Bizancio era uma antiga colônia grega
localizada entre a Europa e a Ásia, no estreito de Bósforo. Nesse local, no ano
de 330, o imperador Constantino fundou a cidade de Constantinopla, que graças à
localização geográfica privilegiada, viria a ser palco de uma verdadeira
síntese das culturas Greco-romana e ocidental. O termo bizantino, portanto,
deriva de Bizâncio e designa a criação cultural não só de Constantinopla, mas
de todo o Império romano do Oriente.
O Império romano do Oriente, cuja capital
era Roma, sofreu sucessivas invasões até cair completamente em poder dos
bárbaros, no ano 476. Essa data marca o fim da Idade Antiga e o início da Idade
Média.
O Império Bizantino – como acabou sendo
denominado o Império Romano do Oriente – alcançou seu apogeu político e
cultural durante o governo do imperador Justiniano, que reinou de 527 a 565.
Apesar das contínuas crises políticas, manteve-se a unidade do Império até
1453, quando os turcos tomaram sua capital Constantinopla, dando início a um
novo período histórico a Idade Moderna.
Uma
arte que expressa riqueza e poder
O
momento de esplendor da capital do Império Bizantino coincidiu historicamente
com a oficialização do cristianismo. A partir daí, a arte cristã primitiva, que
era popular e simples, foi substituída por uma arte cristã de caráter
majestoso, que exprime poder e riqueza.
A arte
bizantina tinha como objetivo expressar a autoridade absoluta e sagrada do
imperador, considerado o representante de Deus, com poderes temporais e
espirituais. Para que a arte atingisse esse objetivo, uma série de convenções
foi estabelecida – tal como ocorrera na arte egípcia.
Uma
dessas convenções foi a lei da frontalidade, uma vez que a postura rígida da
personagem representada leva o observador a uma atitude de respeito e
veneração. Ao mesmo tempo, ao produzir frontalmente as figuras, o artista
mostra respeito pelo observador, que vê nos soberanos e nas figuras sagradas
seus senhores e protetores.
Além da
frontalidade, outras regras minuciosas foram impostas aos artistas pelos
sacerdotes, como a determinação do lugar de cada personagem sagrada na
composição e a indicação de como deveriam ser os gestos, as mãos, os pés, as
dobras das roupas e os símbolos. Enfim, tudo o que poderia ser representado era
rigorosa e previamente determinado.
Passou-se
também a retratar as personalidades oficiais e as personagens sagradas como se
compartilhassem as mesmas características assim, a representação de personagens
oficiais sugeria tratar-se de personagens sagradas.
As
personagens sagradas, por sua vez, eram representadas com características das
personalidades do Império. Jesus Cristo, por exemplo, aparecia como rei e Maria
como rainha. Da mesma forma, situações típicas da corte eram traspostas para as
representações dos santos.
Mosaico
O mosaico consiste na colocação, lado a
lado, de pequenos pedaços de pedras de cores diferentes sobre uma superfície de
gesso ou argamassa. Essas pedrinhas coloridas são dispostas de acordo com um
desenho previamente determinado. A seguir, a superfície recebe uma solução de
cal e areia e óleo que preenche os espaços vazios, aderindo melhor os
pedacinhos de pedra. Como resultado obtém-se uma obra semelhante a pintura.
O mosaico é a expressão máxima da arte
bizantina. As figuras rígidas e a pompa da arte de Bizâncio fizeram do mosaico
a forma de expressão artística preferida pelo Império Romano do Oriente.
As paredes e as abóbadas das igrejas, recobertas de mosaicos
de cores intensas e de materiais que refletem a luz em reflexos dourados,
conferem uma suntuosidade ao interior dos templos que nenhuma época conseguiu
reproduzir e serve também de fonte de
instrução e guia espiritual aos fiéis, mostrando-lhes cenas da vida de Cristo,
dos profetas, e dos vários imperadores. Plasticamente, o mosaico bizantino não
se assemelha aos mosaicos romanos; são confeccionados com técnicas diferentes e
seguem convenções que regem também os afrescos. Neles, por exemplo, as pessoas
são representadas de frente e verticalizadas para criar certa espiritualidade;
a perspectiva e o volume são ignorados e o dourado é utilizado em abundância,
pela sua associação a um dos maiores bens materiais: ouro.
Arquitetura
O grande destaque da arquitetura foi a construção de Igrejas, facilmente compreendido dado o caráter teocrático do Império Bizantino. A necessidade de construir Igrejas espaçosas e monumentais, determinou a utilização de cúpulas sustentadas por colunas, onde haviam os capitéis, trabalhados e decorados com revestimento de ouro, destacando-se a influência grega.
O grande destaque da arquitetura foi a construção de Igrejas, facilmente compreendido dado o caráter teocrático do Império Bizantino. A necessidade de construir Igrejas espaçosas e monumentais, determinou a utilização de cúpulas sustentadas por colunas, onde haviam os capitéis, trabalhados e decorados com revestimento de ouro, destacando-se a influência grega.
A Igreja
de Santa Sofia é o mais grandioso exemplo dessa arquitetura, onde trabalharam
mais de dez mil homens durante quase seis anos. Por fora o templo era muito
simples, porém internamente apresentava grande suntuosidade, utilizando-se de mosaicos
com formas geométricas, de cenas do Evangelho.
Na cidade italiana de Ravena, conquistada pelos bizantinos, desenvolveu-se um estilo sincrético, fundindo elementos latinos e orientais, onde se destacam as Igrejas de Santo Apolinário e São Vital, destacando-se nesta última onde existe uma cúpula central sustentadas por colunas, planta ortogonal, e os mosaicos como o do imperador Justiniano e o da imperatriz Teodora, com seus respectivos séquitos levando oferendas ao templo. São obras que expressam de modo significativo o compromisso da arte bizantina com o império e a religião.
Na cidade italiana de Ravena, conquistada pelos bizantinos, desenvolveu-se um estilo sincrético, fundindo elementos latinos e orientais, onde se destacam as Igrejas de Santo Apolinário e São Vital, destacando-se nesta última onde existe uma cúpula central sustentadas por colunas, planta ortogonal, e os mosaicos como o do imperador Justiniano e o da imperatriz Teodora, com seus respectivos séquitos levando oferendas ao templo. São obras que expressam de modo significativo o compromisso da arte bizantina com o império e a religião.
Os ícones bizantinos
Além de
trabalhar nos mosaicos, os artistas bizantinos criaram os ícones, uma nova
forma de expressão artística na pintura. A palavra ícone, de origem grega,
significa “imagem”. Como trabalho artístico, os ícones são quadros que
representam figuras sagradas, como Jesus Cristo, a Virgem, os apóstolos, santos
e mártires. Em geral, são bastante luxuosos.
Para
pintar os ícones, os artistas utilizavam a técnica da têmpera ou da encáustica,
lançando mão de recursos que realçavam os efeitos de luxo e riqueza. Em geral,
revestiam a superfície da madeira ou da placa de metal com uma camada dourada
sobre a qual pintavam a imagem. Para fazer as dobras das vestimentas, as rendas
e os bordados, retiravam com um estilete a película de tinta da pintura. Essas
áreas, assim, adquiriam a cor de ouro.
Às
vezes, os artistas colavam jóias e pedras preciosas na pintura, chegando até a
confeccionar coroas de ouro para as figuras de Jesus Cristo ou de Maria. Essas
jóias, aliadas ao dourado nos detalhes das roupas, davam aos ícones um aspecto
de grande suntuosidade.
Depois
da morte do imperador Justiniano, em 565, aumentaram as dificuldades políticas
para que o Oriente e o Ocidente se mantivessem unidos. O Império Bizantino
sofreu períodos de declínio cultural e político, mas conseguiu sobreviver até o
fim da Idade Média, quando, em 1453, Constantinopla foi invadida pelos turcos.
Têmpera é o nome dado a um dos modos como os
artistas bizantinos preparavam a tinta usada em seus ícones. Consiste em
misturar os pigmentos a uma goma orgânica – em geral gema de ovo – para
facilitar a fixação das cores à superfície do objeto pintado. O resultado é uma
superfície brilhante e luminosa.
Encáustica: esta técnica foi
usada na antiguidade. O processo consiste em diluir os pigmentos em cera
aquecida e derretida no momento da aplicação. Ao contrário da têmpera, cujo
efeito é brilhante, a pintura em encáustica é semifosca.
ESCULTURA: Este gosto pela decoração, aliado à aversão do
cristianismo pela representação escultórica de
imagens (por lembrar o paganismo romano), faz diminuir o gosto pela forma e
consequentemente o destaque da escultura durante este período. Os poucos
exemplos que se encontram são baixos-relevos inseridos na decoração dos monumentos.
A escultura bizantina não se separou do
modelo naturalista da Grécia, e ainda que a Igreja não estivesse muito de
acordo com a representação estatuária, não obstante, essa foi a disciplina
artística em que melhor se desenvolveu o culto à imagem do imperador. Também
tiveram grande importância os relevos, nos quais os soberanos imortalizaram a
história de suas vitórias. Das poucas peças conservadas se deduz que, apesar de
seu aspecto clássico, a representação ideal superou a real, dando-se
preferência à postura frontal, mais solene.
Não menos importante foi a escultura em marfim. As peças mais correntes eram os chamados Destaca-se na escultura o trabalho com o marfim, principalmente os dípticos, obra em baixo relevo, formada por dois pequenos painéis que se fecham, ou trípticos, obras semelhantes às anteriores, porém com uma parte central e duas partes laterais que se fecham.
Não menos importante foi a escultura em marfim. As peças mais correntes eram os chamados Destaca-se na escultura o trabalho com o marfim, principalmente os dípticos, obra em baixo relevo, formada por dois pequenos painéis que se fecham, ou trípticos, obras semelhantes às anteriores, porém com uma parte central e duas partes laterais que se fecham.
Esse modelo mais tarde se adaptou ao culto
religioso em forma de pequeno altar portátil. Quanto à ourivesaria, proliferaram
os trabalhos em ouro e prata, com incrustações de pedras preciosas. Porém,
poucos exemplares chegaram até nossos dias.
Referências
PROENÇA,
Graça. História da Arte.Ática. São Paulo 2009.
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