limpidez e brilho, e o bronze, mas em
menor quantidade.
Referências:
PROENÇA, Graça. História da Arte. Ática.
São Paulo. 2000.
_____________.Descobrindo a História da
Arte. 1ª Ed. São Paulo. Ática. 2005.
ATIVIDADE
Após
a leitura do texto responda:
01.
Que fatores contribuíram para o aparecimento do Neoclassicismo?
02.
Qual a influência sofrida pelos artistas neoclássicos?
03.
Que artista mais se destacou no período neoclássico? Liste as características
das suas obras.
04.
Comente sobre a arquitetura neoclássica destacando as suas características.
05.
Quais as características da pintura neoclássica?
terça-feira, 6 de outubro de 2015
1ª Série - Texto 4 - A EVOLUÇÃO DA DANÇA TEATRAL -
BALLET CLÁSSICO
O Ballet
Clássico foi durante muito tempo a maior expressão artística do movimento
corporal nos palcos do mundo com sua estética de elevação, equilíbrio, harmonia, elegância e graça, utilizando passos
preexistentes.
Como vimos no texto
anterior, a história do ballet começou há 500 anos atrás na Itália. Nessa época
os nobres italianos divertiam seus ilustres visitantes com espetáculos de
poesia, música, mímica e dança. Esses divertimentos apresentados pelos
cortesãos eram famosos por seus ricos trajes e cenários muitas vezes desenhados
por artista célebre como Leonardo da Vinci. Os ballets da corte possuíam
graciosos movimentos de cabeça, braços e tronco e pequenos e delicados
movimentos de pernas e pés, dificultados pelo vestuário feito com material e
ornamentos pesados. Era importante que os membros da corte dançassem bem e, por
isso, surgiram os professores de dança que viajavam por vários lugares
ensinando danças para todas as ocasiões como: casamento, vitórias em guerra,
alianças políticas, etc.
Após a chegada na França
desse tipo de espetáculo através de Catarina de Médicis a corte francesa passou
a se dedicar bastante a eles, tornando os espetáculos cada vez mais elaborados
e profissionais. Luiz XIV, rei com 5 anos de idade, amava a dança e
tornou-se um grande bailarino: com 12 anos dançou, pela primeira vez, no ballet
da corte. A partir daí tomou parte em vários outros espetáculos aparecendo como
um deus ou alguma outra figura poderosa. Recebeu o título "REI
SOL", por conta de um espetáculo que durou mais de 12 horas. Este rei
fundou em 1661, a Academia Real de Ballet e a Academia Real de Música
e 8 anos mais tarde, a Escola Nacional de Ballet. A dança se tornou mais
que um passatempo da corte, se tornou uma profissão e os espetáculos de ballet
foram transferidos dos salões para teatros. Em princípios, todos os bailarinos
eram homens, que também faziam os papéis femininos, mas no fim do século
XVII, a Escola de Dança passou a formar bailarinas mulheres, que ganharam
logo importância, apesar de terem seus movimentos ainda limitados pelos
complicados figurinos. Uma das mais famosas bailarinas foi Marie Camargo,
que causou sensação por encurtar sua saia, calçar sapatos leves e assim poder
saltar e mostrar os passos executados.
Com o desenvolvimento da
técnica da dança e dos espetáculos profissionais, houve necessidade do ballet
encontrar, por ele próprio, uma forma expressiva, verdadeira, ou seja, dar um
significado aos movimentos da dança. Assim no final do século XVIII, um
movimento liderado por Noverre, inaugurou o "Ballet de Ação", isto é,
a dança passou a ter uma narrativa, que apresentava um enredo e personagens
reais, modificando totalmente a forma do Ballet de até então.
No século XIX o Romantismo transformou todas as artes, inclusive o ballet, que
inaugurou um novo estilo romântico onde aparecem figuras exóticas e etéreas se
contrapondo aos heróis e heroínas, personagens reais apresentados nos ballets
anteriores. Esse movimento é inaugurado pela bailarina Marie Taglioni,
portadora do tipo físico ideal ao romantismo, para quem foi criado o ballet
"La Silfide", que mostra uma grande preocupação com imagens
sobrenaturais, sombras, espíritos, bruxas, fadas e mitos misteriosos; este
ballet tomava o aspecto de um sonho e encantava a todos, principalmente pela
representação da bailarina que se movia no palco com inacreditável agilidade na
ponta dos pés, dando a ilusão de que saía do chão. O período Romântico na
Dança, após algum tempo, empobreceu-se na Europa, ocasionando o declínio do
ballet. Isso, porém, não aconteceu na Rússia, graças ao entusiástico patrocínio
do Czar. As companhias do ballet Imperial em Moscou e São Petersburgo (hoje
Leningrado) foram reconhecidas por suas grandes produções e muitos bailarinos e
coreógrafos franceses foram trabalhar com eles. O francês, Marius Petipa, fez
uma viagem à Rússia em 1847, pretendendo dar um passeio rápido, mas também se
tornou coreógrafo chefe e ficou lá para sempre. Sob sua influência, o centro
mundial da dança transferiu-se de Paris para São Petersburgo. Durante sua
estada na Rússia, Petipa coreografou célebres ballets, todos muito longos
(alguns tinha 5 ou 6 atos) reveladores dos maiores talentos de uma companhia.
Petipa sempre trabalhou junto aos compositores e foi com Tchaikowsky que ele
criou três dos mais Importantes ballets do mundo: a "Bela
Adormecida", o "Quebra-Nozes" e o "Lago dos Cisnes".
O sucesso de Petipa não foi eterno. No final do século XIX ele foi considerado
ultrapassado e mais uma vez o ballet entrou em decadência.
Chegara o momento para
outra linha revolucionária, desta vez por conta do russo Serge Diaghilev,
editor de uma revista de arte que, junto com amigos artistas estava cheio de
idéias novas prontas para serem colocadas em prática. São Petersburgo, porém
não estava pronta para mudanças e ele se mudou para Paris, onde, após promover
os pintores e músicos russos, finalmente em 1909 promoveu o ballet russo.
Diaghilev trouxe para a França os melhores bailarinos das Companhias Imperiais,
como Anna Pavlova e Nijinsky e alguns ballets de Mikhail Fokine, a quem a crítica francesa fez
os melhores comentários. Para Fokine, a dança deveria ser interpretativa, mostrando o espírito
dos atores, em harmonia com a música e as artes plásticas. O mais célebre
bailado de Anna Pavlova - A Morte do
Cisne - foi criado por ele, além de outros 68 bailados, representados até
hoje no mundo inteiro.
Os russos foram
convidados a voltar ao seu país em 1911 e Diaghielev formou sua própria
Companhia, o "Ballet Russo", começando uma nova era no ballet. Nos
dezoito anos seguintes, até a morte de Diaghilev, em 1929, o Ballet Russo
encantou platéias na Europa e América, devido à sua popularidade e capacidade
do seu criador em descobrir novos talentos.
No momento atual as peças
de ballet clássico são cheias de variedades e contrastes. Trabalhos antigos
(chamados Ballets de Repertório) se apresentam no mundo inteiro ao lado de
outros, como os ballets baseados em romances de Shakespeare e ainda criações
recentes assinadas por coreógrafos contemporâneos e dançadas também por
bailarinos do nosso tempo. Qual será próximo passo? Na sua longa história, o
ballet tomou muitas direções diferentes e, por ser uma arte muita viva, ainda
continua em mudança. Mas, apesar das novas danças e das tendências futuras
sempre existe e existirá um palco e uma grande platéia para os trabalhos
tradicionais e imortais de Ballet Clássico.
BALLET CONTEMPORÂNEO
O Ballet Contemporâneo foi
criado no início do século XX e ainda preserva o uso das pontas e gestuais
muito próximos do Ballet Clássico. Nesse estilo de dança as coreografias
diferem do método clássico por não mais haver uma história que siga uma
sequência de fatos lógicos, mas sim aqueles passos tradicionais fortemente
misturados com sentimentos. As roupas usadas no Ballet Contemporâneo são,
geralmente, collants e malhas, que dão maior liberdade de movimento aos
bailarinos. É o estilo que vem antes da Dança Moderna, esta sim, que esquecerá
os passos clássicos, dando mais ênfase aos movimentos do corpo.
DANÇA
MODERNA
A expressão Dança Moderna se refere às escolas
e movimentos da história da dança
referentes ao período da modernidade. A Dança Moderna teve raízes e
intenções bem distintas. Os bailarinos dançam descalços, trabalham contrações,
torções, desencaixe etc, e seus movimentos são mais livres, embora respeitem
uma técnica fechada.
A Dança Moderna começou na América no início do
século 20 quando os antecessores dos artistas que hoje conhecemos, começaram
sua própria rebelião contra a formalidade do balé e da previsibilidade das
populares mostras de dança do período. Estes pioneiros procuravam maneiras
modernas e pessoais de expressar como se sentiam através da dança. Esta forma de dança vem produzir
uma estética de movimentos baseada nas ações cotidianas do homem contemporâneo,
considerando seu histórico sociocultural e afetivo. Assim, a Dança Moderna
surgiu como uma ruptura nos padrões rigorosos do academicismo do ballet
clássico, pesquisando-se novos caminhos pela arte para a expressão humana
através do movimento corporal.
Entre os que começaram este movimento estão as
americanas: Isadora Duncan e Ruth St Denis; o suíço Emile Jacque Dalcrose e o
húngaro Rudolf von Laban.
No início
do século XX, Rudolf Von Laban
(1879-1958), lança as bases de uma nova dança, elaborando os componentes
essenciais do movimento corporal: espaço,
tempo, peso e fluência.
Nascida
nos Estados Unidos, Isadora Duncan
(1878-1927) foi a grande pioneira na dança moderna. Isadora inspirava-se na
contemplação da natureza, podendo sentir e transformar-se em elementos desta
rica natureza. A música clássica é sua fonte de emoções traduzidas em
movimentos corporais. Seus modelos estéticos são os gregos, figuras de vasos e
esculturas. Sempre se apresentava de túnica grega, descalça e com sua echarpe
inseparável. O plexo solar era sua fonte principal de movimento. Este princípio
foi utilizado por muitos pioneiros de escolas de dança moderna, tanto nos
Estados Unidos como na Europa. Antes da sua trágica morte, em 1927,
estrangulada por sua própria echarpe, presa na roda de seu carro em movimento,
escreveu suas memórias, My Life, que narra toda a sua vida intensa.
Martha Graham (1894–1991) Começa como aluna de
Dança Moderna, faz carreira solo e cria sua companhia de dança em 1929, com
alunos de sua escola. Entre pesquisas e reflexões ela estabelece os fundamentos
de sua dança. Rejeita a relação de Isadora Duncan com os ritmos da natureza,
afirmando que não quer ser flor, árvore, onda ou nuvem. Sua busca passa a ser
expressar a cultura norte americana e a problemática do século XX, no qual a
máquina interfere no ritmo do gesto humano e a guerra interfere profundamente
nas emoções, desencadeando os instintos. Martha Graham influenciou diretamente
nos estudos do coreógrafo Merce Cunningham, que muito contribuiu para o
surgimento da dança pós-moderna,
influenciando artistas como: Alwin Ailey, Paul Taylor e Twyla Tharp, muito
conhecidos no mundo inteiro.
Depois de Martha Graham,
também vieram muitos outros nomes que enriqueceram ainda mais o cenário da
época (entre eles Doris Humphrey, Lester Horton e José Limon). Suas técnicas
se parecem em alguns pontos, mas se diferenciam em muitos outros. Suas escolas
continuam a existir muito fortemente nos Estados Unidos, um dos berços da Dança
Moderna.
As convulsões sociais e
artísticas do final dos anos 1960 e 1970 sinalizaram momentos ainda mais
radicais da dança moderna. A Dança moderna atual é muito mais sofisticada,
tanto em técnica quanto em tecnologia, sendo bastante procurada e dançada
também pelos bailarinos clássicos. Os bailarinos nessas danças são inteiramente
compostos de espírito, alma, coração e
mente. A preocupação com os problemas sociais e da condição do espírito
humano ainda existe, porém as questões são apresentadas com uma teatralidade muito
grande que teria chocado muitos dos primeiros bailarinos modernos. Com a
Segunda Guerra Mundial chegaram ao Brasil diversos artistas renomados que procuraram escapar
deste conflito, trazendo consigo novas idéias no campo estético
que contribuiram para a divulgação das propostas modernas de dança no país. Luiz Arrieta, Maria
Duschenes, Marika Gidali, Maryla Gremo, Nina Verchinina, Oscar Araiz, Renée Gumiel
e Ruth Rachou. A maioria se
instalou no eixo Rio - São Paulo,
colaborando através de seus ensinamentos para a formação de uma nova geração de
dançarinos conectados às propostas da dança moderna.
DANÇA CONTEMPORÂNEA
Dança contemporânea é o nome dado para uma determinada forma de dança do século XX
até os dias de hoje. É a dança voltada para o presente-futuro. A dança contemporânea passou
a trazer à discussão o papel de outras áreas artísticas na dança, como vídeo,
música,
fotografia,
artes plásticas, performance,
cultura
digital e softwares específicos, que permitem alterações do que se
entende como movimento, tornando movimentos reais em virtuais ou vice-versa. Dessa
forma, surgem vertentes como a videodança, tornando mais próximas
as relações entre as diferentes áreas da dança
e também entre as diversas linguagens artísticas. Segundo Rengel (2006) a dança contemporânea abandona algumas
hierarquias, no sentido que um dançarino não é melhor que o outro. É uma dança
que pode ser realizada em diversos ambientes e não impõe modelos rígidos aos
corpos que dançam. Propõe estímulos aos processos de criação, pesquisa do
movimento e suas potencialidades.
A dança contemporânea busca uma
ruptura total com a formalidade dos outros estilos de dança, chegando às vezes
até mesmo a deixar de lado a estética:
o que importa é a transmissão de ideias, conceitos
e sentimentos. Solos de improvisação são bastante freqüentes. A dança
contemporânea não possui uma técnica única estabelecida, todos os tipos de
pessoas podem praticá-la. Esse tipo de dança modificou o espaço, usando não só
o palco como local de referência. Sua técnica é tão abrangente que não delimita
os utensílios usados nem roupas, músicas, espaço ou movimento.
Um olhar contemporâneo entende a Dança como processo de cognição (como
pensamento do corpo) e reconhece a Dança como produto e modo de produzir
conhecimento ao mesmo tempo. Dessa forma, produzir dança é produzir
conhecimento, lembrando que este é um processo que não acontece em corpos separados,
individualizados: ele pressupõe o corpo sempre relacionado com um contexto
externo a ele mesmo (mundo, outras pessoas, outras linguagens artísticas, etc).
JAZZ DANCE
Como a música que inspirou, o jazz tem as suas
raízes na comunidade Africano-Americana dos Estados Unidos. Várias formas de
jazz foram realizadas até o final dos anos 1800, e na época da Primeira Guerra
Mundial tinha se tornado uma dança bem aceita e bem conhecida.
Este estilo de dança passou a influenciar
fortemente a Broadway e, por sua vez, Hollywood e também o balé e a dança
moderna.
Normalmente os seus bailarinos fazem aulas de
ballet, onde aprendem controle, habilidade, e condições para o seu corpo
dançar. Uma vez os bailarinos tendo a disciplina e técnica do balé, podem
complementar com o jazz. Se forem qualificados, os bailarinos de jazz podem
aparecer em grande demanda nos filmes, produções da Broadway e em todo o mundo,
com a possibilidade de trabalhar em uma grande variedade de estilos.
O Jazz é conhecido por ser fortemente imprevisível,
graças às suas influências Africanas. As movimentações dos bailarinos de jazz
podem ser lentas, graciosas ou eles podem se mover com agilidade e rapidez,
executando saltos fantásticos e outras proezas. Como resultado, eles devem ser
fisicamente muito flexíveis, e muito preocupados com a música e o ritmo. Esta
forma de dança não tem necessariamente de ser realizada com a música jazz,
embora muitas vezes seja; com muita criatividade pode-se usar músicas de todos
os estilos.
O jazz tem certas
características marcantes como o isolamento (utilização de cada parte do corpo
separadamente), uma explosão de energia que se irradia dos quadris e um ritmo
pulsante que dá o balanço certo e a qualidade do movimento.
As
diferentes técnicas de Jazz Dance tem demonstrado que muitos princípios foram
herdados do Ballet Clássico e da Dança Moderna, e alguns professores tem
divulgado e desenvolvido seus métodos de fundamentação técnica para a formação
de bailarinos cada vez mais ecléticos. Atualmente o Jazz tem
sido bastante influenciado pelos movimentos do hip hop, street dance e de
outros movimentos de danças urbanas.
Poucos sabem qual
será o futuro e suas novas influências, mas o que se pode afirmar é que até
hoje, o Jazz tem sido uma das formas mais importantes da expressão artística da
atualidade.
SAPATEADO
Sem registros históricos que possam precisar datas e locais, sabe-se muito
pouco a respeito das origens do sapateado: algumas das suas primeiras
manifestações datam de meados do século V.
Posteriormente, desenvolveu-se a partir do período da primeira Revolução Industrial. Os operários costumavam
usar tamancos
(clogs) para isolar a umidade que subia do solo e, nos períodos
livres, reuniam-se nas ruas para exibir sua arte: quem fizesse o maior e mais
variado número de sons com os pés, de forma mais original, seria o vencedor. Por volta de
1800, sapatos foram adaptados especialmente para esta dança. Os calçados
ficaram mais flexíveis, feito de couro, e moedas eram fixadas à sola, para que o som fosse
mais limpo. Mais tarde, finas placas de metal (taps)
passaram a ser fixadas no lugar das moedas, o que aumentou ainda mais a
qualidade do som.
Nos Estados Unidos desenvolveu-se o chamado sapateado americano, introduzido no
país por volta da primeira metade do século 19, na fusão que uniu ritmos e
danças dos escravos, que já possuiam um estilo de dança próprio baseado nos
sons corporais, com os estilos de sapateado praticados pelos imigrantes
irlandeses e colonizadores ingleses.
A forma irlandesa do sapateado - também chamada de Irish Tap Dance – concentra o movimento nos pés e o tronco
permanece rígido; já os americanos realizam sua Tap Dance esbanjando ritmos sincopados e movimentos com o
corpo todo, abrindo a dança para o estilo próprio de cada executor. O sapateado
americano acrescentou à forma irlandesa da dança toda a riqueza musical e de
movimentos dos ritmos dançados pelos africanos e com isso criou uma modalidade
de dança ímpar e que se espalharia, posteriormente, por todo o território dos
EUA e, durante o século XX, por diversos outros países.
A partir da década de 30 o sapateado ganhou força e popularidade com os
grandes musicais, que contavam com a participação de nomes como Fred Astaire,
Gene Kelly
e Ginger Rogers.
Depois de um período de declínio do final da década de 50 ao inicio dos
anos 70, o sapateado americano passou por uma revitalização, impulsionando toda
uma nova geração, de onde surgiram nomes como o do grande astro Savion Glover,
coreógrafo dos pinguins do filme Happy Feet.
Profissionais de sapateado americano realizam periodicamente workshops e
shows internacionais, levando a arte do sapateado para diversos países: além da
Irlanda e Estados Unidos, países como França, Austrália, Alemanha, Espanha,
Israel e Brasil possuem grupos, coreógrafos e estúdios de sapateado de grande
importância. O Brasil, em particular, recebe anualmente diversos profissionais
americanos como forma de intercâmbio entre os grandes mestres da tap dance e os
diversos núcleos de sapateado existentes por todo o território nacional.
DANÇA FLAMENCA
Dança de origem cigana, o Flamenco é uma forma de expressão
artística que reflete a cultura da Andaluzia, que ao longo dos anos se foi
definindo e transformando na mais conhecida expressão da cultura espanhola.
As 3 principais ferramentas do flamenco são o canto, a guitarra e
a dança.Porém mais importante que a sua história e as suas técnicas, o flamenco
é uma atitude, é a manifestação da alma de uma pessoa. Dançar flamenco é
colocar para fora sentimentos e emoções trancadas e compartilhá-las através da
musica, do canto, do baile e dos sapateados.
Flamenco é antes de tudo emoção, sentimento, expressão interior e
prazer! No baile, o movimento dos braços, os círculos com as mãos, a postura
com os punhos, a intensa expressão do rosto, a força de marcar o ritmo no chão,
a técnica do sapateado, o movimento das saias, a movimentação e a energia
transmitida são, sem dúvida, as características mais particulares da dança
flamenca. Os pés golpeiam o chão, alternando passos vigorosos e sutis. As
palmas marcam o compasso e enchem de vida cada passo. No rosto dos bailarinos
percebe-se a dor ou a alegria da guitarra e da voz do "cantor".
O flamenco é uma dança sedutora. Através do Flamenco, ritmo que ganhou maior
expressão na Espanha, os ciganos que vieram primeiramente para o Brasil,
encantaram nobres e plebeus nas festas do Campo de Sant’Ana e do pátio interno
do Paço Imperial, no Centro do Rio de Janeiro, conhecido como Pátio dos
Ciganos.
Quem
assiste a um baile flamenco, sente que os movimentos dos corpos dos bailarinos
comunicam um sentimento forte, fruto de uma revolta e de um grande
inconformismo, cheio de altos e baixos emocionais. É mesmo impossível não
perceber que nos seus sapateados a dança flamenca marca o compasso do coração
humano, que ora salta de alegria e outras horas arde de dor e tristeza. Dança
de movimento vibrante, o grande êxtase do Flamenco é mostrar o vigor e a
vitalidade dos movimentos de mãos, braços e sapateados que traduzem
paixão, alegria, a melancolia transformada em força e o amor pela vida,
justificando a resistência a todas as formas de perseguições.
Fontes
BOURCIER,
Paul. História da dança no ocidente. São Paulo: Martins Fontes, 1987.
DANCAN, Isadora. Minha vida. São Paulo: Círculo do Livro, —
FARO, Antônio José. Pequena História da Dança. Rio de Janeiro: Zahar, 1986.
LABAN, Rudolf. Dança Educativa Moderna. São Paulo: Ícone. 1990.
MENDES, Míriam Garcia. A Dança. São Paulo: Ática, 1987.
PORTINARI, Maribel. História da dança. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989.
DANCAN, Isadora. Minha vida. São Paulo: Círculo do Livro, —
FARO, Antônio José. Pequena História da Dança. Rio de Janeiro: Zahar, 1986.
LABAN, Rudolf. Dança Educativa Moderna. São Paulo: Ícone. 1990.
MENDES, Míriam Garcia. A Dança. São Paulo: Ática, 1987.
PORTINARI, Maribel. História da dança. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989.
WIKIPÉDIA – Enciclopédia livre
Assinar:
Postagens (Atom)