"A arte é a contemplação: é o prazer do espírito que penetra a natureza e descobre que ela também tem uma alma. É a missão mais sublime do homem, pois é o exercício do pensamento que busca compreender o universo, e fazer com que os outros o compreendam." (Auguste Rodin)

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

3ª SÉRIE - TEXTO 3 - 3ª unidade


NEOCLASSICISMO

Nas últimas décadas do século XVIII e nas primeiras do século XIX, uma nova tendência estética predominou na arte européia denominado Neoclassicismo, ou Academicismo. Neoclassicismo, no grego neo, “novo”, significa “novo classicismo”, retomada da cultura clássica, greco-romana. Academicismo vem do fato de as concepções clássicas serem a base para o ensino nas academias, as escolas de belas-artes mantidas pelos governos europeus.
O século XIX, porém, passou por fortes mudanças, decorrentes da Revolução Industrial e da Revolução Francesa, no fim do século XVIII. A arte refletiu essas mudanças, tornando-se mais complexa e dando lugar a vários movimentos artísticos. Enquanto os artistas neoclássicos submetiam-se às regras das academias, outros buscavam libertar-se delas e expressar livremente seus sentimentos e sua imaginação.
A afirmação do Neoclassicismo deve-se em parte à curiosidade pelo passado desencadeada pelas escavações arqueológicas de Pompéia e Herculano, cidades italianas soterradas pela larva do vulcão Vesúvio no ano de 79 d.C. Desta maneira, as formas gregas e romanas serviram de modelo aos artistas neoclássicos, que se reelaboraram com base nos princípios de racionalidade, proporção, medida, simetria e nitidez, além de serem valorizadas também as regras acadêmicas, como o equilíbrio entre o claro-escuro e a perspectiva. Os temas clássicos reapareceram, contudo foram retratados por meio de personagens da nobreza e da burguesia. Esses artistas influenciados pelas idéias iluministas (filosofia que pregava a razão, o senso moral e o equilíbrio em oposição à emoção) e inspirados na pintura renascentista, sobretudo em Rafael, substituíram as linhas horizontais e verticais com traços firmes e equilibrados. Os neoclassicistas queriam expressar as virtudes cívicas, o dever, a honestidade e a austeridade (severidade, rigor), temas que se opunham diretamente à frivolidade da aristocracia retratada no Barroco e Rococó.
De acordo com a tendência neoclássica, uma obra de arte só seria perfeitamente bela na medida em que imitasse não só as formas da natureza, mas as que os artistas clássicos gregos e os renascentistas italianos já haviam criado. E esse trabalho de imitação só era possível através de um cuidadoso aprendizado das técnicas e convenções da arte clássica. Por isso, o convencionalismo e o tecnicismo reinaram nas academias de belas-artes, até serem questionados pela arte moderna.
No Brasil, a herança neoclássica se fez sentir graças à influência da Missão Artística Francesa, trazida no século XIX pela família real portuguesa, que estava aqui naquele século.

ARQUITETURA NEOCLÁSSICA

A arquitetura neoclássica seguiu o modelo dos templos Greco-romanos ou o das edificações do Renascimento italiano e é caracterizada pelo uso de fachadas sóbrias, nas quais colunas dóricas ou jônicas sustentam frontões triangulares. Ela predominou tanto nas construções civis quanto nas religiosas. A primeira manifestação da arquitetura neoclássica iniciou-se na Inglaterra em 1730, quando vários arquitetos visitaram a Itália e a Grécia e começaram a concretizar o resultado de suas observações. Posteriormente difundiu-se na Europa e na América. Exemplos dessa arquitetura é a Igreja de Santa Genoveva, transformada depois no Panteão Nacional, em Paris, a Porta de Brandemburgo, em Berlim.
A Igreja de Santa Genoveva foi projetada por Jacques Germanin Souflot (1713-1780), que pode ser considerado um dos primeiros arquitetos neoclássicos. Ele concebeu a planta do edifício com a forma de uma cruz grega, um pórtico (galeria com colunata ou arcada, construída na entrada de um edifício) de seis colunas e um frontão onde se encontram trabalhos escultóricos de David d’Angers (1788 – 1856).
A Revolução de 1789 transformou essa igreja em Panteão Nacional, onde passaram a ser abrigados os restos mortais de importantes personagens da história francesa.
A Porta de Brandemburgo, em Berlim, é uma obra do arquiteto Karl Gotthard Lanhans (1732–1808) e foi construída entre 1789 e 1794. Nesse monumento, importantes colunas dóricas apóiam um pavimento retangular sobre o qual está um belíssimo conjunto escultórico de Gottfried Shadow (1764-1850), constituído por uma quadriga (conjunto de quatro cavalos que puxam um carro) de bronze conduzido pela deusa da Vitória.

Algumas características da arquitetura são:
*         Materiais nobres (pedra, mármore, granito, madeiras)
*         Processos técnicos avançados
*         Sistemas construtivos simples
*         Uso de abóbodas de berço ou de aresta
*         Uso de cúpulas, com freqüência marcadas pela monumentalidade
*         Pórticos colunados (é local coberto à entrada de um edifício, de um templo ou de um palácio.)
*         Entablamentos direitos
*         Frontões triangulares

PINTURA NEOCLÁSSICA

Há dois aspectos relevantes no trabalho dos artistas que reagiram ao Neoclassicismo: a valorização da cor e os contrastes de claro-escuro. Quanto aos temas, eles se interessaram mais pelos fatos de sua época que pela mitologia greco-romana. A natureza também passa a ser tema da pintura.
A pintura desse período foi inspirada principalmente na escultura grega e na pintura renascentista italiana, sobretudo em Rafael, mestre inegável do equilíbrio da composição e da harmonia do colorido.
Segundo o Neoclassicismo, a obra de arte só seria perfeitamente bela se imitasse as formas criadas pelos artistas clássicos gregos e pelos renascentistas italianos. E esse trabalho de imitação só seria possível por meio de um cuidadoso aprendizado das técnicas clássicas.
O maior representante da pintura neoclássica é, sem dúvida, Jacques-Louis David (1748-1825). Ele nasceu em Paris e foi considerado o pintor da Revolução Francesa; mais tarde tornou-se o pintor oficial do Imperador Napoleão.
Durante o governo de Napoleão, registrou fatos históricos ligados à vida do imperador, dentre os quais estão a sua coroação e travessa dos Alpes.
David sem dúvida exerceu uma grande influência na pintura de seu tempo. Suas pinturas estavam afinadas
com a época em que vivia, exaltavam a serenidade, o auto-sacrifício e o dever
Em 1794 David foi preso, acusado de traição, mas acabou sendo libertado seis meses depois graças à intervenção de sua ex-esposa, que se divorciara dele por diferenças políticas (ela apoiava a Monarquia). Na prisão, David iniciou O Rapto das Sabrinas, obra em que mostra seu perfeito domínio do dramático numa cena retirada da lenda romana.
Acredita-se que David escolheu o tema em homenagem à sua fiel esposa, com a qual se casou novamente ao sair da prisão. Entretanto, essa obra foi interpretada pelos seus contemporâneos como uma expressão da necessidade de amenizar o conflito civil que ocorreu na França após a Revolução.


ESCULTURA NEOCLÁSSICA

A escultura neoclássica também buscou inspiração na Antiguidade Greco-romana. Entre os escultores que mais se destacaram está o italiano Antônio Canoa (1757-1822).

Temas: históricos, literários, alegóricos e mitológicos. Serviram de base para a representação de figuras humanas com poses semelhantes às dos deuses gregos e romanos.
Estatuária: representou figuras de corpo inteiro ou bustos e relevos pouco pessoais glorificando e fazendo publicidade a políticos ou figuras importantes das cidades (praças, casas de nobres e burgueses ou cemitérios).
Relevos: têm o mesmo sentido honorífico e alegórico da estatuária e revestem as frontarias de edifícios públicos ou de palácios.
Formas de Representação: de inspiração clássica foram representados com toda a minúcia, os corpos eram nus ou semi-nus, formas reais, serenas e de composição simples. Rostos individualizados (das pessoas que queriam representar), mas com pouca expressividade. Seguiram os cânones da escultura clássica, sem qualquer liberdade criativa.
Técnica: são obras perfeitamente conseguidas, onde a sua concepção se baseia em maquetas de barro ou gesso para um primeiro estudo. Acabamentos rigorosos e relevos de pouca profundidade.
Materiais: mármore branco que representava a pureza, limpidez e brilho,e o bronze, mas em menor quantidade.

Referências:
PROENÇA, Graça. História da Arte. Ática. São Paulo. 2000.
_____________.Descobrindo a História da Arte. 1ª Ed. São Paulo. Ática. 2005.
cívico. 


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