"A arte é a contemplação: é o prazer do espírito que penetra a natureza e descobre que ela também tem uma alma. É a missão mais sublime do homem, pois é o exercício do pensamento que busca compreender o universo, e fazer com que os outros o compreendam." (Auguste Rodin)

domingo, 13 de agosto de 2017

3ª Série - AVISO sobre Projeto Um Novo Olhar sobre Salvador

Último dia para entrega da revista: 21/08/2017
Culminância do Projeto: 26/08/2017

2ª Série - Arte Gótica - 2ª Unidade - 2017

A Idade Média foi um dos períodos mais longos da História: durou cerca de dez séculos. Iniciou-se no ano de 476, com a ocupação de Roma pelos bárbaros, e teve fim em 1453, quando ocorreram dois fatos importantes; a tomada de Constantinopla pelos mulçumanos e o fim da Guerra dos Cem Anos, entre a França e Inglaterra.
A partir do século XII o centro irradiador de cultura deixa de ser os mosteiros e se expande para as igrejas das grandes cidades da Europa. Tem início uma economia fundamentada no comércio. A catedral da cidade torna-se o edifício mais importante e é nela que vamos encontrar toda a característica do estilo gótico.
O estilo gótico nasceu no século XIII, na França; em seguida, foi aceito pela Espanha, pela Inglaterra e mais tarde pela Alemanha e pela Itália.  
A arte na Idade Média tem a função de estimular a devoção e o trabalho. O artista é considerado um trabalhador manual, um artesão habilidoso, capaz de trabalhar matais, entalhar madeira, esculpir pedras e assim obter imagens.
Os trabalhos artísticos são feitos sempre em equipe, com mestres. Não há espaços para criações individuais. Foi a partir do século XV que a arte tornou-se mais criativa e cada artista pôde projetar-se individualmente. Portanto, as obras deixam de fazer parte de uma produção anônima, feita com a colaboração de vários autores, e passam a ser assinadas pelos artistas.

Arquitetura
A arquitetura foi fruto de uma nova sensibilidade que encontrou linguagem expressiva na verticalidade e no naturalismo em elementos construtivos, em sua grande originalidade, voltados sempre para o simbolismo teológico.
A forte verticalidade dos edifícios góticos favoreceram a evolução de técnicas construtivas e o uso de novos materiais.
No início do século XII ainda predomina a arquitetura românica, mas já surgem mudanças que conduzirão a uma profunda revolução arquitetônica.
O clima religioso daquela época favoreceu a construção de edifícios bem mais altos, que refletiam o desejo de uma ascensão espiritual.
A arquitetura expressa a grandiosidade, a crença na existência de um Deus que vive num plano superior; tudo se volta para o alto, projetando-se na direção do céu, como se vê nas pontas agulhadas das torres de algumas igrejas góticas.
O verticalismo e as amplas janelas querem simbolizar a vontade de aproximar-se de Deus, e a luz que entra pelas janelas traz a ideia do “paraíso” e acentua a fé popular.
As paredes ficam menos espessas e dão lugares às amplas janelas; as estruturas multiplicam-se, tanto no interior, como no exterior.
As igrejas tinham amplos vitrais, recobertos por cenas pictóricas, e, na fachada, a ampla rosácea ou elemento em forma de rosa.  Os portais possuíam uma especial função na arquitetura, pois eram recobertos por esculturas em seus nichos.
A característica mais importante da arquitetura gótica é a abóbada de nervuras, muito diferente da abóbada de arestas românica, porque deixa visíveis os arcos que formam sua estrutura.
Esse novo tipo de abóbada foi possível graças ao arco ogival, diferente do arco pleno do estilo românico. Com ele as igrejas góticas podiam ser muito mais altas que as românicas. Além disso, as ogivas, que se alongam e apontam para o alto, acentuam a impressão de verticalidade da construção.
Outro elemento muito usado nas catedrais góticas são os pilares. Dispostos em espaços bem regulares, eles dão suporte ao teto de pedra. Graças a eles as paredes não precisam ser muito grossas para sustentar o teto. As largas paredes com janelas estreitas das igrejas românicas dão lugar a paredes muito mais altas e com grandes janelas, preenchidas com belos vitrais. Esses conjuntos de arcos ogivais, pilares, paredes altas e cheias de vitrais transmite uma forte impressão de amplitude e leveza.
A rosácea é um elemento arquitetônico muito característico do estilo gótico e está presente em quase todas as igrejas construídas entre os séculos XII e XIV.
Outros elementos característicos da arquitetura gótica são os arcos góticos ou ogivais e os vitrais coloridíssimos que filtram a luminosidade para o interior da igreja.

Características das construções góticas:
A fachada: A igreja gótica apresenta três portais. No portal central há uma rosácea (vitral circular), presente em quase todas as igrejas construídas no século XII e XIV.

Os arcos: O arco ogival, que apresenta uma quebra em sua parte superior, possibilitou a construção de igrejas mais altas, acentuando a impressão de verticalidade.

As abóbadas: A utilização de arcos ogivais permitiu a construção de abóbadas de nervura nas igrejas góticas, substituindo, assim, as abóbadas de berço e de arestas usadas na arquitetura românica.
A abóbada de nervuras que deixa visíveis os arcos que formam sua estrutura.                                                                     
                                                                                           
Os pilares: Nas igrejas góticas, as abóbadas eram apoiadas nos pilares ou colunas de sustentação. Com a utilização desse novo tipo de apoio, as grossas paredes e pequenas janelas da arquitetura românica desapareceram e deram lugar a paredes mais leves e grandes vitrais, que proporcionaram uma iluminação peculiar à igreja gótica.
A consequência estética mais importante da introdução dos pilares foi a substituição das sólidas paredes com janelas estreitas, do estilo românico pela combinação de pequenas áreas de parede com grandes preenchidas por vidros coloridos e trabalhados chamados vitrais.
 
A arquitetura Gótica e os vitrais

O interior das catedrais góticas é bastante iluminado. A claridade entra pelas janelas do andar mais alto, pelas janelas das paredes das naves laterais e pelos grandes vitrais que ficam atrás do altar principal.
Combinados a colunas delicadas, os vitrais também dão ao ambiente uma aparência de leveza.
Os vitrais são elementos importantes na arquitetura gótica: ao deixarem passar a luz do Sol, criam um ambiente sereno e multicolorido.

Entre os séculos XII e XVI, foi construída a catedral de Notre-Dame de Chartres. Entre os aspectos mais importantes da sua arquitetura, destaca-se o portal principal, conhecido como Portal Régio e é considerado pelos historiadores da arte como um dos mais belos conjuntos escultóricos do mundo. O Portal Régio é formado por um portal central e dois laterais. Cada um desses portais apresenta um tímpano inteiramente preenchido por trabalhos de escultura.
O estilo gótico nas grandes catedrais medievais teve grande influência sobre a arquitetura das igrejas católicas ao longo dos séculos. Em São Paulo, por exemplo, a catedral mais importante da cidade, construída em pleno século XX, apresenta importantes recursos da arquitetura gótica: arcos ogivais, pilares com pequenas colunas ao redor, decoração com esculturas representando elementos da natureza (plantas e animais), vitrais e até arcobotantes no seu interior.
No século XV, o estilo gótico deixou de ser exclusivo dos edifícios religiosos e chegou às residências particulares, como o palácio conhecido como Ca’d’Oro, construído por Matteo Reverti, entre 1422 e 1440, em Veneza.
O nome Ca’d’Oro significa “Casa de Ouro”. É uma referência ao rico revestimento dourado que ornamentava a fachada de pedra branca no tempo da construção. Erguida sobre o Grande Canal, cujas águas refletem as linhas da fachada, essa residência é considerada o mais belo edifício gótico de Veneza.

Escultura
Com a redescoberta do classicismo e naturalismo nasce uma arte subordinada à arquitetura. No período gótico, na qual as figuras humanas foram esculpidas de modo mais próximo ao real, ganham mais proporcionalidade, expressividade e escolha de movimentos nas fachadas e nos portais, principalmente das catedrais. Era executada para ocupar espaços, seja na parte superior das portas, chamadas de tímpanos, ou seja, ao longo das paredes. As figuras humanas são alongadas, para caber nas estreitas colunas que as abrigam, e perdem a rigidez do período românico para ganhar espontaneidade. As representações mais comuns são as de reis, rainhas, nobres de alta linhagem e santos.
Os materiais preferidos para esculpir foram o mármore branco, o bronze, a madeira e o marfim.
O escultor gótico de destaque foi Giovanni Pisano que esculpiu monumentos fúnebres, fontes, púlpitos e pias batismais.

Pintura
A pintura gótica tinha como função deixar clara as imagens e as ideias expressas pelos frades e pelos governantes das comunidades, portanto, os temas religiosos eram bem explorados. Era importante exprimir o real sentimento, daí o naturalismo que animava as figuras, mesmo porque estas deviam reproduzir as personagens em vida.  Como exemplo: temos a vida e os principais momentos de São Francisco.

Em relação à arquitetura e à escultura, a pintura gótica teve seu nascimento tardio. As primeiras configurações góticas se deram no século XIII e predominaram até o século XV. As principais características da pintura gótica foram:
*         Profundidade: Diferentemente da pintura românica onde as cenas aconteciam num único plano, à pintura gótica procura dar algum movimento às figuras através da postura dos corpos e das paisagens de fundo. Porém, a ilusão de profundidade só se realizou plenamente no movimento que procedeu o gótico: o Renascimento.

*         Realismo: As figuras são representadas de forma mais detalhada e realista. O artista tenta reproduzir os seres exatamente como eles são. Contudo, isso só foi possível no Renascimento através dos estudos de anatomia, quando a dissecação de cadáveres foi permitida, antes proibida pela igreja.

Dentre os principais pintores desse momento artístico temos: Cenni di Petro (Giovanni) nascido em Florença e conhecido como Cimabue (c.12401302) foi um pintor e criador de mosaicos. Foi professor de Giotto di Bondone.  Seu trabalho ainda foi influenciado pelos ícones bizantinos, mas já apresentava uma nítida preocupação com o realismo ao representar a figura humana. Suas obras mais importantes foram feitas para a igreja de São Francisco, em Assis, mas outros museus e igrejas da Itália também existem pinturas de sua autoria. Um belo exemplo da pintura desse artista é a obra conhecida como A virgem e o menino rodeados de anjos. Encomendado para a igreja de São Francisco, em Pisa, esse trabalho foi feito em têmpera sobre madeira.
Ele também é popular por ter descoberto Giotto e ser considerado o último grande pintor italiano a seguir a tradição bizantina.

O rotorno da representação da realidade se encontra principalmente nas obras do pintor Giotto (1266 -1337). A maior parte de suas obras é formada por afrescos que decoravam igrejas.
Giotto usou na pintura tonalidades de cores que dão solidez e profundidade à figura humana. Usou o naturalismo e a análise espacial que se concretizou na descrição minuciosa de alguns ambientes por ele decorados.
A principal característica de sua pintura é a representação dos santos como pessoas de aparência comum, mas sempre em posição de destaque.  Esses santos com ar humanizado eram os mais importantes das cenas que pintava, ocupando sempre posição de destaque na pintura.
Além dos grandes murais de Giotto, que cobriam as paredes das igrejas, a pintura gótica expressou-se nos quadros de menores proporções e nos retábulos.
Um retábulo consiste em dois, três ou mais painéis que podem ser fechados uns sobre os outros e abertos durante as celebrações religiosas. Conforme o número de painéis, ele recebe o nome especial: se possui dois painéis díptico, três tríptico, quatro ou mais, políptico.



Manuscritos ilustrados
Durante o século XII até o século XV, quando Gutemberg inventou a impressão com tipos móveis, qualquer publicação era manuscrita. Os textos da bíblia eram copiados sobre uma fina pele de cordeiro e o copista deixava espaços pra que os artistas executassem ilustrações.
Neste período, os artistas buscavam representar seres de maneira que se aproximassem do real. Contudo, não conseguiam realizar a ilusão de profundidade do espaço. O afresco era muito utilizado, principalmente nas paredes laterais das igrejas. Fora do ambiente religioso os temas, mais comuns, eram cenas de caça, de reuniões musicais ou de diversões em jardins.
Os principais pintores da época: Giotto, Cimabue e Duccio.
Os manuscritos eram feitos em várias etapas e dependiam do trabalho de várias pessoas. Primeiro, curtia-se de modo especial a pele de cordeiro ou vitela, obtendo-se o velino. Nas oficinas dos mosteiros ou nos ateliês de artistas, os trabalhadores cortavam as folhas de velino no tamanho que teria o livro. A seguir, os copistas transcreviam os textos sobre as páginas já cortadas. Ao fazê-lo, deixavam espaços para que os artistas fizessem as ilustrações, os cabeçalhos, os títulos ou as letras capitulares. Esse trabalho ficou conhecido como iluminuras. 

Os vitrais e as artes menores
Os vitrais eram construídos por artesãos especializados que, seguindo um desenho preparatório, cortavam e coloriam como se fosse um mosaico.
Assim, o interior das igrejas era ornamentado com cores vivas nos vitrais que valorizam a estrutura arquitetônica.
Os vitrais pintados e decorados eram também uma forma de ensinar e evangelizar o povo por meio da mágica luminosidade das cores e dos relatos bíblicos.  

Glossário:
Arco ogival: tem forma de ogiva (figura formada pelo cruzamento de dois arcos iguais que se cortam superiormente, formando um ângulo agudo).
Arcobotante: é uma peça em forma de arco que transmite a pressão de uma abóbada da parte superior de uma parede para os contrafortes externos. Isso possibilitou que as paredes laterais não tivessem mais a função de sustentar as abóbadas.
Iluminura é um tipo de pintura decorativa aplicada às letras capitulares dos códices de pergaminho medievais. O termo se aplica igualmente ao conjunto de elementos decorativos e representações imagéticas executadas nos manuscritos produzidos principalmente nos conventos e abadias da Idade Média.


Bibliografia:
PROENÇA, Graça. Descobrindo a História da Arte. 1ª edição.  São Paulo. Ática. 2005.
______________. História da Arte.17ª ed. São Paulo. Ática. 2009.
CALABRIA, Carla Paula Brondi. MARTINS, Raquel Valle. Arte, História e Produção. Vol 2. São Paulo. FTD. 1997.
CANTELE, Angela Anita. CANTELE, Bruna Renata. Arte e Habilidade. 7ºano. 2ªed. São Paulo. IBEP. 2012.


2ª Série - Arte Bizantina - 2ª Unidade 2017

Bizâncio era uma antiga colônia grega localizada entre a Europa e a Ásia, no estreito de Bósforo. Nesse local, no ano de 330, o imperador Constantino fundou a cidade de Constantinopla, que graças à localização geográfica privilegiada, viria a ser palco de uma verdadeira síntese das culturas Greco-romana e ocidental. O termo bizantino, portanto, deriva de Bizâncio e designa a criação cultural não só de Constantinopla, mas de todo o Império romano do Oriente.
O Império romano do Oriente, cuja capital era Roma, sofreu sucessivas invasões até cair completamente em poder dos bárbaros, no ano 476. Essa data marca o fim da Idade Antiga e o início da Idade Média.
O Império Bizantino – como acabou sendo denominado o Império Romano do Oriente – alcançou seu apogeu político e cultural durante o governo do imperador Justiniano, que reinou de 527 a 565. Apesar das contínuas crises políticas, manteve-se a unidade do Império até 1453, quando os turcos tomaram sua capital Constantinopla, dando início a um novo período histórico a Idade Moderna.

Uma arte que expressa riqueza e poder
O momento de esplendor da capital do Império Bizantino coincidiu historicamente com a oficialização do cristianismo. A partir daí, a arte cristã primitiva, que era popular e simples, foi substituída por uma arte cristã de caráter majestoso, que exprime poder e riqueza.
A arte bizantina tinha como objetivo expressar a autoridade absoluta e sagrada do imperador, considerado o representante de Deus, com poderes temporais e espirituais. Para que a arte atingisse esse objetivo, uma série de convenções foi estabelecida – tal como ocorrera na arte egípcia.
Uma dessas convenções foi a lei da frontalidade, uma vez que a postura rígida da personagem representada leva o observador a uma atitude de respeito e veneração. Ao mesmo tempo, ao produzir frontalmente as figuras, o artista mostra respeito pelo observador, que vê nos soberanos e nas figuras sagradas seus senhores e protetores.
Além da frontalidade, outras regras minuciosas foram impostas aos artistas pelos sacerdotes, como a determinação do lugar de cada personagem sagrada na composição e a indicação de como deveriam ser os gestos, as mãos, os pés, as dobras das roupas e os símbolos. Enfim, tudo o que poderia ser representado era rigorosa e previamente determinado.
Passou-se também a retratar as personalidades oficiais e as personagens sagradas como se compartilhassem as mesmas características assim, a representação de personagens oficiais sugeria tratar-se de personagens sagradas.
As personagens sagradas, por sua vez, eram representadas com características das personalidades do Império. Jesus Cristo, por exemplo, aparecia como rei e Maria como rainha. Da mesma forma, situações típicas da corte eram traspostas para as representações dos santos.

Mosaico

O mosaico consiste na colocação, lado a lado, de pequenos pedaços de pedras de cores diferentes sobre uma superfície de gesso ou argamassa. Essas pedrinhas coloridas são dispostas de acordo com um desenho previamente determinado. A seguir, a superfície recebe uma solução de cal e areia e óleo que preenche os espaços vazios, aderindo melhor os pedacinhos de pedra. Como resultado obtém-se uma obra semelhante a pintura.
O mosaico é a expressão máxima da arte bizantina. As figuras rígidas e a pompa da arte de Bizâncio fizeram do mosaico a forma de expressão artística preferida pelo Império Romano do Oriente.
As paredes e as  abóbadas das igrejas, recobertas de mosaicos de cores intensas e de materiais que refletem a luz em reflexos dourados, conferem uma suntuosidade ao interior dos templos que nenhuma época conseguiu reproduzir e  serve também de fonte de instrução e guia espiritual aos fiéis, mostrando-lhes cenas da vida de Cristo, dos profetas, e dos vários imperadores. Plasticamente, o mosaico bizantino não se assemelha aos mosaicos romanos; são confeccionados com técnicas diferentes e seguem convenções que regem também os afrescos. Neles, por exemplo, as pessoas são representadas de frente e verticalizadas para criar certa espiritualidade; a perspectiva e o volume são ignorados e o dourado é utilizado em abundância, pela sua associação a um dos maiores bens materiais: ouro.


Arquitetura

O grande destaque da arquitetura foi a construção de Igrejas, facilmente compreendido dado o caráter teocrático do Império Bizantino. A necessidade de construir Igrejas espaçosas e monumentais, determinou a utilização de cúpulas sustentadas por colunas, onde haviam os capitéis, trabalhados e decorados com revestimento de ouro, destacando-se a influência grega.
A Igreja de Santa Sofia é o mais grandioso exemplo dessa arquitetura, onde trabalharam mais de dez mil homens durante quase seis anos. Por fora o templo era muito simples, porém internamente apresentava grande suntuosidade, utilizando-se de mosaicos com formas geométricas, de cenas do Evangelho.
Na cidade italiana de Ravena, conquistada pelos bizantinos, desenvolveu-se um estilo sincrético, fundindo elementos latinos e orientais, onde se destacam as Igrejas de Santo Apolinário e São Vital, destacando-se nesta última onde existe uma cúpula central sustentadas por colunas, planta ortogonal, e os mosaicos como o do imperador Justiniano e o da imperatriz Teodora, com seus respectivos séquitos levando oferendas ao templo. São obras que expressam de modo significativo o compromisso da arte bizantina com o império e a religião.

Os ícones bizantinos

Além de trabalhar nos mosaicos, os artistas bizantinos criaram os ícones, uma nova forma de expressão artística na pintura. A palavra ícone, de origem grega, significa “imagem”. Como trabalho artístico, os ícones são quadros que representam figuras sagradas, como Jesus Cristo, a Virgem, os apóstolos, santos e mártires. Em geral, são bastante luxuosos.
Para pintar os ícones, os artistas utilizavam a técnica da têmpera ou da encáustica, lançando mão de recursos que realçavam os efeitos de luxo e riqueza. Em geral, revestiam a superfície da madeira ou da placa de metal com uma camada dourada sobre a qual pintavam a imagem. Para fazer as dobras das vestimentas, as rendas e os bordados, retiravam com um estilete a película de tinta da pintura. Essas áreas, assim, adquiriam a cor de ouro.
Às vezes, os artistas colavam jóias e pedras preciosas na pintura, chegando até a confeccionar coroas de ouro para as figuras de Jesus Cristo ou de Maria. Essas jóias, aliadas ao dourado nos detalhes das roupas, davam aos ícones um aspecto de grande suntuosidade.
Depois da morte do imperador Justiniano, em 565, aumentaram as dificuldades políticas para que o Oriente e o Ocidente se mantivessem unidos. O Império Bizantino sofreu períodos de declínio cultural e político, mas conseguiu sobreviver até o fim da Idade Média, quando, em 1453, Constantinopla foi invadida pelos turcos.

Têmpera é o nome dado a um dos modos como os artistas bizantinos preparavam a tinta usada em seus ícones. Consiste em misturar os pigmentos a uma goma orgânica – em geral gema de ovo – para facilitar a fixação das cores à superfície do objeto pintado. O resultado é uma superfície brilhante e luminosa.

Encáustica: esta técnica foi usada na antiguidade. O processo consiste em diluir os pigmentos em cera aquecida e derretida no momento da aplicação. Ao contrário da têmpera, cujo efeito é brilhante, a pintura em encáustica é semifosca.

ESCULTURA: Este gosto pela decoração, aliado à aversão do cristianismo pela representação escultórica de imagens (por lembrar o paganismo romano), faz diminuir o gosto pela forma e consequentemente o destaque da escultura durante este período. Os poucos exemplos que se encontram são baixos-relevos inseridos na decoração dos monumentos.
A escultura bizantina não se separou do modelo naturalista da Grécia, e ainda que a Igreja não estivesse muito de acordo com a representação estatuária, não obstante, essa foi a disciplina artística em que melhor se desenvolveu o culto à imagem do imperador. Também tiveram grande importância os relevos, nos quais os soberanos imortalizaram a história de suas vitórias. Das poucas peças conservadas se deduz que, apesar de seu aspecto clássico, a representação ideal superou a real, dando-se preferência à postura frontal, mais solene.
Não menos importante foi a escultura em marfim. Destaca-se na escultura o trabalho com o marfim, principalmente os dípticos, obra em baixo relevo, formada por dois pequenos painéis que se fecham, ou trípticos, obras semelhantes às anteriores, porém com uma parte central e duas partes laterais que se fecham.
Esse modelo mais tarde se adaptou ao culto religioso em forma de pequeno altar portátil. Quanto à ourivesaria, proliferaram os trabalhos em ouro e prata, com incrustações de pedras preciosas. Porém, poucos exemplares chegaram até nossos dias.

Referências
PROENÇA, Graça. História da Arte.Ática. São Paulo 2009.

2ª Série - Arte Romana - 2ª Unidade - 2017

A cidade de Roma originou-se de uma pequena aldeia de pastores e agricultores, situada às margens do Rio Tibre, numa região que permitia a comunicação entre a Etrúria e a Grécia, as duas áreas mais dinâmicas da Península Itálica entre os séculos XIII e VI a.C.
A arte romana desenvolveu-se durante os quase seis séculos que vão da terceira Guerra Púnica (146 a.C) ao séc. IV d.C. Esta sofreu fortes influências por parte da arte etrusca (na técnica), grega (na decoração) e oriental (na monumentalidade). Contudo, os romanos souberam adaptar tais influências ao seu gosto nacional, e criaram um estilo que, embora derivado de outros, não deixa de ser inconfundivelmente romano.
Os romanos já conheciam os termos e métodos de representação dos gregos muito antes de entrar em contato direto com o mundo grego, e foi através da Etrúria que adquiriram este conhecimento e também, também grande parte das características independentes da arte romana origina-se da tradição ítalo-etrusca: o entusiasmo pelo retrato realista, especialmente o busto – retrato, o fascínio pela decoração luxuosa, o prazer no mundo da natureza.
ARQUITETURA

Herdeiros e continuadores da cultura grega, os romanos praticamente nada inovaram em matéria de arte. Mas a sua contribuição original dá-se, no campo da arquitetura, na valorização do espaço interno e na compreensão da dupla importância, estética e estrutural, de elementos como o arco e a abóbada que foram um dos legados culturais mais importantes que os etruscos deixaram aos romanos. Esses dois elementos arquitetônicos desconhecidos na Grécia permitiram aos romanos criar amplos espaços internos, livres do excesso de colunas, próprios dos templos gregos.
O arco foi uma conquista que permitiu ampliar o vão entre uma coluna e outra, pois nele o centro não se sobrecarrega mais que as extremidades e, assim, as tensões são distribuídas de forma mais homogênea. Além disso, como o arco é constituído com blocos de pedra, a tensão comprime esses blocos, dando-lhe maior estabilidade.
A arquitetura se caracterizou pelo uso de três elementos principais: o arco, a abóbada e a cúpula, que os romanos receberam como herança do domínio etrusco, ampliando o seu uso a um grande número de construções. Ao lado desses elementos, as colunas, principalmente o estilo Jônico, foram também muito empregadas sobre tudo nos templos.
Exemplo: Aqueduto romano, arcada do templo de Júpiter em Terracina século I a.C.
Arco do Triunfo do Imperador Tito, abóbada do Panteon – Templo dedicado a todos os deuses, Coliseu – anfiteatro.
Os templos romanos assemelhavam-se aos gregos, tanto na estrutura como na função. Não eram lugares de reunião dos fiéis mas apenas a morada dos deuses.
Até mesmo o culto era celebrado num altar que ficava fora dos templos. Os gregos também forneceram os modelos para os teatros romanos que serviram ainda a construção dos circos e anfiteatros.
As características gerais da arquitetura romana são:
• procura do útil imediato, senso de realismo;
• grandeza material, realçando a ideia de força;
• energia e sentimento;
• predomínio do caráter sobre a beleza
• originalidade: urbanismo, vias de comunicação, anfiteatro, termas.

No começo, dominada pela influência etrusca – o traçado de cidades, casas, templos e abóbadas, adquirir-se estilo próprio com a descoberta do cimento (século II a.C.) e da construção em tijolos, e o resultante desenvolvimento da construção das abóbadas, cujas variações aparecem em portas e portões, anfiteatros e teatros, pontes e arcos de triunfo.
Outra criação original dos arquitetos romanos são as termas. Seu conjunto cobria, nas cidades grandes, um espaço considerável, consistiam, fora dos banhos propriamente ditos, de sauna (caldarium, tepidarium, frigidarium) e de numerosos estabelecimentos anexos. As termas de banho simples são, por exemplo, as do Foro (80 a.C.), que tinham duas seções, para acomodar homens e mulheres separadamente.
No início, os edifícios de espetáculos eram de madeira. Pompeu construiu o primeiro teatro de alvenaria, em Roma.
Do conjunto arquitetural da cidade romana faziam ainda os portões, colunas comemorativas (de Daílio, 260 a.C.) e os arcos, que em sua origem são de triunfo e depois construídos por razões diversas.
A planta das casas romanas era rigorosa e invariavelmente desenhada a partir de um retângulo básico.
Ao entrar em contato com os gregos, durante o período helenístico, os romanos apreciaram muito a flexibilidade e a elegância das moradias gregas. Mas admiraram, sobretudo o peristilo (galeria de colunas em volta de um pátio ou de um edifício) que havia no pátio de muitas casas.
Como eram zelosos de suas tradições, os romanos não quiseram alterar muito a planta de suas casas, mas encontraram uma solução para incorporar os elementos que admiravam: acrescentaram, nos fundos da casa, um peristilo em torno do qual se dispunham vários cômodos o restante da construção seguia o esquema tradicional.
Os imperadores e patrícios (classe social romana) construíram vilas suntuosas para morar, enquanto o povo habitava em casas unifamiliares de dois andares (o domus), ou em casas populares com quatro ou cinco andares (conjuntos habitacionais).
A via Ápia em Roma é uma sucessão de túmulos não só de ricos senhores romanos, mas também de pessoas do povo. Para construir seus monumentos e habitações, os romanos colocavam pedra, sobre pedra. Eles usavam uma técnica construtiva muito eficaz ligando blocos de argila cozida além de tufo (denominação dada aos calcários com grandes poros, gerados por fontes de águas ricas em bicarbonato de cálcio) e pedra com betume e trapos torcidos.
O anfiteatro Flávio, um dos mais importantes e mais belos dos edifícios de Roma, recebeu o nome de Coliseu, talvez por causa da gigantesca estátua de Nero erguido nos arredores. O seu exterior era ornamentado por esculturas, que eram abrigadas pelos arcos, por três andares com as ordens de colunas gregas, e a sua planta tem a forma elíptica, os muros são de blocos soldados com betume e lajes de mármore ligadas com ganchos de ferro.
O Coliseu foi inaugurado pelo imperador Tito no ano de 80. A sua função era ser um circo dedicado a espetáculos sanguinolentos, nele realizavam-se combates entre gladiadores, caça a animais ferozes e até batalhas navais, graças a um sistema hidráulico que permitia o alagamento da pista. Cada espetáculo podia ser assistido por cerca de 50 mil pessoas. Sua estrutura principal é construída com uma espécie de concreto, e trata-se de uma obra-prima de engenharia e planejamento eficiente, com quilômetros de galerias e abóbadas para assegurar o fluxo regular do tráfego em volta da arena.
Arco do Triunfo: eram construídos tendo o objetivo de homenagear os imperadores e generais vitoriosos.
A coluna triunfal: era ao mesmo tempo um monumento comemorativo e funerário. A mais famosa é a de Trajano, característica pelo seu friso em espiral que narra os feitos do Imperador em baixos relevos no fuste.
Nem todos os templos resultaram da soma da tradição romana e dos ornamentos gregos. Enquanto a concepção arquitetônica grega criava edifícios para serem vistos do exterior, a romana procurava criar espaços interiores. O Panteão, construído em Roma, durante o reinado do Imperador Adriano, é certamente o melhor exemplo dessa diferença.
Planejado para reunir a grande variedade de deuses existentes em todo o Império, esse templo romano, com sua planta circular fechada por uma cúpula, cria um local isolado do exterior onde o povo se reunia para o culto.
Ao lado da arquitetura civil, há a religiosa, modesta e sem estilo ainda definido nos templos mais antigos restaram alguns vestígios (templo de Júpiter Capitolino, Saturno, Ceres, todos em Roma). Eram decorados por artistas etruscos, de visível influência grega.
A construção mais impressionante é o Santuário da Fortuna Primogênia, na Palestina. Um monumental conjunto de edifícios construídos de uma série de terrenos superpostos apoiados na encosta de uma coluna, sustentados por abóbadas de concreto a arcos. A construção em concreto é combinada com um emprego decorativo e, em parte estrutural, da arquitetura colunar clássica. Pilastras e meias colunas para decorar os espaços entre os arcos.
Os romanos também modificaram a linguagem arquitetônica que haviam recebido dos gregos, uma vez que acrescentaram aos estilos herdados (dórico, jônico e coríntio) duas novas formas de construção: os estilos toscano e composto.
O estilo toscano era uma espécie de ordem dórica sem estrias no fuste. E no estilo compósito, o capitel foi criado a partir da mistura de elementos jônicos e coríntios. O Pantheon romano.
A ordem Coríntia foi adotada como a ordem romana por excelência devido a suas possibilidades decorativas mais ricas, e as combinações de ordens que parecem ter agradado tanto os romanos, levaram a criação do capitel Compósito, fusão do Jônico e Coríntio. A severa ordem Dórica foi quase inteiramente rejeitada para construção em grande escala.

ESCULTURA 


Os romanos eram grandes admiradores da arte grega, mas por temperamento eram muito diferentes dos gregos. Por serem realistas e práticos, suas esculturas são uma representação fiel das pessoas e não a de um ideal de beleza humana, como fizeram os gregos.
No entanto, ao entrar em contato com os gregos, os escultores romanos sofreram forte influência das concepções helenísticas a respeito da arte, só que não abdicaram de um interesse muito próprio: retratar os traços particulares de uma pessoa. O que acabou acontecendo foi uma acomodação entre a concepção artística romana e grega.
Os romanos costumavam dedicar especial apreço pelas obras totalmente naturalistas, dinâmicas e proporcionadas da estatuária grega. Diante da impossibilidade de transportar as obras mais valiosas de Fídias, Policreto ou Praxíteles, eles tomaram providências no sentido de que seus próprios escultores as copiassem. Isso fez com que surgissem importantes escolas de copistas. Pode-se dizer que quase todas logo atingiram um excelente nível de realização. Desse modo, a arte estatuária do império compensou com quantidade sua falta de originalidade. Encontrando na escultura a maneira ideal de perpetuar a história e seus protagonistas, proliferaram no âmbito dessa arte romana os bustos, retratos de corpo inteiro e estátuas equestres (referente a cavalaria ou cavaleiros), de imperadores e patrícios, os quais passaram desse modo à posteridade, alçados praticamente à categoria de deuses.
A narração de fatos históricos e a reprodução de campanhas militares tomaram forma de relevos. Num primeiro momento foram utilizados como suporte os frontispícios de templos e arcos de triunfo. No entanto, não demorou muito para essas superfícies se tornaram um espaço exíguo (de pequenas proporções; diminuto) para conter volume dos acontecimentos que deviam transmitir. Foi dessa maneira que nasceram as colunas comemorativas, ao redor das quais se esculpiam as imagens das batalhas do império. A riqueza de detalhes era uma característica desse trabalho.

Bustos: Apesar de serem grandes admiradores da arte grega, os romanos desenvolveram um estilo próprio. Tendo começado como uma forma ancestral de veneração que remota aos tempos pré-históricos. Esse costume tornou-se uma maneira conveniente de demonstrar a importância e continuidade de uma família – um hábito que continua praticamente inalterado em nossos dias, através da exposição de retratos de família. Quando morria o chefe de uma família importante, fazia-se uma imagem em cera do seu rosto, e essas imagens eram preservadas pelas gerações subsequentes e carregadas nos cortejos funerários da família.
O rosto era a parte mais importante das peças sendo desenvolvidas ao máximo as tendências realistas. O retrato baseava-se em grande parte no culto dos antepassados reproduzindo o rosto do falecido num material perdurável. Os romanos primavam pelo realismo fazendo representações fiéis das pessoas e não pelo idealismo de beleza humana como os gregos. Retratavam os imperadores e homens da sociedade. Busto do imperador Hadrianus. Octávio Augusto, influência grega.

PINTURA


 A maior parte das pinturas romanas que conhecemos hoje provém das cidades de Pompéia e Herculano, que foram soterradas pela erupção do Vesúvio em 79 d.C. Uma característica da arte romana é o realismo. As cores mais utilizadas nos afrescos de Herculano e Pompéia foram o amarelo e o vermelho, cores que simbolizam o fogo, no colorido os romanos empregavam as cores preto, o vermelho e o azul conseguindo uma harmonia cheia de contrastes.
Os estudiosos da pintura existentes em Pompéia classificam a decoração das paredes internas dos edifícios em quatro estilos.

Primeiro  estilo:  recobrir  as  paredes  de  uma  sala com  uma  camada  de  gesso  pintado;  que   dava a impressão de placas de mármore. 

Segundo  estilo:  Os  artistas  começaram  então  a  pintar  painéis  que  criavam  a  ilusão  de  janelas  abertas  por  onde  eram  vistas paisagens com animais, aves e pessoas, formando um grande mural. 

Terceiro estilo: representações fiéis da realidade e valorizou a delicadeza dos pequenos detalhes. 

Quarto  estilo:  um  painel  de  fundo  vermelho,  tendo  ao  centro  uma  pintura,  geralmente  cópia  de  obra  grega,  imitando  um cenário teatral. 

A pintura tinha uma variedade de temas como cenas domésticas, retratos, animais e cenas da vida quotidiana. A maior inovação da pintura romana, comparada com a grega, foi o desenvolvimento das paisagens, incorporando técnicas de perspectiva e profundidade. Outro gênero muito explorado foi o das pinturas triunfais onde se descreviam entradas triunfais após vitórias militares, representando episódios das batalhas e das cidades e regiões conquistadas.
A pintura romana sempre esteve estreitamente ligada à arquitetura, e sua finalidade era quase exclusivamente decorativa. Já no século II a.C., na época da república, disseminou-se entre as famílias patrícias, empenhadas em exibir sua riqueza, o peculiar costume de mandar que se fizessem imitações da opulenta decoração de templos e palácios, tanto na casa em que viviam quanto naquelas em que passavam o verão. Graças a um bem-sucedido efeito ótico, chegavam a simular nas paredes portas entreabertas que davam acesso a aposentos inexistentes.

MOSAICO
O desenvolvimento do mosaico se deu na época do império com cenas de trabalho e figuras de personalidades famosas.
O  mosaico  foi  muito  utilizado  na  decoração  dos  muros  e  pisos  da arquitetura  em  geral. Partidários de um profundo respeito pelo ambiente arquitetônico, adotando soluções de clara matriz decorativa. As cores vivas e a possibilidade de colocação sobre qualquer superfície e a duração dos materiais levaram os mosaicos prevalecer sobre a pintura. Nos séculos seguintes, tornaram-se essenciais para medir a ampliação das primeiras igrejas cristãs.
São notáveis as pinturas murais e os mosaicos que eles executaram principalmente no século XVIII.

ARTES MENORES

 
Por influência etrusca, as chamadas artes menores ganham especial atenção dos romanos. Moedas e medalhas, além das indicações históricas que fornecem alcançam por vezes a categoria de obra-prima. Os trabalhos em marfim tiveram seu grande apogeu no período bizantino, enquanto as oficinas dos ceramistas produziram, em muitas províncias, notáveis vasos decorativos em relevo. Os mais conhecidos e apreciados procedem de Arezzo.
As artes santuárias de Roma não dispensam taças de cristal lapidadas, e joias de ouro, minuciosamente trabalhadas.
As armaduras e elmos (espécie de capacete que protegia a cabeça nas armaduras antigas) de bronze, trabalhados em relevo com motivos guerreiros ou mitológicos, eram parte indispensável na indumentária dos gladiadores.
Os objetos de uso doméstico eram geralmente de bronze (lâmpadas, ferramentas, armas, etc.), alguns dos quais verdadeiras obras de arte. Da prataria possuímos peças de grande valor artístico “tesouro” de Hildesheim, Boscoreale, Berthouville, as melhores sendo obras de artistas gregos. A ornamentação pode ser em estilo alexandrino ou puramente romano (cenas da história contemporânea).

REFERENCIAS: CALABRIA, Carla Paula Brond. MARTINS, Raquel Valle. Arte, História e Produção. FTD. Vol 2. 1997.
PROENÇA, Graça. História da Arte. Ática. 2000.
CANTELE, Bruna R. Arte,etc e tal... IBEP. Vol.2 São Paulo. 1998.

Revista: Roma História, Mitos e Lendas

2ª Série - Arte Grega - 2ª nidade - 2017

Por volta do século XX a.C. no sul da península dos Bálcãs, se estabelecia um povo que daria início à história grega. Entre os gregos, a escravidão tornou-se dominante, e um grande pensador afirmou que sem ela não haveria o Estado grego, nem arte nem ciência.
Os gregos se destacaram nos mais diversos campos culturais. Na escultura, nas estátuas demonstram harmonia, ritmo, movimento e proporção. Em termos de arquitetura, destacam-se os grandiosos templos que foram construídos para os deuses.
Os gregos não se submeteram aos dogmas religiosos. Para eles o conhecimento vinha através da razão e não da fé. A arte grega é idealista e não realista. O ideal de beleza é o homem.
A história da civilização grega pode ser dividida em:
       Período Minóico ( 3.000 1.600 a. C.);
       Período Micênico (1.600 1.100 a. C.);
       Período Geométrico (1.100 700 a.C.);
       Período Arcaico (700 500 a.C.);
       Período Clássico (500 300 a.C.);
       Período Helenístico (300 a.C. até a Cultura Romana).

 PERÍODO MINÓICO
A civilização minóica surge no Mar Egeu, ocupando, principalmente, a Ilha de Creta. Existe uma teoria que diz que possivelmente esta civilização teria sido àquela de Atlântida (que afundou no mar como conta a mitologia grega). Os minóicos não tinham preocupação com a guerra, suas cidades não eram muradas.
O Palácio de Cnosso é o principal exemplo de arte minóica. Nele já existiam encanamentos de água quente e fria. As pinturas são alegres e preocupadas em demonstrar a vida cotidiana. Foram utilizadas cores vivas como: vermelho, amarelo, verde, azul, branco e marrom.

 PERÍODO MICÊNICO
Os micênicos se instalaram na região que primeiramente era ocupada pelos minóicos. O povo micênico era guerreiro e tinha as cidades muradas. É um dos povos que darão origem (juntamente com os áqueos, eólios e jônicos) à civilização grega propriamente dita.
Caracterizou-se principalmente pelo desenvolvimento da arquitetura, tendo como modelo o megaron micênico (sala central do palácio de Micenas); O palácio divide-se em três áreas simples: um pórtico com duas colunas leva à antecâmara que antecede a grande sala de audiências, retangular e com quatro colunas a envolver uma lareira central circular; ao redor dos palácios, no interior da cidadela, e também do lado de fora, junto às muralhas, haviam várias casas de planta retangular e diversos cômodos, um deles habitualmente com lareira. As paredes eram de tijolo seco ao Sol, barro comprimido reforçado com cascalho, vigas de madeira, ou uma combinação disso; as fundações eram de pedra, ou de simples cascalho misturado com barro. O telhado era provavelmente plano, composto de uma estrutura de madeira recoberta de reboco ou terra - casas dos cidadãos mais ricos e influentes da sociedade micênica; os mais pobres viviam em cabanas de um ou dois cômodos situadas fora das muralhas. As paredes eram de tijolos secos ao sol ou de madeira, o chão era de terra batida e o telhado, plano, era em geral recoberto de palha;
- Desenvolveu-se ainda o artesanato em cerâmica, decorados com cenas do quotidiano e motivos florais e animais;

PERÍODO GEOMÉTRICO

Esta fase dura aproximadamente 400 anos. A cultura deste período é desestruturada, portanto a arte não era consolidada. O material artístico desta época é muito escasso, exceto por alguns templos primitivos. Não sobreviveram pinturas nas paredes, nem esculturas em larga escala. Os poucos achados são de pequenas estátuas, principalmente de bronze, reverenciando algum deus no templo ou enfeitando túmulos.
O Período Geométrico ficou conhecido, artisticamente, por seus potes e vasos com pinturas de figuras geométricas, representando a pobreza cultural dos dórios.
Gradativamente, a arte grega deixou de retratar apenas figuras geométricas e começou a exibir animais. A partir do século VIII A.C., houve uma ascensão do estilo humanista na arte, que passou a mostrar humanos, como dançarinos, corredores em bigas, cenas de batalhas e homens ou mulheres lamentando-se em frente a um túmulo, rituais religiosos, mas também cenas de coleta, de dança, de atletismo, de casamentos e outras atividades diárias. Muitas vezes os ceramistas e pintores de vasos eram a mesma pessoa.
Os vasos gregos são conhecidos não só pelo equilíbrio de sua forma, mas também pela harmonia entre o desenho, as cores e o espaço utilizado para ornamentação.
Além de servir para rituais religiosos, esses vasos eram usados para armazenar, entre outras coisas, água, vinho, azeite, mel, perfume, mantimento e até como urna funerária. Mas na medida em que passaram a revelar uma forma equilibrada e um trabalho de pintura harmoniosa, tornou-se também objetos artísticos. Inicialmente o artista pintava, em negro, a silhueta das figuras. A seguir, gravava o contorno e as marcas interiores dos corpos com um instrumento pontiagudo, que retirava a tinta preta, deixando linhas nítidas.

Figura negra: No final do século VIII a.C., a cidade de Coríntio testemunhou a invenção de uma técnica de pintura em vasos conhecida como figura negra. Nela a silhueta usada no período geométrico foi avivada pela incisão de uma tinta vermelha e branca.
Figura vermelha: Por volta do ano de 525 a.C., um grupo de ceramistas atenienses inventou uma técnica da figura vermelha, com a qual as figuras são desenhadas em linhas gerais, os detalhes interiores acrescentados em linhas de espessura variada e o fundo feito em tinta preta.
Na mesma época a gravação foi substituída pelo pincel, o que permitiu maior sutileza na pintura e exploração da figura humana. A partir dessa época, Atenas passou a dominar a produção de cerâmica decorada e qualidade de suas obras só fez aumentar. Exemplos de cerâmicas:
 Ânfora: vasilha em forma de coração, com gargalo longo com duas asas, tem como características a ornamentação geométrica e figuras estilizadas.
Hidra: era utilizada para recolher a água das fontes e caracterizava-se por três asas, uma na vertical para segurar enquanto corria água e duas para levantar.
Cratera: tem a boca em forma de cratera, muito larga, com o corpo em forma de sino invertido e serve para misturar água com vinho. Os primeiros exemplares desses vasos tinham uma decoração geométrica. Em seguida foram utilizadas figuras humanas e de animais estilizados. 

ARQUITETURA DO PERÍODO GEOMÉTRICO: Entre os anos 900 e 725 a.C., as casas são de plano irregular e os templos têm planta ora longa e estreita, ora quase quadrada, com uma coluna central (ou fila central de colunas) como arrimo. Os materiais de construção preferidos eram o tijolo cru e a madeira, com alguma utilização da pedra.

PINTURA DO PERÍODO GEOMÉTRICO: Surge como elemento de decoração da arquitetura. Ela também aparece nos vasos cerâmicos, conhecidos pelo equilíbrio entre forma e desenho, cor e espaço.
Os ceramistas e pintores de vasos atuavam de forma mais humilde do que os escultores e arquitetos gregos, que em geral, trabalhavam sob encomenda e usavam materiais caros. Há indícios de que as oficinas de cerâmica eram formadas por enormes famílias e, frequentemente, as cenas representadas eram relativas a preocupações do cotidiano.

 PERÍODO ARCAÍCO E CLÁSSICO
As duas principais cidades gregas foram Atenas (berço da arte e democracia) e Esparta (cidade dos guerreiros). As cidades gregas eram divididas em três partes:
       Acrópole: centro da vida religiosa e geralmente o ponto mais alto da região;
       Ágora: centro da vida civil, política e comercial;
       Astu: parte mais baixa da cidade, onde moravam os artesãos, comerciantes e povo.
Os gregos não se submetiam aos dogmas religiosos. Para eles o conhecimento vinha da razão e não da fé. A arte grega é idealista e não realista. O ideal de beleza é o homem.

PERÍODO ARCAÍCO
Chama-se de arcaico o período em que os gregos começaram a desenvolver técnicas sob a influência e contato com as ideias das civilizações mais antigas do Egito e do Oriente.

ESCULTURA DO PERÍODO ARCAICO
Nas obras do período arcaico nota-se a influência do Egito não só como fonte inspiradora, mas também na técnica. Durante esse período, o escultor grego apreciava a simetria natural do corpo humano. Desenvolveram a representação da figura humana, tornando-a mais realista. Iniciou-se a preocupação com os detalhes do corpo e das vestimentas. Começaram a esculpir grandes figuras de homens em mármore, embora existam algumas feitas de outros materiais como vários tipos de pedras, madeira talhada e terracota. Esse tipo de estátua era baseado nas esculturas egípcias. Assim, surgem as estátuas chamadas de Kouros (que significa “homem jovem”). São figuras masculinas nuas, eretas, em rigorosa posição frontal e peso do corpo igualmente distribuído sobre as duas pernas, com uma perna adiantada em relação à outra, os braços colados ao corpo, os punhos fechados com força e o olhar para frente, e a presença do característico sorriso arcaico, que não se apaga mesmo quando está ferido ou faz esforço, como é o caso do Moscóforo de Atenas. As Korés (que significa “mulher jovem”) são as figuras femininas. Os vestidos das mulheres, muito sutis, moldam-se nos corpos como se fossem panos molhados, mostrando por baixo da anatomia.
Além dessas estátuas também dedicaram muitas obras a animais como leões, cães, cavalos e imaginários centauros, esfinges e monstros, com os quais narravam aventuras dos heróis e deuses.

 PERÍODO CLÁSSICO:
As principais características da arte deste período são: harmonia, equilíbrio e proporção.

ESCULTURA DO PERÍODO CLÁSSICO:
No período clássico passou-se a procurar movimento nas estátuas. Para atingir tal objetivo, começou a usar o bronze, que era mais resistente do que o mármore podendo fixar o movimento sem se quebrar. O grego não se interessa por copiar a realidade e fixa-se na beleza ideal, seguindo proporções perfeitamente calculadas, de um modo geral, baseadas nas dimensões de pé, que dão as mesmas da cabeça. Contudo, o grego conduziu rapidamente a escultura a uma mudança radical na transição da arte Arcaica para o Clássico. As figuras imóveis dos jovens (Kouros) começaram adotar-se de movimento. Começa a evolução da ruptura da frontalidade para a conquista das três dimensões e movimento. A anatomia reflete uma maior naturalidade e o sorriso arcaico desaparece.
Características:
       Naturalismo ou representação fiel da natureza e do corpo humano;
       Ideia de movimento (quer do corpo, quer das roupas);
       Perfeição na representação do corpo humano;
       Serenidade, pois as figuras não revelam qualquer sentimento na sua expressão;
       Harmonia, pois existe proporção entre as várias partes do corpo.

 PINTURA DO PERÍODO CLÁSSICO
Nenhum trabalho restou dos grandes pintores de vasos do Período Clássico, mas sabe-se que nessa época a pintura aperfeiçoou a utilização de perspectiva, sombras e anatomia.

ARQUITETURA DO PERÍODO CLÁSSICO:
Um dos símbolos de maior sucesso artístico da Grécia é a sua requintada arquitetura, principalmente as elegantes colunas de pedra e os frontões triangulares, esculpidos em três “estilos” de arquitetura desenvolvida por eles entre 600 a.C. e 300 a.C., caracteriza-se por um senso absoluto de organicidade e equilíbrio, subordinando-se suas proporções à ordem matemática. A arquitetura grega foi muito mais, do que belos edifícios é leve, harmoniosa e funcional. No início da construção dos templos, os materiais utilizados pelos gregos eram o adobe (para as paredes) e a madeira (para as colunas). A partir do século VII a.C., no entanto, eles caíram em desuso e foram substituídos pela pedra e pelo mármore. A inovação permitiu que fosse acrescentada uma nova fileira de colunas na parte exterior da construção, fazendo com que o templo ganhasse um caráter monumental. Surgiram então os primeiros estilos arquitetônicos. 
Na Acrópole e em Ágora os templos e edifícios foram erguidos em mármore polido. Porém as casas das ruas, sujas e tortuosas, eram principalmente construídas de adobes secadas ao sol.
Não havia residências suntuosas. Mesmo um grande general vivia numa casa simples, igual à de um de seus vizinhos. Só as casa grandes tinham pavimento de pedra, as outras eram construídas a partir de terra batida e as paredes de abobe.
Os templos eram muito vulneráveis ao fogo, porque a madeira era amplamente empregada na arquitetura grega, para a construção do teto e das colunas. Além disso, o azeite armazenado nos templos e em outras construções era inflamável e podia ser perigoso quando usado em lamparinas.
No mundo grego, só estilos eram identificados de acordo com as ordens arquitetônicas que regulamentavam toda a obra dos artistas. Estes estilos distinguem-se especialmente nas colunas dos templos, teatros, estádios, ginásios e pórticos (pátios). Os gregos se preocupavam ainda com a simetria, a escala, a proporcionalidade e a harmonia.
A arquitetura deste período estava muito ligada a vida religiosa. Construíam-se teatros em honra de Dionísio e estádios em homenagens aos deuses como Zeus ( Santuário de Olímpia) e Apolo no (Santuário de Delfos).
A arquitetura apresenta ainda as seguintes características: Predomínio da horizontal sobre a vertical, planta regular, colunatas rodeando os edifícios, frontão triangular e a simetria entre o pórtico de entrada e o dos fundos. O templo era construído sobre uma base de três degraus.  O degrau mais elevado chamava-se estilóbata e sobre ele eram erguidas as colunas. As colunas sustentavam um entablamento horizontal formado por três partes: a arquitrave, o friso e a cornija.
Partes da coluna:
Cornija: é o ornato que se assenta sobre o friso de uma obra arquitetônica. É uma espécie de moldura.
Friso: é a parte do entablamento, que repousa sobre os capitéis das colunas e fica entre a cornija e a arquitrave.
Capitel: é o remate da coluna, a parte superior da pilastra ou balaústre geralmente esculturada.
Fuste: é a parte principal da coluna. Fica entre o capitel e a base.
Base: é tudo o que serve de apoio, a parte inferior da coluna.
A palavra entablamento refere-se ao conjunto formado por arquitrave, friso e cornija.
Em algumas colunas aparece o acrotério, um pedestal sem base que suporta vasos, figuras ou outros ornamentos. As colunas e o entablamento eram construídos segundo os modelos da ordem dórica, jônica e coríntia.
Ordem Dórica: Foi a primeira, a mais simples e a mais importante das ordens arquitetônicas é considerada a ordem masculina. Surgiu antes dos outros por uma razão muito óbvia: o dórico foi um dos primeiros povos que dominaram a Grécia. Apresentava as seguintes características: o fuste da coluna era monolítico e grosso. A arquitrave era lisa e sobre ela ficava um friso que era dividido em tríglifos (retângulos com sulcos verticais) e métopas (retângulos que podiam ser lisos, pintados ou esculpidos em relevo). O fuste da coluna era monolítico e grosso. O capitel era uma almofada de pedra. As grossas colunas que lhe davam sustentação não dispunham de base, o fuste tinha a forma acanelada. O capitel, muito simples. A mais notável característica dessas construções é a curvatura das linhas, que dão aparência de retas, mas na realidade, apresentam uma pequena curvatura para eliminar a impressão de divergências das numerosas colunas.
Templos dóricos: Poseidon e o de Hera em Paestum na Itália e os Selinunte, na Sicília.

Ordem Jônica: Representava a graça e o feminino tem antecedentes na arquitetura dos assírios e de outros povos da Ásia Menor. Ela espalhou-se no século V a.C., por outras cidades-estado gregas e pelas colônias. É leve, elegante, esbelta, cheia de classe e refinamento e era mais ornamentada. A coluna apresentava o fuste mais delgado e não se firmava diretamente sobre o estilóbata, mas sobre uma base decorada. O capitel era formado por duas espirais unidas por duas curvas é parecido com o tipo de penteado feminino em moda na época, existindo também certa semelhança entre a linha da coluna jônica e um traje de mulher.  O friso era dividido em partes ou decorado por uma faixa esculpida em relevo. A cornija era mais ornamentada e podia apresentar trabalhos de escultura. O mais belo templo jônico é o Eractéion de Atenas, erguido em honra de um lendário herói chamado Erecteu.
Ordem Coríntia: Apareceu no século IV a.C., e se caracterizou, sobretudo pela forma do capitel. Que era formado com folhas de acanto (planta espinhosa muito decorativa, originária da Grécia e da Itália) e quatro espirais simétricas, muito usado no lugar do capitel jônico, de um a variar e enriquecer aquela ordem. Sugere luxo e ostentação.
O maior exemplar e mais significativo da arquitetura coríntia é o templo de Olympeion em Atenas, que começou a ser construído no ano de 170 a.C., e só ficou pronto muito tempo depois. 


ARQUITETURA DO PERÍODO HELENÍSTICO
Em 400 a.C. surgiu uma nova e mais elaborada versão da arquitetura jônica: o estilo coríntio. Os templos são o maior destaque da arquitetura deste período. Eles foram criados para o culto aos deuses. As casas, até o período Helenístico, tinham pouca importância, pois o grego se preocupava com o coletivo.
Nos teatros, acontece uma modificação na planta do edifício. O coro passa para segundo plano. É dada maior importância para os artistas, assim o palco dobra de tamanho.
As casas passam a ter maior importância, pois o grego passa a pensar menos no coletivo. São inseridas colunas, peristilo e pátio central no desenho da casa.
Principais escultores: Miron ( que se preocupou em representar o movimento e as justas proporções do corpo humano. O Discóbolo).  Fídias ( autor de Zeus Olimpo, sua obra prima e Ateneia), Policreto (cabeça do Doríforo) e Praxíteles.

PINTURA DO PERÍODO HELENISTÍCO
Parte da pintura grega do período Helenístico sobreviveu até os dias atuais, mas a maior parte do que se sabe atualmente sobre o período vem de cópias feitas pelo Império Romano e achadas em Roma e Pompéia. Foram encontrados também vários mosaicos. A produção de mosaicos já se havia iniciado no período Clássico, mas atingiu seu apogeu no Período Helenístico, principalmente na cidade de Delos.

ESCULTURA DO PERÍODO HELENÍSTICO
Neste período as obras se diversificaram bastante, devido a uma mudança de cultura. Os macedônios invadiram a Grécia e aconteceu uma fusão de gostos. A arte se tornou mais expressiva e teatral. A escultura alcançou o seu ponto máximo de desenvolvimento, na expressão e na variedade de temas representados. Podemos observar o crescente naturalismo, os seres humanos não eram representados apenas de acordo com a idade e a personalidade, mas também segundo as emoções e o estado de espírito de um momento. Com a mudança das figuras contorcendo-se em todas as direções, completou-se a conquista da terceira dimensão, dando lugar aos grupos de esculturas com formas piramidais e com os corpos, braços e pernas entrelaçadas formando um verdadeiro emaranhado humano. A isso se juntou um crescente interesse pelas expressões do rosto, tal como acontecem na realidade e que até então se tinham idealizado. As expressões de dor, ausência e preocupação refletem-se nos corpos, chegando a exagerar a gesticulação das personagens. A anatomia dos corpos aproxima-se da realidade excessivamente fiel em alguns casos.
Os temas também sofreram transformações: as antiquadas figuras dos deuses e heróis juntaram-se agora a novos motivos como sátiros e centauros. Ex.: um rapaz a tirar uma espinha da pele, a velha embriagada, o pescador, etc. Surge também o nu feminino, pois, no período arcaico, as figuras de mulher eram sempre vestidas.
A escultura apresenta traços bem característicos:
  Crescente naturalismo, seres humanos representados de acordo com a idade, personalidade e estado de espírito;
     Representação sob a forma humana de sentimentos com paz, amor, liberdade, vitória, etc.
Glossário
Peristilo: galeria de colunas isoladas, em torno de um edifício ou de um pátio.
Arrimo: muro de sustentação.
Monolítico: formado por uma só pedra.
Peristilo: galeria de colunas isoladas, em torno de um edifício ou de um pátio.
Pórtico: é local coberto à entrada de um edifício de um templo ou de um palácio.

Referências bibliográficas:
PROENÇA, Graça. História da Arte. São Paulo: Ática. 2000.
CALABRIA, Carla Paula B. MARTINS, Raquel Valle. Arte, História e Produção. Vol 2. FTD.
Revista: Grécia Terra dos Deuses. São Paulo: Escala. 2003.

VIEIRA, Cristina. Grécia: Arquitetura. Vol 4. São Paulo: Escala.