Arte
Abstrata ou Abstracionismo: É um termo
genérico utilizado para classificar toda forma de arte que se utiliza somente
de formas, cores ou texturas, sem retratar nenhuma figura, rompendo com a
figuração, com a representação naturalista da realidade. A principal
característica da pintura abstrata é a ausência de relação entre suas formas e
cores e as formas e cores de um ser. Por isso uma tela abstrata não representa
nada da realidade que nos cerca, nem narra figurativamente alguma cena
histórica, literária, religiosa ou mitológica.
Os
estudiosos de arte consideram o pintor russo, Wassili Kandinsky (1866 –
1944) o iniciador da moderna pintura abstrata. O início de seus trabalhos nessa
direção é marcado pela tela Batalha (1910). Podemos classificar o
abstracionismo em duas tendências básicas: a geométrica e a informal.
Depois
das primeiras pesquisas abstratas realizadas pelos artistas russos, em pouco
tempo o Abstracionismo dominou a pintura moderna e tornou-se um movimento
bastante diversificado. Entretanto duas tendências firmaram-se com características
mais precisas: o Abstracionismo Informal e o Abstracionismo Geométrico.
Abstracionismo Informal predominam os sentimentos e
emoções. Por isso, as formas e cores criadas livremente,
sugerindo, por vezes, associações com elementos da natureza. A obra Impressão.
Domingo (1910) de Kandinsky, constitui um bom exemplo dessa tendência.
No Abstracionismo geométrico, ao desenvolver pinturas,
gravuras e peças de arte gráfica, os artistas exploram com rigor técnico as
formas geométricas e as cores, sem a preocupação de transmitir ideias e
sentimentos.
Os principais iniciadores do Abstracionismo geométrico
são o russo Malevitch (1878-1935) e o holandês Piet Mondrian (1872-1944). Com
quadros em que figuras geométricas flutuam num espaço sem perspectiva.
Arte Figurativa ou Figurativismo: é aquela que retrata e
expressa a figura de um lugar, objeto, pessoa ou situação de forma que possa
ser identificado, reconhecido. Abrange desde a figuração realista (parecida com
o real) até a estilizada (sem traços individualizadores). O figurativismo segue
regras e padrões de representação da imagem retratada. Contrapõe-se ao abstracionismo.
A pintura figurativa
possui vários gêneros:
Retrato: Representação
de uma imagem de uma pessoa por meio de pintura, desenho, gravura ou
fotografia. É um dos gêneros mais populares.
A tradição do
retrato começou na antiguidade e esteve durante muito tempo restrito a uma
pequena parcela da sociedade. Alguns exemplos estão no Antigo Egito, onde
apenas o faraó e sua família tinham o privilégio de serem retratados, na Grécia
Antiga, onde as moedas eram cunhadas com o retrato dos seus soberanos, e entre
os romanos, que utilizavam o retrato para cultuar os antepassados. A ideia do
retrato como algo popular, como a temos hoje, é recente e gradual - desde o
século XV até o surgimento da fotografia, no século XIX.
Em
um retrato o artista dá destaque para a reprodução de metade do corpo,
procurando também retratar um pouco da personalidade da pessoa retratada. Além
da função artística os retratos serviram também como uma espécie de documento,
registrando a imagem de personagens históricos. Os mais importantes retratos do
mundo são: Monalisa, de Leonardo da Vinci (1452 – 1519) e o Cavaleiro Sorridente,
de Frans Hals (1580-1666).
Às vezes
o retrato nos mostra uma só pessoa, as vezes um grupo inteiro: uma família,
membros de um clube, fregueses de um restaurante e as vezes o próprio pintor
chamando-se autorretrato.
O
autorretrato pode ser abordado como uma história à parte dentro deste gênero.
Sua origem é muito anterior ao século XX, desde o momento em que o artista foi
visto como "alguém especial" (entre os séculos XV e XVI) e passível
de ser representado. Em A Mansão de Quelícera encontramos um dos
muitosAutorretrato de Rembrandt, uma vez que este tema merece destaque na
trajetória do artista.
Paisagem: Paisagem: Gênero
que surgiu durante o Renascimento, e representa um lugar, urbano ou no campo. A
paisagem natural é obtida na natureza, virgem da interferência humana. A
paisagem modificada pela ação do homem (Um edifício, por exemplo), é chamada de
Humanizada.
Até
o século XVI a paisagem era vista apenas como o fundo de um quadro. Para os
artistas desse período, o homem era o tema central de suas obras e a natureza
tinha o papel secundário. Eles pintavam pessoas e, às vezes incluíam uma
paisagem na obra.
No
Século XVII os artistas passaram a pintar, além de figura humana com paisagens
ao fundo, paisagens com figuras humanas, em que o centro de interesse era a
natureza. Destaca-se desta época Pietrer Brueglel, o velho e Giovanni Antonio
Canal, conhecido como Canaletto.
O
período renascentista trouxe ênfase a este gênero de pintura.
Marinha: Chama-se
marinha a pintura que tem especificamente por tema a paisagem marítima ou
assuntos marinhos.
As
marinhas aparecem pela primeira vez no século XVI nos Países Baixos e se
desenvolvem no século XVII e XVIII, com a crescente especialização de alguns
artistas em pinturas com temas específicos. Mas foi no século XIX que
ganhou popularidade entre outros artistas que encontraram no tema marinho uma
forma de representar as forças da natureza.
A
tela o O Bravo, Rebocado até seu último ancoradouro para ser desmantelado
(1838) de William Turner, que mostrava o navio de guerra Téméraire sendo
rebocado pelo Rio Tamisa na Inglaterra, para um estaleiro de desmontagem. Uma
cena triste, que representava o fim da velha embarcação foi um dos quadros mais
representativos deste gênero.
Natureza Morta: Retrato de uma coisa sem vida como
restos de objetos inanimados, um vaso de flores, um animal morto.
Surgiu como um gênero mais simplório,
no início do Barroco, derivado das pinturas que representavam cenas religiosas
em cozinhas populares;
A preocupação dos artistas era
representar os próprios objetos: sua cor, texturas, volumes, superfícies e a
relação entre esses objetos;
ü Foi apenas no século XVIII, em meio ao surgimento
da disciplina de estudo científico História da Arte, que estes foram
considerados "gêneros" de pintura.
ü No século XVII a
natureza-morta era considerada de menor importância (em relação às pinturas
históricas, mitológicas e religiosas) e tinha um menor preço no mercado.
ü Era vista como pintura
apenas decorativa e, mesmo nos lares mais humildes, ocupava os cômodos de menor
importância.
ü Na Espanha o gênero foi chamado Bodegodes e foi
usado como forma de mostrar a habilidade técnica naturalista do artista e por
remeter, além dos conteúdos morais, ao misticismo tão valorizado pela cultura
da época.
No final do século XIX e início do século XX,
em meio aos ideais modernistas e das tendências formalistas, a natureza-morta
voltou a ser vista como em sua origem: um gênero “sem tema”. Pela neutralidade
dos “personagens” deste gênero, ele era apropriado para as pesquisas plásticas
dos artistas (de composição, cor, figura, etc
Pintura Histórica: Pintura
Histórica: Apresenta cenas ligadas a acontecimentos históricos antigos ou
contemporânea. A pintura histórica adquire prestígio nas academias de
arte, alçada ao primeiro plano na hierarquia acadêmica a partir do século XVII,
com a criação da Real Academia de Pintura e Escultura em Paris, 1648.
A
pintura neoclássica, que tem como centro a França do século XVIII, explora
fartamente os temas históricos. Na Espanha, pinturas históricas são realizadas
a partir do século XVI por diversos artistas. Cenas de batalhas são executadas
pelos pintores da corte de Felipe IV, comprometidos com a representação da
invencibilidade do exército espanhol em suas campanhas militares. Nesse
contexto, Francisco de Zurbarán (1598 - 1664) realiza A Defesa de
Cádiz e Diego Velázquez (1599 - 1660), A Rendição de
Breda (1634-1635), ambas glorificando os triunfos do reinado de
Felipe.
Pintura Mitológica: Pintura
Mitológica: Caracterizado pela representação de personagens e cenas da
mitologia greco-romanas - que tem um longo trajeto na história da arte.
A
pintura mitológica deixa rastros em toda a história da arte, associando-se
frequentemente à pintura alegórica, ao grotesco e à pintura
histórica.
No
século XX, temas mitológicos são retrabalhados, sobretudo por artistas ligados
ao simbolismo.
A
pintura mitológica não conhece grande desenvolvimento na arte brasileira. No
período colonial, encontram-se exemplos esporádicos desse gênero de pintura em
residências particulares, como no forro do Solar do Ferrão, em Salvador, de
autor anônimo. Entretanto, se a noção de mito for ampliada para englobar
mitologias religiosas africanas e indígenas, seria possível pensar na mitologia
dos orixás tal como representada na chamada arte afro-brasileira ou nos mitos
indígenas incorporados ao folclore e à arte nacional.
Pintura de Gênero: Desenvolveu-se a meio do
florescimento do Barroco na Europa (século XVII) nos Países
Baixos, (hoje corresponde à Holanda). Trata-se de um estilo sóbrio,
realista, comprometido com a descrição de cenas rotineiras, temas da vida
diária como homens dedicados ao seu ofício, mulheres cuidando dos afazeres
domésticos.
Pintura Religiosa: Aborda temas bíblicos, milagres,
fatos da vida dos santos. É um gênero amplamente desenvolvido,
que constitui uma parte muito importante da produção artística dos pintores em
determinadas épocas. A pintura religiosa desenvolve-se principalmente em três
grandes culturas monoteístas: cristianismo, judaísmo e islamismo, e cada uma
destas culturas desenvolve os cenário e a narrativa de diferentes modos.
Referências
FEIST, Hildegard. Uma pequena viagem pelo mundo da
Arte. Moderna. São Paulo. 1996.
SOUZA, Edgard Rodrigues de. Desenho e Pintura. Moderna.
São Paulo. 1997
GARCEZ, Lucília. OLIVEIRA,
Jô. Explicando a Arte: uma iniciação para entender e apreciar as artes visuais.
Ediouro. Rio de Janeiro. 3ª edição. 2002
Azevedo Junior, José Garcia de. Apostila de Arte – Artes Visuais. São Luís: Imagética Comunicação e
Design, 2007.
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