"A arte é a contemplação: é o prazer do espírito que penetra a natureza e descobre que ela também tem uma alma. É a missão mais sublime do homem, pois é o exercício do pensamento que busca compreender o universo, e fazer com que os outros o compreendam." (Auguste Rodin)

domingo, 10 de abril de 2016

1ªSérie - INSTRUMENTOS MUSICAIS, ORQUESTRA E PRINCIPAIS INSTRUMENTOS REGIONAIS DA BAHIA - 1ª Unidade - 2016

INSTRUMENTOS MUSICAIS, ORQUESTRA E PRINCIPAIS INSTRUMENTOS REGIONAIS DA BAHIA

Os estudiosos de música, tendo em vista a grande quantidade dos instrumentos musicais, resolveram dividi-los e classificá-los em grupos.

Organologia é o nome do ramo do conhecimento musical que se ocupa da classificação e do estudo dos instrumentos musicais.

Vamos conhecer agora as duas mais importantes classificações dos instrumentos musicais.

MONOFÔNICOS E POLIFÔNICOS

Existe uma classificação que divide os instrumentos em dois grupos, de acordo com o número de sons que cada um é capaz de emitir de uma só vez.
Instrumentos como a flauta, o trombone, a clarineta não podem emitir mais de um som de cada vez. São instrumentos adequados para executar a melodia musical, isto é, um conjunto de sons que se sucedem uns após os outros. Esses instrumentos são chamados de monofônicos, porque mono significa um e fônico significa som.

INSTRUMENTOS MONOFÔNICOS



Instrumentos como o piano e o violão podem emitir mais de um som ao mesmo tempo. Batendo em várias teclas do piano ou em várias cordas do violão, o músico produz dois ou mais sons, simultaneamente. É por isso que estes instrumentos são chamados de polifônicos, porque poli significa muitos e fônico significa sons.

        A ORQUESTRA E SUA EVOLUÇÃO

Foi por e volta de 1600 que pela primeira vez diversos instrumentos diferentes foram reunidos para formar uma orquestra. As primeiras orquestras continham cordas, diversos tipos de instrumentos de sopro e um teclado, com o cravo. Com a evolução dos violinos, os instrumentos de cordas estruturaram-se e passaram a atuar como núcleo central de uma orquestra, aos quais os compositores passaram a juntar outros instrumentos como Flautas doces, Oboés, Fagotes e Trompas. Só na segunda metade do século XVII, período clássico, época de Haydn, Mozart e Beethoven, foi que a orquestra chegou a sua atual composição.
No decorrer do século XIX a orquestra expandiu-se tanto em tamanho como em extensão sonora.
No final do século XIX e princípio do século XX, a orquestra, para satisfazer as exigências dos compositores, teve que ser bastante aumentada. Enquanto que 25 músicos eram suficientes para Mozart, as obras sinfônicas de Mahler e Strauss exigiam 100 músicos ou mais.
Na contemporaneidade, alguns compositores têm experimentado novas técnicas, explorando interessantes meios para modificar a sonoridade orquestral e adotando, dentre outros recursos, instrumentos novos e técnicas eletrônicas.
A orquestra é um agrupamento instrumental que utiliza principalmente a reprodução de música erudita. A uma pequena orquestra dá-se o nome de Orquestra de Câmara. À orquestra completa dá-se o nome de Sinfônica ou Filarmônica, embora estes prefixos (Sinfo / Filar) não especifiquem nenhuma diferença no que diz respeito à constituição dos instrumentos ou o papel da mesma. Porém, podem ser úteis para distinguir orquestras de uma mesma cidade. Na verdade esses prefixos demonstram a maneira como é sustentada a orquestra. A orquestra Sinfônica é sustentada por uma instituição pública enquanto a Filarmônica por instituição privada.
Atualmente uma orquestra tem aproximadamente 80 músicos, em alguns casos mais de 100. Porém, em atuação, esse número pode ser ajustado de acordo com a obra a ser reproduzida.

O REGENTE

Na atualidade o Regente (também chamado Maestro ou maestrina) é uma pessoa muito importante na orquestra. Sua função é reger os músicos. Ele também é responsável pela interpretação das músicas, devendo indicar quando um instrumentista ou grupo deles deve começar ou parar de tocar. É ele quem define a velocidade da música para que todos toquem juntos. Também faz sinais para que os músicos saibam se devem tocar forte ou suave.
O maestro se comunica com os músicos por meio de gestos e pela expressão do rosto.
A maioria dos maestros, ao reger uma orquestra, segura uma batuta ela serve para que os músicos vejam os movimentos com mais facilidade. Entretanto, não foi sempre assim a profissão de maestro ou regente surgiu no início do século XIX. Até então os grupos musicais eram dirigidos por um ou mais músicos (alguma vezes o SPALLA, como é chamado o primeiro violino da orquestra) que regiam ao mesmo tempo em que tocavam.

INSTRUMENTOS DA ORQUESTRA

A palavra orquestra designa um conjunto razoavelmente grande de instrumentos que tocam juntos. Esse agrupamento é organizado em quatro naipes ou “famílias” de instrumentos: Cordas, Madeiras, Metais e Percussão. Observem que os instrumentos elétricos, citados anteriormente, não fazem parte das famílias das orquestras. Nas orquestras, as famílias dos instrumentos se subdividem em naipes, que são os grupos de instrumentos do mesmo tipo. A localização dos naipes da orquestra obedece a uma razão prática. Os naipes são dispostos de forma a proporcionar equilíbrio e uma boa combinação dos variados timbres instrumentais. Além disso, o Regente poderá ouvir cada instrumento com clareza e, naturalmente, é preciso que cada instrumento possa ver o Regente.


FAMÍLIA DAS CORDAS

A família das cordas é constituída por vários instrumentos. Os mais semelhantes são os violinos, as violas, os violoncelos e os contrabaixos. A diferença entre eles está em suas dimensões (tamanho) e no som que eles produzem. Quanto maior o instrumento, mais graves serão os sons produzidos por ele.
O grupo de instrumentos de CORDAS pode ser dividido em três categorias:

·         Instrumentos de corda friccionados por arco: suas cordas são vibradas através  de um arco. Ex.: Contrabaixo, viola, rabeca, violino, violoncelo, etc. 
·         Instrumentos de corda dedilhados ou tocados com palheta: as cordas destes instrumentos são vibradas diretamente pelo dedo do músico ou através da palheta, que é uma pequena lâmina de celulose ou madeira, utilizada para vibrar as cordas. Ex.: violão, cavaquinho, bandolim, alaúde, etc.

Ÿ Existem outros instrumentos que fazem parte da família das cordas, mas são construídos e tocados de modo diferente, como por exemplo a  harpa que tem suas cordas dedilhadas. No piano, as cordas são percutidas por martelos, acionados quando o pianista toca o teclado. No cravo, as cordas são pinçadas. 
FAMÍLIAS DAS MADEIRAS


A família das madeiras é composta de instrumentos de sopro feitos principalmente de madeira. Alguns instrumentos da família das madeiras são feitos de metal.
A flauta, por exemplo, é de metal, mas como antigamente ela era feita de madeira, continuou fazendo parte da família.
Entre os instrumentos de sopro podemos distinguir duas categorias:
FAMÍLIA DA PERCUSSÃO

Os instrumentos de percussão já eram usados desde a pré-história. Sabemos disso pelas pinturas, desenhos e objetos que os homens e mulheres dos tempos pré-históricos deixaram No entanto, nos diferentes tipos de orquestra, não eram tão comuns como hoje.
Um dos pioneiros a utilizar a percussão em composições foi Beethoven (1770-1827), que recebeu críticas na época por incluir em suas músicas sons considerados “desagradáveis”.
Os instrumentos de percussão são divididos em dois grupos. O primeiro grupo é formado por instrumentos que emitem várias notas musicais como: o tímpano, o glockenspiel, o xilofone, o metalofone e o vibrafone.

O Xilofone, o metalofone e o vibrafone têm uma coisa em comum: possuem um teclado feito de lâminas (parecido com o do piano)
O que muda de um instrumento para outro é o material dessas lâminas, que pode ser de madeira ou de metal – essa diferença faz com que o som de cada um seja diferente.
O carrilhão é formado por grandes tubos de metal, de tamanhos diferentes, pendurados em um suporte. Quanto maior o tubo, mais grave é o som.
A família dos instrumentos de percussão tem um segundo grupo formado por instrumentos que não produzem notas musicais diferenciadas.
INSTRUMENTOS ELÉTRICOS

Os instrumentos elétricos são aqueles que tem o som produzido ou ampliado com o uso da eletricidade. Estes instrumentos não são encontrados em orquestras porém são muito utilizados nos conjuntos musicais modernos.  

PRINCIPAIS INSTRUMENTOS REGIONAIS DA BAHIA

No momento em que estamos estudando Música e conhecendo instrumentos dos mais diversos tipos, acreditamos ser necessário agregar a este universo os instrumentos utilizados principalmente na Bahia para a Capoeira que, de forma tão expressiva, representa um dos aspectos mais fascinantes das culturas brasileiras / baianas. Considerada por alguns como luta marcial, a CAPOEIRA, segundo os próprios capoeiristas e Mestres, é uma mistura de luta, dança, ritmo, corpo e mente. A filosofia do capoeirista, momentos defendendo ou atacando, dentro da roda de capoeira, depende do tempo e do momento dentro do jogo de capoeira.
A capoeira dentro de suas formas e fundamentos, em nada se assemelha à dança e nem a nenhuma outra forma de arte marcial existente. Ela foi criada e desenvolvida no Brasil, no contexto histórico e social de um país que teve diversas interferências culturais. Atualmente sabe-se que a Capoeira é adaptada ao mundo e jogada em inúmeros países, apesar de ter sido criada pelo povo brasileiro.
Concluindo, a capoeira é considerada por muitos uma arte de lutar dentro da dança e de dançar dentro da luta. Enfim, a capoeira é um jogo.
Os principais instrumentos da capoeira são  o BERIMBAU, PANDEIRO, ATABAQUE, AGOGÔ E RECO-RECO.

Berimbau
Instrumento de percussão em formato de arco, retesado por um fio de arame tendo, na sua extremidade inferior, uma cabaça que funciona como caixa de ressonância. O arame é percutido com uma vareta de madeira, chamada de baqueta, que o tocador segura, juntamente com o caxixi, acentuando o ritmo através do chocalhar e modificando a intensidade do som com a aproximação e afastamento da abertura da cabaça na barriga. O arco e a moeda ou pedra, encosta ou afasta do arame com o objetivo de obter as variações do sons.
Origem : O berimbau originou-se da Harpa, existindo a mais ou menos quatro mil anos A.C. Possivelmente originário do Egito ou do Sul da Índia. Sendo seu emprego inicial totalmente desconhecido, usado por mendigos para pedir esmolas e por mercadores para chamar atenção dos fregueses. Introduzido na Capoeira no século XX.
Pandeiro:
Instrumento de percussão, composto de um arco circular de madeira, guarnecido de soalhas, e sobre a qual se estica uma pele, preferencialmente de cabra ou bode, e que se tange batendo com a mão, com os cotovelos, nos joelhos e até nos pés.
Origem: O pandeiro é conhecido por muitos como panderola ou tamborim. Sua origem Árabe, é incluído entre os instrumentos antigos, sendo usado também em cerimônias religiosas. 
Atabaque
Instrumento de percussão, tambor primário, feito com pele de animal, distendida em uma estrutura de madeira com formatos de cone vazado nas extremidades. Percutindo com as mãos, usado nas danças religiosas e populares de origem africana. E um instrumento sagrado do candomblé e usado nos grupos folclóricos.
Origem: O termo "Atabaquê" é de origem árabe. O atabaque é um instrumento oriental muito antigo entre os Persas e os Árabes. O atabaque chegou ao Brasil através dos Portugueses, para ser usado em festas e procissões religiosas.

Agogô
Instrumento de percussão, constituído por duas campânulas de ferro, o qual se percute com uma vareta do mesmo metal, ou uma baqueta e é usado particularmente nos candomblés, baterias de escola de samba, maracatu, conjuntos musicais, etc.
Origem : O agogô é de origem africana.  

Reco-reco

Instrumento de percussão, feito de gomos de bambu ou madeira, no qual abrem-se rasgos transversais, onde se passa uma vareta de madeira fazendo soar um som rascante.
“Manual Ilustrado dos Instrumentos Musicais” - Denis Koishi 
 “Explicando a Arte”, de Jô Oliveira e Lucília Garcez.
 “A Orquestra” Tintim por tintim de HENTSCHKE, Liane (et al)







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