"A arte é a contemplação: é o prazer do espírito que penetra a natureza e descobre que ela também tem uma alma. É a missão mais sublime do homem, pois é o exercício do pensamento que busca compreender o universo, e fazer com que os outros o compreendam." (Auguste Rodin)

domingo, 20 de março de 2011

3ª SÉRIE - TEXTO 1 - 1ª Unidade

Compreendendo a Arte

O conceito de arte é extremamente subjetivo e varia de acordo com a cultura a ser analisada, período histórico ou até mesmo indivíduo em questão.

O que é arte afinal?
à  Criação humana com valores estéticos (beleza, equilíbrio, harmonia, revolta) que sintetizam as suas emoções, sua história, seus sentimentos e a sua cultura.
à  É um conjunto de procedimentos que utilizados para realizar obras, e no qual aplicamos nossos conhecimentos.
à  Capacidade do homem criar e expressar-se, transmitindo idéias, sensações e sentimentos, através da manipulação de materiais diversos.
à  Desperta emoções diferentes de indivíduo para indivíduo.
à  Permite várias interpretações, várias leituras.
à  Desperta os mais variados sentimentos: alegria ou tristeza, serenidade ou inquietação, confiança ou medo.
à  Muitas vezes nos leva a pensar sobre o homem e o mundo, sobre nós mesmos e os outros.
à  Produto da criatividade humana, que utilizando conhecimento, técnicas e um estilo ou jeito todo especial, transmite uma experiência de vida ou uma visão de mundo, despertado emoções em quem usufrui.

Dentre os possíveis e variados conceitos que a arte pode ter podemos sintetizá-los do seguinte modo – a arte é uma experiência humana de conhecimento estético que transmite e expressa ideias e emoções na forma de um objeto artístico (desenho, pintura, escultura, arquitetura etc) e que possui em si o seu próprio valor. Portanto, para apreciarmos a arte é necessário aprender sobre ela. Aprender a observar, a analisar, a refletir, a criticar e a emitir opiniões fundamentadas sobre gostos, estilos, materiais e modos diferentes de fazer arte.
O mundo da arte é concreto e vivo podendo ser observado, compreendido e apreciado. Através da experiência artística o ser humano desenvolve sua imaginação e criação aprendendo a conviver com seus semelhantes, respeitando as diferenças e sabendo modificar sua realidade. A arte dá e encontra forma e significado como instrumento de vida na busca do entendimento de quem somos, onde estamos e o que fazemos no mundo.
Além disso, a produção artística pode ser de grande ajuda para o estudo de um período ou de uma cultura particular, por revelar valores do meio em que é produzida.
A arte apresenta nove expressões artísticas: a Música, a Dança, as Artes Plásticas, as Artes Cênicas, a Literatura, a Arquitetura, o Cinema, as Narrativas Televisivas e as Histórias em Quadrinhos.

A arte é conhecimento. A arte é uma das primeiras manifestações da humanidade como forma do ser humano marcar sua presença criando objetos e formas (pintura nas cavernas, templos religiosos, roupas, quadros, filmes etc) que representam sua vivência no mundo, comunicando e expressando suas idéias, sentimentos e sensações para os outros.
Desta maneira, quando o ser humano faz arte, ele cria um objeto artístico que não precisa nos mostrar exatamente como as coisas são no mundo natural ou vivido e sim, como as coisas podem ser, de acordo com a sua visão. A função da arte e o seu valor, portanto, não estão no retrato fiel da realidade, mas sim, na representação simbólica do mundo humano.
Para existir a arte são precisos três elementos: o artista, o observador e a obra de arte.
O primeiro elemento é o artista, aquele que cria a obra, partindo do seu conhecimento concreto, abstrato e individual transmitindo e expressando suas idéias, sentimentos, emoções em um objeto artístico (pintura, escultura, desenho etc) que simbolize esses conceitos. Para criar a obra o artista necessita conhecer e experimentar os materiais com que trabalha, quais as técnicas que melhor se encaixam à sua proposta de arte e como expor seu conhecimento de maneira formal no objeto artístico.
O outro elemento é o observador, que faz parte do público que tem o contato com a obra, partindo num caminho inverso ao do artista – observa a obra para chegar ao conhecimento de mundo que ela contém. Para isso o observador precisa de sensibilidade, disponibilidade para entendê-la e algum conhecimento de história e história da arte, assim poderá entender o contexto em que a obra foi produzida e fazer relação com o seu próprio contexto.
Por fim, a obra de arte ou o objeto artístico, faz parte de todo o processo, indo da criação do artista até o entendimento e apreciação do observador. A obra de arte guarda um fim em si mesma sem precisar de um complemento ou “tradução”, desde que isso não faça parte da proposta do artista.
Através da Arte, o homem se expressa e se comunica; busca a beleza e o prazer estético pois a pessoa humana tem necessidade de beleza e perfeição, anseia pelo infinito e pelo absoluto.
A emoção estética consiste num momento de felicidade e de simpatia, decorrente do acordo do pensamento e da sensibilidade com a obra de arte; assentimento (aprovação), admiração e alegria; integração harmônica do mundo subjetivo com a objetividade da obra apreciada.
Em resumo, a percepção estética compreende a fusão pura, harmoniosa e perfeita de dois elementos: o subjetivo e o objetivo, já que a obra artística é a realidade objetiva do mundo estético.
O homem cresce interiormente e se integra na sociedade, ao criar a obra de arte e ao conviver com ela. A apreciação artística apura a sensibilidade e forma o gosto estético.
A arte, além de ser a mais convincente linguagem da alma humana, documenta a época em que foi concebida. Externa não apenas sentimentos individuais, mas também sentimentos coletivos, a vida social e a cultura de uma época, com seus costumes, crenças e filosofias.
O artista, ser privilegiado por seus dons especiais, torna-se, indiretamente, um porta-voz dos anseios e ideais da comunidade em que vive, por estar sujeita às influências e condicionamentos sócio-culturais de um ambiente e de uma época.
A Arte é testemunha perene (que não tem fim) da história. Corporifica as características de cada época na suas formas expressivas e as imortaliza.
Cada período histórico que se esvaiu no tempo, ficou materializado em seu patrimônio artístico que revela abstratamente os ideais de personalidades e gerações extintas.

Conceitos, importância e funções da Arte

Dentre os possíveis e variados conceitos que a arte pode ter podemos sintetizá-los do seguinte modo – a arte é uma experiência humana de conhecimento estético que transmite e expressa idéias e emoções na forma de um objeto artístico (desenho, pintura, escultura, arquitetura etc) e que possui em si o seu próprio valor. Portanto, para apreciarmos a arte é necessário aprender sobre ela. Aprender a observar, a analisar, a refletir, a criticar e a emitir opiniões fundamentadas sobre gostos, estilos, materiais e modos diferentes de fazer arte.
Uma tela pintada na Europa no séc. XIX pode não ter o mesmo valor artístico para uma comunidade indígena ou para uma sociedade africana que conservem seus valores e tradições originais. Por que isso pode acontecer se a arte é universal?
Para esses grupos étnicos os significados da arte como a entendemos podem não ser os mesmos por não pertencerem ao contexto em que eles vivem.
Cada sociedade possui seus próprios valores morais, religiosos, artísticos entre outros. Isso forma o que chamamos de cultura de um povo. Mas uma cultura não fica isolada e sofre influências de outras, portanto, nenhuma cultura é estática e sim dinâmica e mutável. A arte, ao longo dos tempos, tem se manifestado de modos e finalidades diversas. Na Antiguidade, em diferentes lugares a arte era vislumbrada em manifestações e formas variadas – na Grécia, no Egito, na Índia, na Mesopotâmia...
Os grupos sociais vêem a arte de um modo diferente, cada qual segundo a sua função. Nas sociedades indígenas e africanas originais, por exemplo, a arte não era separada do convívio do dia-a-dia, mas presente nas vestimentas, nas pinturas, nos artefatos, na relação com o natural e o sobrenatural, onde cada membro da comunidade podia exercer uma função artística.
Somente no séc. XX a arte foi reconhecida e valorizada por si, como objeto que possibilita uma experiência de conhecimento estético.
Ao longo da história da arte podemos distinguir três funções principais para a arte – a pragmática ou utilitária, a naturalista e a formalista.

Função pragmática ou utilitária: a arte serve como meio para se alcançar um fim não-artístico, não sendo valorizada por si mesma, mas pela sua finalidade. Segundo este ponto de vista a arte pode estar a serviço para finalidades pedagógicas, religiosas, políticas ou sociais. Não interessa aqui se a obra tem ou não qualidade estética, mas se a obra cumpre seu papel moral de atingir a finalidade a que ela se prestou. Uma cultura pode ser chamada pragmática quando o comportamento, a produção intelectual ou artística de um povo é determinada por sua utilidade. Nessa perspectiva, a avaliação de uma obra de arte obedece a critérios definidos: o critério moral do valor da finalidade a que serve (se a finalidade for boa, a obra é boa); e o critério de eficácia da obra em relação à finalidade (se o fim for atingido, a obra é boa).

Função naturalista: o que interessa é a representação da realidade ou da imaginação o mais natural possível para que o conteúdo possa ser identificado e compreendido pelo observador. A obra de arte naturalista mostra uma realidade que está fora dela retratando objetos, pessoas ou lugares. Para a função naturalista o que importa é a correta representação (perfeição da técnica) para que possamos reconhecer a imagem retratada; a qualidade de representar o assunto por inteiro; e o vigor, isto é, o poder de transmitir de maneira convincente o assunto para o observador.

Função formalista: atribui maior qualidade na forma de apresentação da obra preocupando-se com seus significados e motivos estéticos. A função formalista trabalha com os princípios que determinam a organização da imagem – os elementos e a composição da imagem. Com o formalismo nas obras, o estudo e entendimento da arte passaram a ter um caráter menos ligado às duas funções anteriores importando-se mais em transmitir e expressar idéias e emoções através de objetos artísticos. Foi só a partir do séc. XX que a função formalista predominou nas produções artísticas através da arte moderna, com novas propostas de criação. O conceito de arte que temos hoje em dia é derivado desta função.

Funções da arte: pragmática ou utilitária (de acordo com o tempo e local), naturalista (refletir a realidade), formalista (apresentar a obra de arte).

Referências
FEIST, Hildegard. Uma pequena viagem pelo mundo da Arte. Moderna. São Paulo. 1996.
SOUZA, Edgard Rodrigues de. Desenho e Pintura. Moderna. São Paulo. 1997
GARCEZ, Lucília. OLIVEIRA, Jô. Explicando a Arte: uma iniciação para entender e apreciar as artes visuais. Ediouro. Rio de Janeiro. 3ª edição. 2002
Azevedo Junior, José Garcia de. Apostila de Arte – Artes Visuais. São Luís: Imagética Comunicação e Design, 2007.

Nenhum comentário:

Postar um comentário