"A arte é a contemplação: é o prazer do espírito que penetra a natureza e descobre que ela também tem uma alma. É a missão mais sublime do homem, pois é o exercício do pensamento que busca compreender o universo, e fazer com que os outros o compreendam." (Auguste Rodin)

domingo, 8 de abril de 2012

2ª SÉRIE - 2012 - 1ª UNIDADE - TEXTO 2: LINGUAGEM VISUAL

A linguagem visual compreende várias categorias de expressão, onde a construção de qualquer uma delas implica em conhecimento e na leitura de elementos visuais como a forma, a cor, o espaço (bidimensional e tridimensional), o equilíbrio, a relação entre luz e sombra, plano e superfície, além de outros.


Elementos básicos da linguagem visual: o ponto, a linha, a forma, a direção, o tom, a cor, a textura, a dimensão, a escala e o movimento.

1.    Ponto: É um elemento do espaço que indica uma posição. É a unidade de comunicação visual mais simples e irredutivelmente mínima. Qualquer ponto possui um grande poder de atração visual sobre o olho, exista ele naturalmente ou tenha sido colocado pelo homem em resposta a um objetivo qualquer.

1.1   Ponto gráfico: é um elemento plástico que serve para caracterizar volume. Isolado, produz sensação de unidade: porém, junto com outros pontos do mesmo tamanho ou de tamanhos diferentes, produz sensação de vibração. O ponto gráfico pode ter formas, dimensões, posições e cores diversas.

1.2   Ponto geométrico: é um ente geográfico (não possui dimensões: comprimento, Largura e altura).

2.    Linha: Quando os pontos estão tão próximos entre si que se torna impossível identificá-los individualmente, aumenta a sensação de direção, e a cadeia de pontos se transforma em outro elemento: a linha.
·         É o elemento plástico mais utilizado pelo artista.
·         É o elemento de expressão mais significativo, numa composição.

Desde os tempos pré-históricos que o homem tem observado a linha e se serviu dela para transmitir
as suas mensagens.
As pinturas rupestres, as figuras gravadas na rocha, os gravados em utensílios de cerâmica, comprovam
a sua aplicação desde há muitos, muitos anos atrás.

3.    Forma: A forma é o contorno de uma determinada figura ou objeto, é a aparência das coisas.


3.1 Formas naturais: São aquelas formas que podemos encontrar na natureza e que ainda não sofreram qualquer intervenção do homem. Ex.: as árvores, os animais, as montanhas, etc. Os pintores que trabalham com estas formas são chamados de figurativistas ou naturalistas.

3.2  Formas artificiais - São aquelas que resultam da ação do homem, ou seja, são formas criadas pelo ser humano.

3.3 Formas abstratas: São aquelas criadas pela imaginação humana. Estas formas não existem na natureza. Os pintores que trabalham com estas formas são chamados abstracionistas ou não-figurativistas.


3.4 . Formas regulares: são aquelas constituídas apenas por linhas curvas e por linhas retas. São formas simples.

3.5   Formas irregulares: são aquelas constituídas por linhas curvas e retas, ao mesmo tempo.




3.7   Formas funcionais: São formas criadas com uma função específica.

3.8 Formas bidimensionais: são aquelas que possuem apenas 2 dimensões: largura e comprimento. Podemos criar impressões ópticas de tridimensionalidade, criando volume no desenho bidimensional através do claro-escuro, das sombras e luzes ou pelos efeitos de perspectiva.
3.9  Formas tridimensionais: são aquelas que possuem três dimensões: largura, comprimento e altura. Estas possuem volume e por isso ocupam lugar no espaço. São chamadas formas sólidas.

Perspectiva: é a representação gráfica dos objetos tridimensionais. Ela pode ser feita de várias maneiras, com resultados diferentes, que se assemelham mais ou menos à visão humana.



4.1     COR: É a sensação provocada pela ação da luz sobre os órgãos da visão. Pode ser percebida de duas formas: cor-luz e cor-pigmento:

4.1.1     Cor-luz: Aquela que pode ser observada através dos raios luminosos: Ex.: arco-íris.

4.1.2     Cor-pigmento: Aquela percebida através das substâncias materiais corantes na presença da luz. Ex.: folha verde

4.2     Classificação das cores

4.2.1     Cores primárias: Também chamadas de cores puras. Não se formam pela mistura de outras cores. São elas: azul, vermelho e amarelo.

4.2.2     Cores secundárias: São cores resultantes da mistura de duas cores primárias. São elas: laranja, verde e violeta.

4.2.3     Cores terciárias: Resultam da mistura de uma cor primária com uma cor secundária. São elas: amarelo-alaranjado, vermelho-alaranjado, vermelho-arroxeado, azul-arroxeado, azul-esverdeado e amarelo-esverdeado

4.2.4     Cores análogas: São cores vizinhas no círculo das cores. São análogas porque há nelas uma mesma cor básica. Pôr exemplo o amarelo-ouro e o laranja-avermelhado tem em comum a cor laranja.   
As cores análogas, ou da mesma "família" de tons, são usadas para dar a sensação de uniformidade. Uma composição em cores análogas em geral é elegante, porém deve-se tomar o cuidado de não a deixar monótona. 

4.2.5     Cores complementares: São cores diametralmente opostas no círculo cromático.

4.2.6     Cores frias: como o próprio nome indica, estão associadas à sensação de frio, e são essencialmente
todas as cores que derivam do Violeta, Azul e Verde. São consideradas cores calmantes. Aquelas em que predominam o azul e o verde.
Associam-se à água, ao frio, ao gelo, ao mar, ao céu, às árvores, entre outras.

4.2.7     Cores quentes: As cores quentes estão associadas a sensações completamente opostas àquelas que as cores frias transmitem.
Assim, as cores quentes associam-se às sensações de calor, adrenalina. São consideradas cores excitantes. As cores quentes são todas aquelas que, no circulo das cores primárias derivam das seguintes cores: Amarelo, Laranja e Vermelho.
Estas cores associam-se ao sol, ao fogo, a vulcões em erupção, entre outras.

4.2.8     Cores neutras: Caracteriza-se pela não-predominância de tonalidades quentes e ou frias. São consideradas neutras: cinzas, cinzas com ligeira coloração quente ou fria, bege, marrons e ainda o preto e o branco.


4.2.9     Preto e branco: As outras cores permitem uma diluição no sentido do claro ou do escuro, e aproxima-se das cores vizinhas no espectro. Só o preto e o branco insistem em sua pureza; ao se acrescentar a mínima quantidade de outra cor a uma delas, esta perde imediatamente a sua identidade. O branco transforma-se em rosa, cinzento, amarelo, etc., o preto torna-se azul, violetas, castanho ou verde. Não existe branco escuro ou preto claro.
O branco e preto são dois extremos tonais. Nada pode ser mais claro do que o branco, ou mais escuro do que o preto.
A suavidade ou intensidade de uma cor pode alterar-se, misturando-lhe cores neutras (branco ou preto).
Se lhe adicionarmos branco, a cor fica mais clara; se lhe juntarmos preto, a cor torna-se mais escura. Obtemos assim tons (claros ou escuros) de uma cor. 

4.3     Harmonia: é a relação que existe entre as cores usadas em uma pintura ou composição.

4.3.1     Monocromia: harmonia obtida com diferentes matizes de uma só cor. Quando usamos uma única cor em uma composição, mas com várias tonalidades, dizemos tratar-se de uma monocromia. Por exemplo: usamos o preto e o branco para dar a variedade de tons, mais escuros ou mais claros.
4.3.2      Isocromia: harmonia obtida usando-se cores diferentes, mas que implicam uma na outra. Por exemplo: uma pintura que tem o vermelho como cor predominante, com suas diferentes nuanças (o laranja e o amarelo).

4.3.3     Policromia: é o emprego de muitas cores num mesmo trabalho, formando um todo agradável (harmônico).
"Cromar" significa colorir. Quando usamos várias cores (mais do que três) em uma composição, dizemos tratar-se de uma policromia.

4.4     Contraste: é a harmonia obtida com a oposição de cores complementares. As cores se valorizam mutuamente, por possuírem extensão e força, como se fossem as três cores primárias em seu estado puro. As cores primárias e as complementares lutam entre si, porque entre elas não existe nenhuma afinidade. Ex.: Vermelho e verde;amarelo e violeta e azul e laranja

4.5     Tom: Refere-se a maior ou menor quantidade de luz presente na cor. Quando se adiciona preto a determinado matiz, este se torna gradualmente mais escuro, e essas gradações são chamadas escalas tonais. Para se obter escalas tonais mais claras acrescenta-se branco. 

4.5.1     O "calor" das cores: A temperatura das cores designa a capacidade que as cores têm de parecer quentes ou frias. Quando se divide um disco cromático ao meio com uma linha vertical cortando o amarelo e o violeta, percebe-se que os vermelhos e laranjas do lado esquerdo, são cores quentes, vibrantes. Pôr outro lado, os azuis e verdes do lados direito são cores frias, que transmitem sensações de tranqüilidade.

5.    Textura: é o elemento visual que com frequência serve de substituto para as qualidades de outro sentido, o tato. Na verdade, porém, podemos apreciar e reconhecer a textura tanto através do tato quanto da visão, ou ainda mediante uma combinação de ambos. É possível que uma textura não apresente qualidades táteis, mas apenas óticas, como no caso das linhas de uma página impressa, dos padrões de um determinado tecido ou dos traços super postos de um esboço. Onde há uma textura real, as qualidades tácteis e ópticas coexistem, não como tom e cor, que são unificados em um valor comparável e uniforme, mas de uma forma única e específica, que permite à mão e ao olho uma sensação individual, ainda que projectemos sobre ambos um forte sindicado associativo.


BRUNA, R. Cantele. Arte, etc e tal... Vol. 3. IBEP. São Paulo.
DONDIS. Donis A. Sintaxe da Linguagem visual. 3ª Ed. Martins Fontes. São Paulo. 2007.
MEIRA, Marly Ribeiro. Filosofia da Criação. Porto Alegre: Editora Mediação, 2007

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