A palavra
expressionismo pode ser aplicado em qualquer momento da história da arte para
designar a obra que abandona as idéias tradicionais e expressa a emoção do
artista através de deformações e exageros de forma e cor. O artista
expressionista não retrata apenas o que ele vê, retrata também o que ele sente
em relação ao fato que está presenciando, podendo para isso até deformar
figuras.
A palavra
expressionismo também foi utilizada para denominar uma tendência da arte
européia moderna que predominou na arte alemã de 1905 a 1930 aproximadamente.
Essa tendência pode ser vista como uma reação ao Impressionismo, que apenas se
preocupava com as sensações de luz e cor e não com problemas vividos pela
sociedade da época. O Expressionismo tinha como objetivo expressar as emoções e
angústias do homem do início do século XX.
O
Expressionismo é a arte do instinto, trata-se de uma pintura dramática,
subjetiva, “expressando” sentimentos humanos. Utilizando cores patéticas, dá
forma plástica ao amor, ao ciúme, ao medo, à solidão, à miséria humana, à
prostituição. Deforma-se a figura, para ressaltar o sentimento.
Predominância dos valores emocionais sobre os intelectuais.
Predominância dos valores emocionais sobre os intelectuais.
Principais
características:
- pesquisa no domínio psicológico;
- cores resplandecentes, vibrantes, fundidas ou separadas;
- dinamismo improvisado, abrupto, inesperado;
- pasta grossa, martelada, áspera;
- técnica violenta: o pincel ou espátula vai e vem, fazendo e refazendo, empastando ou provocando explosões;
- preferência pelo patético, trágico e sombrio;
OBSERVAÇÃO: Alguns historiadores determinam para esses pintores o movimento ”Pós Impressionista”. Os pintores não queriam destruir os efeitos impressionistas, mas queriam levá-los mais longe. Os três primeiros pintores abaixo estão incluídos nessa designação.
Principais artistas:
Gauguin – (1848 – 1903) ligou-se ao Impressionismo
e participou da quinta exposição coletiva desse movimento, em 1884, seus
quadros já superaram, em alguns aspectos, a tendência impressionista: a tinta
começa a ser usada pura, em áreas de cor bem definidas, os objetos passam a ser
coloridos de modo arbitrário e a representação deixa de ser tridimensional.
Na década de 1890, ele viveu no
Taiti e produziu uma série de telas que constitui a parte mais conhecida de sua
obra. Seus quadros dessa época registram o espaço natural e a vida simples das
pessoas livres do peso da civilização ocidental. Era um dos poucos amigos de
Van Gogh.
Obra Destacada: Jovens
Taitianas com Flores de Manga.
Cézanne – (1839 – 1906) teve o início de
sua carreira ligado ao movimento impressionista. Mas não tardou muito para que
sua pintura tomasse outros rumos. Ele não se preocupava em registrar o aspecto
passageiro de um momento provocado pela constante mudança da luz solar, como defendiam
os impressionistas.
A partir da obra O Castelo de
Médan se deu o rompimento com o grupo impressionista, pois a tendência de
Cézanne em converter os elementos naturais em figuras geométricas - como
cilindros, cones e esferas - acentua-se cada vez mais, de tal forma que se
torna impossível para ele recriar a realidade segundo “impressões” captadas
pelos sentidos.
Obras Destacadas: Castelo de
Médan e Madame Cézanne
Van Gogh - (1853 – 1890) empenhou profundamente em
recriar a beleza dos seres humanos e da natureza através da cor, que para ele
era o elemento fundamental da pintura. Foi uma pessoa solitária. Interessou-se
pelo trabalho de Gauguim, principalmente pela sua decisão de simplificar as
formas dos seres, reduzir os efeitos de luz e usar zonas de cores bem
definidas.
Em 1888, deixou Paris e foi
para Arles, cidade do sul da França, onde passou a pintar ao ar livre. O sol
intenso da região mediterrânea interferiu em sua pintura, e ele libertou-se
completamente de qualquer naturalismo no emprego das cores, declarando-se um
colorista arbitrário. Apaixonou-se então pelas cores intensas e puras, sem
nenhuma matização, pois elas tinham para ele a função de representar emoções.
Entretanto ele passou por várias crises nervosas e, depois de internações e
tratamentos médicos, dirigiu-se, em maio de 1890, para Anvers, uma cidade
tranqüila ao norte da França. Nessa época, em três meses apenas, pintou cerca
de oitenta telas com cores fortes e retorcidas. Em julho do mesmo ano, ele
suicidou-se, deixando uma obra plástica composta por 879 pinturas, 1756
desenhos e dez gravuras. Enquanto viveu não foi reconhecido pelo público nem
pelo críticos, que não souberam ver em sua obra os primeiros passos em direção
à arte moderna, nem compreender o esforço para libertar a beleza dos seres por
meio de uma explosão de cores.
Obras Destacadas: Trigal com
Corvos e Café à Noite.
Toulouse-Lautrec – (1864
– 1901) o que caracteriza a pintura de Toulouse-Lautrec é a capacidade de
síntese, o contorno expressivo das figuras e a dinâmica da realidade
representada. Quanto a temática, seus quadros afastam-se da natureza e
voltam-se para os ambientes interiores: o circo, o bordel, o bar. A natureza,
quando aparece, é mero cenário, apresentado de forma imprecisa, pois não merece
do pintor o mesmo cuidado com que procura recriar o drama pessoal de seus
contemporâneos.
Toulouse-Lautrec
soube captar em sua pintura, como nenhum outro artista, a sociedade e o ser
humano para além da aparência de felicidade, sentimento quase obrigatório nos últimos
anos do século XIX, alegremente chamados de “belle époque”.
Pintava temas pertencentes à
vida noturna de Paris, e também foi responsável pelos cartazes das artistas que
se apresentavam no Moulin Rouge. Boêmio, morreu jovem.
Obra Destacada: Ivette Guilbert
que Saúda o Público.
Munch
–
(1863 – 1944) É considerado, por muitos estudiosos das artes plásticas, como um
dos artistas que iniciaram o expressionismo na Alemanha.
Estilo artístico:
- Abordagem de temas relacionados aos
sentimentos e tragédias humanas (angústia, morte, depressão, saudade).
- Pintura de imagens desfiguradas, passando
uma sensação de angústia e desespero.
- Forte expressividade no rosto das
personagens retratadas.
- Pintura de figuras marcadas por fortes
atitudes.
Sua obra O Grito é um exemplo
dos temas que sensibilizaram os artistas ligados a essa tendência. Nela a
figura humana não apresenta sua linhas reais mas contorce-se sob o efeito de
suas emoções. As linhas sinuosas do céu e da água, e a linha diagonal da ponte,
conduzem o olhar do observador para a boca da figura que se abre num grito
perturbador.
Obras: A Criança Doente e o Grito
Referências:
PROENÇA, Graça. História da Arte. Ática.
São Paulo. 2000.
_____________.Descobrindo a História da
Arte. 1ª Ed. São Paulo. Ática. 2005.
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