A Idade Média foi um dos períodos mais
longos da História: durou cerca de dez séculos. Iniciou-se no ano de 476, com a
ocupação de Roma pelos bárbaros, e teve fim em 1453, quando ocorreram dois
fatos importantes; a tomada de Constantinopla pelos mulçumanos e o fim da
Guerra dos Cem Anos, entre a França e Inglaterra.
A partir do século XII o centro irradiador
de cultura deixa de ser os mosteiros e se expande para as igrejas das grandes
cidades da Europa. Tem início uma economia fundamentada no comércio. A catedral
da cidade torna-se o edifício mais importante e é nela que vamos encontrar
todas as características do estilo gótico.
O gótico se originou na França e se
espalhou por várias regiões. A primeira manifestação gótica ocorreu no norte de
Paris com a reconstrução da abadia de Saint Denis.
Arquitetura
No início do século XII ainda predomina a
arquitetura românica, mas já surgem mudanças que conduzirão a uma profunda
revolução arquitetônica.
O estilo gótico foi na realidade um aprofundamento
dos elementos básicos do românico, principalmente no que diz respeito à
verticalidade. O clima religioso daquela época favoreceu a construção de
edifícios bem mais altos, que refletiam o desejo de uma ascensão espiritual.
A arquitetura expressa a grandiosidade, a
crença na existência de um Deus que vive num plano superior; tudo se volta para
o alto, projetando-se na direção do céu, como se vê nas pontas agulhadas das
torres de algumas igrejas góticas.
A característica mais importante da arquitetura
gótica é a abóbada de nervuras, muito diferente da abóbada de arestas românica,
porque deixa visíveis os arcos que formam sua estrutura.
Esse novo tipo de abóbada foi possível
graças ao arco ogival, diferente do arco pleno do estilo românico. Com ele as
igrejas góticas podiam ser muito mais altas que as românicas. Além disso, as
ogivas, que se alongam e apontam para o alto, acentuam a impressão de
verticalidade da construção.
Outro elemento muito usado nas catedrais
góticas são os pilares. Dispostos em espaços bem regulares, eles dão suporte ao
teto de pedra. Graças a eles as paredes não precisam ser muito grossas para
sustentar o teto. As largas paredes com janelas estreitas das igrejas românicas
dão lugar a paredes muito mais altas e com grandes janelas, preenchidas com
belos vitrais. Esses conjunto de arcos ogivais, pilares, paredes altas e cheias
de vitrais transmite uma forte impressão de amplitude e leveza.
A
rosácea
é um elemento arquitetônico muito característico do estilo gótico e está presente
em quase todas as igrejas construídas entre os séculos XII e XIV.
Outros elementos característicos da
arquitetura gótica são os arcos góticos ou ogivais e os vitrais coloridíssimos
que filtram a luminosidade para o interior da igreja.
Características
das construções góticas:
A
fachada:
A igreja gótica apresenta três portais. No portal central há uma rosácea
(vitral circular), presente em quase todas as igrejas construídas no século XII
e XIV.
Os
arcos:
O arco ogival, que apresenta uma quebra em sua parte superior, possibilitou a
construção de igrejas mais altas, acentuando a impressão de verticalidade.
As
abóbadas:
A utilização de arcos ogivais permitiu a construção de abóbadas de nervura nas
igrejas góticas, substituindo, assim, as abóbadas de berço e de arestas usadas
na arquitetura românica.
A abóbada de nervuras que deixa visíveis os
arcos que formam sua estrutura.
Os
pilares:
Nas igrejas góticas, as abóbadas eram apoiadas nos pilares ou colunas de
sustentação. Com a utilização desse novo tipo de apoio, as grossas paredes e
pequenas janelas da arquitetura românica desapareceram e deram lugar a paredes
mais leves e grandes vitrais, que proporcionaram uma iluminação peculiar à
igreja gótica.
A
arquitetura Gótica e os vitrais
O interior das catedrais góticas é bastante
iluminado. A claridade entra pelas janelas do andar mais alto, pelas janelas
das paredes das naves laterais e pelos grandes vitrais que ficam atrás do altar
principal.
Combinados a colunas delicadas, os vitrais
também dão ao ambiente uma aparência de leveza.
Os vitrais são elementos importantes na
arquitetura gótica: ao deixarem passar a luz do Sol, criam um ambiente sereno e
multicolorido.
Escultura
A escultura gótica está associada
diretamente à arquitetura, pois era executada para ocupar espaços, seja na
parte superior das portas, chamadas de tímpanos, ou seja ao longo das paredes.
As figuras humanas são alongadas, para caber nas estreitas colunas que as
abrigam, e perdem a rigidez do período românico para ganhar espontaneidade. As
representações mais comuns são as de reis, rainhas, nobres de alta linhagem e
santos.
Pintura
Em relação à arquitetura e à escultura, a
pintura gótica teve seu nascimento tardio. As primeiras configurações góticas
se deram no século XIII e predominaram até o século XV. As principais
características da pintura gótica foram:
*
Profundidade: Diferentemente da
pintura românica onde as cenas aconteciam num único plano, à pintura gótica
procura dar algum movimento às figuras através da postura dos corpos e das paisagens
de fundo. Porém, a ilusão de profundidade só se realizou plenamente no
movimento que procedeu o gótico: o Renascimento.
*
Realismo: As figuras são
representadas de forma mais detalhada e realista. O artista tenta reproduzir os
seres exatamente como eles são. Contudo, isso só foi possível no Renascimento
através dos estudos de anatomia, quando a dissecação de cadáveres foi
permitida, antes proibida pela igreja.
O pintor mais
importante do final do século XIII e início do século XIV foi o florentino
Giotto (1266 -1337). A maior parte de suas obras é formada por afrescos que
decoravam igrejas.
a principal
característica de sua pintura é a representação dos santos como pessoas de
aparência comum, mas sempre em posição de destaque. Esses santos com ar humanizado eram os mais
importantes das cenas que pintava, ocupando sempre posição de destaque na
pintura.
Cenni di Petro (Giovanni) Cimabue (c.1240 – 1302) foi um pintor florentino e criador de mosaicos.
Ele também é popular por ter descoberto Giotto e ser considerado o último
grande pintor italiano a seguir a tradição bizantina.
Cimabue introduziu a idéia de tratar
imagens e obras como indivíduos. Muitas de suas obras estão no interior da Basílica
de São Francisco de Assis e na Galleria degli Uffizi, na Itália e no Louvre, em
Paris.
Manuscritos
ilustrados
Durante o século XII até o século XV,
quando Gutemberg inventou a impressão com tipos móveis, qualquer publicação era
manuscrita. Os textos da bíblia eram copiados sobre uma fina pele de cordeiro e
o copista deixava espaços pra que os artistas executassem ilustrações.
Neste período, os artistas buscavam
representar seres de maneira que se aproximassem do real. Contudo, não
conseguiam realizar a ilusão de profundidade do espaço. O afresco era muito
utilizado, principalmente nas paredes laterais das igrejas. Fora do ambiente
religioso os temas, mais comuns, eram cenas de caça, de reuniões musicais ou de
diversões em jardins.
Os principais pintores da época: Giotto,
Cimabue e Duccio.
Os manuscritos eram feitos em várias etapas
e dependiam do trabalho de várias pessoas. Primeiro, curtia-se de modo especial
a pele de cordeiro ou vitela, obtendo-se o velino. Nas oficinas dos mosteiros
ou nos ateliês de artistas, os trabalhadores cortavam as folhas de velino no
tamanho que teria o livro. A seguir, os copistas transcreviam os textos sobre
as páginas já cortadas. Ao fazê-lo, deixavam espaços para que os artistas
fizessem as ilustrações, os cabeçalhos, os títulos ou as letras capitulares.
Esse trabalho ficou conhecido como iluminuras.
Glossário: arco ogival: tem forma de ogiva
(figura formada pelo cruzamento de dois arcos iguais que se cortam
superiormente, formando um ângulo agudo).
Bibliografia:
PROENÇA, Graça. Descobrindo a História da
Arte. 1ª edição. São Paulo. Ática. 2005.
CALABRIA, Carla Paula Brondi. MARTINS,
Raquel Valle. Arte, História e Produção. Vol 2. São Paulo. FTD. 1997.
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