"A arte é a contemplação: é o prazer do espírito que penetra a natureza e descobre que ela também tem uma alma. É a missão mais sublime do homem, pois é o exercício do pensamento que busca compreender o universo, e fazer com que os outros o compreendam." (Auguste Rodin)

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

1ª Série - A Arte Moderna no Brasil - 2ª Unidade - 2017

Convivendo com diversas tendências do final do século XX, o Pré-Modernismo ajudou a direcionar a mentalidade brasileira para a modernidade artística. O Movimento Moderno Brasileiro teve início quase cinco anos antes da Semana de Arte Moderna de 1922, com uma exposição de Anita Malfatti (1889-1964), que conheceu a arte de vanguarda na Europa e nos Estados Unidos.
Alguns críticos consideram o artista Lasar Segall (1891-1957) como precursor do Modernismo, por uma razão cronológica: sua primeira exposição no Brasil, também expressionista, foi realizada em 1913. Porém o evento não teve o mesmo impacto que o de Anita Malfatti.
Nas Artes Plásticas, ao lado de Anita, um dos maiores articuladores da Semana de Arte Moderna foi Emiliano Di Cavalcanti (1897-1976). Ele não apenas criou o cartaz oficial do evento, como expôs doze obras. Nascido no Rio de Janeiro, fez a ponte entre os cariocas e paulistas.
Tarsila do Amaral (1886-1973) não participou da Semana de Arte Moderna, pois estava em Paris. Na volta ao Brasil, entrou em contato com os modernistas. Criou a obra Abaporu, que significa em língua indígena “antropófago”. Esta obra inspirou Oswald de Andrade a criar a teoria da antropofagia cultural em 1928. Nos anos 1930, Tarsila pintou temas sociais, como Operários (1933). Sua contribuição maior foi ter ajudado a compreender o repertório visual popular, juntando em suas pinturas, o Brasil arcaico com as formas modernas e de vanguarda.
Victor Brecheret (1894 - 1955) foi um escultor ítalo-brasileiro, considerado um dos mais importantes do país. É responsável pela introdução do Modernismo na escultura brasileira.    
Cícero Dias (1907 – 2003), artista brasileiro de grande renome internacional, combinou as mais genuínas tradições pernambucanas com a essência universal da arte. Sempre adotando posições vanguardistas, participou do movimento modernista brasileiro, aproximou-se do Surrealismo e foi um dos pioneiros dos Abstracionismos no pós-Segunda Guerra.
Alfredo Volpi foi um pintor ítalo-brasileiro considerado pela crítica como um dos artistas mais importantes da segunda geração do Modernismo. Uma das características de suas obras são as bandeirinhas e os casarios. Sua frase conhecida: “Eu não falo, eu pinto”.
Cândido Portinari (1903-1962), filho de imigrantes italianos, nasceu em Brodósqui, no interior de São Paulo e mudou-se para o Rio, onde estudou pintura. Nos anos 1930  passou a pintar murais. Seus temas são sociais, e sua pintura perpassa desde a pintura Renascentista (observada na perspectiva), até o Cubismo (na geometrização das formas).
O Modernismo na Arquitetura Brasileira
 Oscar Niemeyer, Lucio Costa e Lina Bo Bardi, entre outros, são nomes importantes dentro da história da arquitetura moderna brasileira.
Novas tendências pós-anos 50 - Influência da pop-art
A crítica ao sistema de arte e aos limites dos conceitos de “museu” e “exposição” marcou fortemente os anos 1960. Em todas as formas de arte desse período há uma espécie de deglutição de elementos da arte universal, reprocessados e filtrados a partir do contexto local. Hélio Oiticica criou a obra Tropicália, pela primeira vez em 1967. Pisando no chão de areia, o espectador confronta-se com poemas-objetos, araras vivas, plantas, Parangolés e uma televisão.
A Pop-Art, de origem nova-iorquina, enfocava o cotidiano da classe média americana, tomando seus temas e imagens para fazer uma crítica à sociedade americana. Os artistas brasileiros aproveitaram a experiência pop, sem perder a autonomia nem a identidade nacional.
Rubens Gerchman, Carlos Vergara, Antonio Dias e um grande grupo de artistas, flertaram com a linguagem das histórias em quadrinhos, o cordel, o futebol, os jornais e fizeram parte deste período  de experimentação de linguagens e rupturas dos espaços de exposição. Deram origem ao movimento Nova Figuração.
Nos anos 70, Cildo Meireles é um dos nomes mais marcantes da Arte Conceitual, que agrupa várias posturas artísticas que têm em comum a vontade de destacar a importância da parte intelectual como a essência de sua obra.
Geração 80, 90 e as tendências contemporâneas
João Câmara Filho - Sua obra dialoga com a história política brasileira, com a arte e a mitologia.
O artista cria, dessa forma, metáforas com as quais ironiza o poder e as relações sociais.
Iberê Camargo - Artista de rigor e sensibilidade únicos, Iberê Camargo é um dos grandes nomes da arte brasileira do século XX. Autor de uma obra extensa (sete mil), que inclui pinturas, desenhos, guaches e gravuras. 
Siron Franco - possui domínio técnico que possibilita o desenvolvimento da própria linguagem artística, ligado às questões sociais do seu tempo, como o acidente com o césio 37 em Goiânia, o contínuo massacre dos povos indígenas e a devastação da natureza, denunciando a caça e a matança de animais.

Arthur Bispo do Rosário (1911-1989) - Arte do inconsciente. O mais conhecido artista que viveu na fronteira entre a loucura e a genialidade. Descendente de escravos,  nasceu em Sergipe, e pouco antes de 1930 foi internado com diagnóstico de esquizofrenia e paranoia. Lá produziu mais de mil peças com objetos do cotidiano, como roupas e lençóis bordados.

Referência
PROENÇA, Graça. Descobrindo a História da Arte. 1ª ed. São Paulo. Ática, 2005

Nenhum comentário:

Postar um comentário