"A arte é a contemplação: é o prazer do espírito que penetra a natureza e descobre que ela também tem uma alma. É a missão mais sublime do homem, pois é o exercício do pensamento que busca compreender o universo, e fazer com que os outros o compreendam." (Auguste Rodin)

sábado, 26 de janeiro de 2013

EXPOSIÇÃO DE MÁRIO CRAVO JR.


No dia 25 de janeiro, às 19h, o Palacete das Artes inaugurou a exposição de Mario Cravo Jr. comemorativa aos 90 anos do artista, o maior expoente do movimento de arte moderna da Bahia nos anos 40 e 50, um dos mais importantes artistas da nossa terra. A mostra, promovida pela Secult/Bahia, através da Diretoria de Museus do Instituto do Patrimônio–IPAC é composta por 62 esculturas e tem a curadoria de Murilo Ribeiro, artista plástico e diretor do Palacete, o apoio de Ivan Cravo, presidente da Fundação Mário Cravo e de Isabela Oliveira, assessora do artista. A exposição fica aberta ao público até o final do mês de abril, de terça a domingo, incluindo feriados, com entrada gratuita.
Escultor reconhecido internacionalmente, Mario Cravo, do mesmo modo que seus contemporâneos Carybé e Jorge Amado, imprimiu em sua obra, neste período, a essência do povo, suas tradições e crenças, seus costumes e mitos. Artista nato, jovem talentoso, homem falante, criativo e agitador, no melhor dos sentidos, Mario Cravo foi do barro para o gesso e daí para a pedra sabão, aço, sucata, alumínio, resina, plástico, enfim, todo material que pudesse trabalhar. Sem manter uma unidade temática, os temas baianos dão lugar às formas orgânicas e vegetais que beiram a abstração a partir do final dos anos 60. Com esculturas de grande porte, como a Fonte da Rampa do Mercado, ao lado do Elevador Lacerda, seu trabalho marca Salvador, na Bahia, a sua cidade natal, e com ela se confunde. As diversas exposições ao ar livre que realizou, muitas de caráter lúdico, demonstram sua preocupação em integrar a obra ao meio e ao público - e isto move o espírito vanguardista e pesquisador de um dos maiores, senão o maior, escultor brasileiro do século XX.
Sobre Mario Cravo, o curador da mostra, Murilo Ribeiro ressaltou a “figura do guerreiro, irreverente, mágico, malabarista, generoso em compartilhar sua obra com a cidade, alquimista de técnicas variadas, catalisador do modernismo na Bahia.” E lembra que Mario “é mais forte e intenso que o fogo que destruiu o Mercado Modelo e que na madeira queimada esculpiu gigantescos Cristos crucificados, verdadeira ressureição em cruzes calcinadas e o fogo sendo superado por seu gênio criador”.
Em Salvador, o Governo da Bahia, através da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia -CONDER, da Secretaria do Meio Ambiente e da Secretaria de Cultura-Secult/ BA /IPAC, apoia a Fundação Mario Cravo, que tem sua sede no Parque de Pituaçu. Do seu acervo fazem parte esculturas do artista, documentos e imagens, além de desenhos, esboços e pinturas. 
VIDA E ARTE DE MARIO CRAVO
Mario Cravo fez suas primeiras experiências em desenho, gravura e escultura como autodidata no final da década de 30, época em que viajou pelo interior do nordeste, tomando contato com pinturas rupestres e manifestações culturais afro-brasileiras. Mais tarde, foi trabalhar na oficina de Pedro Ferreira, considerado o último dos santeiros baianos e já em 43 realizou sua primeira exposição, na Bahia.
Em 46 vai morar no Rio de Janeiro, trabalhando com o escultor Humberto Cozzo. No ano seguinte, Cravo estuda na Universidade de Syracuse, nos EUA, com o escultor iugoslavo Ivan Mestrovic, que foi discípulo de Rodin, e em homenagem a quem batizou o seu filho primogênito, Ivan Cravo, hoje presidente da Fundação Mario Cravo. A seguir, passa a morar em Nova York, onde permanece até 1949, fazendo grandes trabalhos em gesso e entrando em contato com o maestro Villa Lobos e Lipchitz, entre outras figuras importantes da época. Ao retornar a Salvador monta um atelier-oficina no largo da Barra, centro do movimento de arte moderna na cidade, local onde se reuniam Carlos Bastos, Carybé, Jenner Augusto, Genaro de Carvalho, Rubem Valentim e muitos outros artistas responsáveis pela renovação do cenário artístico local.
Em 1951, Mário Cravo ganha o prêmio jovem aquisição na I Bienal de São Paulo e passa a ser reconhecido no resto do país. Em 1955, é novamente premiado na III Bienal e recebe ainda o 1o. Prêmio no Salão de Arte Moderna de São Paulo. Neste mesmo ano, o escultor defende tese e torna-se catedrático da Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia. Em 1960, é escolhido para representar o Brasil na XXX Bienal de Veneza.
Em 1964, a convite do Senado de Berlim e da Fundação Ford, permanece um ano na Alemanha como escultor residente; viajando depois para os Estados Unidos, onde realiza exposições em Washington, além de conferências a respeito do ensino da arte em universidades americanas. Quando retorna novamente ao Brasil, assume a direção do MAM e do Museu de Arte Popular da Bahia.
Mario Cravo tem obras em diversos espaços públicos de Salvador e no acervo de instituições como o MoMA de New York, o Hermitage, de São Petersburgo/Rússia, o Museu de Belas Artes em Berlim. o Museu de Arte de São Paulo, o Museu de Arte da Pampulha/MG, o Museu de Arte Moderna/Ba , o Instituto de Belas Artes de Porto Alegre/RS, Museu Carlos Costa Pinto/BA. Em 1999, executa a “Cruz Caída”, no Belvedere da Sé, para a Prefeitura de Salvador, uma escultura monumental em aço inox, com 12 metros de altura, comemorativa aos 450 anos da fundação da Cidade de Salvador.

Serviço
O que : Mário Cravo  Esculturas
Quando: de 25 de janeiro de 2013 até final de abril
Onde: Palacete das Artes, Rua da Graça, 284
Realização: Palacete das Artes, DIMUS/IPAC/Secult/BA
GRATUITO
 FOTOS: MÁRCIO LIMA
Jornalista responsável : Susana Serravalle
Ass. De Comunicação e Relacionamento
Palacete das Artes
55-71-3117-6997/ 6983

FONTES:
MURILO RIBEIRO (71) 3117-6982/ 3117-6997/
IVAN CRAVO (71) 9216-4713

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