"A arte é a contemplação: é o prazer do espírito que penetra a natureza e descobre que ela também tem uma alma. É a missão mais sublime do homem, pois é o exercício do pensamento que busca compreender o universo, e fazer com que os outros o compreendam." (Auguste Rodin)

sábado, 21 de novembro de 2015

1ª Série - Texto 4: O TEATRO NA BAHIA - 4ª Unidade 2015

Na Bahia, a produção teatral propriamente dita só ocorreu no século XX. Até o final do século XIX, na pacata vida de província, raramente viam-se acontecimentos extraordinários. Só a partir da segunda década é que começaram a surgir companhias de arte dramática que estudavam, especialmente, as obras de William Shakespeare. Embora os espetáculos teatrais já fizessem parte da cidade do Salvador desde a sua fundação, somente em 1957 a capital baiana ganha o seu primeiro teatro, o Teatro Santo Antônio, que até hoje faz parte das instalações da Escola de Teatro da UFBA, com o nome de Teatro Martim Gonçalves. Até então, os poucos espetáculos existentes eram apresentados em auditórios adaptados em colégios, clubes e praças da capital baiana. A Escola de Teatro da UFBA, que regulamentava a profissão de artista e fazia parte do ambicioso projeto cultural do Reitor Edgard Santos, surge no ano de 1956, tendo como principal objetivo a integração da produção universitária com a população, levando à mesma, novas formas de pensar, agir e vivenciar novos padrões estéticos. Para o Reitor, idealizador do projeto, esta seria uma forma da comunidade afirmar a sua identidade cultural. A grande ousadia de implantar uma faculdade destinada à formação, em nível superior, de atores, diretores, professores, cenógrafos e críticos de teatro ganharia novo impulso com a chegada do artista e professor Martim Gonçalves, primeiro diretor da escola de Teatro e um dos fundadores do teatro Tablado no Rio de Janeiro. Ao lado dele, ajudando a realizar o sonho de Edgard Santos, pode-se citar nomes que entraram para a história da arte cênica no Brasil, como Othon Bastos, Nilda Spencer, José Possi Neto e tantos outros que fizeram de Salvador, logo nos primeiros anos da Escola, um centro de produção teatral. Nos anos 60 e 70, o teatro baiano continuou a sua trajetória, porém, com a ditadura militar e a subseqüente ausência de políticas públicas de incentivo às artes dramáticas baianas, houve um longo período em que o teatro produzido na capital baiana não era muito valorizado nem prestigiado pela comunidade, ficando restrito a um público mais elitizado, afastando-se totalmente do povo. As produções não conseguiam patrocínio e, apesar dos excelentes atores que sempre existiram na cidade, o teatro perdeu muito da sua importância no cenário da cultura soteropolitana e em todo o país. Na década de 80, o surgimento da Cia Baiana de Patifaria fez o teatro baiano ganhar projeção nacional, com a montagem da comédia besteirol “A Bofetada”, que ficou em cartaz inicialmente por 12 anos e, inclusive, tem sido remontada inúmeras vezes nos últimos anos. “A Bofetada” ganhou inúmeros prêmios em festivais nacionais e fez bastante sucesso em todo o país. “Os Cafajestes”, “Oficina Condensada” e “Noviças Rebeldes” foram peças que seguiram o sucesso dessa produção, encantando a todos com o seu gênero de comédia. Atualmente, o teatro baiano tem ampliado sua produção, diversificando os gêneros e criando um estilo bastante peculiar e reconhecido em todo o país. O forte traço regional é uma característica marcante nas montagens baianas, conferindo a textos antigos uma nova roupagem e, aos novos, criatividade e autenticidade. Inúmeras peças têm feito sucesso nos últimos anos em Salvador e seguido para outros estados, como: 7 Conto, O Indignado, Vixe Maria Deus e o Diabo na Bahia, Cabaré da Raça (Bando de Teatro Olodum), etc. O teatro passou a contar com maiores incentivos das políticas públicas e patrocínios, facilitando o acesso do grande público às suas produções. Atualmente temos grandes atores no teatro baiano e muitos têm feito sucesso no eixo Rio-São Paulo, a exemplo de Lázaro Ramos e Vladimir Brishta (sucesso em novelas e cinema), Val Perre, Fabrício Oliveira e Wagner Moura, que esteve a pouco tempo em cartaz com a peça Hamlet e atualmente é o protagonista de Tropa de Elite 1 e 2, além de inúmeras novelas e outros filmes.

Referências: 
Wikipédia;
FEIST, Hildegard. Pequena viagem pelo mundo da arte. Moderna. 2.ed.São Paulo, 2005
_____________. Pequena viagem pelo mundo do teatro. 1ed. Moderna. São Paulo, 2005. 

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