MÚSICA POPULAR BRASILEIRA
A Música Popular no Brasil surge no século XVIII como expressão cultural da população das principais cidades coloniais, como Rio de Janeiro e salvador. É marcada pela síntese de sons indígenas, negros e portugueses. Mistura também elementos da música folclórica e erudita. Apresenta grande variedade de gêneros e ritmos e reflete a diversidade regional do país.
A Modinha, espécie de canção lírica e sentimental, desponta como uma das primeiras expressões musicais tipicamente brasileiras no século XVIII. É uma variação do estilo de maior sucesso na corte portuguesa, a Moda. O Lundu, dança de origem angolana trazida pelos escravos, predomina durante o século XIX. Sua fusão com os ritmos estrangeiros resulta no Maxixe, surgido no Rio de Janeiro entre 1870 e 1880. Nessa época aparece o Choro, caracterizado pela improvisação instrumental executada basicamente por violão, cavaquinho e flauta. O samba nasce no final do século XIX no Rio de Janeiro, influenciado pela Marcha, pelo Lundu e pelo Batuque, entre outros ritmos.
No final dos anos 20 surgem as primeiras duplas sertanejas, como Mariano e Caçula, que fazem as chamadas Modas de Viola. As músicas, que tratam da vida do homem da roça, são cantadas em duas vozes e acompanhadas por viola e violão.
Anos 30, 40 e 50: a música brasileira fez sucesso no rádio, criando ídolos populares, a partir da década de 30. Destacam-se as cantoras Isaura Garcia (1923-1930), Emilinha Borba e Marlene com seus repertórios românticos. Entre os cantores, Francisco Alves (1898-1952) é considerado Rei da Voz. Nessa época do governo de Getúlio Vargas, a censura prévia controla a música popular: canções de caráter político só são veiculadas quando elogiosas ao país, como Aquarela do Brasil, de Ary Barroso. Nos anos 40, a Rádio Nacional, estatal, contrata artistas prestigiados, como Silvio Caldas (1908-1998) e Orlando Silva (1915-1978). A década de 50 é marcada pelo Samba-Canção que trata de temas relacionados às desventuras do amor, como Vingança, de Lupicínio Rodrigues (1914-1974).
Na virada dos anos 40 para 50, acontece o primeiro momento de sucesso da música nordestina. Nessa época, Luis Gonzaga, autor de Asa Branca, passa a ser conhecido em todo o país como Rei do Baião. Cantando as dificuldades da música nordestina, lança um novo balanço e uma nova maneira de dançar. Em 1958 surge a Bossa-Nova. Sua estrutura harmônica, influenciada pelo Jazz, e o refinamento na instrumentação difere de tudo que já havia sido produzido. Entre os nomes mais importantes do movimento estão João Gilberto, Tom Jobim e Vinícius de Moraes.
Anos 60: Nos anos 60 o clima de militância política dá origem a músicas que abordam temas relativos à situação social e política do país. Grande parte dos compositores da época ingressa nas canções de protesto, como Geraldo Vandré , autor de Caminhando (Pra não dizer que não falei de flores) e Edu Lobo, de Upa Neguinho.
Em meados dos anos 60 explode a Jovem Guarda, o reflexo brasileiro do rock internacional, com músicas românticas e descontraídas que fazem sucesso entre os jovens. Nos anos 70, o rock desenvolve-se com Rita Lee e Raul Seixas (1945-1989).
Em meados dos anos 60 explode a Jovem Guarda, o reflexo brasileiro do rock internacional, com músicas românticas e descontraídas que fazem sucesso entre os jovens. Nos anos 70, o rock desenvolve-se com Rita Lee e Raul Seixas (1945-1989).
MPB: a partir de 1965, com o início dos Festivais, a sigla MPB passa a identificar a Música Popular Brasileira. Mulher Rendeira, a música que surgiu após a Bossa-Nova, rompe com os regionalismos e se projeta nacionalmente. Marcada por grande variedade de estilos, a MPB incorpora elementos do Jazz e do rock da Jovem Guarda. A MPB diferencia-se da Bossa-Nova por abandonar o intimismo, apresentar-se em grandes espaços públicos e pela temática ligada à situação política do país.
A TV Excelsior, de São Paulo, organiza o primeiro Festival de Música Popular Brasileira. Os parceiros Edu Lobo e Vinícius de Moraes vencem com Arrastão, interpretada por Elis Regina (1945-1982). No ano seguinte, a TV Record, também de São Paulo, produz o segundo Festival. Chico Buarque de Holanda, com A Banda e Geraldo Vandré, com Disparada, empatam em primeiro lugar. Em 1967, em outro Festival de MPB da Rede Record, Edu Lobo e Capinam vencem com Ponteio e Roda Viva, de Chico Buarque, fica em quarto lugar. No mesmo Festival, Alegria Alegria, de Caetano Veloso, e Domingo no Parque, de Gilberto Gil, lançam as sementes do Tropicalismo, movimento que incorpora à MPB elementos do rock, dos ritmos estrangeiros e da cultura em massa. A partir da decretação do AI-5, em 1968, toda a produção cultural do país entra em crise com o exílio de muitos artistas. Na MPB, poucos músicos realizam trabalhos isolados, como Milton Nascimento e Elis Regina.
Anos 70: Nos anos 70 a MPB consagra-se como forma musical característica dos centros urbanos, que passam a reunir compositores e intérpretes, até então espalhados pelo Brasil. Representando a variedade regional da música brasileira, de Alagoas vem Djavan; do Pará, Fafá de Belém; do Ceará, Belchior e Fagner . Há grande diversidade de tendências, expressas por nomes como Os Novos Baianos, Gal Costa, Ivan Lins, Simone, Clara Nunes, Beth Carvalho, Alcione, Zizi Possi, Hermeto Pascoal, Gonzaguinha, João Bosco e Egberto Gismonti. Intérpretes como Ney Matogrosso, Alceu Valença e Elba Ramalho alcançam êxito expressando a variedade de estilos e a fusão entre Samba-Canção e Pop.
Década de 80 e 90: nesta época começam a fazer sucesso novos estilos musicais que recebiam forte influência do exterior. São as décadas do rock, do punk e da new wave. O show Rock in Rio, do início de 1980, serviu para impulsionar o rock nacional. Com uma temática fortemente urbana e tratando de temas sociais, juvenis e amorosos, surgem várias bandas musicais. A partir dos anos 80 a música popular registra novos nomes como Arrigo Barnabé, Itamar Assunção, Luiz Melodia, Eliete Negreiros, Na Ozzetti, Vânia Bastos, Leila Pinheiro e grupos como Rumo e Premeditando o Breque, que incorporam elementos da música erudita de vanguarda e do rock, reggae e funk. O rock firma-se no mercado com Marina Lima e bandas como Blitz, Barão Vermelho, Titãs, Paralamas do Sucesso, Ultraje a Rigor e Legião Urbana.
A música nordestina vive outro momento de consagração a partir dos anos 80, quando os ritmos afro-brasileiros, popularizados no carnaval de Salvador, começam a ser valorizados no resto do país. O primeiro nome a se destacar é Luis Caldas, divulgador do gênero Fricote, por volta de 1987. Em seguida a lambada invade a Bahia e faz grande sucesso. O bloco de carnaval Olodum passa a ter músicas gravadas por artistas como Gal Costa e Paul Simon.
Também na Bahia surge Daniela Mercury, que mistura samba e reggae, numa música chamada de Axé Music.
Uma nova música sertaneja surge da fusão do estilo caipira brasileiro com o country norte-americano. As novas duplas trocam a viola pela guitarra elétrica e cantam a música romântica, afastando-se dos temas rurais, como Chitãozinho & Chororó e Leandro & Leonardo.
Século XXI: o século XXI começa com o sucesso de grupos de rock com temáticas voltadas para o público adolescente. São exemplos: Charlie Brown Jr., Detonautas e CPM22.
Após tantos anos, a música popular brasileira ocupa hoje um posto importante na cultura (e na economia) brasileira que, se nos anos 60 estava se iniciando, hoje atinge cifras e dados impressionantes. Com estratégias de produção definidas, a música popular nunca esteve tão presente no cotidiano do cidadão, como nos dias de hoje.
A música popular ainda pode ser a maior fonte de (in) formação do cidadão brasileiro na atualidade. Talvez não mais como protesto e instrumento de tomada de poder, mas, quem sabe como instrumento de ação deste cidadão no país. Sem a pretensão de sugerir uma postura cívica para a música no Brasil, talvez seja possível pelo menos sugerir uma postura “musical” para a análise da realidade brasileira.
Fontes: http://pt.wikipedia.org/wiki/Música_popular_brasileira
http://www.suapesquisa.com/mpb/
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