"A arte é a contemplação: é o prazer do espírito que penetra a natureza e descobre que ela também tem uma alma. É a missão mais sublime do homem, pois é o exercício do pensamento que busca compreender o universo, e fazer com que os outros o compreendam." (Auguste Rodin)

sexta-feira, 27 de maio de 2011

1ª SÉRIE - TEXTO 3 - 2ª Unidade


                                                       A ORQUESTRA E SUA EVOLUÇÃO

 Foi por e volta de 1600 que pela primeira vez diversos instrumentos diferentes foram reunidos para formar uma orquestra. As primeiras orquestras continham cordas, diversos tipos de instrumentos de sopro e um teclado, com o cravo. Com a evolução dos violinos, os instrumentos de cordas estruturaram-se e passaram a atuar como núcleo central de uma orquestra, aos quais os compositores passaram a juntar outros instrumentos como Flautas doces, Oboés, Fagotes e Trompas. Só na segunda metade do século XVII, período clássico, época de Haydn, Mozart e Beethoven, foi que a orquestra chegou a sua atual composição.
No decorrer do século XIX a orquestra expandiu-se tanto em tamanho como em extensão sonora. Foi aumentando o número de trompas para quatro, e os trombones que só participavam em óperas e música sacra, passaram a ter um lugar certo. Após o avanço da tecnologia e a invenção do sistema de válvulas (1815), foi introduzida a Tuba e o naipe dos metais ficou completo. Pouco a pouco os compositores recorreram a um número maior de madeiras (Flautim, Corne Inglês, Clarone e Contrafagote) e, no naipe das percussões, os instrumentos tornaram-se mais variados capazes de efeitos brilhantes e curiosos. Tornou-se necessário então um incremento do número de cordas para dar equilíbrio aos naipes.
No final do século XIX e princípio do século XX, a orquestra, para satisfazer as exigências dos compositores, teve que ser bastante aumentada. Enquanto que 25 músicos eram suficientes para Mozart, as obras sinfônicas de Mahler e Strauss exigiam 100 músicos ou mais. Os metais receberam instrumentos extras e as madeiras eram combinadas em grupos de 3 ou até 4 instrumentos.
Na contemporaneidade, alguns compositores têm experimentado novas técnicas, explorando interessantes meios para modificar a sonoridade orquestral e adotando, dentre outros recursos, instrumentos novos e técnicas eletrônicas.
O Regente: na atualidade o Regente (também chamado Maestro) entra no palco, dirige-se à estante, levanta a batuta, percorre a orquestra com os olhos e a música começa. O Maestro é responsável por garantir que todos os executantes toquem no mesmo andamento (grau de velocidade da música) e pela manutenção do equilíbrio no volume de som produzido, cabendo-lhe ainda assegurar que a entrada de solistas ou grupo de instrumentos ocorra exatamente no momento certo. Entretanto, não foi sempre assim: nos séculos XVII e XVIII a indicação do andamento era feita pelo cravista ou organista e o ritmo podia ser marcado agitando-se um rolo de papel ou batendo-se com uma vara no chão. Com o passar do tempo o Spalla (primeiro violino da orquestra)  por vezes marcava o tempo com o arco do seu violino.
Os naipes da orquestra: A palavra orquestra designa um conjunto razoavelmente grande de instrumentos que tocam juntos. Esse agrupamento é organizado em quatro naipes ou “famílias” de instrumentos: Cordas, Madeiras, Metais e Percussão. A localização dos naipes da orquestra obedece a uma razão prática. Os naipes são dispostos de forma a proporcionar equilíbrio e uma boa combinação dos variados timbres instrumentais. Além disso, o Regente poderá ouvir cada instrumento com clareza e, naturalmente, é preciso que cada instrumento possa ver o Regente.
CORDAS: Violinos, Violas, Violoncelos, Contrabaixo e Harpa.
MADEIRAS: Flautim, Flautas, Oboé, Clarinetes, Fagotes, Clarinete Baixo, Saxofone e Contrafagote.
Obs: o termo Madeira empregado para este naipe é pouco expressivo hoje em dia, devido a serem feitos, na sua maioria, de metal e vulcanite.
METAIS: Trompa, Trompete, Corneta, Trombone tenor, trombone baixo-tenor e Tuba.
Obs: Os sons desse naipe, assim como do das Madeiras, são produzidos pelos sopros dos instrumentistas. PERCUSSÃO: Dividem-se em 2 grupos e precisam ser agitados ou percutidos (batidos) para poderem soar. O primeiro grupo inclui os instrumentos que podem ser afinados e podem, portanto tocar uma melodia. São os  Tímpanos, Glockenspiel, Xilofone, Celesta, Vibrafone e Carrilhão. O segundo grupo é maior e inclui os instrumentos que não podem ser afinados, tocando apenas ritmos. Ex: Bombo, Caixa clara ou Tambor de guerra, Pratos, Triângulo, Pandeiro, Gongo, Bloco, Castanholas, Guizos, entre outros.
Obs: além desses instrumentos ainda tem o Piano, que, atuando como solista ocupa o centro do palco e, se atuar como instrumento da orquestra fica localizado próximo ao naipe da Percussão (pois o seu mecanismo é o de cordas percutidas).
A orquestra é um agrupamento instrumental que utiliza principalmente a reprodução de música erudita. A uma pequena orquestra dá-se o nome de Orquestra de Câmara.
À orquestra completa dá-se o nome de Sinfônica ou Filarmônica, embora estes prefixos (Sinfo / Filar) não especifiquem nenhuma diferença no que diz respeito à constituição dos instrumentos ou o papel da mesma. Porém, podem ser úteis para distinguir orquestras de uma mesma cidade. Na verdade esses prefixos demonstram a maneira como é sustentada a orquestra. A orquestra Sinfônica é sustentada por uma instituição pública enquanto a Filarmônica por instituição privada.
Uma orquestra tem normalmente mais de 80 músicos, em alguns casos mais de 100. Porém, em atuação, esse número pode ser ajustado de acordo com a obra a ser reproduzida.

Texto baseado no livro “Explicando a Arte”, de Jô Oliveira e Lucília Garcez.

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