A linguagem visual compreende várias categorias de expressão,
onde a construção de qualquer uma delas implica em conhecimento e na leitura de
elementos visuais como a forma, a cor, o espaço (bidimensional e
tridimensional), o equilíbrio, a relação entre luz e sombra, plano e
superfície, além de outros.
Elementos básicos da linguagem visual: o
ponto, a linha, a forma, a direção, o tom, a cor, a textura, a dimensão, a
escala e o movimento.
1.
Ponto: É um elemento do
espaço que indica uma posição. É a
unidade de comunicação visual mais simples e irredutivelmente mínima. Qualquer ponto possui um grande poder de
atração visual sobre o olho, exista ele naturalmente ou tenha sido colocado
pelo homem em resposta a um objetivo qualquer.
1.1
Ponto gráfico: é
um elemento plástico que serve para caracterizar volume. Isolado,
produz sensação de unidade: porém, junto com outros pontos do mesmo tamanho ou
de tamanhos diferentes, produz sensação de vibração. O ponto gráfico pode ter
formas, dimensões, posições e cores diversas.
1.2
Ponto geométrico: é um ente
geográfico (não possui dimensões: comprimento, Largura e altura).
2.
Linha: Quando os pontos
estão tão próximos entre si que se torna impossível identificá-los
individualmente, aumenta a sensação de direção, e a cadeia de pontos se
transforma em outro elemento: a linha.
·
É
o elemento plástico mais utilizado pelo artista.
·
É
o elemento de expressão mais significativo, numa composição.
Desde os tempos pré-históricos que o homem
tem observado a linha e se serviu dela para transmitir
as suas mensagens.
as suas mensagens.
As pinturas rupestres, as figuras gravadas
na rocha, os gravados em utensílios de cerâmica, comprovam
a sua aplicação desde há muitos, muitos anos atrás.
a sua aplicação desde há muitos, muitos anos atrás.
3.
Forma: A forma é o
contorno de uma determinada figura ou objeto, é a aparência das coisas.
3.1 Formas naturais: São aquelas formas que podemos encontrar
na natureza e que ainda não sofreram qualquer intervenção do homem. Ex.: as
árvores, os animais, as montanhas, etc. Os pintores que trabalham com estas
formas são chamados de figurativistas ou naturalistas.
3.2
Formas artificiais
- São aquelas que resultam da ação do homem, ou seja, são formas criadas pelo
ser humano.
3.3 Formas abstratas: São aquelas criadas pela imaginação
humana. Estas formas não existem na natureza. Os pintores que
trabalham com estas formas são chamados abstracionistas ou não-figurativistas.
3.4 . Formas regulares: são aquelas constituídas apenas por
linhas curvas ou por linhas retas. São formas simples.
3.7
Formas
funcionais:
São formas criadas com uma função específica.
3.8 Formas
bidimensionais:
são
aquelas que possuem apenas 2 dimensões: largura e comprimento. Podemos
criar impressões ópticas de tridimensionalidade, criando volume no desenho
bidimensional através do claro-escuro, das sombras e luzes ou pelos efeitos de
perspectiva.
3.9 Formas tridimensionais: são
aquelas que possuem três dimensões: largura, comprimento e altura. Estas
possuem volume e por isso ocupam lugar no espaço. São chamadas formas
sólidas.
Perspectiva: é a representação
gráfica dos objetos tridimensionais. Ela pode ser feita de várias maneiras, com
resultados diferentes, que se assemelham mais ou menos à visão humana.
4.
A cor exerce ação tríplice: a de impressionar, a de
expressar e a de construir. A cor é vista: impressiona a retina. A cor é
sentida: provoca emoção. A cor é construtiva, pois tendo um significado
próprio, possui valor de símbolo, podendo assim, construir uma linguagem que
comunique uma idéia, que pode ser de leveza, alegria, sobriedade, etc.
4.1
COR: É a sensação
provocada pela ação da luz sobre os órgãos da visão. Pode ser percebida de duas
formas: cor-luz e cor-pigmento:
4.1.2
Cor-pigmento: Aquela percebida
através das substâncias materiais corantes na presença da luz. Ex.: folha verde
4.2
Classificação das
cores
4.2.1
Cores primárias: Também chamadas de
cores puras. Não se formam pela mistura de outras cores. São elas: azul,
vermelho e amarelo.
4.2.2
Cores secundárias: São cores
resultantes da mistura de duas cores primárias. São elas: laranja, verde e
violeta.
4.2.3
Cores terciárias: Resultam da mistura
de uma cor primária com uma cor secundária. São elas: amarelo-alaranjado,
vermelho-alaranjado, vermelho-arroxeado, azul-arroxeado, azul-esverdeado e
amarelo-esverdeado
4.2.4
Cores análogas: São cores vizinhas
no círculo das cores. São análogas porque há
nelas uma mesma
cor básica. Pôr exemplo o amarelo-ouro e o laranja-avermelhado tem
em comum
a cor laranja.
As cores análogas, ou da mesma
"família" de tons, são usadas para dar a sensação de uniformidade. Uma
composição em cores análogas em geral é elegante, porém deve-se tomar o cuidado
de não a deixar monótona.
4.2.5
Cores complementares: São cores
diametralmente opostas no círculo cromático.
4.2.6
Cores frias: como o próprio nome
indica, estão associadas à sensação de frio, e são essencialmente
todas as cores que
derivam do Violeta, Azul e Verde. São consideradas cores
calmantes. Aquelas em que predominam o azul e o verde.
Associam-se à água,
ao frio, ao gelo, ao mar, ao céu, às árvores, entre outras.
4.2.7
Cores quentes: As cores quentes
estão associadas a sensações completamente opostas àquelas que as cores frias
transmitem.
Assim, as cores quentes associam-se às
sensações de calor, adrenalina. São consideradas cores excitantes. As cores
quentes são todas aquelas que, no circulo das cores primárias derivam das
seguintes cores: Amarelo, Laranja e Vermelho.
Estas cores associam-se ao sol, ao fogo, a
vulcões em erupção, entre outras.
4.2.8
Cores neutras: Caracteriza-se pela não-predominância de
tonalidades quentes e ou frias. São
consideradas neutras: cinzas, cinzas com ligeira coloração quente ou fria,
bege, marrons e ainda o preto e o branco.
4.2.9
Preto e branco: As outras cores
permitem uma diluição no sentido do claro ou do escuro, e aproxima-se das cores
vizinhas no espectro. Só o preto e o branco insistem em sua pureza;
ao se acrescentar a mínima quantidade de outra cor a uma delas, esta perde imediatamente
a sua identidade. O branco transforma-se em rosa, cinzento, amarelo,
etc., o preto torna-se azul, violetas, castanho ou verde. Não existe branco
escuro ou preto claro.
O branco e preto são
dois extremos tonais. Nada pode ser mais claro do que o branco,
ou mais escuro do que o preto.
A suavidade ou
intensidade de uma cor pode alterar-se, misturando-lhe cores neutras (branco ou
preto).
Se lhe adicionarmos
branco, a cor fica mais clara; se lhe juntarmos preto, a cor torna-se mais
escura. Obtemos assim tons (claros ou escuros) de uma cor.
4.3
Harmonia: é a relação que
existe entre as cores usadas em uma pintura ou composição.
4.3.1
Monocromia: harmonia obtida com
diferentes matizes de uma só cor. Quando usamos uma única cor em uma
composição, mas com várias tonalidades, dizemos tratar-se de uma monocromia.
Por exemplo: usamos o preto e o branco para dar a variedade de tons, mais
escuros ou mais claros.
4.3.2
Isocromia: harmonia obtida usando-se cores
diferentes, mas que implicam uma na outra. Por exemplo: uma pintura que tem o
vermelho como cor predominante, com suas diferentes nuanças (o laranja e o
amarelo).
4.3.3
Policromia: é o emprego de
muitas cores num mesmo trabalho, formando um todo agradável (harmônico).
"Cromar" significa colorir.
Quando usamos várias cores (mais do que três) em uma composição, dizemos
tratar-se de uma policromia.
4.4 Contraste: é a harmonia obtida com a oposição de
cores complementares. As cores se valorizam mutuamente, por
possuírem extensão e força, como se fossem as três cores primárias em seu
estado puro. As cores primárias e as complementares lutam entre si, porque
entre elas não existe nenhuma afinidade. Ex.: Vermelho e verde;amarelo e
violeta e azul e laranja
4.5
Tom: Refere-se a maior ou menor quantidade de luz presente na cor. Quando se
adiciona preto a determinado matiz, este se torna gradualmente mais escuro, e
essas gradações são chamadas escalas tonais. Para se obter escalas tonais mais
claras acrescenta-se branco.
4.5.1
O "calor" das cores: A temperatura
das cores designa a capacidade que as cores têm de parecer quentes ou frias. Quando se divide um disco cromático ao meio com uma linha vertical cortando o amarelo e o violeta, percebe-se que os vermelhos e
laranjas do
lado esquerdo, são cores quentes, vibrantes. Pôr
outro lado, os azuis e verdes do lados direito são cores frias, que transmitem
sensações de tranqüilidade.
5.
Textura: é o elemento visual que com frequência serve de
substituto para as qualidades de outro sentido, o tato. Na verdade, porém,
podemos apreciar e reconhecer a textura tanto através do tato quanto da visão,
ou ainda mediante uma combinação de ambos. É possível que uma textura não
apresente qualidades táteis, mas apenas óticas, como no caso das linhas de uma
página impressa, dos padrões de um determinado tecido ou dos traços super
postos de um esboço. Onde há uma textura real, as qualidades tácteis e ópticas
coexistem, não como tom e cor, que são unificados em um valor comparável e
uniforme, mas de uma forma única e específica, que permite à mão e ao olho uma
sensação individual, ainda que projectemos sobre ambos um forte sindicado
associativo.
BRUNA, R. Cantele.
Arte, etc e tal... Vol. 3. IBEP. São Paulo.
DONDIS. Donis A.
Sintaxe da Linguagem visual. 3ª Ed. Martins Fontes. São Paulo. 2007.
MEIRA,
Marly Ribeiro. Filosofia da Criação. Porto Alegre: Editora Mediação, 2007
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