Olá
turma! após a leitura do texto a seguir, respondam as questões abaixo no ARTEFÓLIO.
TEXTO: Pichação OU Grafite? Tire suas dúvidas
e conheça um pouquinho dessa história
Por Ana Lucchi
Grafiteiros são confundidos com
pichadores. Para muitos o grafite é apenas uma pichação evoluída, para outros uma
modalidade de arte urbana.
Além dos muros, grafiteiros e
pichadores aparecem na mídia impressa, falada e também ocupam seu espaço na
internet; em blogs, sites de relacionamentos e portais, contudo, a exposição
não tem ajudado muito a diminuir a confusão quando se fala de ambos.
A utilização de um muro ou qualquer
espaço público, sem autorização é pichação. Seja numa demonstração mais
elaborada ou simplesmente em frases muitas vezes incompreensíveis. Para os
pichadores, pichação também é arte, a escolha irreverente do local é apenas uma
forma a mais de contestação. Quanto mais perigoso, quanto mais alto, quanto
mais proibido melhor. Pichação é escrever em muros, paredes e postes, através
de palavras cifradas, que juntas formam um alfabeto excêntrico e pouco legível,
em geral evidenciam habilidade em escrever esses símbolos, mas sem preocupação
plástica e está associada a vandalismo e marginalidade, não há como negar. A
pichação também é utilizada para demarcação de territórios entre grupos.
Na Idade Média, padres pichavam os
muros de conventos rivais no intuito de expor sua ideologia, criticar doutrinas
contrárias às suas ou mesmo difamar governantes, dá pra acreditar?
Em outubro de 2008, uma jovem foi
presa, por pichar as paredes internas do 2º piso do prédio da Bienal
Internacional de Arte de São Paulo. A jovem, de 23 anos, ficou presa por mais
de 50 dias.
Em geral, a convivência entre
grafiteiros e pichadores é pacífica. Muitos grafiteiros foram pichadores no
passado, e os pichadores não interferem sobre paredes grafitadas.
O grafite (do italiano graffiti,
plural de graffito) é o nome dado às inscrições feitas em paredes. Considera-se
grafite uma inscrição caligrafada ou um desenho pintado ou gravado sobre um
suporte que não é normalmente previsto para esta finalidade – normalmente em
espaço público.
O grafite traz suas raízes na Roma
antiga, lá os cidadãos também escreviam em muros e nas suas próprias casas em
forma de manifesto e também de protesto.
Numa leitura mais contemporânea,
aparece associado a cultura hip hop e ao break, das gangues e guetos de Nova
York. Em São Paulo, aparece no final da década de 70. Hoje em dia os grafites
brasileiros são reconhecidos entre os melhores do mundo.
O grafite tem seu caráter
contestador e irreverente, mas baseia seus preceitos em desenhos e formas
coloridas e elaboradas, também com intenções críticas, porém manifestando seu
conteúdo artístico nos muros das cidades.
Dentre os grafiteiros, talvez o
mais célebre seja Jean-Michel Basquiat, que, no final dos anos 1970, despertou
a atenção da imprensa novaiorquina, sobretudo pelas mensagens poéticas que
deixava nas paredes dos prédios abandonados de Manhattan. Basquiat ganhou o
rótulo de neo-expressionista e foi reconhecido como um dos mais significativos
artistas do final do século XX.
De uma certa forma, tanto o
grafite, assim como a pichação, reflete a realidade das ruas.
Conversei com Fabio Crânio um
“graffiteiro” de São Paulo, veja a entrevista;
• Quem é o
Fabio Cranio?
Sou artista plástico grafiteiro há
11 anos e autodidata. Nasci na zona norte de São Paulo e sempre cresci vendo os
grafites pelas avenidas, mas não sabia como apareciam. Certo dia, no colégio
combinei com uns amigos para pintar um muro perto de casa, compramos os sprays
e fomos, com a cara e a coragem, pois não sabíamos como funcionava, etc.
A partir de então, não parei mais.
Pintava quase diariamente nas ruas.
·
O
que é o grafite para você?
Na minha opinião, o grafite é uma
pichação evoluída. A pichação é mais uma forma de intervenção urbana, tem sua
própria linguagem. Os pichadores geralmente atuam à noite desafiando até a
gravidade, subindo em prédios e janelas em lugarem bem altos, feito sem
autorização.
O grafite é uma forma de linguagem
mais elaborada, feita, a maioria das vezes, durante o dia e com autorização. É
feito em murais e paredes de grande metragem, levando a cor e a vida em
diversos pontos da cidade, fazendo dela uma galeria de arte em céu aberto.
·
Como é seu dia-a-dia e como é a convivência com a turma,
há problemas com grupos rivais atualmente?
Participo de encontros e eventos
com outros grafiteiros para pintarmos juntos.
Também não há gangues rivais, nem
violência entre a gente. Os grafiteiros se respeitam entre si. Todos admiram a
arte um do outro, sem essa de marcação de território.
A paixão de pintar pela cidade é o
que me marca, passar por um lugar e ver seu desenho e as pessoas admirando, não
tem preço.
·
Onde estão seus trabalhos ou de seu grupo e como foi o
contato com os proprietários para possibilitar a realização deles?
A maioria dos meus trabalhos estão
em São Paulo e geralmente peço a autorização diretamente com os proprietários
que são, na verdade, os patrocinadores da arte urbana (grafite).
·
Como
tem sido a resposta a sua arte?
A forma mais eficiente de divulgar
minha arte é fazê-la na rua. Meus amigos e as outras pessoas que passam, sempre
entram em contato para me convidar para grafitar sua casa, quarto, áreas de
lazer, decoração de ambientes, entrevistas, compram minhas telas, e até mesmo
me ligam só para parabenizar pelo trabalho. É sempre muito gratificante.
Conheça mais grafites do Fábio
Crânio em:www.flickr.com/cranioartes
Curiosidades: Principais termos e gírias utilizadas nessa arte;
• Grafiteiro / writter: o artista que pinta.
• Bite: imitar o estilo de outro grafiteiro.
• Crew: é um conjunto de grafiteiros que se reúnem para
pintar juntos.
• Tag: é assinatura de grafiteiro.
• Toy: é o grafiteiro iniciante.
• Spot: lugar onde é praticada a arte do grafitismo.
Fontes:
Wikipedia, Ramos, Célia Maria Antonacci. Grafite, pichação Cia. São Paulo:
ANABLUME, 1994.
Instituto
Arte na Escola; Olhares sobre a arte pública – grafite x pichação: diferenças e
semelhanças, por Priscila Anversa.
2. Qual a sua opinião
sobre a presença do Grafite e da Pichação nas ruas de nossa cidade?
3.
Comente
a afirmação presente no final do texto: “De
certa forma, tanto o grafite como a pichação, reflete a realidade das ruas de
cada cidade”.
4. Qual a sua opinião
sobre a pichação feita no muro interno da Bienal e a consequente prisão da
autora por 50 dias?
5. Como você imagina que
as prefeituras deveriam fazer para diminuir a incidência da pichação nas ruas e
patrimônios públicos e incentivar o grafite em locais permitidos (pense em
novas ideias).
6. Dê sua opinião sobre
a escolha deste texto para estudo na aula de hoje (se foi uma boa escolha, o
que aprenderam com ele, se gostaram do texto, se compreenderam seu conteúdo,
etc).
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