"A arte é a contemplação: é o prazer do espírito que penetra a natureza e descobre que ela também tem uma alma. É a missão mais sublime do homem, pois é o exercício do pensamento que busca compreender o universo, e fazer com que os outros o compreendam." (Auguste Rodin)

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Olá pessoal: nada melhor do que pensar em ARTE para sentirmos um pequeno consolo para os nossos problemas da escola pública: sérios e tão crônicos! 
Notícia boa: consegui ingressos para uma média de 100 alunos do MATUTINO, para a peça NARCISSUS, que está em cartaz no Teatro ICBA (corredor da Vitória). Como não temos transporte para a ida ao teatro, dependemos do desejo de vocês de verem uma peça muito bacana que está acontecendo na cidade nesse momento e que certamente trará muita reflexão sobre si mesmos além de múltiplos aprendizados. 
Estamos agendados para o dia 16/09, sexta feira, 16hs. Logo após o espetáculo, acontecerá um bate papo entre os alunos / professores e artistas do projeto.
Durante as próximas semanas organizaremos isso direitinho junto aos professores que se interessaram e líderes de classe. Por enquanto, segue o banner e release, para vcs se animarem. Os interessados, fiquem atentos às listas que faremos assim que retornarmos às aulas.
NARCISSUS é o novo espetáculo teatro – dança da parceria do grupo Toca de Teatro e Intercena Bahia.
Essa obra traz como tema o excessivo amor por si e suas trágicas consequências. Através de uma imersão nesse universo estético – incluindo diversas referências artísticas sobre a lenda do Narciso – o projeto propõe conexões com elementos da música, dança e vídeos, em diálogo com o trabalho em cena.
Algumas perguntas são abordadas no espetáculo de forma clara ou subjetiva:
Qual a nossa relação com a vaidade?
Qual a nossa relação com o outro na busca de uma companhia ideal?
Solidão?
Ausência?
O que tanto nos inquieta na busca do outro?

terça-feira, 23 de agosto de 2016

2ª Série - Exposição de Mosaicos - 3ª Unidade - 2016

Realizaremos uma Exposição de Mosaicos, com trabalhos dos alunos do 2º ano, como finalização das atividades de Arte da 3ª unidade.  (Valor: 3,0 pontos)

Tema da Exposição:

Objetivo: Proporcionar aos alunos um contato com a arte do mosaico visando o desenvolvimento da concentração, da criatividade e do lúdico integrando ao tema estudado.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
·         Se apropriar da técnica do mosaico e buscar a produção de trabalhos de qualidade;
·         Desenvolver a concentração, o autoconhecimento e a convivência pacifica em grupo, através da técnica do mosaico.

Roteiro do trabalho

Etapa 1 -

  • Fazer um desenho de uma mandala com o tema: FLORES
  • Observar as medidas para desenhar a circunferência:   
     

Etapa 2
Trazer para a próxima aula de Arte:
·         O desenho escolhido pela dupla e com as cores definidas para a criação da mandala;
·         Os seguintes materiais: uma folha de papel duplex branco, lápis e borracha, E.V.A nas cores do desenho, tesoura sem ponta, cola líquida e o desenho escolhido.

Etapa 3 – Em dupla

  • Recortar quadradinhos em E.V.A proporcionais e colar cobrindo todo o desenho observando as cores para criar uma composição harmoniosa.
  • Recortar a etiqueta abaixo e colar atrás da mandala depois de pronta.



Turma: _________________________      Professora: ___________________________________
Aluno 1:___________________________________________________________________________
Aluno 2:___________________________________________________________________________



1ª Série - Roteiro do trabalho de ARTE : CONHECENDO AS DANÇAS POPULARES NORDESTINAS - 3ª Unidade 2016




§  O Trabalho será feito por toda a turma, mediante roteiro abaixo.

§  Apresentações: ___-/09/2016, no dia e horário de aula, NA SALA.

§  O trabalho terá valor 3,0, sendo a avaliação feita pelo professor (de acordo com os critérios abaixo).

§ DANÇAS SORTEADAS PELO LÍDER: __________________ & ____________________

§  Tempo TOTAL de apresentação de cada turma: Máximo de 30 minutos incluindo organização, retirada de materiais e limpeza e arrumação TOTAL DO ESPAÇO.

Formação das equipes:
Grupos / Responsabilidades
Critérios de Avaliação 

Pontuação
Total
G1: AMBIENTAÇÃO VISUAL
Total sugerido: 13 PESSOAS
1)   Decoração do palco como se fosse um grande cenário;
2)   Organização e limpeza do palco  após a apresentação.
Ø  Criatividade na Ambientação do espaço;
Ø  Materiais utilizados (dar preferência a materiais relacionado às danças populares brasileiras(fitas coloridas, objetos de palha, tecido de chita, objetos de couro, etc);
Ø  Coerência com o tema;
Ø  Pontualidade na colocação e retirada dos materiais (criar propostas práticas).
Ø  Limpeza da sala


0,8
G2: DANÇA E MÚSICA
Total sugerido: 12 PESSOAS
Coreografia, figurino, adereços e maquiagem.
Pesquisa das músicas / Sonoplastia / Gravação do CD / Acompanhamento dos ensaios
Ø  Adaptação das coreografias;
Ø  Fidelidade ao tema/pesquisa de movimentos;
Ø  Desempenho dos dançarinos;
Ø  Sincronismo (bem ensaiado);
Ø  Figurino e maquiagem de acordo com a dança;
Ø  Qualidade das músicas e da gravação do CD;
Ø  Qualidade do som e organização dos alunos-músicos, se for música ao vivo;
Ø  Pontualidade na colocação das músicas;
Ø  Coerência das músicas com as danças;
Ø  Criatividade e pesquisa na escolha das músicas.






       0,8
G3: Pesquisa e Documentação
TOTAL: 10 PESSOAS (depende do total de alunos da turma)
Ø  Texto digitalizado sobre a dança pesquisada: história, contexto, se ainda é dançada, onde, por quem, se passa por dificuldades, quais, se recebe incentivo do governo, etc)
Ø  O texto deverá ser recriado e apresentado por atores (mínimo 02), em forma de pequena cena, como introdução à dança.

0,7


PONTO DO LÍDER (equipe de liderança – 5 pessoas responsáveis e comprometidas com o trabalho)
Ø  Organização das equipes e reuniões
Ø  Cumprimento dos prazos e acompanhamento das tarefas;
Ø  Organização dos participantes na apresentação (postura, tempo, disciplina e arrumação);
Ø  Supervisão do trabalho de todos os grupos articulando-os para que se sintam em um trabalho ÚNICO. Preencher a Ficha Geral de Avaliação da turma como suporte à avaliação do Professor (baseada nas fichas dos líderes de cada grupo).

PONTO DOS LÍDERES: 0,7
TOTAL PONTUAÇÃO
       3,0
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:
1)   Detalhes sobre a atuação do Grupo de Ambientação visual
·         Montagem e desmontagem do cenário antes do início da apresentação e no final, dentro do tempo estabelecido. Pensar em todos os materiais necessários para a montagem (tesoura, fita adesiva  etc)
·         Garantir que os demais espaços da escola utilizados para maquiagem, vestuário e confecção de adereços, fiquem arrumados e limpos após o encerramento das apresentações (Este item será parte importante da avaliação e de responsabilidade total dos integrantes deste grupo).

2) Detalhes sobre a atuação do grupo de Pesquisa e documentação:
·         Todos os alunos DA SALA deverão participar da apresentação de alguma forma: seja dançando, cantando as músicas junto com o CD; COMO SE FOSSEM AS PESSOAS QUE ASSISTEM AS DANÇAS NUM ESPAÇO DE APRESENTAÇÃO: PRAÇAS, FEIRAS, etc.
·         Pesquisar sobre a dança sorteada (texto e fotos para painel e material para dar suporte à coreografia);
·         Painel em 03 folhas de papel duplex ( formando um painel único, na horizontal )colar na parede folha por folha, juntando todas em painel único;
·         No painel deverá constar nome das danças, texto sobre a história dessa dança em uma folha A-4, fonte Verdana, corpo 16); em outra folha A-4 deverá constar número da turma, nome do professor, ficha técnica (quem fez o que). Deverá ter uma frase que resuma o aprendizado da turma com todo o trabalho apresentado e algumas fotos.
·         Fazer registro fotográfico dos encontros, ensaios e reuniões da turma para elaboração do painel que deverá ser criativo e bonito (nada de brilhos, flores de crepon ou babados!).
·         O painel deverá ser colocado na parede externa da sala (corredor), no dia da apresentação para que seja avaliado.

OBS: 1) A turma deverá iniciar a apresentação com uma pequena cena onde os atores, caracterizados, dialoguem de forma criativa sobre as danças e a importância dentro da cultura brasileira, a partir da pesquisa. Os diálogos deverão estar integrados à dança, como se fosse um teatro/dança.

2)    CADA LÍDER DE GRUPO (G1, G2 e G3) terá que preencher uma Ficha (valor 0,7) para entregar para o professor com a pontuação dos participantes do seu grupo.

3)    Levando em conta que as danças populares, em geral, acontecem com som ao vivo, fica a critério da turma decidir se farão (vocês mesmos) o som ao vivo ou se gravarão o CD.

4)    O materiais como aparelho de som, microfone e caixa de som deverão ser providenciados com antecedência pelo grupo responsável pela música.


Este trabalho tem como objetivo propiciar uma vivência agradável de integração dos alunos através da DANÇA, além de um aprofundamento sobre as Danças Populares Brasileiras, tão importantes para a formação cultural de nosso povo. Portanto, dediquem-se a ele com sensibilidade e empenho, como uma oportunidade de, além da avaliação, mostrar o lado criativo e artístico que nós, professores de Arte, tanto queremos ver em vocês! 

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

3ª Série - A Arte no Renascimento - Slides - 2016


















3ª Série - A Arte no Renascimento - 3ª Unidade - 2016

No fim da Idade Média, o comércio desenvolveu-se na Itália, beneficiado por sua situação geográfica, às margens do Mediterrâneo. Surge a burguesia, nova classe média que, com dinheiro, para patrocinar as artes. O interesse é pela produção da antiguidade clássica, pelas tradições grega e romana. É esse o contexto do período conhecido como Renascimento: Renovação cultural que teve início na península Itálica no decorrer do século XIV. Sob influência da cultura greco-romana, esse movimento influenciou as artes, a literatura, a ciência e a filosofia e difundiu-se por várias regiões da Europa. Tal nome sugere um súbito reviver dos ideais greco-romanos, o que não é de todo correto: mesmo no período medieval o interesse pela cultura clássica não desapareceu. Exemplo disso é Dante Alighieri (1265-1321), poeta italiano que manifestou entusiasmo pelos clássicos. Também nas escolas das catedrais e dos mosteiros, autores latinos e filósofos gregos eram muito estudados.


Podemos considerar como causas da Renascença:
- o renascimento comercial e urbano;
- o fortalecimento da burguesia;
- o passado clássico na península itálica;
- a vinda dos sábios bizantinos.

Características da Cultura Renascentista 
A cultura renascentista teve 4 características marcantes: racionalismo, experimentalismo, individualismo e antropocentrismo. Os renascentistas eram convictos que a razão era o único caminho para se chegar ao conhecimento, e que tudo podia ser explicado pela razão e ciência. Para eles tudo poderia ser provado através de experiências científicas, daí o nome de experimentalismo.          
O Individualismo nasceu da reflexão de alguns homens sobre os problemas humanos e da necessidade do homem conhecer a si próprio. Buscavam afirmar sua própria personalidade, mostrar seus talentos etc. Por fim, a cultura renascentista, com seu caráter humanista, colocava o homem com a suprema criação de Deus e como o centro do universo (antropocentrismo), numa clara atitude de valorização do ser humano. A cultura renascentista, contudo, não teve raízes populares, foi uma cultura de elite desfrutada principalmente pela burguesia mercantil. As camadas populares foram meras observadoras das realizações intelectuais e artísticas durante o momento. Mesmo entre os artista, poucos foram os que, como o holandês Pieter Bruegel o Velho e o espanhol Murillo, retrataram a vida camponesa e as condições de vida dos pobres.
Os participantes dessa renovação – os renascentistas rejeitaram a cultura medieval, presa aos padrões definidos pela Igreja Católica, e passaram a defender e explorar a diversidade de ideias e o espírito crítico.
Com a afirmação do individualismo e do racionalismo, valores supremos da modernidade, o Renascimento situa-se na transição da sociedade feudal para a sociedade burguesa, na passagem da Idade Média para a Idade Moderna.
No final da Idade Média (séculos XIV e XV), graças à ascensão de alguns centros comerciais italianos (Veneza, Nápoles, Florença, entre outros), houve um grande desenvolvimento nas navegações, pois os comerciantes precisavam de novos mercados para vender seus produtos. Em busca desses mercados, Cristóvão Colombo chega à América (1492) e Pedro Alvares Cabral ao Brasil (1500). Com o fortalecimento do comércio, o Feudalismo entrou em decadência e muitos comerciantes adquiriram verdadeiras fortunas, intervindo de forma direta na política. Eles encontraram verdadeiras fortunas, intervindo de forma direta na política. Eles encontraram nas letras e nas artes uma forma de prestígio, mas sempre com o intuito de ostentar o poder. Foi assim que os mecenas, nobres comerciantes que protegiam os artistas e empregavam suas riquezas nas artes e nos estudos, promoveram um grande desenvolvimento intelectual. O que importava era voltar às fontes da cultura clássica e fazer “renascer” (daí o nome Renascimento) o esplêndido legado deixado pelos gregos e romanos a humanidade.
Entre as redescobertas da cultura greco-romana o homem renascentista organiza o ideal do humanismo, movimento intelectual que colocava o homem como centro do Universo. O propósito do humanismo era desenvolver no homem o espírito crítico e a confiança em si mesmo.
Os intelectuais passaram a questionar a autoridade da Igreja e atribuíram maior importância ao ser humano e à razão. Nem por isso o Cristianismo deixou de ser a religião dominante na Europa desse período, mas o homem já não era o mesmo fez com que os tesouros artísticos e literários da Antiguidade greco-romana fossem valorizados, e os artistas renascentistas criaram obras de arte magníficas, enfatizando a beleza física do homem e da mulher.
A técnica da pintura desenvolveu-se rapidamente, pois os artistas precisavam retratar o burguês, sua família e os objetos de luxo de sua residência com minúcias de detalhes.
A escultura renascentista foi marcada pela expressividade e pelo naturalismo. A xilogravura passou a ser muito utilizada nesta época.
Características:
ü  Inspiração em modelos greco-latinos (pertencente ou relativo à Grécia e a Roma), de onde se extrai a unidade, o equilíbrio e a harmonia.
ü  Exaltação do homem, revelada na valorização da beleza física, na representação dos nus e na busca da perfeição anatômica, como se pode observar nas obras de Michelangelo.
ü  Gosto pela ostentação (luxo).
ü  Volta à natureza como fonte de inspiração.
ü  Expressão natural e dinamismo, com figuras plena de movimento.
ü  A escultura e a pintura adquiriram autonomia

A PINTURA RENASCENTISTA

De um modo geral, os pintores da renascença procuravam reproduzir a realidade, sob a influência do ideal de beleza grego. O espírito clássico, a ordem e as formas simétricas são traços marcantes dessa pintura.
Podemos distinguir três grandes escolas com características próprias: a florentina, de Florença, que se caracterizou pelo racionalismo demonstrado tanto pelo predomínio da linha sobre a cor, como pelo "sfumato"; a veneziana (de Veneza), caracterizada pelo sentimento, pela emoção, o predomínio da cor sobre o desenho ou a linha; e a romana, que tenta equilibrar linha e cor, razão e sentimento.
A pintura renascentista inovou com a descoberta da perspectiva, que permite abordar o espaço e a luz de maneira realista. Além disso, a nova técnica da pintura a óleo possibilitou novas associações e graduações da cor. Por fim, o surgimento de novos suportes, como a tela e o cavalete e a imprensa, permitiram uma circulação mais fácil das obras e do pensamento.
*         Perspectiva: arte de figura, no desenho ou pintura, as diversas distâncias e proporções que têm entre si os objetos vistos à distância, segundo os princípios da matemática e da geometria.
 * Uso do claro-escuro: pintar algumas áreas iluminadas e outras na sombra, esse jogo de contrastes reforça a sugestão de volume dos corpos.
 * Realismo: o artista do Renascimento não vê mais o homem como simples observador do mundo que expressa a grandeza de Deus, mas como a expressão mais grandiosa do próprio Deus. E o mundo é pensado como uma realidade a ser compreendida cientificamente, e não apenas admirada.
 * Inicia-se o uso da tela e da tinta à óleo.
 * Tanto a pintura como a escultura que antes apareciam quase que exclusivamente como detalhes de obras arquitetônicas, tornam-se manifestações independentes.
*  Surgimento de artistas com um estilo pessoal, diferente dos demais, já que o período é marcado pelo ideal de liberdade e, consequentemente, pelo individualismo.

O Renascimento na Itália
Berço da Renascença, a Itália tem em Florença a capital da arte renascentista.
O Renascimento italiano atravessa três períodos:
O Trecento, considerado por alguns estudiosos, como pré-renascentista, por ser o momento inicial desse movimento. As características desse momento foram a valorização do indivíduo e dos detalhes humanos e a ruptura com o imobilismo e a hierarquia da pintura medieval. Eram traços diretamente relacionados ao pensamento humanista. Anunciado nos fins do século XIII, com o escultor Nicolau de Pisa e acentuado no século XIV com Giotto que explorou a técnica do afresco. Ao invés dos personagens da arte medieval, Giotto esforçou-se para dar vida, movimento e expressão às figuras e às cenas que pintou.
Giotto di Bondone (1266 – 1337) e Simone Martini, duas personalidades diferentes a procura de novos caminhos.
Giotto procurou o real, o vivo, o dramático, retratou as figuras sagradas como se fossem pessoas comuns. Suas paisagens são desenhadas de forma natural e seus afrescos coloridos estimulam os sentidos, não a contemplação.
Simone Martini procurou a graça, a elegância e a suavidade.
Cita-se como tópicos dessas características os quadros “Lamentação sobre Cristo Morto” de Giotto e “Anunciação” de Simone Martini. No primeiro tudo nos fala de desespero e revolta, é um grito contra a morte inevitável. Há uma atmosfera de tensão e suspense, que nos chama à participação. Já na “Anunciação” a graciosidade dos movimentos, seja do aristocrático Anjo ou da afetada Virgem, a elegância linear e decorativa, que chega ao exagero do tratamento das asas e da auréola, são elementos que nos convida ao recolhimento espiritual
Outros artistas: Cimabue, Juctio, Cavalinni, Pisanello, Andrea de Firenze, os Lorenzetti.

O Quatrocento, idade de ouro do Renascimento, no século XV, quando as artes contam com a proteção dos mecenas, como Lourenço de Médicis, o Magnífico, Júlio II e Leão X, revelando-se, então, os maiores gênios artísticos.
No Quatrocento, os artistas procuraram aperfeiçoar suas técnicas aproximando-se da ciência. Os pintores passaram a fazer uso da geometria e criaram perspectiva, recurso que lhe permitia reproduzir na tela cenas tridimensionais. A pintura desabrocha num momento verdadeiramente revolucionário, rompendo os laços que a prendiam à tradição gótica. A arte de simbólica passa a ser representativa, já que a presença de Deus não é mais a única imagem digna de ser figurada.
No Renascimento, em imagens religiosas ou profanas, a beleza da mulher é outra vez enaltecida, os artistas retomam a lição dos Gregos. Desvinculando-se dos laços que a atavam com a religião, a arte respira um ar de liberdade e a natureza é o foco das atenções. Procura-se a harmonia, as proporções das formas. A pintura consegue, como nunca, dar às figuras uma ilusão de vida, de volume, e às paisagens um sentido de profundidade inteiramente novo. O artista modela os rostos e os corpos femininos buscando, outra vez, uma beleza ideal, a perfeição absoluta.
Artistas:
Fra Angelico (1400 – 1455) seguiu as tendências de Masaccio, mas por respeitar seriamente os seus votos, suas obras possuem como tema principal a religião. Uma das suas obras mais belas é Anunciação, que está no mosteiro de São Marcos, em Florença.

Masaccio (1401 – 1428). Foi o primeiro pintor do século XV a conceber a pintura como imitação fiel do real, como a reprodução das coisas tal como elas são.
O seu realismo é tão cuidadoso que ele parece ter a intenção de convencer o observador a respeito da realidade da cena retratada.
Morreu aos 27 anos e deixou obras que retratam as formas humanas com impressionante beleza. Uma das obras mais importantes é o afresco “A Santíssima Trindade” da igreja de Santa Maria Novella, em Florença.
Obras: Adão e Eva Expulsos do Paraíso, São Pedro Distribuí aos Pobres os Bens da Comunidade, São Pedro cura os Enfermos.

Piero della Francesca (1410 – 1492). Para ele a pintura resulta da combinação de figuras e do uso de áreas de luz e sombra. Seu universo é representado de uma forma geométrica e estática.  As cenas que suas obras mostram servem como suporte para a apresentação de uma composição geométrica.
Obras: Batismo de Jesus, Nossa Senhora com o Menino e Santos, Ressurreição de Jesus.

Sandro Filipe Botticelli (1444 – 1510) foi considerado o artista que melhor expressou, através do desenho, um ritmo suave a gracioso para as figuras pintadas. Os temas de seus quadros – quer tirado da Antiguidade grega, quer tirado da tradição cristã foram escolhidos segundo a possibilidade que lhe proporcionavam de expressar seu real de beleza. Para ele a beleza estava associada ao ideal cristão da graça divina. Por isso, as figuras humanas de seus quadros são belas porque manifestam a graça divina, e, ao mesmo tempo, melancólicas porque supõem que perderam o Dom de Deus.
Uma das características comuns em suas obras é a leveza dos corpos, esguios e desprovidos de força: eles parecem flutuar, expressando suavidade e graça.

Paollo Uccello ( 1393 – 1475) procura compreender o mundo segundo os conhecimentos científicos do seu tempo e, em suas obras, tenta recriar a realidade segundo princípios matemáticos. Por outro lado, sua imaginação corteja as fantasias medievais, o mundo lendário de um período que estava se constituindo num passado superado.
Outro aspecto importante de sua pintura é a representação do momento em que um movimento está sendo contido.
Obras: São Jorge e o Dragão, Batalha de São Romão.

O Cinquecento, século XVI, período da maturidade do Renascimento. O Renascimento torna-se um movimento universal europeu, porém inicia sua decadência.
Ocorrem então manifestações maneiristas, e a Contra reforma instaura o Barroco:
Artistas:
Leonardo da Vinci (1452 – 1519) foi o talento mais versátil do Renascimento. Desenhista, pintor, escultor, engenheiro e arquiteto, realizou vários trabalhos e pesquisas aprofundando-se nos mais diversos setores do conhecimento humano, entre eles anatomia, botânica, mecânica, hidráulica, óptica, arquitetura e astronomia. Nas artes, seus estudos de perspectiva são considerados insuperáveis. O sfumato, técnica de uso de tons claros e escuros, foi utilizado em suas obras de forma magistral.
Pouco tempo dedicou à pintura e poucas obras deixou, mas nessas poucas obras elevaram-se a uma criação de maneira extraordinária, que por se bastariam para justificar todo o período histórico em que se produziram. Entre seus quadros estão o mais famoso do mundo “A Gioconda” (Mona Lisa) e o mais reproduzido: “A Santa Ceia”. Pintou também: ”A Virgem dos Rochedos”, “A Adoração dos Magos” (inacabado), “São Jerônimo”, “Santana, a Virgem e o Menino”, “São João Batista”, “A Anunciação”, etc.

Michelangelo Buonarroti ( 1475 – 1564)  Arquiteto, pintor, poeta e escultor, um dos maiores representantes do Renascimento. Suas pinturas possuem caráter escultórico. Sua carreira, aliás, começou como escultor.
Como arquiteto, trabalhou na cúpula da igreja de São Pedro, em Roma e mais tarde em 1542 realizou o “Juízo Final”, na mesma capela.  Como pintor sua maior obra é a pintura do teto da capela Sistina. Embora tenha concordado em realizar esta obra não se considerava em primeiro lugar escultor. As poses das figuras na capela Sistina baseiam-se em famosas esculturas gregas e romanas, que Michelangelo estudava minuciosamente.

Rafael Sanzio (1483 – 1520) foi considerado o pintor que melhor desenvolveu na Renascença, os ideais clássicos de beleza: harmonia e regularidade de formas e de cores. Para elaborar poses e expressões, Rafael planejava detalhadamente suas obras e fazia centenas de desenhos preliminares a partir de modelos vivos. Depois, transferi-os para os afrescos, conseguindo, assim formas equilibradas numa única obra. Tornou-se muito conhecido como pintor das figuras de Maria e Jesus e seu trabalho realizou-se de modo tão precisamente  elaborado que se transformou em modelo para o ensino acadêmico de pintura.
Suas obras comunicam ao observador um sentimento de ordem e segurança, pois os elementos que compõem seus quadros são dispostos em espaço amplos, claros e de acordo com uma simetria equilibrada. Expressou sempre de forma clara e simples os temas pelos quais se interessou.
Obras: “A Libertação de São Pedro”, “A Transfiguração e a Escola de Atenas” (afresco pintado no Palácio do Vaticano).

Ticiano (1490 – 1576). Foi o maior pintor da escola veneziana. Produziu obras religiosas, mitológicas e retratos utilizando cores vivas e movimentos que mais tarde serviram de base para outros artistas. Suas obras têm um grande apego à vida e à beleza feminina. A paisagem, com frequência, é mais importante que as figuras.
De início, ele escandaliza por sua predileção em pintar cenas bíblicas com nus ou em paisagens reconhecidamente venezianas. Passa então a fixar cenas da mitologia grega, livrando-se, assim, dos críticos puristas.


A ESCULTURA RENASCENTISTA


Seguindo as linhas do pensamento humanista e o resgate dos valores greco-romanos, a escultura renascentista deu ênfase à importância do homem e suas atividades. Os escultores ficaram conhecidos por seus relevos e pelas ornamentações de púlpitos (a parte elevada da igreja em que o padre prega aos fiéis). 
A escultura renascentista desempenha um papel decisivo no estudo das proporções antigas e a inclusão da perspectiva geométrica. As figuras, até então relegadas ao plano de meros elementos decorativos da arquitetura, vão adquirindo pouco a pouco total independência. Já desvinculadas da parede, são colocadas em um nicho, para finalmente mostrarem-se livres, apoiadas numa base que permite sua observação de todos os ângulos possíveis.
O estudo das posturas corporais traz como resultado esculturas que se sustentam sobre as próprias pernas, num equilíbrio perfeito, graças à posição do compasso (ambas abertas) ou do contraposto (uma perna na frente e a outra, ligeiramente para trás). As vestes reduzem-se à expressão mínima, e suas pregas são utilizadas apenas para acentuar o dinamismo, revelando uma figura humana de músculos levemente torneados e de proporções perfeitas.
Outro gênero dentro da escultura que também acaba sendo beneficiado pela aplicação dos conhecimentos da perspectiva é o baixo-relevo (escultura sobre o plano). Desse modo, ao mesmo tempo em que se torna totalmente independente da arquitetura, a escultura adquire importância e tamanho. Reflexo disso são as primeiras estátuas equestres que dominam as praças italianas e os grandiosos monumentos funerários que coroam as igrejas. Pela primeira vez na história, sem necessidade de recorrer a desculpas que justificassem sua encomenda e execução, a arte adquire proporções sagradas.
Na escultura italiana do Renascimento, dois artistas se destacaram por terem produzido obras que testemunham a crença na dignidade do homem.

Escultores:
Michelangelo – Foi o maior escultor do renascimento. A escultura "Davi" foi feita por encomenda. Começou a executá-la num bloco de mármore abandonado junto à catedral. Esculpida com grande técnica, destaca qualidades "superiores" do homem, como o heroísmo, força, visão dramática e grandiosa do mundo. Se comparada ao Dorífilo e Policleto, feito no século 5 a.C., fica evidente a influência estética clássica.
Outras obras: Pietà, Davi, O Crepúsculo e a Aurora, A Noite e o Dia.
Andrea del Verrocchio (1435 – 1488) trabalhou em ourivesaria. Esse fato acabou influenciando a sua escultura. Observando algumas de suas obras, encontramos detalhes decorados que lembram as minúcias do trabalho de um ourives. É assim com os arreios do cavalo do Monumento Equestre a Colleoni, em Veneza, ou nos detalhes da túnica de seu Davi, em Florença. Mas, Verrocchio foi escultor seguro na criação de volumes e considerado, na escultura, um precursor do jogo de luz e sombra, tão próprio da pintura de seu discípulo Leonardo da Vinci.
Outra figura importante da escultura italiana foi Donatello. Realista, suas figuras são carregadas de verdade humana, com fortes influências da escultura romana.


ARQUITETURA RENASCENTISTA


No período românico construíam-se templos fechados. A arquitetura gótica buscou a verticalidade. Já o arquiteto do Renascimento buscou espaços em que as partes do edifício parecessem proporcionais entre si. Procurou, ainda, uma ordem que superasse a busca do infinito das catedrais góticas.
A arquitetura renascentista também sofreu grandes transformações. A forma típica provém de duas fontes principais: A reutilização após um intervalo de quase um milênio, das formas características da arte clássica, ou seja, a arte grega e a arte romana; e ao mesmo tempo, a aplicação da perspectiva, aquele conjunto de regras de desenho e matemáticas que permitem reproduzir sobre uma folha de papel, com exatidão, o aspecto real dos objetos.
O primeiro elemento respeitava a arquitetura, onde ele construiu segundo as ordens gregas e romanas (principalmente a Coríntia e a Compósita) palácios, igrejas, vilas, fortalezas e praças.
 Os arquitetos do Renascimento preocupavam-se em criar ambientes que mostrassem o equilíbrio das linhas. A principal característica foi a busca de uma ordem e de uma disciplina que superasse o ideal de infinitude do espaço das catedrais góticas. Na arquitetura a ocupação do edifício baseia-se em relações matemáticas estabelecidas de tal forma que o observador possa compreender a lei que organiza, de qualquer ponto em que se coloque.
Na arquitetura italiana do Renascimento destacam-se Michelangelo e Andréa Del Verrocchio (1435-1488) trabalhou em ourivesaria, o que influenciou sua escultura: algumas de suas obras possuem detalhes que lembram o trabalho de um ourives – artesão que trabalha com peças de ouro. Entre elas destacam-se Davi, escultura do personagem bíblica que venceu o gigante Golias, poderoso soldado de um exercito inimigo do povo de Israel e Davi de Michelangelo, escultura que é o símbolo da arte do Renascimento.
As duas formas arquitetônicas - gótica e renascentista - conviveram durante mais de duzentos anos, após o que seriam de certa eclipsadas pelo barroco. Se no princípio rivalizavam entre si, logo mais passaram a completar-se. Os adornos, os elementos decorativos, a forma das colunas góticas desapareceram, em favor da decoração renascentista. contudo, muitas das grandes obras renascentistas não poderiam ter surgido sem o conhecimento da técnica do gótico.
O arco ogival ou em ponta é típico do estilo gótico e permitia sustentar abóbadas elevadas. O arco renascentista, ao contrário do arco gótico, tinha a forma curvilínea, de pura inspiração romana clássica.

A coluna gótica, constituída de feixes de pilares, devia servir de sustentáculo à estrutura da abóbada. A coluna renascentista, simples, com capitéis coríntios, foi empregada na construção de pórticos e arcadas.
Nas abóbadas góticas, arcos ogivais encontram-se no alto e se apoiam em colunas: é a abóbada de nervuras. A abóbada renascentista tem a forma de um semicírculo formando um teto liso ou ainda em quadros.
A janela gótica, alta e estreita, tem vitrais coloridos e frontões bastante pontiagudos. A janela renascentista, quadrada e mais ampla que a gótica, tem o vidro transparente e incolor, dando maior claridade.
No Renascimento, o que preponderou nas construções religiosas e leigas da Itália foi o estilo renascentista, mas a técnica da construção gótica foi de grande valia para os feitos dos grandes arquitetos italianos.

Arquitetos mais importantes:
>         Donato Bramante
>         Michelangelo Buoarroti
>         Filippo Brunelleschi autor da cúpula da catedral de Santa Maria del Fiore

Bibliografia: PROENÇA, Graça. História da Arte. Ática. São Paulo.2000.
PROENÇA, Graça. Descobrindo a História da Arte. Ática. São Paulo.2005.
Revista: História Viva. Edição Temática Nº 5