"A arte é a contemplação: é o prazer do espírito que penetra a natureza e descobre que ela também tem uma alma. É a missão mais sublime do homem, pois é o exercício do pensamento que busca compreender o universo, e fazer com que os outros o compreendam." (Auguste Rodin)

quinta-feira, 31 de março de 2016

1ª Série - Conhecendo a Música - Texto 2 - 1ª Unidade - 2016

Quando se fala em música é preciso levar em conta que sua conceituação é muito subjetiva e, portanto, tem variado bastante no decorrer dos tempos. Até tempos atrás a ideia da música estava associada á combinação ordenada e racional de sons. Contemporaneamente entende-se que é possível fazer música tanto com sons como com ruídos. Dentro dessa conceituação, a ideia de música ficou, então, muito mais ampla.
Aceitando o conceito contemporâneo de música, podemos afirmar que ela sempre existiu eventualmente e autoritariamente na natureza. A Música é basicamente uma arte-ciência que combina harmoniosamente os sons. O fenômeno da música tem várias interpretações; desde uma simples percepção até a evocação de um mundo psicológico, a música pode ser arte, entretenimento ou a expressão de uma cultura.
A música (do grego μουσική τέχνη - musiké téchne, a arte das musas) constitui-se basicamente de uma sucessão de sons e silêncio organizada ao longo do tempo. É considerada por diversos autores como uma prática cultural e humana. Atualmente não se conhece nenhuma civilização ou agrupamento que não possua manifestações musicais próprias. Embora nem sempre seja feita com esse objetivo, a música pode ser considerada como uma forma de arte, considerada por muitos como sua principal função. Também pode ter diversas outras utilidades, tais como a militar ou educacional. Além disso, tem presença central em diversas atividades coletivas, como os rituais religiosos, festas e funerais.
Há evidências de que a música é conhecida e praticada desde a pré-história. Provavelmente a observação dos sons da natureza tenha despertado no homem, através do sentido auditivo, a necessidade ou vontade de uma atividade que se baseasse na organização de sons. Embora nenhum critério científico permita estabelecer seu desenvolvimento de forma precisa, a história da música confunde-se, com a própria história do desenvolvimento da inteligência e da cultura humanas.
Definir a música não é tarefa fácil porque apesar de ser intuitivamente conhecida por qualquer pessoa, é difícil encontrar um conceito que abarque todos os significados dessa prática. Mais do que qualquer outra manifestação humana, a música contém e manipula o som e o organiza no tempo. Talvez por essa razão ela esteja sempre fugindo a qualquer definição, pois ao buscá-la, a música já se modificou, já evoluiu. E esse jogo do tempo é simultaneamente físico e emocional. Como "arte do efêmero", a música não pode ser completamente conhecida e por isso é tão difícil enquadrá-la em um conceito simples.
Um dos poucos consensos é que ela consiste em uma combinação de sons e de silêncios que se desenvolvem ao longo do tempo. Neste sentido engloba toda combinação de elementos sonoros destinados a serem percebidos pela audição. Isso inclui variações nas características do som (altura, duração, intensidade e timbre) que podem ocorrer sequencialmente (ritmo e melodia) ou simultaneamente (harmonia). Ritmo, melodia e harmonia são entendidos aqui apenas em seu sentido de organização temporal, pois a música pode conter propositalmente harmonias ruidosas (que contém ruídos ou sons externos ao tradicional) e arritmias (ausência de ritmo formal ou desvios ritmicos).
E é nesse ponto que o consenso deixa de existir. As perguntas que decorrem desta simples constatação, encontram diferentes respostas se encaradas do ponto de vista do criador (compositor), do executante (músico), do historiador, do filósofo, do antropólogo, do linguista ou do amador. E as perguntas são muitas:
  • Toda combinação de sons e silêncios é música?
  • Música é arte? Ou de outra forma, a música é sempre arte?
  • A música existe antes de ser ouvida? O que faz com que a música seja música é algum aspecto objetivo ou ela é uma construção da consciência e da percepção?
A música eleva os sentimentos mais profundos do ser humano. Não é necessário gostarmos de todos os estilos, porém conhecê-los.
Mesmo os adeptos da música aleatória, responsáveis pela mais recente desconstrução e reformulação da prática musical, reconhecem que a música se inspira sempre em uma "matéria sonora", cujos dados perceptíveis podem ser reagrupados para construir uma "materia musical", que obedece a um objetivo de representação próprio do compositor, mediado pela técnica. Em qualquer forma de percepção, os estímulos vindos dos órgãos dos sentidos precisam ser interpretados pela pessoa que os recebe. Assim também ocorre com a percepção musical, que se dá principalmente pelo sentido da audição. O ouvinte não pode alcançar a totalidade dos objetivos do compositor. Por isso reinterpreta o "material musical" de acordo com seus próprios critérios, que envolvem aquilo que ele conhece, suas cultura e seu estado emocional.
Da diversidade de interpretações e também das diferentes funções em que a música pode ser utilizada se conclui que a música não pode ter uma só definição precisa, que abarque todos os seus usos e gêneros. Todavia, é possível apresentar algumas definições e conceitos que fundamentam uma "história da música" em perpétua evolução, tanto no domínio do popular, do tradicional, do folclórico ou do erudito.
O campo das definições possíveis é na verdade muito grande. Há definições de vários músicos, bem como de musicólogos. Entretanto, quer sejam formuladas por músicos, musicólogos ou outras pessoas, elas se dividem em duas grandes classes: uma abordagem intrínseca, imanente e naturalista contra uma outra que a considera antes de tudo uma arte dos sons e se concentra na sua utilização e percepção.

A abordagem naturalista

De acordo com a primeira abordagem, a música existe antes de ser ouvida; ela pode mesmo ter uma existência autônoma na natureza e pela natureza. Os adeptos desse conceito afirmam que, em si mesma, a música não constitui arte, mas criá-la e expressá-la sim. Enquanto ouvir música possa ser um lazer e aprendê-la e entendê-la sejam fruto da disciplina, a música em si é um fenômeno natural e universal. Por ser um fenômeno natural e intuitivo, os seres humanos podem executar e ouvir a música virtualmente em suas mentes sem mesmo aprendê-la ou compreendê-la. Compor, improvisar e executar são formas de arte que utilizam o fenômeno música.
Sob esse ponto de vista, não há a necessidade de comunicação ou mesmo da percepção para que haja música. Ela decorre de interações físicas e prescinde do humano.

A abordagem funcional, artística e espiritual

Para um outro grupo, a música não pode funcionar a não ser que seja percebida. Não há, portanto, música se não houver uma obra musical que estabelece um diálogo entre o compositor e o ouvinte.
Neste grupo há quem defina música como sendo "a arte de manifestar os afectos da alma, através do som" (Bona). Esta expressão informa as seguintes características: 1) música é arte: manifestação estética, mas com especial intenção à uma mensagem emocional; 2) música é manifestação, isto é, meio de comunicação, uma das formas de linguagem a ser considerada, uma forma de transmitir e recepcionar uma certa mensagem, entre indivíduos considerados, ou entre a emoção e os sentidos do próprio indivíduo que entona uma música; 3) utiliza-se do som, é a idéia de que o som, ainda que sem o silêncio pode produzir música, o silêncio individualmente considerado não produz música.
Para os adeptos dessa abordagem, a música só existe como manifestação humana. É atividade artística por excelência e possibilita ao compositor ou executante compartilhar suas emoções e sentimentos. Sob essa óptica, a música não pode ser um fenômeno natural, pois decorre de um desejo humano de modificar o mundo, de torná-lo diferente do estado natural. Em cada ponta dessa cadeia, há o homem. A música é sempre concebida e recebida por um ser humano. Neste caso, a definição da música, como em todas as artes, passa também pela definição de uma certa forma de comunicação entre os homens. Como não pode haver diálogo ou comunicação sem troca de signos, para essa vertente a música é um fenômeno semiótico.

Elementos da Música
A música quando composta e executada deliberadamente é considerada arte por qualquer das definições. E como arte, é criação, representação e comunicação. Para obter essas finalidades, deve obedecer a um método de composição, que pode variar desde o mais simples (a pura sorte na música aleatória), até os mais complexos. Pode ser composta e escrita para permitir a execução idêntica em várias ocasiões, ou ser improvisada e ter uma existência efêmera. A música dos pigmeus do Gabão, o Rock and roll, o Jazz, a música sinfônica, cada composição ou execução obedece a uma estética própria, mas todas cumprem os objetivos artísticos: criar o desconhecido a partir de elementos conhecidos; manipular e transformar a natureza; moldar o futuro a partir do presente.
Qualquer que seja o método e o objetivo estético, o material sonoro a ser usado pela música é tradicionalmente dividido de acordo com três elementos organizacionais: melodia, harmonia e ritmo.
Entre esses três elementos podemos afirmar que o ritmo é a base e o fundamento de toda expressão musical.
Ritmo vem do grego Rhytmos e designa aquilo que flui, que se move, movimento regulado. O ritmo está inserido em tudo na nossa vida. Nas artes, como na vida, o ritmo está presente. Vemos isso na música e no poema. Temos a nos reger vários ritmos biológicos que estão sujeitas a evoluções rítmicas como o dos batimentos cardíacos, da respiração, do sono e vigília etc. Até no andar temos um ritmo próprio. A harmonia é o conjunto dos grupos de notas tocadas simultaneamente (acordes), que dão o corpo à música. Segundo elemento mais importante, é responsável pelo desenvolvimento da arte musical. Foi da harmonia de vozes humanas que surgiu a música instrumental.
A melodia, por sua vez, é a sequência de notas, que tocadas uma após a outra fazem o solo da música. É a primeira e imediata expressão de capacidades musicais, pois se desenvolve a partir da língua, da acentuação das palavras, e forma uma sucessão de notas característica que, por vezes, resulta num padrão rítmico e harmônico reconhecível.  
Na base da música, dois elementos são fundamentais: O som e o tempo. Tudo na música é função destes dois elementos.

Parâmetros do som
A Música é feita de sons, tradicionalmente descritos segundo quatro parâmetros: altura, timbre, intensidade e duração (ritmo). Eles se combinam para criar outros aspéctos como: estrutura, textura e estilo, bem como a localização espacial (ou o movimento de sons no espaço), o gesto e a dança.
Altura: freqüência definida de um som (agudo x grave). É o que diferencia um som de um ruído. Não confundir com volume (intensidade).
Timbre: qualidade dos sons. Diferencia a mesma altura tocada em dois instrumentos diferentes. É o que diferencia o som de cada instrumento (a origem do som).
Intensidade: a força relativa de um som em relação a outros (forte x fraco).
Ritmo: É a pulsação, a base da construção musical, o que torna a música dançante ou reflexiva, pesarosa. O Ritmo define a velocidade da música, se ela é lenta ou acelerada. O ritmo é de tal maneira mais importante que é o único elemento que pode existir independente dos outros dois: a harmonia e a melodia. Sem ritmo não há música. Acredita-se inclusive que os movimentos rítmicos do corpo humano tenham originado a musica.

A Música tem a capacidade de afetar nossas emoções, intelecto e nossa psicologia. As letras podem aliviar nossa solidão ou estimular nossas paixões. Desse modo, a Música é uma poderosa forma de arte cujo apelo estético está altamente relacionado com a cultura a qual é executada. A estética musical é a qualidade e o estudo da beleza e do prazer da Música.

Papel da Música na educação
Ao longo da civilização ocidental, as famílias mais abastadas tinham freqüentemente a preocupação de que seus filhos fossem instruídos na música erudita desde cedo. Uma aprendizagem precoce da interpretação musical abre caminho a estudos mais sérios em idades mais avançadas. É muito mais difícil aprender a tocar profissionalmente um instrumento como o violino, por exemplo, se não for desde criança. Mesmo hoje em dia, muitos pais também querem que seus filhos aprendam música por razões de status social ou para incutir auto-disciplina e auto-confiança. Atualmente já existem estudos científicos que comprovam uma melhoria no rendimento acadêmico das crianças que aprendem música. Outros consideram que conhecer as grandes as grandes obras da musica erudita é uma obrigação cultural, fazendo parte da chamada “cultura geral” geralmente muito valorizada em termos sociais. 
Diversos compositores eruditos apresentaram idéias para a educação musical. O alemão Carl Orff propôs um método para que as crianças pudessem aprender música utilizando formas simples de atividades diárias para jovens como cantar em grupo, praticar rimas e tocar instrumentos de percussão. É baseado amplamente na improvisação e em construções tonais originais para que as crianças ganhem confiança e interesse no processo de pensar criativamente. Atualmente muitos profissionais se dedicam Educação Musical, que apresenta uma característica de “Sensibilização”, envolvendo as crianças num intenso processo de escuta musical, criatividade e integração social.

Música - um fenômeno social

As práticas musicais não podem ser dissociadas do contexto cultural. Cada cultura possui seus próprios tipos de música totalmente diferentes em seus estilos, abordagens e concepções do que é a música e do papel que ela deve exercer na sociedade. Entre as diferenças estão: a maior propensão ao humano ou ao sagrado; a música funcional em oposição à música como arte; a concepção teatral do Concerto contra a participação festiva da música folclórica e muitas outras.
Falar da música de um ou outro grupo social, de uma região do globo ou de uma época, faz referência a um tipo específico de música que pode agrupar elementos totalmente diferentes (música tradicional, erudita, popular ou experimental). Esta diversidade estabelece um compromisso entre o músico (compositor ou intérprete) e o público que deve adaptar sua escuta a uma cultura que ele descobre ao mesmo tempo que percebe a obra musical.
Desde o início do século XX, alguns musicólogos estabeleceram uma "antropologia musical", que tende a provar que, mesmo se alguém tem um certo prazer ao ouvir uma determinada obra, não pode vivê-la da mesma forma que os membros das etnias aos quais elas se destinam. Nos círculos acadêmicos, o termo original para estudos da música genérica foi "musicologia comparativa", que foi renomeada em meados do século XX para "etnomusicologia", que apresentou-se, ainda assim, como uma definição insatisfatória.


Sabemos que várias definições podem ser utilizadas para a Música mas é importante que possamos chegar a um conceito abrangente e complementar que facilite a nossa compreensão. Talvez dessa forma possamos alcançar tanto o lado artístico-afetivo quanto o científico dessa atividade tão maravilhosa. Portanto a Música pode ser considerada como:

• a capacidade de saber expressar sentimentos através de sons artisticamente combinados.

&

• como ciência que pertence aos domínios da acústica, modificando-se esteticamente de cultura para cultura.


Atenção

Assuntos da Avaliação Parcial na próxima semana de 04/04 à 07/04 (de acordo com o horário da aula).

Assuntos:

  • Pesquisa de palavras
  • Texto: A estética clássica e a popularização do bonito
  • Compreendendo a Arte
  • Elementos Básicos da Linguagem Visual

3ª Série - Elementos Básicos da Linguagem Visual - slides - 1ª Unidade - 2016






















3ª Série - Entendendo a Arte - Slides - 1ª Unidade - 2016

















3ª Série - ELEMENTOS BÁSICOS DA LINGUAGEM VISUAL - Texto 3 - 1ª Unidade - 2016

A linguagem funciona como a ordenadora dos símbolos da comunicação num contexto de espaço e tempo, através de acordos (convenções) estabelecidos por grupos humanos para transmitir determinados significados, organizando suas percepções, classificando e relacionando acontecimentos para que os símbolos guardem um mesmo sentido para todos que o empregam.
Se você estiver lendo este livro é por que consegue entender um código (a Língua Portuguesa) que é comum à sua localidade. Este tipo de linguagem (Português, Inglês, Espanhol etc) é chamada de linguagem conceitual.
Mas além da linguagem conceitual (oral e escrita) existe também a linguagem visual. A linguagem visual é uma linguagem talvez mais limitada do que a falada, porém mais direta. Isto nos mostra que a transmissão de informações no modo visual tem um maior no impacto e efeito no observador, já que utilizamos maneiras mais objetivas através das mensagens visuais em seus diversos exemplos.
Ver significa essencialmente conhecer, perceber pela visão, alcançar com a vista os seres, as coisas e as formas do mundo ao redor. Ver é também um exercício de construção perceptiva onde os elementos selecionados e o percurso visual podem ser educados.
Observar é olhar, pesquisar, detalhar, estar atento de diferentes maneiras às particularidades visuais relacionando-as entre si. O saber ver e observar podem ser trabalhados de maneira que a pessoa possa analisar, refletir, interferir e produzir visualmente através do entendimento da linguagem visual.
A linguagem visual pode ser reduzida aos seus elementos básicos, aqueles que formam a imagem e o modo como os percebemos.
Ponto: primeira unidade da imagem, tendo como característica a simplicidade e irredutibilidade (não pode ser reduzido), não possuindo formato nem dimensão. O ponto indica uma posição no espaço e constrói a imagem e funciona como referência no espaço visual por ter um grande poder de atração para a visão humana. Os pontos podem agir agrupados obtendo um expressivo efeito visual com formas ordenadas ou aleatórias em que o olho reúne os pontos em uma única imagem. Uma série de pontos forma uma linha, uma massa de pontos torna-se textura, forma ou plano.
Linha: quando agrupamos os pontos muito próximos, em uma sequência ordenada uns após os outros e de mesmo tamanho, causam à visão uma ilusão de direcionamento e acabamos visualizando-os como uma linha. Uma linha pode ser uma marca positiva ou uma lacuna negativa. Aparecem nos limites dos objetos e onde dois planos se encontram.
As linhas podem ser classificadas como:
GEOMÉTRICAS: são abstratas e tem apenas uma dimensão, o comprimento;
GRÁFICAS: linhas desenhadas ou traçadas numa superfície qualquer;
FÍSICAS: pode ser observada, principalmente, nos contornos dos objetos, naturais ou construídos, criada de maneira abstrata na forma de uma percepção visual ilusória e imaginária como fios de lã, fios de energia, rachaduras em pisos, horizonte etc .
A linha gráfica pode indicar a trajetória de um ou vários pontos de maneira contínua variando quanto:
À ESPESSURA, (fina ou grossa);
À FORMA (reta, sinuosa, quebrada ou mista);
AO TRAÇADO (cheia, tracejada, pontilhada, traço e ponto, etc) e;
À POSIÇÃO (horizontal, vertical ou inclinada).

Forma: é derivada da organização imaginária que damos a um conjunto de linhas dando um sentido de orientação espacial e de reconhecimento da imagem representada. A mesma forma pode se apresentar diferente para nossa observação de acordo com a referência visual da superfície em ela está.
Existem três formas básicas: o círculo, o quadrado e o triângulo equilátero, cada qual com suas características e especificidades, exercendo no observador diferentes efeitos visuais e impressões quanto aos seus significados. As formas também podem se dividir em dois grandes grupos:
GEOMÉTRICAS: figuras ordenadas perfeitamente (formas básicas, polígonos etc), não tão facilmente reconhecidos na natureza no seu estado mais puro;
ORGÂNICAS: formas ordenadas ou aleatórias em estruturas não geométricas, observadas principalmente na natureza, daí o seu nome (asa de inseto, folha de árvore, curso e ramificações de um rio etc).

Textura: é a qualidade impressa em uma superfície, enriquecendo as impressões e sentidos que teremos de determinada forma. A textura pode ser classificada de duas maneiras: quanto à sua natureza e quanto à forma que ela se apresenta.
- Quanto à natureza:
TEXTURA TÁTIL - é aquela que podemos tocar e sentir fisicamente a sua característica peculiar pelo tato, como, por exemplo, o reboco granuloso de uma parede, a aspereza de uma lixa, a lisura de uma cerâmica polida. Também é conhecida por textura concreta por ser palpável e estar efetivamente empregada ou ser característica da superfície de um material.
TEXTURA ÓTICA - é aquela existente apenas na ilusão criada pelo olho humano, como, por exemplo, a capa de um livro que reproduza a imagem de uma parede rebocada ou as imagens impressas num tecido que criam um padrão de textura reconhecido pela visão, mas não sentido pelo tato. Também é conhecida como textura virtual, pois existem somente com efeito captado pela visão como uma representação.
- Quanto à forma que se apresenta:
GEOMÉTRICA – a organização de formas geométricas num padrão dentro de uma área ou superfície acaba dando a esta a característica de uma textura.
ORGÂNICA – a superfície possui uma aparência de algo natural, iludindo o olho como se pudesse ser percebida pelo toque.

Dimensão / Plano: trabalha em conjunto com a linha e com a forma para iludir o nosso olhar criando um efeito tridimensional na imagem, que está numa superfície bidimensional, uma folha de papel, por exemplo. As três dimensões são: altura, comprimento e profundidade.
Junto com o elemento da dimensão relacionaremos o conceito de plano numa superfície, que é uma área da imagem que possui duas dimensões (comprimento e largura) e que, através de sua sobreposição, podemos obter uma ilusão da terceira dimensão (altura).
A representação da dimensão de profundidade no espaço bidimensional (altura e largura) vai depender da capacidade que o olho tem de se iludir quanto ao modo de perceber a imagem. A linha funciona como o contorno das formas obtidas que, por sua vez, são projetadas na superfície plana bidimensional de modo que pareçam estar em diferentes planos. O principal artifício usado para criar este efeito de profundidade é a perspectiva, podendo ser intensificados pelos efeitos de claro-escuro nos diferentes tons da imagem. A representação do espaço tridimensional numa superfície bidimensional, através da perspectiva, vai exigir uma série de regras e métodos estabelecidos matematicamente para iludir o olhar.

A ilusão de perspectiva pode ser causada de duas maneiras no desenho artístico:
- Perspectiva Linear – que tem como referência a linha do horizonte e um ou mais pontos de fuga localizados nesta linha para causar o efeito de profundidade;
- Perspectiva Tonal ou Atmosférica – usa diferentes tonalidades de cores, graduando conforme a distância que se quer representar – quanto mais próxima do observador a figura está (1º plano) os tons são mais fortes e quanto mais distante do observador os tons são mais fracos.

Escala: quando trabalhamos com os elementos visuais em uma área específica bidimensional, devemos prestar atenção na relação entre os tamanhos das imagens. Esta relação entre os tamanhos é a escala, também conhecida como proporção.

Direção: quando observamos qualquer imagem procuramos sempre organizá-la e entendê-la visualmente quanto à sua forma, dimensão, tamanho e outros elementos. Também procuramos um sentido para a nossa observação, isto é, a direção que percebemos na imagem. Podemos fazer relação das direções principais com as três formas básicas: quadrado – horizontal e vertical; triângulo – a inclinada; o círculo – a curva. Cada direção básica expressa um sentido próprio: horizontal – estase, calma; vertical – prontidão, equilíbrio; inclinada – instabilidade, atividade; curva – continuidade, totalidade.

Movimento: ao percorremos a imagem com os olhos durante a observação seguindo uma ou várias direções (horizontal, vertical, inclinado e curva) estamos trabalhando também com o elemento básico do movimento. O movimento funciona como uma ação que se realiza através da ilusão criada pelo olho humano. Podemos observar uma imagem estática num papel e parecer que ela está se movimentando para os nossos olhos. Isso acontece devido à maneira como os elementos básicos são arranjados e combinados entre si para criar a ilusão do movimento. O Movimento trabalha em conjunto com a Escala e a Direção, pois quando os elementos têm o mesmo tamanho, a imagem pode ficar monótona. O contraste no tamanho pode criar uma tensão, bem como uma sensação de profundidade e movimento.

Tom: é a quantidade relativa de luz existente em um ambiente ou numa imagem, definindo sua obscuridade ou claridade, ausência ou presença de luz. Temos uma relação de contraste entre o claro-escuro. Sem esta relação não veríamos o mundo da maneira que ele nos aparenta. A luz natural emitida pelo sol, a luz branca, é refletida, absorvida, circunda e penetra nos objetos que, por sua vez, têm características de absorver ou refletir a luminosidade que recebe. Assim, podemos enxergar as sombras e perceber o volume das coisas (elemento da dimensão), o espaço que elas ocupam, identificando sua forma, massa, cor, textura, se está estática ou em movimento etc. As múltiplas gradações entre o claro e escuro consistem numa escala tonal.
Esta escala tonal pode ser aplicada para obtermos vários efeitos sendo um dos principais a perspectiva (ilusão de tridimensionalidade) causada pelo jogo de luz e sombra, chamada de perspectiva tonal. Dentro da linguagem visual o elemento básico do tom se torna essencial para uma representação imagética reconhecida pela percepção humana.

Cor: A cor exerce ação tríplice: a de impressionar, a de expressar e a de construir. A cor é vista: impressiona a retina. A cor é sentida: provoca emoção. A cor é construtiva, pois tendo um significado próprio, possui valor de símbolo, podendo assim, construir uma linguagem que comunique uma ideia, que pode ser de leveza, alegria, sobriedade, etc.
COR: É a sensação provocada pela ação da luz sobre os órgãos da visão. Pode ser percebida de duas formas: cor-luz e cor-pigmento:
A cor enquanto fenômeno físico possui leis naturais que a regem, e, enquanto fenômeno fisiológico, possui características identificáveis quanto ao modo como é percebida pelo olho humano. De acordo com a percepção, as cores possuem três dimensões: matiz (croma), saturação ou intensidade (pureza relativa da cor) e brilho (valor tonal).
O matiz ou croma é a cor em si, com suas especificidades individuais. A saturação é a pureza relativa da cor ou a intensidade da sua presença indo da presença máxima do seu matiz até um cinza neutro. É o local da cor no interior do espectro da luz visível pelo olho humano.
A luminosidade ou valor da cor é o brilho relativo corresponde ao valor tonal das gradações entre sua luminosidade ou obscuridade. Vale destacar que a presença ou ausência de cor não afeta o tom, que é constante.
A saturação ou intensidade da cor é a vivacidade ou o esmaecimento da mesma. Quando diminuímos a saturação de um matiz ele se torna gradativamente um cinza.
 As cores são divididas em cor luz e cor pigmento, cada qual com uma classificação para os diferentes matizes.
Para os que trabalham com cor-luz (como na televisão ou no cinema), as primárias são: vermelho, verde e azul-violetado. A mistura dessas três luzes coloridas produz o branco, denominando-se o fenômeno síntese aditiva.
Cor-pigmento: Aquela percebida através das substâncias materiais corantes na presença da luz. Ex.: folha verde.
Pode ser opaca, como a utilizada na pintura em geral, ou transparente, utilizada principalmente nas artes gráficas.
Para o químico, o artista e todos que trabalham com substâncias corantes opacas (cores-pigmento) as cores primárias são o vermelho, o amarelo e o azul. A mistura das cores-pigmento vermelho, amarelo e azul produz o cinza neutro por síntese subtrativa.

Classificação das cores
Cores primárias: Também chamadas de cores puras. Não se formam pela mistura de outras cores. São elas: azul, vermelho e amarelo.
Cores secundárias: São cores resultantes da mistura de duas cores primárias. São elas: laranja, verde e violeta.
Cores terciárias: Resultam da mistura de uma cor primária com uma cor secundária. São elas: amarelo-alaranjado, vermelho-alaranjado, vermelho-arroxeado, azul-arroxeado, azul-esverdeado e amarelo-esverdeado
Cores análogas: São cores vizinhas no círculo das cores. São análogas porque há nelas uma mesma cor básica. Pôr exemplo o amarelo-ouro e o laranja-avermelhado tem em comum a cor laranja.   
As cores análogas, ou da mesma "família" de tons, são usadas para dar a sensação de uniformidade. Uma composição em cores análogas em geral é elegante, porém deve-se tomar o cuidado de não a deixar monótona. 
Cores complementares: São cores diametralmente opostas no círculo cromático.
Cores frias: como o próprio nome indica, estão associadas à sensação de frio, e são essencialmente todas as cores que derivam do Violeta, Azul e Verde. São consideradas cores calmantes. Aquelas em que predominam o azul e o verde.
Associam-se à água, ao frio, ao gelo, ao mar, ao céu, às árvores, entre outras.
Cores quentes: As cores quentes, estão pois associadas a sensações completamente opostas àquelas que as cores frias transmitem.
Assim, as cores quentes associam-se às sensações de calor, adrenalina. São consideradas cores excitantes. As cores quentes são todas aquelas que, no circulo das cores primárias derivam das seguintes cores: Amarelo, Laranja e Vermelho.
Estas cores associam-se ao sol, ao fogo, a vulcões em erupção, entre outras.
Cores neutras: Caracteriza-se pela não-predominância de tonalidades quentes e ou frias. São consideradas neutras: cinzas, cinzas com ligeira coloração quente ou fria, bege, marrons e ainda o preto e o branco.
Preto e branco: As outras cores permitem uma diluição no sentido do claro ou do escuro, e aproxima-se das cores vizinhas no espectro. Só o preto e o branco insistem em sua pureza; ao se acrescentar a mínima quantidade de outra cor a uma delas, esta perde imediatamente a sua identidade. O branco transforma-se em rosa, cinzento, amarelo, etc., o preto torna-se azul, violetas, castanho ou verde. Não existe branco escuro ou preto claro.
O branco e preto são dois extremos tonais. Nada pode ser mais claro do que o branco, ou mais escuro do que o preto.

Referências:
BRUNA, r. Cantele. Arte, etc e tal... Vol. 3. IBEP. São Paulo.
APOSTILA DE ARTES VISUAIS – Prof. Garcia Junior – www.imagetica.net/blog