Culminância do Projeto: 26/08/2017
"A arte é a contemplação: é o prazer do espírito que penetra a natureza e descobre que ela também tem uma alma. É a missão mais sublime do homem, pois é o exercício do pensamento que busca compreender o universo, e fazer com que os outros o compreendam." (Auguste Rodin)
Páginas
domingo, 13 de agosto de 2017
3ª Série - AVISO sobre Projeto Um Novo Olhar sobre Salvador
Último dia para entrega da revista: 21/08/2017
2ª Série - Arte Gótica - 2ª Unidade - 2017
A Idade Média foi um dos períodos mais
longos da História: durou cerca de dez séculos. Iniciou-se no ano de 476, com a
ocupação de Roma pelos bárbaros, e teve fim em 1453, quando ocorreram dois
fatos importantes; a tomada de Constantinopla pelos mulçumanos e o fim da
Guerra dos Cem Anos, entre a França e Inglaterra.
A partir do século XII o centro irradiador
de cultura deixa de ser os mosteiros e se expande para as igrejas das grandes
cidades da Europa. Tem início uma economia fundamentada no comércio. A catedral
da cidade torna-se o edifício mais importante e é nela que vamos encontrar toda
a característica do estilo gótico.
O estilo gótico nasceu no século XIII, na
França; em seguida, foi aceito pela Espanha, pela Inglaterra e mais tarde pela
Alemanha e pela Itália.
A arte na Idade Média tem a função de
estimular a devoção e o trabalho. O artista é considerado um trabalhador
manual, um artesão habilidoso, capaz de trabalhar matais, entalhar madeira,
esculpir pedras e assim obter imagens.
Os trabalhos artísticos são feitos sempre
em equipe, com mestres. Não há espaços para criações individuais. Foi a partir
do século XV que a arte tornou-se mais criativa e cada artista pôde projetar-se
individualmente. Portanto, as obras deixam de fazer parte de uma produção
anônima, feita com a colaboração de vários autores, e passam a ser assinadas
pelos artistas.
Arquitetura
A arquitetura foi fruto de uma nova
sensibilidade que encontrou linguagem expressiva na verticalidade e no
naturalismo em elementos construtivos, em sua grande originalidade, voltados
sempre para o simbolismo teológico.
A forte verticalidade dos edifícios góticos
favoreceram a evolução de técnicas construtivas e o uso de novos materiais.
No início do século XII ainda predomina a
arquitetura românica, mas já surgem mudanças que conduzirão a uma profunda
revolução arquitetônica.
O clima religioso daquela época favoreceu a
construção de edifícios bem mais altos, que refletiam o desejo de uma ascensão
espiritual.
A arquitetura expressa a grandiosidade, a
crença na existência de um Deus que vive num plano superior; tudo se volta para
o alto, projetando-se na direção do céu, como se vê nas pontas agulhadas das
torres de algumas igrejas góticas.
O verticalismo e as amplas janelas querem
simbolizar a vontade de aproximar-se de Deus, e a luz que entra pelas janelas
traz a ideia do “paraíso” e acentua a fé popular.
As paredes ficam menos espessas e dão
lugares às amplas janelas; as estruturas multiplicam-se, tanto no interior,
como no exterior.
As igrejas tinham amplos vitrais,
recobertos por cenas pictóricas, e, na fachada, a ampla rosácea ou elemento em
forma de rosa. Os portais possuíam uma
especial função na arquitetura, pois eram recobertos por esculturas em seus
nichos.
A característica mais importante da
arquitetura gótica é a abóbada de nervuras, muito diferente da abóbada de
arestas românica, porque deixa visíveis os arcos que formam sua estrutura.
Esse novo tipo de abóbada foi possível
graças ao arco ogival, diferente do arco pleno do estilo românico. Com ele as
igrejas góticas podiam ser muito mais altas que as românicas. Além disso, as
ogivas, que se alongam e apontam para o alto, acentuam a impressão de
verticalidade da construção.
Outro elemento muito usado nas catedrais
góticas são os pilares. Dispostos em espaços bem regulares, eles dão suporte ao
teto de pedra. Graças a eles as paredes não precisam ser muito grossas para
sustentar o teto. As largas paredes com janelas estreitas das igrejas românicas
dão lugar a paredes muito mais altas e com grandes janelas, preenchidas com
belos vitrais. Esses conjuntos de arcos ogivais, pilares, paredes altas e
cheias de vitrais transmite uma forte impressão de amplitude e leveza.
A
rosácea
é um elemento arquitetônico muito característico do estilo gótico e está
presente em quase todas as igrejas construídas entre os séculos XII e XIV.
Outros elementos característicos da
arquitetura gótica são os arcos góticos ou ogivais e os vitrais coloridíssimos
que filtram a luminosidade para o interior da igreja.
Características
das construções góticas:
A
fachada:
A igreja gótica apresenta três portais. No portal central há uma rosácea
(vitral circular), presente em quase todas as igrejas construídas no século XII
e XIV.
Os
arcos:
O arco ogival, que apresenta uma quebra em sua parte superior, possibilitou a
construção de igrejas mais altas, acentuando a impressão de verticalidade.
As
abóbadas:
A utilização de arcos ogivais permitiu a construção de abóbadas de nervura nas
igrejas góticas, substituindo, assim, as abóbadas de berço e de arestas usadas
na arquitetura românica.
A abóbada de nervuras que deixa visíveis os
arcos que formam sua estrutura.
Os
pilares:
Nas igrejas góticas, as abóbadas eram apoiadas nos pilares ou colunas de
sustentação. Com a utilização desse novo tipo de apoio, as grossas paredes e
pequenas janelas da arquitetura românica desapareceram e deram lugar a paredes
mais leves e grandes vitrais, que proporcionaram uma iluminação peculiar à
igreja gótica.
A consequência estética mais importante da
introdução dos pilares foi a substituição das sólidas paredes com janelas
estreitas, do estilo românico pela combinação de pequenas áreas de parede com
grandes preenchidas por vidros coloridos e trabalhados chamados vitrais.
A arquitetura
Gótica e os vitrais
O interior das catedrais góticas é bastante
iluminado. A claridade entra pelas janelas do andar mais alto, pelas janelas
das paredes das naves laterais e pelos grandes vitrais que ficam atrás do altar
principal.
Combinados a colunas delicadas, os vitrais
também dão ao ambiente uma aparência de leveza.
Os vitrais são elementos importantes na
arquitetura gótica: ao deixarem passar a luz do Sol, criam um ambiente sereno e
multicolorido.
Entre os séculos XII e XVI, foi construída
a catedral de Notre-Dame de Chartres. Entre os aspectos mais importantes da sua
arquitetura, destaca-se o portal principal, conhecido como Portal Régio e é
considerado pelos historiadores da arte como um dos mais belos conjuntos
escultóricos do mundo. O Portal Régio é formado por um portal central e dois
laterais. Cada um desses portais apresenta um tímpano inteiramente preenchido
por trabalhos de escultura.
O estilo gótico nas grandes catedrais
medievais teve grande influência sobre a arquitetura das igrejas católicas ao
longo dos séculos. Em São Paulo, por exemplo, a catedral mais importante da
cidade, construída em pleno século XX, apresenta importantes recursos da
arquitetura gótica: arcos ogivais, pilares com pequenas colunas ao redor,
decoração com esculturas representando elementos da natureza (plantas e
animais), vitrais e até arcobotantes no seu interior.
No século XV, o estilo gótico deixou de ser
exclusivo dos edifícios religiosos e chegou às residências particulares, como o
palácio conhecido como Ca’d’Oro, construído por Matteo Reverti, entre 1422 e
1440, em Veneza.
O nome Ca’d’Oro
significa “Casa de Ouro”. É uma referência ao rico revestimento dourado que
ornamentava a fachada de pedra branca no tempo da construção. Erguida sobre o
Grande Canal, cujas águas refletem as linhas da fachada, essa residência é
considerada o mais belo edifício gótico de Veneza.
Escultura
Com a redescoberta do classicismo e
naturalismo nasce uma arte subordinada à arquitetura. No período gótico, na
qual as figuras humanas foram esculpidas de modo mais próximo ao real, ganham
mais proporcionalidade, expressividade e escolha de movimentos nas fachadas e
nos portais, principalmente das catedrais. Era executada para ocupar espaços,
seja na parte superior das portas, chamadas de tímpanos, ou seja, ao longo das
paredes. As figuras humanas são alongadas, para caber nas estreitas colunas que
as abrigam, e perdem a rigidez do período românico para ganhar espontaneidade.
As representações mais comuns são as de reis, rainhas, nobres de alta linhagem
e santos.
Os materiais preferidos para esculpir foram
o mármore branco, o bronze, a madeira e o marfim.
O escultor gótico de destaque foi Giovanni
Pisano que esculpiu monumentos fúnebres, fontes, púlpitos e pias batismais.
Pintura
A
pintura gótica tinha como função deixar clara as imagens e as ideias expressas
pelos frades e pelos governantes das comunidades, portanto, os temas religiosos
eram bem explorados. Era importante exprimir o real sentimento, daí o
naturalismo que animava as figuras, mesmo porque estas deviam reproduzir as
personagens em vida. Como exemplo: temos
a vida e os principais momentos de São Francisco.
Em relação à arquitetura e à escultura, a
pintura gótica teve seu nascimento tardio. As primeiras configurações góticas
se deram no século XIII e predominaram até o século XV. As principais
características da pintura gótica foram:
*
Profundidade: Diferentemente da
pintura românica onde as cenas aconteciam num único plano, à pintura gótica
procura dar algum movimento às figuras através da postura dos corpos e das
paisagens de fundo. Porém, a ilusão de profundidade só se realizou plenamente
no movimento que procedeu o gótico: o Renascimento.
*
Realismo: As figuras são
representadas de forma mais detalhada e realista. O artista tenta reproduzir os
seres exatamente como eles são. Contudo, isso só foi possível no Renascimento
através dos estudos de anatomia, quando a dissecação de cadáveres foi
permitida, antes proibida pela igreja.
Dentre os principais pintores desse momento
artístico temos: Cenni di Petro (Giovanni) nascido em Florença e conhecido como
Cimabue (c.1240 – 1302) foi um pintor e
criador de mosaicos.
Foi professor de Giotto di Bondone. Seu
trabalho ainda foi influenciado pelos ícones bizantinos, mas já apresentava uma
nítida preocupação com o realismo ao representar a figura humana. Suas obras
mais importantes foram feitas para a igreja de São Francisco, em Assis, mas
outros museus e igrejas da Itália também existem pinturas de sua autoria. Um
belo exemplo da pintura desse artista é a obra conhecida como A
virgem e o menino rodeados de anjos. Encomendado para a igreja de São
Francisco, em Pisa, esse trabalho foi feito em têmpera sobre madeira.
Ele também é popular por ter descoberto Giotto e ser
considerado o último grande pintor italiano a seguir a tradição bizantina.
O
rotorno da representação da realidade se encontra principalmente nas obras do pintor
Giotto (1266 -1337). A maior parte de suas obras é formada por afrescos que
decoravam igrejas.
Giotto
usou na pintura tonalidades de cores que dão solidez e profundidade à figura
humana. Usou o naturalismo e a análise espacial que se concretizou na descrição
minuciosa de alguns ambientes por ele decorados.
A
principal característica de sua pintura é a representação dos santos como
pessoas de aparência comum, mas sempre em posição de destaque. Esses santos com ar humanizado eram os mais
importantes das cenas que pintava, ocupando sempre posição de destaque na
pintura.
Além
dos grandes murais de Giotto, que cobriam as paredes das igrejas, a pintura
gótica expressou-se nos quadros de menores proporções e nos retábulos.
Um
retábulo consiste em dois, três ou mais painéis que podem ser fechados uns sobre
os outros e abertos durante as celebrações religiosas. Conforme o número de
painéis, ele recebe o nome especial: se possui dois painéis díptico, três
tríptico, quatro ou mais, políptico.
Manuscritos
ilustrados
Durante o século XII até o século XV,
quando Gutemberg inventou a impressão com tipos móveis, qualquer publicação era
manuscrita. Os textos da bíblia eram copiados sobre uma fina pele de cordeiro e
o copista deixava espaços pra que os artistas executassem ilustrações.
Neste período, os artistas buscavam
representar seres de maneira que se aproximassem do real. Contudo, não
conseguiam realizar a ilusão de profundidade do espaço. O afresco era muito
utilizado, principalmente nas paredes laterais das igrejas. Fora do ambiente
religioso os temas, mais comuns, eram cenas de caça, de reuniões musicais ou de
diversões em jardins.
Os principais pintores da época: Giotto,
Cimabue e Duccio.
Os manuscritos eram feitos em várias etapas
e dependiam do trabalho de várias pessoas. Primeiro, curtia-se de modo especial
a pele de cordeiro ou vitela, obtendo-se o velino. Nas oficinas dos mosteiros
ou nos ateliês de artistas, os trabalhadores cortavam as folhas de velino no
tamanho que teria o livro. A seguir, os copistas transcreviam os textos sobre
as páginas já cortadas. Ao fazê-lo, deixavam espaços para que os artistas
fizessem as ilustrações, os cabeçalhos, os títulos ou as letras capitulares.
Esse trabalho ficou conhecido como iluminuras.
Os
vitrais e as artes menores
Os vitrais eram construídos por artesãos
especializados que, seguindo um desenho preparatório, cortavam e coloriam como
se fosse um mosaico.
Assim, o interior das igrejas era
ornamentado com cores vivas nos vitrais que valorizam a estrutura
arquitetônica.
Os vitrais pintados e decorados eram também
uma forma de ensinar e evangelizar o povo por meio da mágica luminosidade das
cores e dos relatos bíblicos.
Glossário:
Arco
ogival:
tem forma de ogiva (figura formada pelo cruzamento de dois arcos iguais que se
cortam superiormente, formando um ângulo agudo).
Arcobotante: é uma peça em forma
de arco que transmite a pressão de uma abóbada da parte superior de uma parede para
os contrafortes externos. Isso possibilitou que as paredes laterais não
tivessem mais a função de sustentar as abóbadas.
Iluminura é um tipo de pintura decorativa aplicada
às letras capitulares dos códices de pergaminho medievais. O termo se aplica
igualmente ao conjunto de elementos decorativos e representações imagéticas
executadas nos manuscritos produzidos principalmente nos conventos e abadias da
Idade Média.
Bibliografia:
PROENÇA, Graça. Descobrindo a História da
Arte. 1ª edição. São Paulo. Ática. 2005.
______________. História da Arte.17ª ed.
São Paulo. Ática. 2009.
CALABRIA, Carla Paula Brondi. MARTINS,
Raquel Valle. Arte, História e Produção. Vol 2. São Paulo. FTD. 1997.
CANTELE, Angela Anita. CANTELE, Bruna
Renata. Arte e Habilidade. 7ºano. 2ªed. São Paulo. IBEP. 2012.
2ª Série - Arte Bizantina - 2ª Unidade 2017
Bizâncio era uma antiga colônia grega
localizada entre a Europa e a Ásia, no estreito de Bósforo. Nesse local, no ano
de 330, o imperador Constantino fundou a cidade de Constantinopla, que graças à
localização geográfica privilegiada, viria a ser palco de uma verdadeira
síntese das culturas Greco-romana e ocidental. O termo bizantino, portanto,
deriva de Bizâncio e designa a criação cultural não só de Constantinopla, mas
de todo o Império romano do Oriente.
O Império romano do Oriente, cuja capital
era Roma, sofreu sucessivas invasões até cair completamente em poder dos
bárbaros, no ano 476. Essa data marca o fim da Idade Antiga e o início da Idade
Média.
O Império Bizantino – como acabou sendo
denominado o Império Romano do Oriente – alcançou seu apogeu político e
cultural durante o governo do imperador Justiniano, que reinou de 527 a 565.
Apesar das contínuas crises políticas, manteve-se a unidade do Império até
1453, quando os turcos tomaram sua capital Constantinopla, dando início a um
novo período histórico a Idade Moderna.
Uma
arte que expressa riqueza e poder
O
momento de esplendor da capital do Império Bizantino coincidiu historicamente
com a oficialização do cristianismo. A partir daí, a arte cristã primitiva, que
era popular e simples, foi substituída por uma arte cristã de caráter
majestoso, que exprime poder e riqueza.
A arte
bizantina tinha como objetivo expressar a autoridade absoluta e sagrada do
imperador, considerado o representante de Deus, com poderes temporais e
espirituais. Para que a arte atingisse esse objetivo, uma série de convenções
foi estabelecida – tal como ocorrera na arte egípcia.
Uma
dessas convenções foi a lei da frontalidade, uma vez que a postura rígida da
personagem representada leva o observador a uma atitude de respeito e
veneração. Ao mesmo tempo, ao produzir frontalmente as figuras, o artista
mostra respeito pelo observador, que vê nos soberanos e nas figuras sagradas
seus senhores e protetores.
Além da
frontalidade, outras regras minuciosas foram impostas aos artistas pelos
sacerdotes, como a determinação do lugar de cada personagem sagrada na
composição e a indicação de como deveriam ser os gestos, as mãos, os pés, as
dobras das roupas e os símbolos. Enfim, tudo o que poderia ser representado era
rigorosa e previamente determinado.
Passou-se
também a retratar as personalidades oficiais e as personagens sagradas como se
compartilhassem as mesmas características assim, a representação de personagens
oficiais sugeria tratar-se de personagens sagradas.
As
personagens sagradas, por sua vez, eram representadas com características das
personalidades do Império. Jesus Cristo, por exemplo, aparecia como rei e Maria
como rainha. Da mesma forma, situações típicas da corte eram traspostas para as
representações dos santos.
Mosaico
O mosaico consiste na colocação, lado a
lado, de pequenos pedaços de pedras de cores diferentes sobre uma superfície de
gesso ou argamassa. Essas pedrinhas coloridas são dispostas de acordo com um
desenho previamente determinado. A seguir, a superfície recebe uma solução de
cal e areia e óleo que preenche os espaços vazios, aderindo melhor os
pedacinhos de pedra. Como resultado obtém-se uma obra semelhante a pintura.
O mosaico é a expressão máxima da arte
bizantina. As figuras rígidas e a pompa da arte de Bizâncio fizeram do mosaico
a forma de expressão artística preferida pelo Império Romano do Oriente.
As paredes e as abóbadas das igrejas, recobertas de mosaicos
de cores intensas e de materiais que refletem a luz em reflexos dourados,
conferem uma suntuosidade ao interior dos templos que nenhuma época conseguiu
reproduzir e serve também de fonte de
instrução e guia espiritual aos fiéis, mostrando-lhes cenas da vida de Cristo,
dos profetas, e dos vários imperadores. Plasticamente, o mosaico bizantino não
se assemelha aos mosaicos romanos; são confeccionados com técnicas diferentes e
seguem convenções que regem também os afrescos. Neles, por exemplo, as pessoas
são representadas de frente e verticalizadas para criar certa espiritualidade;
a perspectiva e o volume são ignorados e o dourado é utilizado em abundância,
pela sua associação a um dos maiores bens materiais: ouro.
Arquitetura
O grande destaque da arquitetura foi a construção de Igrejas, facilmente compreendido dado o caráter teocrático do Império Bizantino. A necessidade de construir Igrejas espaçosas e monumentais, determinou a utilização de cúpulas sustentadas por colunas, onde haviam os capitéis, trabalhados e decorados com revestimento de ouro, destacando-se a influência grega.
O grande destaque da arquitetura foi a construção de Igrejas, facilmente compreendido dado o caráter teocrático do Império Bizantino. A necessidade de construir Igrejas espaçosas e monumentais, determinou a utilização de cúpulas sustentadas por colunas, onde haviam os capitéis, trabalhados e decorados com revestimento de ouro, destacando-se a influência grega.
A Igreja
de Santa Sofia é o mais grandioso exemplo dessa arquitetura, onde trabalharam
mais de dez mil homens durante quase seis anos. Por fora o templo era muito
simples, porém internamente apresentava grande suntuosidade, utilizando-se de mosaicos
com formas geométricas, de cenas do Evangelho.
Na cidade italiana de Ravena, conquistada pelos bizantinos, desenvolveu-se um estilo sincrético, fundindo elementos latinos e orientais, onde se destacam as Igrejas de Santo Apolinário e São Vital, destacando-se nesta última onde existe uma cúpula central sustentadas por colunas, planta ortogonal, e os mosaicos como o do imperador Justiniano e o da imperatriz Teodora, com seus respectivos séquitos levando oferendas ao templo. São obras que expressam de modo significativo o compromisso da arte bizantina com o império e a religião.
Na cidade italiana de Ravena, conquistada pelos bizantinos, desenvolveu-se um estilo sincrético, fundindo elementos latinos e orientais, onde se destacam as Igrejas de Santo Apolinário e São Vital, destacando-se nesta última onde existe uma cúpula central sustentadas por colunas, planta ortogonal, e os mosaicos como o do imperador Justiniano e o da imperatriz Teodora, com seus respectivos séquitos levando oferendas ao templo. São obras que expressam de modo significativo o compromisso da arte bizantina com o império e a religião.
Os ícones bizantinos
Além de
trabalhar nos mosaicos, os artistas bizantinos criaram os ícones, uma nova
forma de expressão artística na pintura. A palavra ícone, de origem grega,
significa “imagem”. Como trabalho artístico, os ícones são quadros que
representam figuras sagradas, como Jesus Cristo, a Virgem, os apóstolos, santos
e mártires. Em geral, são bastante luxuosos.
Para
pintar os ícones, os artistas utilizavam a técnica da têmpera ou da encáustica,
lançando mão de recursos que realçavam os efeitos de luxo e riqueza. Em geral,
revestiam a superfície da madeira ou da placa de metal com uma camada dourada
sobre a qual pintavam a imagem. Para fazer as dobras das vestimentas, as rendas
e os bordados, retiravam com um estilete a película de tinta da pintura. Essas
áreas, assim, adquiriam a cor de ouro.
Às
vezes, os artistas colavam jóias e pedras preciosas na pintura, chegando até a
confeccionar coroas de ouro para as figuras de Jesus Cristo ou de Maria. Essas
jóias, aliadas ao dourado nos detalhes das roupas, davam aos ícones um aspecto
de grande suntuosidade.
Depois
da morte do imperador Justiniano, em 565, aumentaram as dificuldades políticas
para que o Oriente e o Ocidente se mantivessem unidos. O Império Bizantino
sofreu períodos de declínio cultural e político, mas conseguiu sobreviver até o
fim da Idade Média, quando, em 1453, Constantinopla foi invadida pelos turcos.
Têmpera é o nome dado a um dos modos como os
artistas bizantinos preparavam a tinta usada em seus ícones. Consiste em
misturar os pigmentos a uma goma orgânica – em geral gema de ovo – para
facilitar a fixação das cores à superfície do objeto pintado. O resultado é uma
superfície brilhante e luminosa.
Encáustica: esta técnica foi
usada na antiguidade. O processo consiste em diluir os pigmentos em cera
aquecida e derretida no momento da aplicação. Ao contrário da têmpera, cujo
efeito é brilhante, a pintura em encáustica é semifosca.
ESCULTURA: Este gosto pela decoração, aliado à aversão do
cristianismo pela representação escultórica de
imagens (por lembrar o paganismo romano), faz diminuir o gosto pela forma e
consequentemente o destaque da escultura durante este período. Os poucos
exemplos que se encontram são baixos-relevos inseridos na decoração dos monumentos.
A escultura bizantina não se separou do
modelo naturalista da Grécia, e ainda que a Igreja não estivesse muito de
acordo com a representação estatuária, não obstante, essa foi a disciplina
artística em que melhor se desenvolveu o culto à imagem do imperador. Também
tiveram grande importância os relevos, nos quais os soberanos imortalizaram a
história de suas vitórias. Das poucas peças conservadas se deduz que, apesar de
seu aspecto clássico, a representação ideal superou a real, dando-se
preferência à postura frontal, mais solene.
Não menos importante foi a escultura em marfim. Destaca-se na escultura o trabalho com o marfim, principalmente os dípticos, obra em baixo relevo, formada por dois pequenos painéis que se fecham, ou trípticos, obras semelhantes às anteriores, porém com uma parte central e duas partes laterais que se fecham.
Não menos importante foi a escultura em marfim. Destaca-se na escultura o trabalho com o marfim, principalmente os dípticos, obra em baixo relevo, formada por dois pequenos painéis que se fecham, ou trípticos, obras semelhantes às anteriores, porém com uma parte central e duas partes laterais que se fecham.
Esse modelo mais tarde se adaptou ao culto
religioso em forma de pequeno altar portátil. Quanto à ourivesaria,
proliferaram os trabalhos em ouro e prata, com incrustações de pedras
preciosas. Porém, poucos exemplares chegaram até nossos dias.
Referências
PROENÇA,
Graça. História da Arte.Ática. São Paulo 2009.
2ª Série - Arte Romana - 2ª Unidade - 2017
A cidade de Roma originou-se de uma pequena
aldeia de pastores e agricultores, situada às margens do Rio Tibre, numa região
que permitia a comunicação entre a Etrúria e a Grécia, as duas áreas mais
dinâmicas da Península Itálica entre os séculos XIII e VI a.C.
A arte romana desenvolveu-se durante os
quase seis séculos que vão da terceira Guerra Púnica (146 a.C) ao séc. IV d.C.
Esta sofreu fortes influências por parte da arte etrusca (na técnica), grega
(na decoração) e oriental (na monumentalidade). Contudo, os romanos souberam
adaptar tais influências ao seu gosto nacional, e criaram um estilo que, embora
derivado de outros, não deixa de ser inconfundivelmente romano.
Os romanos já conheciam os termos e métodos
de representação dos gregos muito antes de entrar em contato direto com o mundo
grego, e foi através da Etrúria que adquiriram este conhecimento e também,
também grande parte das características independentes da arte romana origina-se
da tradição ítalo-etrusca: o entusiasmo pelo retrato realista, especialmente o
busto – retrato, o fascínio pela decoração luxuosa, o prazer no mundo da
natureza.
ARQUITETURA
Herdeiros e continuadores da cultura grega,
os romanos praticamente nada inovaram em matéria de arte. Mas a sua
contribuição original dá-se, no campo da arquitetura, na valorização do espaço
interno e na compreensão da dupla importância, estética e estrutural, de
elementos como o arco e a abóbada que foram um dos legados culturais mais
importantes que os etruscos deixaram aos romanos. Esses dois elementos
arquitetônicos desconhecidos na Grécia permitiram aos romanos criar amplos
espaços internos, livres do excesso de colunas, próprios dos templos gregos.
O arco foi uma conquista que permitiu
ampliar o vão entre uma coluna e outra, pois nele o centro não se sobrecarrega
mais que as extremidades e, assim, as tensões são distribuídas de forma mais
homogênea. Além disso, como o arco é constituído com blocos de pedra, a tensão
comprime esses blocos, dando-lhe maior estabilidade.
A arquitetura se caracterizou pelo uso de
três elementos principais: o arco, a abóbada e a cúpula, que os romanos
receberam como herança do domínio etrusco, ampliando o seu uso a um grande
número de construções. Ao lado desses elementos, as colunas, principalmente o
estilo Jônico, foram também muito empregadas sobre tudo nos templos.
Exemplo: Aqueduto romano, arcada do templo
de Júpiter em Terracina século I a.C.
Arco do Triunfo do Imperador Tito, abóbada
do Panteon – Templo dedicado a todos os deuses, Coliseu – anfiteatro.
Os templos romanos assemelhavam-se aos
gregos, tanto na estrutura como na função. Não eram lugares de reunião dos
fiéis mas apenas a morada dos deuses.
Até mesmo o culto era celebrado num altar
que ficava fora dos templos. Os gregos também forneceram os modelos para os
teatros romanos que serviram ainda a construção dos circos e anfiteatros.
As
características gerais da arquitetura romana são:
• procura do útil imediato, senso de
realismo;
• grandeza material, realçando a ideia de
força;
• energia e sentimento;
• predomínio do caráter sobre a beleza
• originalidade: urbanismo, vias de
comunicação, anfiteatro, termas.
No começo, dominada pela influência etrusca
– o traçado de cidades, casas, templos e abóbadas, adquirir-se estilo próprio
com a descoberta do cimento (século II a.C.) e da construção em tijolos, e o
resultante desenvolvimento da construção das abóbadas, cujas variações aparecem
em portas e portões, anfiteatros e teatros, pontes e arcos de triunfo.
Outra criação original dos arquitetos
romanos são as termas. Seu conjunto cobria, nas cidades grandes, um espaço
considerável, consistiam, fora dos banhos propriamente ditos, de sauna
(caldarium, tepidarium, frigidarium) e de numerosos estabelecimentos anexos. As
termas de banho simples são, por exemplo, as do Foro (80 a.C.), que tinham duas
seções, para acomodar homens e mulheres separadamente.
No início, os edifícios de espetáculos eram
de madeira. Pompeu construiu o primeiro teatro de alvenaria, em Roma.
Do conjunto arquitetural da cidade romana
faziam ainda os portões, colunas comemorativas (de Daílio, 260 a.C.) e os
arcos, que em sua origem são de triunfo e depois construídos por razões
diversas.
A
planta das casas romanas era rigorosa e invariavelmente desenhada a partir de
um retângulo básico.
Ao
entrar em contato com os gregos, durante o período helenístico, os romanos
apreciaram muito a flexibilidade e a elegância das moradias gregas. Mas
admiraram, sobretudo o peristilo (galeria de colunas em volta de um pátio ou de
um edifício) que havia no pátio de muitas casas.
Como
eram zelosos de suas tradições, os romanos não quiseram alterar muito a planta
de suas casas, mas encontraram uma solução para incorporar os elementos que
admiravam: acrescentaram, nos fundos da casa, um peristilo em torno do qual se
dispunham vários cômodos o restante da construção seguia o esquema tradicional.
Os imperadores e patrícios (classe social
romana) construíram vilas suntuosas para morar, enquanto o povo habitava em
casas unifamiliares de dois andares (o domus), ou em casas populares com quatro
ou cinco andares (conjuntos habitacionais).
A via
Ápia
em Roma é uma sucessão de túmulos não só de ricos senhores romanos, mas também
de pessoas do povo. Para construir seus monumentos e habitações, os romanos
colocavam pedra, sobre pedra. Eles usavam uma técnica construtiva muito eficaz
ligando blocos de argila cozida além de tufo (denominação dada aos calcários
com grandes poros, gerados por fontes de águas ricas em bicarbonato de cálcio)
e pedra com betume e trapos torcidos.
O
anfiteatro Flávio,
um dos mais importantes e mais belos dos edifícios de Roma, recebeu o nome de
Coliseu, talvez por causa da gigantesca estátua de Nero erguido nos arredores.
O seu exterior era ornamentado por esculturas, que eram abrigadas pelos arcos,
por três andares com as ordens de colunas gregas, e a sua planta tem a forma
elíptica, os muros são de blocos soldados com betume e lajes de mármore ligadas
com ganchos de ferro.
O Coliseu foi inaugurado pelo imperador
Tito no ano de 80. A sua função era ser um circo dedicado a espetáculos
sanguinolentos, nele realizavam-se combates entre gladiadores, caça a animais
ferozes e até batalhas navais, graças a um sistema hidráulico que permitia o
alagamento da pista. Cada espetáculo podia ser assistido por cerca de 50 mil
pessoas. Sua estrutura principal é construída com uma espécie de concreto, e
trata-se de uma obra-prima de engenharia e planejamento eficiente, com
quilômetros de galerias e abóbadas para assegurar o fluxo regular do tráfego em
volta da arena.
Arco
do Triunfo:
eram construídos tendo o objetivo de homenagear os imperadores e generais
vitoriosos.
A
coluna triunfal:
era ao mesmo tempo um monumento comemorativo e funerário. A mais famosa é a de
Trajano, característica pelo seu friso em espiral que narra os feitos do
Imperador em baixos relevos no fuste.
Nem todos os templos resultaram da soma da
tradição romana e dos ornamentos gregos. Enquanto a concepção arquitetônica
grega criava edifícios para serem vistos do exterior, a romana procurava criar
espaços interiores. O Panteão, construído em Roma, durante o reinado do
Imperador Adriano, é certamente o melhor exemplo dessa diferença.
Planejado para reunir a grande variedade de
deuses existentes em todo o Império, esse templo romano, com sua planta
circular fechada por uma cúpula, cria um local isolado do exterior onde o povo
se reunia para o culto.
Ao lado da arquitetura civil, há a
religiosa, modesta e sem estilo ainda definido nos templos mais antigos
restaram alguns vestígios (templo de Júpiter Capitolino, Saturno, Ceres, todos
em Roma). Eram decorados por artistas etruscos, de visível influência grega.
A construção mais impressionante é o
Santuário da Fortuna Primogênia, na Palestina. Um monumental conjunto de
edifícios construídos de uma série de terrenos superpostos apoiados na encosta
de uma coluna, sustentados por abóbadas de concreto a arcos. A construção em
concreto é combinada com um emprego decorativo e, em parte estrutural, da
arquitetura colunar clássica. Pilastras e meias colunas para decorar os espaços
entre os arcos.
Os romanos também modificaram a linguagem arquitetônica que haviam
recebido dos gregos, uma vez que acrescentaram aos estilos herdados (dórico,
jônico e coríntio) duas novas formas de construção: os estilos toscano e
composto.
O estilo toscano era uma espécie de ordem
dórica sem estrias no fuste. E no estilo compósito, o capitel foi criado a
partir da mistura de elementos jônicos e coríntios. O Pantheon romano.
A ordem Coríntia foi adotada como a ordem
romana por excelência devido a suas possibilidades decorativas mais ricas, e as
combinações de ordens que parecem ter agradado tanto os romanos, levaram a
criação do capitel Compósito, fusão do Jônico e Coríntio. A severa ordem Dórica
foi quase inteiramente rejeitada para construção em grande escala.
ESCULTURA
Os
romanos eram grandes admiradores da arte grega, mas por temperamento eram muito
diferentes dos gregos. Por serem realistas e práticos, suas esculturas são uma
representação fiel das pessoas e não a de um ideal de beleza humana, como
fizeram os gregos.
No
entanto, ao entrar em contato com os gregos, os escultores romanos sofreram
forte influência das concepções helenísticas a respeito da arte, só que não
abdicaram de um interesse muito próprio: retratar os traços particulares de uma
pessoa. O que acabou acontecendo foi uma acomodação entre a concepção artística
romana e grega.
Os romanos costumavam dedicar especial
apreço pelas obras totalmente naturalistas, dinâmicas e proporcionadas da
estatuária grega. Diante da impossibilidade de transportar as obras mais
valiosas de Fídias, Policreto ou Praxíteles, eles tomaram providências no
sentido de que seus próprios escultores as copiassem. Isso fez com que
surgissem importantes escolas de copistas. Pode-se dizer que quase todas logo
atingiram um excelente nível de realização. Desse modo, a arte estatuária do
império compensou com quantidade sua falta de originalidade. Encontrando na
escultura a maneira ideal de perpetuar a história e seus protagonistas,
proliferaram no âmbito dessa arte romana os bustos, retratos de corpo inteiro e
estátuas equestres (referente a cavalaria ou cavaleiros), de imperadores e
patrícios, os quais passaram desse modo à posteridade, alçados praticamente à
categoria de deuses.
A narração de fatos históricos e a
reprodução de campanhas militares tomaram forma de relevos. Num primeiro
momento foram utilizados como suporte os frontispícios de templos e arcos de
triunfo. No entanto, não demorou muito para essas superfícies se tornaram um
espaço exíguo (de pequenas proporções; diminuto) para conter volume dos
acontecimentos que deviam transmitir. Foi dessa maneira que nasceram as colunas
comemorativas, ao redor das quais se esculpiam as imagens das batalhas do
império. A riqueza de detalhes era uma característica desse trabalho.
Bustos: Apesar de serem
grandes admiradores da arte grega, os romanos desenvolveram um estilo próprio.
Tendo começado como uma forma ancestral de veneração que remota aos tempos
pré-históricos. Esse costume tornou-se uma maneira conveniente de demonstrar a
importância e continuidade de uma família – um hábito que continua praticamente
inalterado em nossos dias, através da exposição de retratos de família. Quando
morria o chefe de uma família importante, fazia-se uma imagem em cera do seu
rosto, e essas imagens eram preservadas pelas gerações subsequentes e
carregadas nos cortejos funerários da família.
O rosto era a parte mais importante das
peças sendo desenvolvidas ao máximo as tendências realistas. O retrato
baseava-se em grande parte no culto dos antepassados reproduzindo o rosto do
falecido num material perdurável. Os romanos primavam pelo realismo fazendo
representações fiéis das pessoas e não pelo idealismo de beleza humana como os
gregos. Retratavam os imperadores e homens da sociedade. Busto do imperador
Hadrianus. Octávio Augusto, influência grega.
PINTURA
A maior parte das
pinturas romanas que conhecemos hoje provém das cidades de Pompéia e Herculano,
que foram soterradas pela erupção do Vesúvio em 79 d.C. Uma característica da
arte romana é o realismo. As cores mais utilizadas nos afrescos de Herculano e
Pompéia foram o amarelo e o vermelho, cores que simbolizam o fogo, no colorido
os romanos empregavam as cores preto, o vermelho e o azul conseguindo uma
harmonia cheia de contrastes.
Os estudiosos da pintura existentes em
Pompéia classificam a decoração das paredes internas dos edifícios em quatro
estilos.
Primeiro estilo: recobrir as paredes de uma sala com uma camada de gesso pintado; que
dava a impressão de placas de mármore.
Segundo estilo: Os artistas começaram então a pintar painéis que criavam a ilusão de janelas abertas por onde eram vistas paisagens com animais, aves e pessoas, formando um grande mural.
Terceiro estilo: representações fiéis da realidade e valorizou a delicadeza dos pequenos detalhes.
Quarto estilo: um painel de fundo vermelho, tendo ao centro uma pintura, geralmente cópia de obra grega, imitando um cenário teatral.
A pintura tinha uma variedade de temas como
cenas domésticas, retratos, animais e cenas da vida quotidiana. A maior
inovação da pintura romana, comparada com a grega, foi o desenvolvimento das
paisagens, incorporando técnicas de perspectiva e profundidade. Outro gênero
muito explorado foi o das pinturas triunfais onde se descreviam entradas
triunfais após vitórias militares, representando episódios das batalhas e das
cidades e regiões conquistadas.
A pintura romana sempre esteve
estreitamente ligada à arquitetura, e sua finalidade era quase exclusivamente
decorativa. Já no século II a.C., na época da república, disseminou-se entre as
famílias patrícias, empenhadas em exibir sua riqueza, o peculiar costume de
mandar que se fizessem imitações da opulenta decoração de templos e palácios,
tanto na casa em que viviam quanto naquelas em que passavam o verão. Graças a um
bem-sucedido efeito ótico, chegavam a simular nas paredes portas entreabertas
que davam acesso a aposentos inexistentes.
MOSAICO
O desenvolvimento do mosaico se deu na época do império com cenas de trabalho e figuras de personalidades famosas.
O desenvolvimento do mosaico se deu na época do império com cenas de trabalho e figuras de personalidades famosas.
O mosaico foi muito utilizado na decoração dos muros e pisos da arquitetura em geral. Partidários
de um profundo respeito pelo ambiente arquitetônico, adotando soluções de clara
matriz decorativa. As cores vivas e a possibilidade de colocação sobre qualquer
superfície e a duração dos materiais levaram os mosaicos prevalecer sobre a
pintura. Nos séculos seguintes, tornaram-se essenciais para medir a ampliação
das primeiras igrejas cristãs.
São notáveis as pinturas murais e os
mosaicos que eles executaram principalmente no século XVIII.
ARTES
MENORES
Por influência etrusca, as chamadas artes
menores ganham especial atenção dos romanos. Moedas e medalhas, além das
indicações históricas que fornecem alcançam por vezes a categoria de
obra-prima. Os trabalhos em marfim tiveram seu grande apogeu no período
bizantino, enquanto as oficinas dos ceramistas produziram, em muitas
províncias, notáveis vasos decorativos em relevo. Os mais conhecidos e
apreciados procedem de Arezzo.
As artes santuárias de Roma não dispensam
taças de cristal lapidadas, e joias de ouro, minuciosamente trabalhadas.
As armaduras e elmos (espécie de capacete
que protegia a cabeça nas armaduras antigas) de bronze, trabalhados em relevo
com motivos guerreiros ou mitológicos, eram parte indispensável na indumentária
dos gladiadores.
Os objetos de uso doméstico eram geralmente
de bronze (lâmpadas, ferramentas, armas, etc.), alguns dos quais verdadeiras
obras de arte. Da prataria possuímos peças de grande valor artístico “tesouro”
de Hildesheim, Boscoreale, Berthouville, as melhores sendo obras de artistas
gregos. A ornamentação pode ser em estilo alexandrino ou puramente romano
(cenas da história contemporânea).
REFERENCIAS: CALABRIA, Carla Paula Brond.
MARTINS, Raquel Valle. Arte, História e Produção. FTD. Vol 2. 1997.
PROENÇA, Graça. História da Arte. Ática.
2000.
CANTELE, Bruna R. Arte,etc e tal... IBEP.
Vol.2 São Paulo. 1998.
Revista: Roma História, Mitos e Lendas
2ª Série - Arte Grega - 2ª nidade - 2017
Por volta do século XX a.C. no sul da península dos
Bálcãs, se estabelecia um povo que daria início à história grega. Entre os
gregos, a escravidão tornou-se dominante, e um grande pensador afirmou que sem
ela não haveria o Estado grego, nem arte nem ciência.
Os gregos se destacaram nos mais diversos campos
culturais. Na escultura, nas
estátuas demonstram harmonia, ritmo, movimento e proporção. Em termos de arquitetura, destacam-se os grandiosos
templos que foram construídos para os deuses.
Os gregos não se submeteram aos dogmas religiosos.
Para eles o conhecimento vinha através da razão e não da fé. A arte grega é
idealista e não realista. O ideal de beleza é o homem.
A história da civilização grega pode ser dividida
em:
→ Período
Minóico ( 3.000 – 1.600
a. C.);
→ Período
Micênico (1.600 – 1.100
a. C.);
→ Período
Geométrico (1.100 – 700
a.C.);
→ Período
Arcaico (700 – 500 a.C.);
→ Período Clássico
(500 – 300 a.C.);
→ Período
Helenístico (300 a.C. até a Cultura Romana).
PERÍODO
MINÓICO
A civilização minóica surge no Mar Egeu, ocupando,
principalmente, a Ilha de Creta. Existe uma teoria que diz que possivelmente
esta civilização teria sido àquela de Atlântida (que afundou no mar como conta
a mitologia grega). Os minóicos não tinham preocupação com a guerra, suas
cidades não eram muradas.
O Palácio de Cnosso é o principal exemplo de arte
minóica. Nele já existiam encanamentos de água quente e fria. As pinturas são
alegres e preocupadas em demonstrar a vida cotidiana. Foram utilizadas cores
vivas como: vermelho, amarelo, verde, azul, branco e marrom.
PERÍODO
MICÊNICO
Os micênicos se instalaram na região que
primeiramente era ocupada pelos minóicos. O povo micênico era guerreiro e tinha
as cidades muradas. É um dos povos que darão origem (juntamente com os áqueos,
eólios e jônicos) à civilização grega propriamente dita.
Caracterizou-se principalmente pelo
desenvolvimento da arquitetura, tendo como modelo o megaron micênico
(sala central do palácio de Micenas); O palácio divide-se em três áreas
simples: um pórtico com duas colunas leva à antecâmara que antecede a grande
sala de audiências, retangular e com quatro colunas a envolver uma lareira
central circular; ao redor dos palácios, no interior da cidadela, e também do lado
de fora, junto às muralhas, haviam várias casas de planta retangular e
diversos cômodos, um deles habitualmente com lareira. As paredes eram de tijolo
seco ao Sol, barro comprimido reforçado com cascalho, vigas de madeira, ou uma
combinação disso; as fundações eram de pedra, ou de simples cascalho misturado
com barro. O telhado era provavelmente plano, composto de uma estrutura de
madeira recoberta de reboco ou terra - casas dos cidadãos mais ricos e
influentes da sociedade micênica; os mais pobres viviam em cabanas de um ou
dois cômodos situadas fora das muralhas. As paredes eram de tijolos secos ao
sol ou de madeira, o chão era de terra batida e o telhado, plano, era em geral
recoberto de palha;
- Desenvolveu-se ainda o artesanato em cerâmica,
decorados com cenas do quotidiano e motivos florais e animais;
PERÍODO
GEOMÉTRICO
Esta fase dura aproximadamente 400 anos. A cultura
deste período é desestruturada, portanto a arte não era consolidada. O material
artístico desta época é muito escasso, exceto por alguns templos primitivos.
Não sobreviveram pinturas nas paredes, nem esculturas em larga escala. Os
poucos achados são de pequenas estátuas, principalmente de bronze,
reverenciando algum deus no templo ou enfeitando túmulos.
O Período Geométrico ficou conhecido,
artisticamente, por seus potes e vasos com pinturas de figuras geométricas,
representando a pobreza cultural dos dórios.
Gradativamente, a arte grega deixou de retratar
apenas figuras geométricas e começou a exibir animais. A partir do século VIII
A.C., houve uma ascensão do estilo humanista na arte, que passou a mostrar
humanos, como dançarinos, corredores em bigas, cenas de batalhas e homens ou
mulheres lamentando-se em frente a um túmulo, rituais religiosos, mas também
cenas de coleta, de dança, de atletismo, de casamentos e outras atividades
diárias. Muitas vezes os ceramistas e pintores de vasos eram a mesma pessoa.
Os vasos gregos são conhecidos não só pelo
equilíbrio de sua forma, mas também pela harmonia entre o desenho, as cores e o
espaço utilizado para ornamentação.
Além de servir para rituais religiosos, esses vasos
eram usados para armazenar, entre outras coisas, água, vinho, azeite, mel,
perfume, mantimento e até como urna funerária. Mas na medida em que passaram a
revelar uma forma equilibrada e um trabalho de pintura harmoniosa, tornou-se
também objetos artísticos. Inicialmente o artista pintava, em negro, a silhueta
das figuras. A seguir, gravava o contorno e as marcas interiores dos corpos com
um instrumento pontiagudo, que retirava a tinta preta, deixando linhas nítidas.
Figura
negra: No final do século VIII a.C., a cidade de
Coríntio testemunhou a invenção de uma técnica de pintura em vasos conhecida
como figura negra. Nela a silhueta usada no período geométrico foi avivada pela
incisão de uma tinta vermelha e branca.
Figura
vermelha: Por volta do ano de 525 a.C., um grupo de
ceramistas atenienses inventou uma técnica da figura vermelha, com a qual as
figuras são desenhadas em linhas gerais, os detalhes interiores acrescentados em
linhas de espessura variada e o fundo feito em tinta preta.
Na mesma época a gravação foi substituída pelo
pincel, o que permitiu maior sutileza na pintura e exploração da figura humana.
A partir dessa época, Atenas passou a dominar a produção de cerâmica decorada e
qualidade de suas obras só fez aumentar. Exemplos de cerâmicas:
Ânfora:
vasilha em forma de coração, com gargalo longo com duas asas, tem como
características a ornamentação geométrica e figuras estilizadas.
Hidra: era
utilizada para recolher a água das fontes e caracterizava-se por três asas, uma
na vertical para segurar enquanto corria água e duas para levantar.
Cratera: tem a
boca em forma de cratera, muito larga, com o corpo em forma de sino invertido e
serve para misturar água com vinho. Os primeiros exemplares desses vasos tinham
uma decoração geométrica. Em seguida foram utilizadas figuras humanas e de
animais estilizados.
ARQUITETURA
DO PERÍODO GEOMÉTRICO: Entre os anos 900 e
725 a.C., as casas são de plano irregular e os templos têm planta ora longa e
estreita, ora quase quadrada, com uma coluna central (ou fila central de
colunas) como arrimo. Os materiais de construção preferidos eram o tijolo cru e
a madeira, com alguma utilização da pedra.
PINTURA
DO PERÍODO GEOMÉTRICO: Surge como elemento de decoração da arquitetura.
Ela também aparece nos vasos cerâmicos, conhecidos pelo equilíbrio entre forma
e desenho, cor e espaço.
Os ceramistas e pintores de vasos atuavam de forma
mais humilde do que os escultores e arquitetos gregos, que em geral,
trabalhavam sob encomenda e usavam materiais caros. Há indícios de que as
oficinas de cerâmica eram formadas por enormes famílias e, frequentemente, as
cenas representadas eram relativas a preocupações do cotidiano.
PERÍODO
ARCAÍCO E CLÁSSICO
As duas principais cidades gregas foram Atenas
(berço da arte e democracia) e Esparta (cidade dos guerreiros). As cidades
gregas eram divididas em três partes:
→ Acrópole:
centro da vida religiosa e geralmente o ponto mais alto da região;
→ Ágora:
centro da vida civil, política e comercial;
→ Astu:
parte mais baixa da cidade, onde moravam os artesãos,
comerciantes e povo.
Os
gregos não se submetiam aos dogmas religiosos. Para eles o conhecimento vinha
da razão e não da fé. A arte grega é idealista e não realista. O ideal de
beleza é o homem.
PERÍODO
ARCAÍCO
Chama-se de arcaico o período em que os gregos
começaram a desenvolver técnicas sob a influência e contato com as ideias das
civilizações mais antigas do Egito e do Oriente.
ESCULTURA
DO PERÍODO ARCAICO
Nas obras do período arcaico nota-se a influência
do Egito não só como fonte inspiradora, mas também na técnica. Durante esse
período, o escultor grego apreciava a simetria natural do corpo humano.
Desenvolveram a representação da figura humana, tornando-a mais realista.
Iniciou-se a preocupação com os detalhes do corpo e das vestimentas. Começaram
a esculpir grandes figuras de homens em mármore, embora existam algumas feitas
de outros materiais como vários tipos de pedras, madeira talhada e terracota.
Esse tipo de estátua era baseado nas esculturas egípcias. Assim, surgem as
estátuas chamadas de Kouros (que significa “homem jovem”). São figuras
masculinas nuas, eretas, em rigorosa posição frontal e peso do corpo igualmente
distribuído sobre as duas pernas, com uma perna adiantada em relação à outra,
os braços colados ao corpo, os punhos fechados com força e o olhar para frente,
e a presença do característico sorriso arcaico, que não se apaga mesmo quando
está ferido ou faz esforço, como é o caso do Moscóforo de Atenas. As Korés (que
significa “mulher jovem”) são as figuras femininas. Os vestidos das mulheres,
muito sutis, moldam-se nos corpos como se fossem panos molhados, mostrando por
baixo da anatomia.
Além dessas estátuas também dedicaram muitas obras
a animais como leões, cães, cavalos e imaginários centauros, esfinges e
monstros, com os quais narravam aventuras dos heróis e deuses.
PERÍODO
CLÁSSICO:
As principais características da arte deste período
são: harmonia, equilíbrio e proporção.
ESCULTURA
DO PERÍODO CLÁSSICO:
No período clássico passou-se a procurar movimento
nas estátuas. Para atingir tal objetivo, começou a usar o bronze, que era mais
resistente do que o mármore podendo fixar o movimento sem se quebrar. O grego
não se interessa por copiar a realidade e fixa-se na beleza ideal, seguindo
proporções perfeitamente calculadas, de um modo geral, baseadas nas dimensões
de pé, que dão as mesmas da cabeça. Contudo, o grego conduziu rapidamente a
escultura a uma mudança radical na transição da arte Arcaica para o Clássico.
As figuras imóveis dos jovens (Kouros) começaram adotar-se de movimento. Começa
a evolução da ruptura da frontalidade para a conquista das três dimensões e
movimento. A anatomia reflete uma maior naturalidade e o sorriso arcaico
desaparece.
Características:
→
Naturalismo ou representação fiel da natureza e do corpo humano;
→ Ideia
de movimento (quer do corpo, quer das roupas);
→
Perfeição na representação do
corpo humano;
→ Serenidade,
pois as figuras não revelam qualquer sentimento na sua expressão;
→
Harmonia, pois existe proporção entre as várias
partes do corpo.
PINTURA
DO PERÍODO CLÁSSICO
Nenhum trabalho restou dos grandes pintores de
vasos do Período Clássico, mas sabe-se que nessa época a pintura aperfeiçoou a
utilização de perspectiva, sombras e anatomia.
ARQUITETURA
DO PERÍODO CLÁSSICO:
Um dos símbolos de maior sucesso artístico da
Grécia é a sua requintada arquitetura, principalmente as elegantes colunas de
pedra e os frontões triangulares, esculpidos em três “estilos” de arquitetura
desenvolvida por eles entre 600 a.C. e 300 a.C., caracteriza-se por um senso
absoluto de organicidade e equilíbrio, subordinando-se suas proporções à ordem
matemática. A arquitetura grega foi muito mais, do que belos edifícios é leve,
harmoniosa e funcional. No início da construção dos templos, os materiais
utilizados pelos gregos eram o adobe (para as paredes) e a madeira (para as
colunas). A partir do século VII a.C., no entanto, eles caíram em desuso e
foram substituídos pela pedra e pelo mármore. A inovação permitiu que fosse
acrescentada uma nova fileira de colunas na parte exterior da construção,
fazendo com que o templo ganhasse um caráter monumental. Surgiram então os
primeiros estilos arquitetônicos.
Na Acrópole e em Ágora os templos e edifícios foram
erguidos em mármore polido. Porém as casas das ruas, sujas e tortuosas, eram
principalmente construídas de adobes secadas ao sol.
Não havia residências suntuosas. Mesmo um grande
general vivia numa casa simples, igual à de um de seus vizinhos. Só as casa
grandes tinham pavimento de pedra, as outras eram construídas a partir de terra
batida e as paredes de abobe.
Os templos eram muito vulneráveis ao fogo, porque a
madeira era amplamente empregada na arquitetura grega, para a construção do
teto e das colunas. Além disso, o azeite armazenado nos templos e em outras
construções era inflamável e podia ser perigoso quando usado em lamparinas.
No mundo grego, só estilos eram identificados de
acordo com as ordens arquitetônicas que regulamentavam toda a obra dos
artistas. Estes estilos distinguem-se especialmente nas colunas dos templos,
teatros, estádios, ginásios e pórticos (pátios). Os gregos se preocupavam ainda
com a simetria, a escala, a proporcionalidade e a harmonia.
A arquitetura deste período estava muito ligada a
vida religiosa. Construíam-se teatros em honra de Dionísio e estádios em
homenagens aos deuses como Zeus ( Santuário de Olímpia) e Apolo no (Santuário
de Delfos).
A arquitetura apresenta ainda as seguintes
características: Predomínio da horizontal sobre a vertical, planta regular,
colunatas rodeando os edifícios, frontão triangular e a simetria entre o
pórtico de entrada e o dos fundos. O templo era construído sobre uma base de
três degraus. O degrau mais elevado
chamava-se estilóbata e sobre ele eram erguidas as colunas. As colunas
sustentavam um entablamento horizontal formado por três partes: a arquitrave, o
friso e a cornija.
Partes
da coluna:
Cornija: é o
ornato que se assenta sobre o friso de uma obra arquitetônica. É uma espécie de
moldura.
Friso:
é a parte do entablamento, que repousa sobre os
capitéis das colunas e fica entre a cornija e a arquitrave.
Capitel: é o
remate da coluna, a parte superior da pilastra ou balaústre geralmente
esculturada.
Fuste: é a
parte principal da coluna. Fica entre o capitel e a base.
Base: é
tudo o que serve de apoio, a parte inferior da coluna.
A palavra entablamento refere-se ao conjunto
formado por arquitrave, friso e cornija.
Em algumas colunas aparece o acrotério, um pedestal
sem base que suporta vasos, figuras ou outros ornamentos. As colunas e o
entablamento eram construídos segundo os modelos da ordem dórica, jônica e
coríntia.
Ordem
Dórica: Foi a primeira, a mais simples e a mais importante
das ordens arquitetônicas é considerada a ordem masculina. Surgiu antes dos
outros por uma razão muito óbvia: o dórico foi um dos primeiros povos que
dominaram a Grécia. Apresentava as seguintes características: o fuste da coluna
era monolítico e grosso. A arquitrave era lisa e sobre ela ficava um friso que
era dividido em tríglifos (retângulos com sulcos verticais) e métopas
(retângulos que podiam ser lisos, pintados ou esculpidos em relevo). O fuste da
coluna era monolítico e grosso. O capitel era uma almofada de pedra. As grossas
colunas que lhe davam sustentação não dispunham de base, o fuste tinha a forma
acanelada. O capitel, muito simples. A mais notável característica dessas
construções é a curvatura das linhas, que dão aparência de retas, mas na
realidade, apresentam uma pequena curvatura para eliminar a impressão de
divergências das numerosas colunas.
Templos dóricos: Poseidon e o de Hera em Paestum na
Itália e os Selinunte, na Sicília.
Ordem
Jônica: Representava a graça e o feminino tem antecedentes
na arquitetura dos assírios e de outros povos da Ásia Menor. Ela espalhou-se no
século V a.C., por outras cidades-estado gregas e pelas colônias. É leve,
elegante, esbelta, cheia de classe e refinamento e era mais ornamentada. A coluna
apresentava o fuste mais delgado e não se firmava diretamente sobre o
estilóbata, mas sobre uma base decorada. O capitel era formado por duas
espirais unidas por duas curvas é parecido com o tipo de penteado feminino em
moda na época, existindo também certa semelhança entre a linha da coluna jônica
e um traje de mulher. O friso era
dividido em partes ou decorado por uma faixa esculpida em relevo. A cornija era
mais ornamentada e podia apresentar trabalhos de escultura. O mais belo templo
jônico é o Eractéion de Atenas, erguido em honra de um lendário herói chamado
Erecteu.
Ordem
Coríntia: Apareceu no século IV a.C., e se caracterizou,
sobretudo pela forma do capitel. Que era formado com folhas de acanto (planta
espinhosa muito decorativa, originária da Grécia e da Itália) e quatro espirais
simétricas, muito usado no lugar do capitel jônico, de um a variar e enriquecer
aquela ordem. Sugere luxo e ostentação.
O maior exemplar e mais significativo da
arquitetura coríntia é o templo de Olympeion em Atenas, que começou a ser
construído no ano de 170 a.C., e só ficou pronto muito tempo depois.
ARQUITETURA
DO PERÍODO HELENÍSTICO
Em 400 a.C. surgiu uma nova e mais elaborada versão
da arquitetura jônica: o estilo coríntio. Os templos são o maior destaque da
arquitetura deste período. Eles foram criados para o culto aos deuses. As
casas, até o período Helenístico, tinham pouca importância, pois o grego se
preocupava com o coletivo.
Nos teatros, acontece uma modificação na planta do
edifício. O coro passa para segundo plano. É dada maior importância para os
artistas, assim o palco dobra de tamanho.
As casas passam a ter maior importância, pois o
grego passa a pensar menos no coletivo. São inseridas colunas, peristilo e
pátio central no desenho da casa.
Principais escultores: Miron ( que se preocupou em
representar o movimento e as justas proporções do corpo humano. O Discóbolo). Fídias ( autor de Zeus Olimpo, sua obra prima
e Ateneia), Policreto (cabeça do Doríforo) e Praxíteles.
PINTURA
DO PERÍODO HELENISTÍCO
Parte da pintura grega do período Helenístico
sobreviveu até os dias atuais, mas a maior parte do que se sabe atualmente
sobre o período vem de cópias feitas pelo Império Romano e achadas em Roma e
Pompéia. Foram encontrados também vários mosaicos. A produção de mosaicos já se
havia iniciado no período Clássico, mas atingiu seu apogeu no Período
Helenístico, principalmente na cidade de Delos.
ESCULTURA
DO PERÍODO HELENÍSTICO
Neste período as obras se diversificaram bastante,
devido a uma mudança de cultura. Os macedônios invadiram a Grécia e aconteceu
uma fusão de gostos. A arte se tornou mais expressiva e teatral. A escultura
alcançou o seu ponto máximo de desenvolvimento, na expressão e na variedade de
temas representados. Podemos observar o crescente naturalismo, os seres humanos
não eram representados apenas de acordo com a idade e a personalidade, mas
também segundo as emoções e o estado de espírito de um momento. Com a mudança
das figuras contorcendo-se em todas as direções, completou-se a conquista da
terceira dimensão, dando lugar aos grupos de esculturas com formas piramidais e
com os corpos, braços e pernas entrelaçadas formando um verdadeiro emaranhado
humano. A isso se juntou um crescente interesse pelas expressões do rosto, tal
como acontecem na realidade e que até então se tinham idealizado. As expressões
de dor, ausência e preocupação refletem-se nos corpos, chegando a exagerar a
gesticulação das personagens. A anatomia dos corpos aproxima-se da realidade
excessivamente fiel em alguns casos.
Os temas também sofreram transformações: as
antiquadas figuras dos deuses e heróis juntaram-se agora a novos motivos como
sátiros e centauros. Ex.: um rapaz a tirar uma espinha da pele, a velha
embriagada, o pescador, etc. Surge também o nu feminino, pois, no período
arcaico, as figuras de mulher eram sempre vestidas.
A escultura apresenta traços bem característicos:
→ Crescente naturalismo,
seres humanos representados de acordo com a idade, personalidade e estado de
espírito;
→
Representação sob a forma humana de sentimentos com paz,
amor, liberdade, vitória, etc.
Glossário
Peristilo:
galeria de colunas isoladas, em torno de um edifício ou de um pátio.
Arrimo: muro
de sustentação.
Monolítico:
formado por uma só pedra.
Peristilo:
galeria de colunas isoladas, em torno de um edifício ou de um pátio.
Pórtico: é local coberto à
entrada de um edifício de um templo ou de um palácio.
Referências
bibliográficas:
PROENÇA, Graça. História da Arte. São Paulo: Ática.
2000.
CALABRIA, Carla Paula B. MARTINS, Raquel Valle.
Arte, História e Produção. Vol 2. FTD.
Revista: Grécia Terra dos Deuses. São Paulo:
Escala. 2003.
VIEIRA, Cristina. Grécia: Arquitetura. Vol 4. São
Paulo: Escala.
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