No fim da Idade Média, o comércio desenvolveu-se na Itália, beneficiado por sua situação
geográfica, às margens do Mediterrâneo. Surge a burguesia, nova classe média que, com
dinheiro, para patrocinar as artes. O interesse é pela produção da antiguidade
clássica, pelas tradições grega e romana. É esse o
contexto do período conhecido como Renascimento: Renovação cultural que teve início na
península Itálica no decorrer do século XIV. Sob influência da cultura
greco-romana, esse movimento influenciou as artes, a literatura, a ciência e a
filosofia e difundiu-se por várias regiões da Europa. Tal nome sugere um súbito
reviver dos ideais greco-romanos, o que não é de todo correto: mesmo no período
medieval o interesse pela cultura clássica não desapareceu. Exemplo disso é
Dante Alighieri (1265-1321), poeta italiano que manifestou entusiasmo pelos
clássicos. Também nas escolas das catedrais e dos mosteiros, autores latinos e
filósofos gregos eram muito estudados.
Podemos
considerar como causas da Renascença:
- o renascimento comercial e urbano;
- o fortalecimento da burguesia;
- o passado clássico na península itálica;
- a vinda dos sábios bizantinos.
- o renascimento comercial e urbano;
- o fortalecimento da burguesia;
- o passado clássico na península itálica;
- a vinda dos sábios bizantinos.
Características
da Cultura Renascentista
A cultura renascentista teve 4
características marcantes: racionalismo,
experimentalismo, individualismo e antropocentrismo. Os renascentistas eram
convictos que a razão era o único caminho para se chegar ao conhecimento, e que
tudo podia ser explicado pela razão e ciência. Para eles tudo poderia ser
provado através de experiências científicas, daí o nome de
experimentalismo.
O Individualismo
nasceu da reflexão de alguns homens sobre os problemas humanos e da necessidade
do homem conhecer a si próprio. Buscavam afirmar sua própria personalidade,
mostrar seus talentos etc. Por fim, a cultura renascentista, com seu caráter
humanista, colocava o homem com a suprema criação de Deus e como o centro do
universo (antropocentrismo), numa
clara atitude de valorização do ser humano. A cultura renascentista, contudo,
não teve raízes populares, foi uma cultura de elite desfrutada principalmente
pela burguesia mercantil. As camadas populares foram meras observadoras das
realizações intelectuais e artísticas durante o momento. Mesmo entre os
artista, poucos foram os que, como o holandês Pieter Bruegel o Velho e o
espanhol Murillo, retrataram a vida camponesa e as condições de vida dos
pobres.
Os
participantes dessa renovação – os renascentistas rejeitaram a cultura
medieval, presa aos padrões definidos pela Igreja Católica, e passaram a
defender e explorar a diversidade de ideias e o espírito crítico.
Com a afirmação do individualismo e do
racionalismo, valores supremos da modernidade, o Renascimento situa-se na
transição da sociedade feudal para a sociedade burguesa, na passagem da Idade
Média para a Idade Moderna.
No final da Idade Média (séculos XIV e XV),
graças à ascensão de alguns centros comerciais italianos (Veneza, Nápoles,
Florença, entre outros), houve um grande desenvolvimento nas navegações, pois
os comerciantes precisavam de novos mercados para vender seus produtos. Em
busca desses mercados, Cristóvão Colombo chega à América (1492) e Pedro Alvares
Cabral ao Brasil (1500). Com o fortalecimento do comércio, o Feudalismo entrou
em decadência e muitos comerciantes adquiriram verdadeiras fortunas, intervindo
de forma direta na política. Eles encontraram verdadeiras fortunas, intervindo
de forma direta na política. Eles encontraram nas letras e nas artes uma forma
de prestígio, mas sempre com o intuito de ostentar o poder. Foi assim que os mecenas, nobres comerciantes que
protegiam os artistas e empregavam suas riquezas nas artes e nos estudos,
promoveram um grande desenvolvimento intelectual. O que importava era voltar às
fontes da cultura clássica e fazer “renascer” (daí o nome Renascimento) o esplêndido legado deixado pelos gregos e romanos a
humanidade.
Entre as redescobertas da cultura greco-romana
o homem renascentista organiza o ideal do humanismo, movimento intelectual que
colocava o homem como centro do Universo. O propósito do humanismo era
desenvolver no homem o espírito crítico e a confiança em si mesmo.
Os intelectuais passaram a questionar a
autoridade da Igreja e atribuíram maior importância ao ser humano e à razão.
Nem por isso o Cristianismo deixou de ser a religião dominante na Europa desse
período, mas o homem já não era o mesmo fez com que os tesouros artísticos e
literários da Antiguidade greco-romana fossem valorizados, e os artistas
renascentistas criaram obras de arte magníficas, enfatizando a beleza física do
homem e da mulher.
A técnica da pintura desenvolveu-se
rapidamente, pois os artistas precisavam retratar o burguês, sua família e os
objetos de luxo de sua residência com minúcias de detalhes.
A escultura renascentista foi marcada pela
expressividade e pelo naturalismo. A xilogravura passou a ser muito utilizada
nesta época.
Características:
ü
Inspiração
em modelos greco-latinos (pertencente ou relativo à Grécia e a Roma), de onde
se extrai a unidade, o equilíbrio e a harmonia.
ü
Exaltação
do homem, revelada na valorização da beleza física, na representação dos nus e
na busca da perfeição anatômica, como se pode observar nas obras de
Michelangelo.
ü
Gosto
pela ostentação (luxo).
ü
Volta
à natureza como fonte de inspiração.
ü
Expressão
natural e dinamismo, com figuras plena de movimento.
ü
A
escultura e a pintura adquiriram autonomia
A
PINTURA RENASCENTISTA
De um modo geral, os pintores da renascença
procuravam reproduzir a realidade, sob a influência do ideal de beleza grego. O
espírito clássico, a ordem e as formas simétricas são traços marcantes dessa
pintura.
Podemos distinguir três grandes escolas com
características próprias: a florentina, de Florença, que se caracterizou pelo
racionalismo demonstrado tanto pelo predomínio da linha sobre a cor, como pelo
"sfumato"; a veneziana (de Veneza), caracterizada pelo sentimento,
pela emoção, o predomínio da cor sobre o desenho ou a linha; e a romana, que
tenta equilibrar linha e cor, razão e sentimento.
A pintura renascentista inovou com a
descoberta da perspectiva, que permite abordar o espaço e a luz de maneira
realista. Além disso, a nova técnica da pintura a óleo possibilitou novas associações
e graduações da cor. Por fim, o surgimento de novos suportes, como a tela e o
cavalete e a imprensa, permitiram uma circulação mais fácil das obras e do
pensamento.
*
Perspectiva: arte de figura, no
desenho ou pintura, as diversas distâncias e proporções que têm entre si os
objetos vistos à distância, segundo os princípios da matemática e da geometria.
* Uso
do claro-escuro: pintar algumas áreas iluminadas e outras na sombra, esse
jogo de contrastes reforça a sugestão de volume dos corpos.
* Realismo:
o artista do Renascimento não vê mais o homem como simples observador do mundo
que expressa a grandeza de Deus, mas como a expressão mais grandiosa do próprio
Deus. E o mundo é pensado como uma realidade a ser compreendida
cientificamente, e não apenas admirada.
* Inicia-se
o uso da tela e da tinta à óleo.
* Tanto a pintura como a escultura que
antes apareciam quase que exclusivamente como detalhes de obras arquitetônicas,
tornam-se manifestações independentes.
* Surgimento de artistas com um estilo
pessoal, diferente dos demais, já que o período é marcado pelo ideal de
liberdade e, consequentemente, pelo individualismo.
O
Renascimento na Itália
Berço da Renascença, a Itália tem em Florença
a capital da arte renascentista.
O Renascimento italiano atravessa três
períodos:
O
Trecento,
considerado por alguns estudiosos, como pré-renascentista, por ser o momento
inicial desse movimento. As características desse momento foram a valorização
do indivíduo e dos detalhes humanos e a ruptura com o imobilismo e a hierarquia
da pintura medieval. Eram traços diretamente relacionados ao pensamento
humanista. Anunciado nos fins do século XIII, com o escultor Nicolau de Pisa e
acentuado no século XIV com Giotto que explorou a técnica do afresco. Ao invés
dos personagens da arte medieval, Giotto esforçou-se para dar vida, movimento e
expressão às figuras e às cenas que pintou.
Giotto
di Bondone
(1266 – 1337) e Simone Martini, duas
personalidades diferentes a procura de novos caminhos.
Giotto
procurou o real, o vivo, o dramático, retratou as figuras sagradas como se
fossem pessoas comuns. Suas paisagens são desenhadas de forma natural e seus
afrescos coloridos estimulam os sentidos, não a contemplação.
Simone Martini procurou a graça, a elegância
e a suavidade.
Cita-se
como tópicos dessas características os quadros “Lamentação sobre Cristo Morto”
de Giotto e “Anunciação” de Simone Martini. No primeiro tudo nos fala de
desespero e revolta, é um grito contra a morte inevitável. Há uma atmosfera de
tensão e suspense, que nos chama à participação. Já na “Anunciação” a
graciosidade dos movimentos, seja do aristocrático Anjo ou da afetada Virgem, a
elegância linear e decorativa, que chega ao exagero do tratamento das asas e da
auréola, são elementos que nos convida ao recolhimento espiritual
Outros artistas: Cimabue, Juctio, Cavalinni,
Pisanello, Andrea de Firenze, os Lorenzetti.
O
Quatrocento,
idade de ouro do Renascimento, no século XV, quando as artes contam com a
proteção dos mecenas, como Lourenço de Médicis, o Magnífico, Júlio II e Leão X,
revelando-se, então, os maiores gênios artísticos.
No Quatrocento, os
artistas procuraram aperfeiçoar suas técnicas aproximando-se da ciência. Os
pintores passaram a fazer uso da geometria e criaram perspectiva, recurso que
lhe permitia reproduzir na tela cenas tridimensionais. A pintura desabrocha num
momento verdadeiramente revolucionário, rompendo os laços que a prendiam à
tradição gótica. A arte de simbólica passa a ser representativa, já que a
presença de Deus não é mais a única imagem digna de ser figurada.
No Renascimento, em imagens religiosas ou
profanas, a beleza da mulher é outra vez enaltecida, os artistas retomam a
lição dos Gregos. Desvinculando-se dos laços que a atavam com a religião, a
arte respira um ar de liberdade e a natureza é o foco das atenções. Procura-se
a harmonia, as proporções das formas. A pintura consegue, como nunca, dar às
figuras uma ilusão de vida, de volume, e às paisagens um sentido de
profundidade inteiramente novo. O artista modela os rostos e os corpos
femininos buscando, outra vez, uma beleza ideal, a perfeição absoluta.
Artistas:
Fra
Angelico
(1400 – 1455) seguiu as tendências de Masaccio, mas por respeitar seriamente os
seus votos, suas obras possuem como tema principal a religião. Uma das suas
obras mais belas é Anunciação, que está no mosteiro de São Marcos, em Florença.
Masaccio (1401 – 1428). Foi o
primeiro pintor do século XV a conceber a pintura como imitação fiel do real,
como a reprodução das coisas tal como elas são.
O seu realismo é tão cuidadoso que ele parece
ter a intenção de convencer o observador a respeito da realidade da cena
retratada.
Morreu aos 27 anos e deixou obras que
retratam as formas humanas com impressionante beleza. Uma das obras mais
importantes é o afresco “A Santíssima Trindade” da igreja de Santa Maria
Novella, em Florença.
Obras: Adão e Eva Expulsos do
Paraíso, São Pedro Distribuí aos Pobres os Bens da Comunidade, São Pedro cura
os Enfermos.
Piero
della Francesca
(1410 – 1492). Para ele a pintura resulta da combinação de figuras e do uso de
áreas de luz e sombra. Seu universo é representado de uma forma geométrica e
estática. As cenas que suas obras
mostram servem como suporte para a apresentação de uma composição geométrica.
Obras: Batismo de Jesus,
Nossa Senhora com o Menino e Santos, Ressurreição de Jesus.
Sandro Filipe Botticelli (1444 – 1510) foi
considerado o artista que melhor expressou, através do desenho, um ritmo suave
a gracioso para as figuras pintadas. Os temas de seus quadros – quer tirado da
Antiguidade grega, quer tirado da tradição cristã foram escolhidos segundo a
possibilidade que lhe proporcionavam de expressar seu real de beleza. Para ele
a beleza estava associada ao ideal cristão da graça divina. Por isso, as
figuras humanas de seus quadros são belas porque manifestam a graça divina, e,
ao mesmo tempo, melancólicas porque supõem que perderam o Dom de Deus.
Uma das características comuns em suas
obras é a leveza dos corpos, esguios e desprovidos de força: eles parecem
flutuar, expressando suavidade e graça.
Paollo
Uccello
( 1393 – 1475) procura compreender o mundo segundo os conhecimentos científicos
do seu tempo e, em suas obras, tenta recriar a realidade segundo princípios
matemáticos. Por outro lado, sua imaginação corteja as fantasias medievais, o
mundo lendário de um período que estava se constituindo num passado superado.
Outro aspecto importante de sua pintura é a
representação do momento em que um movimento está sendo contido.
Obras: São Jorge e o Dragão, Batalha de São
Romão.
O Cinquecento, século XVI, período da maturidade do
Renascimento. O Renascimento torna-se um movimento universal europeu, porém
inicia sua decadência.
Ocorrem então
manifestações maneiristas, e a Contra reforma instaura o Barroco:
Artistas:
Leonardo
da Vinci
(1452 – 1519) foi o talento mais versátil do Renascimento. Desenhista, pintor,
escultor, engenheiro e arquiteto, realizou vários trabalhos e pesquisas
aprofundando-se nos mais diversos setores do conhecimento humano, entre eles
anatomia, botânica, mecânica, hidráulica, óptica, arquitetura e astronomia. Nas
artes, seus estudos de perspectiva são considerados insuperáveis. O sfumato,
técnica de uso de tons claros e escuros, foi utilizado em suas obras de forma
magistral.
Pouco tempo dedicou à
pintura e poucas obras deixou, mas nessas poucas obras elevaram-se a uma
criação de maneira extraordinária, que por se bastariam para justificar todo o
período histórico em que se produziram. Entre seus quadros estão o mais famoso
do mundo “A Gioconda” (Mona Lisa) e o mais reproduzido: “A Santa Ceia”. Pintou
também: ”A Virgem dos Rochedos”, “A Adoração dos Magos” (inacabado), “São
Jerônimo”, “Santana, a Virgem e o Menino”, “São João Batista”, “A Anunciação”,
etc.
Michelangelo Buonarroti ( 1475 – 1564) Arquiteto, pintor, poeta e escultor, um dos
maiores representantes do Renascimento. Suas pinturas possuem caráter
escultórico. Sua carreira, aliás, começou como escultor.
Como arquiteto,
trabalhou na cúpula da igreja de São Pedro, em Roma e mais tarde em 1542
realizou o “Juízo Final”, na mesma capela.
Como pintor sua maior obra é a pintura do teto da capela Sistina. Embora
tenha concordado em realizar esta obra não se considerava em primeiro lugar escultor.
As poses das figuras na capela Sistina baseiam-se em famosas esculturas gregas
e romanas, que Michelangelo estudava minuciosamente.
Rafael Sanzio (1483 – 1520) foi considerado o pintor que
melhor desenvolveu na Renascença, os ideais clássicos de beleza: harmonia e
regularidade de formas e de cores. Para elaborar poses e expressões, Rafael
planejava detalhadamente suas obras e fazia centenas de desenhos preliminares a
partir de modelos vivos. Depois, transferi-os para os afrescos, conseguindo,
assim formas equilibradas numa única obra. Tornou-se muito conhecido como
pintor das figuras de Maria e Jesus e seu trabalho realizou-se de modo tão
precisamente elaborado que se
transformou em modelo para o ensino acadêmico de pintura.
Suas obras comunicam
ao observador um sentimento de ordem e segurança, pois os elementos que compõem
seus quadros são dispostos em espaço amplos, claros e de acordo com uma
simetria equilibrada. Expressou sempre de forma clara e simples os temas pelos
quais se interessou.
Obras: “A Libertação de São Pedro”, “A
Transfiguração e a Escola de Atenas” (afresco pintado no Palácio do Vaticano).
Ticiano (1490 – 1576). Foi o maior pintor da escola
veneziana. Produziu obras religiosas, mitológicas e retratos utilizando cores
vivas e movimentos que mais tarde serviram de base para outros artistas. Suas
obras têm um grande apego à vida e à beleza feminina. A paisagem, com
frequência, é mais importante que as figuras.
De início, ele escandaliza por sua predileção
em pintar cenas bíblicas com nus ou em paisagens reconhecidamente venezianas.
Passa então a fixar cenas da mitologia grega, livrando-se, assim, dos críticos
puristas.
A ESCULTURA RENASCENTISTA
Seguindo as linhas do pensamento humanista e
o resgate dos valores greco-romanos, a escultura renascentista deu ênfase à
importância do homem e suas atividades. Os escultores ficaram conhecidos por
seus relevos e pelas ornamentações de púlpitos (a parte elevada da igreja em
que o padre prega aos fiéis).
A escultura renascentista desempenha um papel
decisivo no estudo das proporções antigas e a inclusão da perspectiva
geométrica. As figuras, até então relegadas ao plano de meros elementos
decorativos da arquitetura, vão adquirindo pouco a pouco total independência.
Já desvinculadas da parede, são colocadas em um nicho, para finalmente
mostrarem-se livres, apoiadas numa base que permite sua observação de todos os
ângulos possíveis.
O estudo das posturas corporais traz como
resultado esculturas que se sustentam sobre as próprias pernas, num equilíbrio
perfeito, graças à posição do compasso (ambas abertas) ou do contraposto (uma
perna na frente e a outra, ligeiramente para trás). As vestes reduzem-se à
expressão mínima, e suas pregas são utilizadas apenas para acentuar o
dinamismo, revelando uma figura humana de músculos levemente torneados e de
proporções perfeitas.
Outro gênero dentro da escultura que também
acaba sendo beneficiado pela aplicação dos conhecimentos da perspectiva é o
baixo-relevo (escultura sobre o plano). Desse modo, ao mesmo tempo em que se
torna totalmente independente da arquitetura, a escultura adquire importância e
tamanho. Reflexo disso são as primeiras estátuas equestres que dominam as
praças italianas e os grandiosos monumentos funerários que coroam as igrejas.
Pela primeira vez na história, sem necessidade de recorrer a desculpas que
justificassem sua encomenda e execução, a arte adquire proporções sagradas.
Na escultura italiana do Renascimento, dois
artistas se destacaram por terem produzido obras que testemunham a crença na
dignidade do homem.
Escultores:
Michelangelo – Foi o maior
escultor do renascimento. A escultura "Davi" foi feita por encomenda.
Começou a executá-la num bloco de mármore abandonado junto à catedral.
Esculpida com grande técnica, destaca qualidades "superiores" do
homem, como o heroísmo, força, visão dramática e grandiosa do mundo. Se
comparada ao Dorífilo e Policleto, feito no século 5 a.C., fica evidente a
influência estética clássica.
Outras obras: Pietà, Davi, O Crepúsculo e a
Aurora, A Noite e o Dia.
Andrea
del Verrocchio
(1435 – 1488) trabalhou em ourivesaria. Esse fato acabou influenciando a sua
escultura. Observando algumas de suas obras, encontramos detalhes decorados que
lembram as minúcias do trabalho de um ourives. É assim com os arreios do cavalo
do Monumento Equestre a Colleoni, em Veneza, ou nos detalhes da túnica de seu
Davi, em Florença. Mas, Verrocchio foi escultor seguro na criação de volumes e
considerado, na escultura, um precursor do jogo de luz e sombra, tão próprio da
pintura de seu discípulo Leonardo da Vinci.
Outra figura importante da escultura italiana
foi Donatello. Realista, suas figuras são carregadas de verdade humana, com
fortes influências da escultura romana.
ARQUITETURA RENASCENTISTA
No período românico construíam-se templos
fechados. A arquitetura gótica buscou a verticalidade. Já o arquiteto do
Renascimento buscou espaços em que as partes do edifício parecessem
proporcionais entre si. Procurou, ainda, uma ordem que superasse a busca do
infinito das catedrais góticas.
A arquitetura
renascentista também sofreu grandes transformações. A forma típica provém de
duas fontes principais: A reutilização após um intervalo de quase um milênio,
das formas características da arte clássica, ou seja, a arte grega e a arte romana; e ao mesmo tempo, a aplicação da perspectiva, aquele
conjunto de regras de desenho e matemáticas que permitem reproduzir sobre uma
folha de papel, com exatidão, o aspecto real dos objetos.
O primeiro elemento
respeitava a arquitetura, onde ele construiu segundo as ordens gregas e romanas
(principalmente a Coríntia e a Compósita) palácios, igrejas, vilas, fortalezas
e praças.
Os arquitetos do Renascimento preocupavam-se
em criar ambientes que mostrassem o equilíbrio das linhas. A principal
característica foi a busca de uma ordem e de uma disciplina que superasse o
ideal de infinitude do espaço das catedrais góticas. Na arquitetura a ocupação
do edifício baseia-se em relações matemáticas estabelecidas de tal forma que o
observador possa compreender a lei que organiza, de qualquer ponto em que se
coloque.
Na arquitetura
italiana do Renascimento destacam-se Michelangelo e Andréa Del Verrocchio
(1435-1488) trabalhou em ourivesaria, o que influenciou sua escultura: algumas
de suas obras possuem detalhes que lembram o trabalho de um ourives – artesão
que trabalha com peças de ouro. Entre elas destacam-se Davi, escultura do
personagem bíblica que venceu o gigante Golias, poderoso soldado de um exercito
inimigo do povo de Israel e Davi de Michelangelo, escultura que é o símbolo da
arte do Renascimento.
As duas formas
arquitetônicas - gótica e renascentista - conviveram durante mais de duzentos
anos, após o que seriam de certa eclipsadas pelo barroco. Se no princípio rivalizavam
entre si, logo mais passaram a completar-se. Os adornos, os elementos
decorativos, a forma das colunas góticas desapareceram, em favor da decoração
renascentista. contudo, muitas das grandes obras renascentistas não poderiam
ter surgido sem o conhecimento da técnica do gótico.
O arco ogival ou em
ponta é típico do estilo gótico e permitia sustentar abóbadas elevadas. O arco
renascentista, ao contrário do arco gótico, tinha a forma curvilínea, de pura
inspiração romana clássica.
A coluna gótica, constituída
de feixes de pilares, devia servir de sustentáculo à estrutura da abóbada. A
coluna renascentista, simples, com capitéis coríntios, foi empregada na
construção de pórticos e arcadas.
Nas abóbadas góticas,
arcos ogivais encontram-se no alto e se apoiam em colunas: é a abóbada de
nervuras. A abóbada renascentista tem a forma de um semicírculo formando um
teto liso ou ainda em quadros.
A janela gótica, alta
e estreita, tem vitrais coloridos e frontões bastante pontiagudos. A janela
renascentista, quadrada e mais ampla que a gótica, tem o vidro transparente e
incolor, dando maior claridade.
No Renascimento, o que
preponderou nas construções religiosas e leigas da Itália foi o estilo
renascentista, mas a técnica da construção gótica foi de grande valia para os
feitos dos grandes arquitetos italianos.
Arquitetos mais importantes:
>
Donato
Bramante
>
Michelangelo
Buoarroti
>
Filippo
Brunelleschi autor da cúpula da catedral de Santa Maria del Fiore
Bibliografia: PROENÇA,
Graça. História da Arte. Ática. São Paulo.2000.
PROENÇA, Graça.
Descobrindo a História da Arte. Ática. São Paulo.2005.
Revista: História
Viva. Edição Temática Nº 5
Atividade
1.
Como
podemos conceituar o período clamado de Renascimento?
2.
Quando
surgiu a arte renascentista?
3.
O
Renascimento caracterizou-se pelo humanismo. Nesse contexto, quais os
principais valores que os artistas da época procuravam expressar?
4.
O
renascimento marcou o início da Idade Moderna. Indique e comente duas
características desse período.
5.
Quais
são as principais características da pintura renascentista?
6.
Cite:
a) o nome de 1 artista do Renascimento.
b) uma característica desse artista.
c) uma obra desse artista.
7. Qual foi a tinta inventada no
Renascimento?
8. Na arquitetura românica prevaleceu a ideia
de solidez, com as chamadas “fortalezas de Deus”. Na gótica, a verticalidade, a
busca dos espaços infinitos. Responda:
a) Quais foram às ideias predominantes na arquitetura
renascentista?
b) Quais as transformações sofridas pela
arquitetura renascentista?
10. Liste três características da escultura
renascentista.
11. Na pintura renascentista, um traço
marcante é o realismo. Que recursos técnicos, aperfeiçoados e utilizados pelos
artistas da época, contribuem para esse resultado?
12. Qual artista concebeu a pintura como
imitação fiel do real?
13. Que pintor renascentista desenvolveu os
ideais de beleza?
14. O termo “renascimento”, no enfoque do
texto, refere-se à retomada dos valores clássicos, greco-romanos, que teriam
desaparecido durante a Idade Média. Esse nome é totalmente correto? Explique.
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