"A arte é a contemplação: é o prazer do espírito que penetra a natureza e descobre que ela também tem uma alma. É a missão mais sublime do homem, pois é o exercício do pensamento que busca compreender o universo, e fazer com que os outros o compreendam." (Auguste Rodin)

domingo, 8 de abril de 2012

3ª SÉRIE - 2012 - 1ª UNIDADE - TEXTO 3: ABSTRACIONISMO X FIGURATIVISMO

Arte Abstrata ou Abstracionismo: Começou a ser valorizada a partir de 1910 por um artista russo, Wassili Kandinsky. É um termo genérico utilizado para classificar toda forma de arte que se utiliza somente de formas, cores ou texturas, sem retratar nenhuma figura, rompendo com a figuração, com a representação naturalista da realidade. 
              Kandinsky - Primeira aquarela abstrata - 1910
Podemos classificar o abstracionismo em duas tendências básicas: a geométrica e a informal.

No Abstracionismo geométrico, ao desenvolver pinturas, gravuras e peças de arte gráfica, os artistas exploram com rigor técnico as formas geométricas e as cores, sem a preocupação de transmitir idéias e sentimentos.

Os principais iniciadores do Abstracionismo geométrico são o russo Malevitch (1878-1935) e o holandês Piet Mondrian (1872-1944). Com quadros em que figuras geométricas flutuam num espaço sem perspectiva.




Abstracionismo Informal predominam os sentimentos e emoções. Por isso, as formas e cores são criadas mais livremente.



Arte Figurativa ou Figurativismo: é aquela que retrata e expressa a figura de um lugar, objeto, pessoa ou situação de forma que possa ser identificado, reconhecido. Abrange desde a figuração realista (parecida com o real) até a estilizada (sem traços individualizadores). O figurativismo segue regras e padrões de representação da imagem retratada. Contrapõe-se ao abstracionismo.


A pintura figurativa possui vários gêneros:


Retrato: Representação de uma imagem de uma pessoa por meio de pintura, desenho, gravura ou fotografia. É um dos gêneros mais populares.
A tradição do retrato começou na antiguidade e esteve durante muito tempo restrito a uma pequena parcela da sociedade. Alguns exemplos estão no Antigo Egito, onde apenas o faraó e sua família tinham o privilégio de serem retratados, na Grécia Antiga, onde as moedas eram cunhadas com o retrato dos seus soberanos, e entre os romanos, que utilizavam o retrato para cultuar os antepassados. A idéia do retrato como algo popular, como a temos hoje, é recente e gradual - desde o século XV até o surgimento da fotografia, no século XIX.

Às vezes o retrato nos mostra uma só pessoa, as vezes um grupo inteiro: uma família, membros de um clube, fregueses de um restaurante e as vezes o próprio pintor chamando-se autorretrato.
O autorretrato pode ser abordado como uma história à parte dentro deste gênero. Sua origem é muito anterior ao século XX, desde o momento em que o artista foi visto como "alguém especial" (entre os séculos XV e XVI) e passível de ser representado. Em A Mansão de Quelícera encontramos um dos muitos Autorretratos de Rembrandt, uma vez que este tema merece destaque na trajetória do artista.


Paisagem: Gênero que surgiu durante o Renascimento, e representa um lugar, urbano ou no campo. A paisagem natural é obtida na natureza, sem a interferência humana. A paisagem modificada pela ação do homem (Um edifício, por exemplo), é chamada de Humanizada. O período renascentista trouxe ênfase a este gênero de pintura.


Marinha: Chama-se marinha a pintura que tem especificamente por tema a paisagem marítima ou assuntos marinhos.
As marinhas aparecem pela primeira vez no século XVI nos Países Baixos e se desenvolvem no século XVII e XVIII, com a crescente especialização de alguns artistas em pinturas com temas específicos. Mas foi no século XIX que ganhou popularidade entre outros artistas que encontraram no tema marinho uma forma de representar as forças da natureza.


Natureza Morta: Retrato de uma coisa sem vida como restos de objetos inanimados, um vaso de flores, um animal morto.
Surgiu como um gênero mais simplório, no início do Barroco, derivado das pinturas que representavam cenas religiosas em cozinhas populares;
A preocupação dos artistas era representar os próprios objetos: sua cor, texturas, volumes, superfícies e a relação entre esses objetos;
ü  Foi apenas no século XVIII, em meio ao surgimento da disciplina de estudo científico História da Arte, que estes foram considerados "gêneros" de pintura.
ü  No século XVII a natureza-morta era considerada de menor importância (em relação às pinturas históricas, mitológicas e religiosas) e tinha um menor preço no mercado.
ü  Era vista como pintura apenas decorativa e, mesmo nos lares mais humildes, ocupava os cômodos de menor importância.
ü  Na Espanha o gênero foi chamado Bodegodes e foi usado como forma de mostrar a habilidade técnica naturalista do artista e por remeter, além dos conteúdos morais, ao misticismo tão valorizado pela cultura da época.
 No final do século XIX e início do século XX, em meio aos ideais modernistas e das tendências formalistas, a natureza-morta voltou a ser vista como em sua origem: um gênero “sem tema”. Pela neutralidade dos “personagens” deste gênero, ele era apropriado para as pesquisas plásticas dos artistas (de composição, cor, figura, etc

  

Pintura Histórica: Apresenta cenas ligadas a acontecimentos históricos antigos ou contemporâneos.


 Pintura Mitológica: Caracterizado pela representação de personagens e cenas da mitologia greco-romanas - que tem um longo trajeto na história da arte.
 

Pintura de Gênero: Focaliza aspectos da vida cotidiana. Focaliza aspectos da vida cotidiana. Este gênero desenvolveu-se mais amplamente na parte norte dos Países Baixos (atual Holanda), onde não havia uma corte (uma vez que a região era organizada em províncias), nem um clero sediado (já que eles adotaram o recém surgido protestantismo). Sua origem nessa região está associada às ricas cenas pintadas por Bruegel, em suas cenas de camponeses em atividades cotidianas, que se tornaram extremamente influentes entre os artistas da época.
Outra característica marcante do gênero, principalmente na região holandesa, é o extremo naturalismo que, muitas vezes, chega ao realismo burguês. Ele está completamente voltado para o homem e para a natureza, assim como para as cenas e motivos que faziam parte da existência diária e pessoal: os aposentos das casas, o pátio, a cidade, a paisagem local, a fachada da rua e, de forma bastante inovadora e singular, a mulher em suas atividades domésticas.
                                                   A Leiteira- Johannes Vermeer


 Pintura Religiosa: Aborda temas bíblicos, milagres, fatos da vida dos santos. Uma parcela significativa dessa produção era realizada sob encomenda para decorar forros das igrejas e capelas.
                                                   A Lamentação - Giotto

Referências
FEIST, Hildegard. Uma pequena viagem pelo mundo da Arte. Moderna. São Paulo. 1996.
SOUZA, Edgard Rodrigues de. Desenho e Pintura. Moderna. São Paulo. 1997
GARCEZ, Lucília. OLIVEIRA, Jô. Explicando a Arte: uma iniciação para entender e apreciar as artes visuais. Ediouro. Rio de Janeiro. 3ª edição. 2002
Azevedo Junior, José Garcia de. Apostila de Arte – Artes Visuais. São Luís: Imagética Comunicação e Design, 2007.
http://www.casthalia.com.br/a_mansao/preste_atencao/pintura_genero.htm

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