Os estudiosos de música, tendo em vista a grande quantidade dos
instrumentos musicais, resolveram dividi-los e classificá-los em grupos.
Organologia é o nome do ramo do
conhecimento musical que se ocupa da classificação e do estudo dos instrumentos
musicais.
Vamos conhecer agora as duas mais
importantes classificações dos instrumentos musicais.
Instrumentos como o piano e o violão
podem emitir mais de um som ao mesmo tempo. Batendo em várias teclas do piano
ou em várias cordas do violão, o músico produz dois ou mais sons,
simultaneamente. É por isso que estes instrumentos são chamados de polifônicos,
porque poli significa muitos e fônico significa sons.
A ORQUESTRA E SUA EVOLUÇÃO
Foi por e volta de 1600 que pela
primeira vez diversos instrumentos diferentes foram reunidos para formar uma
orquestra. As primeiras orquestras continham cordas, diversos tipos de
instrumentos de sopro e um teclado, com o cravo. Com a evolução dos violinos,
os instrumentos de cordas estruturaram-se e passaram a atuar como núcleo
central de uma orquestra, aos quais os compositores passaram a juntar outros
instrumentos como Flautas doces, Oboés, Fagotes e Trompas. Só na segunda metade
do século XVII, período clássico, época de Haydn, Mozart e Beethoven, foi que a
orquestra chegou a sua atual composição.
No decorrer do século XIX a orquestra
expandiu-se tanto em tamanho como em extensão sonora.
No final do século XIX e princípio do
século XX, a orquestra, para satisfazer as exigências dos compositores, teve
que ser bastante aumentada. Enquanto que 25 músicos eram suficientes para
Mozart, as obras sinfônicas de Mahler e Strauss exigiam 100 músicos ou mais.
Na contemporaneidade, alguns
compositores têm experimentado novas técnicas, explorando interessantes meios
para modificar a sonoridade orquestral e adotando, dentre outros recursos,
instrumentos novos e técnicas eletrônicas.
A orquestra é um agrupamento
instrumental que utiliza principalmente a reprodução de música erudita. A uma
pequena orquestra dá-se o nome de Orquestra de Câmara. À orquestra completa
dá-se o nome de Sinfônica ou Filarmônica, embora estes prefixos (Sinfo / Filar)
não especifiquem nenhuma diferença no que diz respeito à constituição dos
instrumentos ou o papel da mesma. Porém, podem ser úteis para distinguir
orquestras de uma mesma cidade. Na verdade esses prefixos demonstram a maneira
como é sustentada a orquestra. A orquestra Sinfônica é sustentada por uma
instituição pública enquanto a Filarmônica por instituição privada.
Atualmente uma orquestra tem
aproximadamente 80 músicos, em alguns casos mais de 100. Porém, em atuação,
esse número pode ser ajustado de acordo com a obra a ser reproduzida.
O REGENTE
Na atualidade o Regente (também chamado
Maestro ou maestrina) é uma pessoa muito importante na orquestra. Sua função é
reger os músicos. Ele também é responsável pela interpretação das músicas,
devendo indicar quando um instrumentista ou grupo deles deve começar ou parar
de tocar. É ele quem define a velocidade da música para que todos toquem
juntos. Também faz sinais para que os músicos saibam se devem tocar forte ou
suave.
O maestro se comunica com os músicos
por meio de gestos e pela expressão do rosto.
A maioria dos maestros, ao reger uma
orquestra, segura uma batuta ela serve para que os músicos vejam os movimentos
com mais facilidade. Entretanto, não foi sempre assim a profissão de maestro ou
regente surgiu no início do século XIX. Até então os grupos musicais eram
dirigidos por um ou mais músicos (alguma vezes o SPALLA, como é chamado o
primeiro violino da orquestra) que regiam ao mesmo tempo em que tocavam.
INSTRUMENTOS DA ORQUESTRA
A palavra orquestra designa um conjunto
razoavelmente grande de instrumentos que tocam juntos. Esse agrupamento é
organizado em quatro naipes ou “famílias” de instrumentos: Cordas, Madeiras,
Metais e Percussão. Observem que os instrumentos elétricos, citados
anteriormente, não fazem parte das famílias das orquestras. Nas orquestras, as
famílias dos instrumentos se subdividem em naipes, que são os grupos de
instrumentos do mesmo tipo. A localização dos naipes da orquestra obedece a uma
razão prática. Os naipes são dispostos de forma a proporcionar equilíbrio e uma
boa combinação dos variados timbres instrumentais. Além disso, o Regente poderá
ouvir cada instrumento com clareza e, naturalmente, é preciso que cada
instrumento possa ver o Regente.
FAMÍLIA DAS CORDAS
A família das cordas é constituída por
vários instrumentos. Os mais semelhantes são os violinos, as violas, os
violoncelos e os contrabaixos. A diferença entre eles está em suas dimensões
(tamanho) e no som que eles produzem. Quanto maior o instrumento, mais graves
serão os sons produzidos por ele.
O grupo de instrumentos de CORDAS pode
ser dividido em três categorias:
· Instrumentos de corda
dedilhados ou tocados com palheta: as cordas destes instrumentos são
vibradas diretamente pelo dedo do músico ou através da palheta, que é uma
pequena lâmina de celulose ou madeira, utilizada para vibrar as cordas. Ex.:
violão, cavaquinho, bandolim, alaúde, etc.
Existem outros instrumentos que fazem parte da família das cordas, mas
são construídos e tocados de modo diferente, como por exemplo a harpa que
tem suas cordas dedilhadas. No piano, as cordas são percutidas por martelos,
acionados quando o pianista toca o teclado. No cravo, as cordas são
pinçadas.
FAMÍLIAS DAS MADEIRAS
A família das madeiras é composta de
instrumentos de sopro feitos principalmente de madeira. Alguns instrumentos da
família das madeiras são feitos de metal.
A flauta, por exemplo, é de metal, mas
como antigamente ela era feita de madeira, continuou fazendo parte da família.
Entre os instrumentos de sopro podemos
distinguir duas categorias:
FAMÍLIA DOS METAIS
É a terceira família de instrumentos da
orquestra.
Os sons dos instrumentos da família dos
metais são produzidos pelo sopro, como na família das madeiras.
FAMÍLIA DA PERCUSSÃO
Os instrumentos de percussão já eram
usados desde a pré-história. Sabemos disso pelas pinturas, desenhos e objetos
que os homens e mulheres dos tempos pré-históricos deixaram No entanto, nos
diferentes tipos de orquestra, não eram tão comuns como hoje.
Um dos pioneiros a utilizar a percussão
em composições foi Beethoven (1770-1827), que recebeu críticas na época por
incluir em suas músicas sons considerados “desagradáveis”.
Os instrumentos de percussão são
divididos em dois grupos. O primeiro grupo é formado por instrumentos que
emitem várias notas musicais como: o tímpano, o glockenspiel, o xilofone, o
metalofone e o vibrafone.
O tímpano é um tambor grande feito de metal (latão ou
cobre) recoberto por uma pele que pode ser de couro ou de material sintético.
Dependendo de quanto essa pele é esticada, o som obtido torna-se mais agudo ou
mais grave.
INSTRUMENTOS ELÉTRICOS
Os instrumentos
elétricos são aqueles que tem o som produzido ou ampliado com o uso da
eletricidade. Estes instrumentos não são encontrados em orquestras porém são
muito utilizados nos conjuntos musicais modernos.
PRINCIPAIS INSTRUMENTOS REGIONAIS DA
BAHIA
No momento em que estamos estudando
Música e conhecendo instrumentos dos mais diversos tipos, acreditamos ser
necessário agregar a este universo os instrumentos utilizados principalmente na
Bahia para a Capoeira que, de forma tão expressiva, representa um dos aspectos
mais fascinantes das culturas brasileiras / baianas. Considerada por alguns
como luta marcial, a CAPOEIRA, segundo os próprios capoeiristas e Mestres, é
uma mistura de luta, dança, ritmo, corpo e mente. A filosofia do capoeirista,
momentos defendendo ou atacando, dentro da roda de capoeira, depende do tempo e
do momento dentro do jogo de capoeira.
A capoeira dentro de suas formas e
fundamentos, em nada se assemelha à dança e nem a nenhuma outra forma de arte
marcial existente. Ela foi criada e desenvolvida no Brasil, no contexto
histórico e social de um país que teve diversas interferências culturais.
Atualmente sabe-se que a Capoeira é adaptada ao mundo e jogada em inúmeros
países, apesar de ter sido criada pelo povo brasileiro.
Concluindo, a capoeira é considerada
por muitos uma arte de lutar dentro da dança e de dançar dentro da luta. Enfim,
a capoeira é um jogo.
Os principais instrumentos da
capoeira são o BERIMBAU, PANDEIRO, ATABAQUE, AGOGÔ E RECO-RECO.
Berimbau
Instrumento de percussão em formato
de arco, retesado por um fio de arame tendo, na sua extremidade inferior, uma
cabaça que funciona como caixa de ressonância. O arame é percutido com uma
vareta de madeira, chamada de baqueta, que o tocador segura, juntamente com o
caxixi, acentuando o ritmo através do chocalhar e modificando a intensidade do
som com a aproximação e afastamento da abertura da cabaça na barriga. O arco e
a moeda ou pedra, encosta ou afasta do arame com o objetivo de obter as
variações do sons.
Origem : O berimbau originou-se da Harpa, existindo
a mais ou menos quatro mil anos A.C. Possivelmente originário do Egito ou do
Sul da Índia. Sendo seu emprego inicial totalmente desconhecido, usado por
mendigos para pedir esmolas e por mercadores para chamar atenção dos fregueses.
Introduzido na Capoeira no século XX.
Atabaque
Instrumento de percussão, tambor
primário, feito com pele de animal, distendida em uma estrutura de madeira com
formatos de cone vazado nas extremidades. Percutindo com as mãos, usado nas
danças religiosas e populares de origem africana. E um instrumento sagrado do
candomblé e usado nos grupos folclóricos.
Origem: O termo "Atabaquê" é de origem árabe. O
atabaque chegou ao Brasil através dos Portugueses, para ser usado em festas e
procissões religiosas.
Referências:
“Manual Ilustrado dos Instrumentos Musicais” - Denis
Koishi
“Explicando a Arte”, de Jô
Oliveira e Lucília Garcez.
“A Orquestra” Tintim por tintim
de HENTSCHKE, Liane (et al)