1) BALLET CLÁSSICO
O Ballet
Clássico foi durante muito tempo a maior expressão artística do movimento
corporal nos palcos do mundo com sua estética de elevação, equilíbrio, harmonia, elegância e graça, utilizando passos
preexistentes.
Como vimos no texto
anterior, a história do ballet começou há 500 anos atrás na Itália. Nessa época
os nobres italianos divertiam seus ilustres visitantes com espetáculos de
poesia, música, mímica e dança. Esses divertimentos apresentados pelos
cortesãos eram famosos por seus ricos trajes e cenários muitas vezes desenhados
por artista célebre como Leonardo da Vinci. Os ballets da corte possuíam
graciosos movimentos de cabeça, braços e tronco e pequenos e delicados
movimentos de pernas e pés, dificultados pelo vestuário feito com material e
ornamentos pesados. Era importante que os membros da corte dançassem bem e, por
isso, surgiram os professores de dança que viajavam por vários lugares
ensinando danças para todas as ocasiões como: casamento, vitórias em guerra,
alianças políticas, etc.
Após a chegada na França
desse tipo de espetáculo através de Catarina de Médicis a corte francesa passou
a se dedicar bastante a eles, tornando os espetáculos cada vez mais elaborados
e profissionais. Luiz XIV, que foi rei com apenas 5 anos de idade, amava
a dança e tornou-se um grande bailarino: com 12 anos dançou, pela primeira vez,
no ballet da corte. A partir daí tomou parte em vários outros espetáculos aparecendo
como um deus ou alguma outra figura poderosa. Recebeu o título "REI
SOL", por conta de um espetáculo que durou mais de 12 horas. A dança
se tornou mais que um passatempo da corte, se tornou uma profissão e os
espetáculos de ballet foram transferidos dos salões para teatros. Em
princípios, todos os bailarinos eram homens, que também faziam os papéis
femininos, mas no fim do século XVII, a Escola de Dança passou a formar
bailarinas mulheres, que ganharam logo importância, apesar de terem seus
movimentos ainda limitados pelos complicados figurinos. Uma das mais famosas
bailarinas foi Marie Camargo, que causou sensação por encurtar sua saia, calçar
sapatos leves e assim poder saltar e mostrar os passos executados.
Com o desenvolvimento da
técnica da dança e dos espetáculos profissionais, houve necessidade do ballet
encontrar, por ele próprio, uma forma expressiva, verdadeira, ou seja, dar um
significado aos movimentos da dança. Assim no final do século XVIII, um
movimento liderado por Noverre, inaugurou o "Ballet de Ação", isto é,
a dança passou a ter uma narrativa, que apresentava um enredo e personagens
reais, modificando totalmente a forma do Ballet de até então.
No século XIX o
Romantismo transformou todas as artes, inclusive o ballet, que inaugurou um
novo estilo romântico onde aparecem figuras exóticas e etéreas se contrapondo
aos heróis e heroínas, personagens reais apresentados nos ballets anteriores.
Esse movimento é inaugurado pela bailarina Marie Taglioni, portadora do tipo
físico ideal ao romantismo, para quem foi criado o ballet "La Silfide",
que mostra uma grande preocupação com imagens sobrenaturais, sombras,
espíritos, bruxas, fadas e mitos misteriosos; este ballet tomava o aspecto de
um sonho e encantava a todos, principalmente pela representação da bailarina
que se movia no palco com inacreditável agilidade na ponta dos pés, dando a
ilusão de que saía do chão. O período Romântico na Dança, após algum tempo,
empobreceu-se na Europa, ocasionando o declínio do ballet. Isso, porém, não
aconteceu na Rússia, graças ao entusiástico patrocínio do Czar. As companhias
do ballet Imperial em Moscou e São Petersburgo (hoje Leningrado) foram
reconhecidas por suas grandes produções e muitos bailarinos e coreógrafos
franceses foram trabalhar com eles. O francês, Marius Petipa, fez uma viagem à
Rússia em 1847, pretendendo dar um passeio rápido, mas terminou contratado como
coreógrafo chefe e ficou lá para sempre. Sob sua influência, o centro mundial
da dança transferiu-se de Paris para São Petersburgo. Durante sua estada na
Rússia, Petipa coreografou célebres ballets, todos muito longos (alguns tinha 5
ou 6 atos) reveladores dos maiores talentos de uma companhia. Petipa sempre
trabalhou junto aos compositores e foi com Tchaikowsky que ele criou três dos
mais Importantes ballets do mundo: a "Bela Adormecida", o
"Quebra-Nozes" e o "Lago dos Cisnes". O sucesso de
Petipa não foi eterno. No final do século XIX ele foi considerado ultrapassado
e mais uma vez o ballet entrou em decadência.
Chegara o momento para
outra linha revolucionária, desta vez por conta do russo Serge Diaghilev,
editor de uma revista de arte que, junto com amigos artistas estava cheio de
idéias novas prontas para serem colocadas em prática. São Petersburgo, porém
não estava pronta para mudanças e ele se mudou para Paris, onde, após promover
os pintores e músicos russos, finalmente em 1909 promoveu o ballet russo.
Diaghilev trouxe para a França os melhores bailarinos das Companhias Imperiais,
como Anna Pavlova e Nijinsky e alguns ballets de Mikhail Fokine, a quem a crítica francesa fez
os melhores comentários. Para Fokine, a dança deveria ser interpretativa, mostrando o espírito dos atores, em harmonia com a
música e as artes plásticas. O mais célebre bailado de Anna Pavlova - A Morte do Cisne - foi criado por
ele, além de outros 68 bailados, representados até hoje no mundo inteiro.
Os russos foram
convidados a voltar ao seu país em 1911 e Diaghielev formou sua própria
Companhia, o "Ballet Russo", começando uma nova era no ballet. Nos
dezoito anos seguintes, até a morte de Diaghilev, em 1929, o Ballet Russo
encantou platéias na Europa e América, devido à sua popularidade e capacidade
do seu criador em descobrir novos talentos.
No momento atual as peças
de ballet clássico são cheias de variedades e contrastes. Trabalhos antigos
(chamados Ballets de Repertório) se apresentam no mundo inteiro ao lado de
outros, como os ballets baseados em romances de Shakespeare e ainda criações
recentes assinadas por coreógrafos contemporâneos e dançadas também por
bailarinos do nosso tempo. Qual será próximo passo? Na sua longa história, o
ballet tomou muitas direções diferentes e, por ser uma arte muita viva, ainda
continua em mudança. Mas, apesar das novas danças e das tendências futuras
sempre existe e existirá um palco e uma grande platéia para as coreografias
tradicionais e imortais de Ballet Clássico.
2) BALLET CONTEMPORÂNEO
O Ballet Contemporâneo foi criado no
início do século XX e ainda preserva o uso das pontas e gestuais muito próximos
do Ballet Clássico. Nesse estilo de dança as coreografias diferem do método
clássico por não mais haver uma história que siga uma sequência de fatos
lógicos, mas sim aqueles passos tradicionais fortemente misturados com
sentimentos. As roupas usadas no Ballet Contemporâneo são, geralmente, collants
e malhas, que dão maior liberdade de movimento aos bailarinos. É o estilo que
vem antes da Dança Moderna, esta sim, que esquecerá os passos clássicos, dando
mais ênfase aos movimentos do corpo.
3) DANÇA
MODERNA
A expressão Dança Moderna se refere às escolas
e movimentos da história da dança
referentes ao período da modernidade. A Dança Moderna teve raízes e
intenções bem distintas. Os bailarinos dançam descalços, trabalham contrações,
torções, desencaixe etc, e seus movimentos são mais livres, embora respeitem
uma técnica fechada.
A Dança Moderna começou na América no início do
século 20 quando os antecessores dos artistas que hoje conhecemos, começaram
sua própria rebelião contra a formalidade do balé e da previsibilidade das
populares mostras de dança do período. Estes pioneiros procuravam maneiras
modernas e pessoais de expressar como se sentiam através da dança. Esta forma de dança vem produzir uma estética de
movimentos baseada nas ações cotidianas do homem contemporâneo, considerando
seu histórico sociocultural e afetivo. Assim, a Dança Moderna surgiu como uma
ruptura nos padrões rigorosos do academicismo do ballet clássico,
pesquisando-se novos caminhos pela arte para a expressão humana através do
movimento corporal.
Entre os que começaram este movimento estão as americanas:
Isadora
Duncan e Ruth St Denis e o húngaro Rudolf von
Laban.
No início
do século XX, Rudolf Von Laban
(1879-1958), lança as bases de uma nova dança, elaborando os componentes
essenciais do movimento corporal: espaço,
tempo, peso e fluência.
Nascida
nos Estados Unidos, Isadora Duncan
(1878-1927) foi a grande pioneira na dança moderna. Isadora inspirava-se na
contemplação da natureza, podendo sentir e transformar-se em elementos desta
rica natureza. A música clássica é sua fonte de emoções traduzidas em
movimentos corporais. Seus modelos estéticos são os gregos, figuras de vasos e
esculturas. Sempre se apresentava de túnica grega, descalça e com sua echarpe
inseparável. O plexo solar era sua fonte principal de movimento. Este princípio
foi utilizado por muitos pioneiros de escolas de dança moderna, tanto nos
Estados Unidos como na Europa. Antes da sua trágica morte, em 1927,
estrangulada por sua própria echarpe, presa na roda de seu carro em movimento,
escreveu suas memórias, My Life, que narra toda a sua vida intensa.
A Denishawnschool foi uma escola fundada
e dirigida por Ruth Saint-Denis e Ted Shawn, em Los Angeles em
1914. Com uma grande participação teórica de Ted Shawn, reivindica a ruptura
completa com a dança tradicional, recorrendo as danças orientais, assimilando
apenas seu espírito e não a técnica exatamente; no plano mental, considera que
são liturgias que colocam o dançarino em contato com a divindade. Daí uma
concentração fervorosa que é a primeira atitude que exige dos alunos.
Tecnicamente, utiliza todo o corpo, considerando o tronco, e não mais os
membros inferiores, como ponto de partida de qualquer movimento, buscando
reforçar a impulsão nervosa situada no plexo solar, de modo que cada músculo
esteja imediatamente disponível para traduzir o impulso interior. Esta é a
idéia essencial de toda a dança moderna.
Martha Graham (1894–1991) Começa como aluna da Denishawnschool em 1916. Um tempo
depois passa a ter a sua carreira solo; depois formou sua própria escola e em
1929 sua própria companhia de dança com alunos de sua escola. Entre pesquisas e
reflexões ela estabelece os fundamentos de sua dança. Rejeita a relação de
Isadora Duncan com os ritmos da natureza, afirmando que não quer ser flor,
árvore, onda ou nuvem. Ela também passa a rejeitar as idéias da Denishawnschool,
dizendo estar farta de deuses indianos e rituais astecas. Sua busca passa a ser
expressar a cultura norte americana e a problemática do século XX, no qual a
máquina interfere no ritmo do gesto humano e a guerra chicoteia as emoções,
desencadeando os instintos. Martha Graham influenciou diretamente nos estudos do
coreógrafo Merce Cunningham, que muito contribuiu para o surgimento da dança pós-moderna, influenciando
artistas como: Alwin Ailey, Paul Taylor e Twyla Tharp, muito conhecidos no
mundo inteiro.
Depois de Martha Graham,
também vieram muitos outros nomes que enriqueceram ainda mais o cenário da
época. Suas técnicas se parecem em alguns pontos, mas se diferenciam em muitos
outros. Suas escolas continuam a existir muito fortemente nos Estados Unidos,
um dos berços da Dança Moderna.
As convulsões sociais e artísticas do final dos
anos 1960 e 1970 sinalizaram momentos ainda mais radicais da dança moderna. A Dança
moderna atual é muito mais sofisticada, tanto em técnica quanto em tecnologia,
sendo bastante procurada e dançada também pelos bailarinos clássicos. Os
bailarinos nessas danças são inteiramente compostos de espírito, alma, coração e mente. A preocupação com os problemas
sociais e da condição do espírito humano ainda existe, porém as questões são
apresentadas com uma teatralidade muito grande que teria chocado muitos dos
primeiros bailarinos modernos. Com a Segunda Guerra Mundial chegaram ao Brasil diversos
artistas renomados que procuraram escapar deste conflito, trazendo consigo
novas idéias no campo estético que contribuiram para a divulgação das propostas
modernas de dança no país. Luiz Arrieta, Maria
Duschenes, Marika Gidali, Maryla Gremo, Nina Verchinina, Oscar Araiz, Renée Gumiel
e Ruth Rachou. A maioria se
instalou no eixo Rio - São Paulo,
colaborando através de seus ensinamentos para a formação de uma nova geração de
dançarinos conectados às propostas da dança moderna.
4) DANÇA
CONTEMPORÂNEA
Dança
contemporânea é o nome dado para uma determinada forma de dança do século XX.
A dança contemporânea passou a trazer à discussão o papel de outras áreas
artísticas na dança, como vídeo, música, fotografia, artes
plásticas, performance, cultura
digital e softwares específicos, que permitem alterações do que se
entende como movimento, tornando movimentos reais em virtuais ou vice-versa. Dessa
forma, surgem vertentes como a videodança, tornando mais próximas
as relações entre as diferentes áreas da dança
e também entre as diversas linguagens artísticas.
A dança
contemporânea busca uma ruptura total com o balé, chegando às vezes até mesmo a
deixar de lado a estética: o que importa é a transmissão de sentimentos,
idéias,
conceitos.
Solos de improvisação são bastante freqüentes. A dança contemporânea não possui
uma técnica única estabelecida, todos os tipos de pessoas podem praticá-la. Esse
tipo de dança modificou o espaço, usando não só o palco como local de
referência. Sua técnica é tão abrangente que não delimita os utensílios usados.
O corpo, pesquisando suas diagonais, não delimita estilos de roupas, músicas,
espaço ou movimento.
Atualmente, as
pesquisas em cognição e neurociências muito tem contribuído para a ampliação do
conceito sobre o que vem a ser dança. A partir dos estudos feitos na atualidade
sobre a cognição, dos avanços na área da neurologia e neurociências e do
aumento das pesquisas em dança no mundo, abriu-se espaço para o entendimento da
dança como pensamento do corpo, dança como cognição e não mais aquele conceito do
senso comum e dos dicionários em que a dança é considerada apenas como uma combinação
de passos ao som de música.
Sabe-se que
muitos anos ainda serão necessários para que a pesquisa em Dança adquira um
contorno mais profundo e significativo, especialmente no nosso país, mas, já se
percebe um grande diálogo na busca do entendimento de novas concepções sobre
dança que existem no mundo.
Além disso,
crescem os teóricos que defendem a dança nas escolas como disciplina
obrigatória, na busca de garantir para os estudantes um tipo de conhecimento
artístico/corporal/emocional/cognitivo/social que apenas essa linguagem
artística é capaz de proporcionar.
5) JAZZ DANCE
Como a música que inspirou, o jazz tem as suas
raízes na comunidade Africano-Americana dos Estados Unidos. Várias formas de
jazz foram realizadas até o final dos anos 1800, e na época da Primeira Guerra
Mundial tinha se tornado uma dança bem aceita e bem conhecida.
Este estilo de dança passou a influenciar
fortemente a Broadway e, por sua vez, Hollywood e também o balé e a dança
moderna.
Normalmente os seus bailarinos fazem aulas de
ballet, onde aprendem controle, habilidade, e condições para o seu corpo
dançar. Uma vez os bailarinos tendo a disciplina e técnica do balé, podem
complementar com o jazz. Se forem qualificados, os bailarinos de jazz podem
aparecer em grande demanda nos filmes, produções da Broadway e em todo o mundo,
com a possibilidade de trabalhar em uma grande variedade de estilos.
O Jazz é conhecido por ser fortemente imprevisível,
graças às suas influências Africanas. As movimentações dos bailarinos de jazz
podem ser lentas, graciosas ou eles podem se mover com agilidade e rapidez,
executando saltos fantásticos e outras proezas. Como resultado, eles devem ser
fisicamente muito flexíveis, e muito preocupados com a música e o ritmo. Esta
forma de dança não tem necessariamente de ser realizada com a música jazz,
embora muitas vezes seja; com muita criatividade pode-se usar músicas de todos
os estilos.
O jazz tem certas características
marcantes como o isolamento (utilização de cada parte do corpo separadamente),
uma explosão de energia que se irradia dos quadris e um ritmo pulsante que dá o
balanço certo e a qualidade do movimento.
As
diferentes técnicas de Jazz Dance tem demonstrado que muitos princípios foram
herdados do Ballet Clássico e da Dança Moderna, e alguns professores tem
divulgado e desenvolvido seus métodos de fundamentação técnica para a formação
de bailarinos cada vez mais ecléticos. Atualmente o Jazz tem sido bastante influenciado
pelos movimentos do hip hop, street dance e de outros movimentos de danças
urbanas.
Poucos sabem qual será o futuro e
suas novas influências, mas o que se pode afirmar é que até hoje, o Jazz tem
sido uma das formas mais importantes da expressão artística da atualidade.
6) SAPATEADO
Sem registros
históricos que possam precisar datas e locais, sabe-se muito pouco a respeito
das origens do sapateado: algumas das suas primeiras manifestações datam de
meados do século V.
Posteriormente, desenvolveu-se a partir do período da primeira Revolução Industrial. Os operários
costumavam usar tamancos
(clogs) para isolar a umidade que subia do solo e, nos períodos
livres, reuniam-se nas ruas para exibir sua arte: quem fizesse o maior e mais
variado número de sons com os pés, de forma mais original, seria o vencedor. Por volta de
1800, sapatos foram adaptados especialmente para esta dança. Os calçados
ficaram mais flexíveis, feito de couro, e moedas eram fixadas à sola, para que o som fosse
mais limpo. Mais tarde, finas placas de metal (taps)
passaram a ser fixadas no lugar das moedas, o que aumentou ainda mais a
qualidade do som.
Nos Estados
Unidos desenvolveu-se o chamado sapateado
americano, introduzido no país por volta da primeira metade do século 19,
na fusão que uniu ritmos e danças dos escravos, que já possuiam um estilo de
dança próprio baseado nos sons corporais, com os estilos de sapateado
praticados pelos imigrantes irlandeses e colonizadores ingleses.
A forma
irlandesa do sapateado - também chamada de Irish
Tap Dance – concentra o movimento nos pés e o tronco permanece rígido;
já os americanos realizam sua Tap
Dance esbanjando ritmos sincopados e movimentos com o corpo todo,
abrindo a dança para o estilo próprio de cada executor. O sapateado americano
acrescentou à forma irlandesa da dança toda a riqueza musical e de movimentos
dos ritmos dançados pelos africanos e com isso criou uma modalidade de dança
ímpar e que se espalharia, posteriormente, por todo o território dos EUA e,
durante o século XX, por diversos outros países.
A partir da década
de 30 o sapateado ganhou força e popularidade com os grandes musicais, que
contavam com a participação de nomes como Fred Astaire,
Gene Kelly
e Ginger Rogers.
Depois de um período de declínio do final da década de 50 ao inicio dos
anos 70, o sapateado americano passou por uma revitalização, impulsionando toda
uma nova geração, de onde surgiram nomes como o do grande astro Savion Glover,
coreógrafo dos pinguins do filme Happy Feet.
Profissionais
de sapateado americano realizam periodicamente workshops e shows
internacionais, levando a arte do sapateado para diversos países: além da
Irlanda e Estados Unidos, países como França, Austrália, Alemanha, Espanha,
Israel e Brasil possuem grupos, coreógrafos e estúdios de sapateado de grande
importância. O Brasil, em particular, recebe anualmente diversos profissionais
americanos como forma de intercâmbio entre os grandes mestres da tap dance e os
diversos núcleos de sapateado existentes por todo o território nacional.
7) DANÇA FLAMENCA
Dança de origem cigana, o Flamenco é uma forma de expressão
artística que reflete a cultura da Andaluzia, que ao longo dos anos se foi
definindo e transformando na mais conhecida expressão da cultura espanhola.
As 3 principais ferramentas do flamenco são o canto, a guitarra e
a dança. Porém mais importante que a sua história e as suas técnicas, o
flamenco é uma atitude, é a manifestação da alma de uma pessoa. Dançar flamenco
é colocar para fora sentimentos e emoções trancadas e compartilhá-las através
da musica, do canto, do baile e dos sapateados.
Flamenco é antes de tudo emoção, sentimento, expressão interior e
prazer! No baile, o movimento dos braços, os círculos com as mãos, a postura
com os punhos, a intensa expressão do rosto, a força de marcar o ritmo no chão,
a técnica do sapateado, o movimento das saias, a movimentação e a energia
transmitida são, sem dúvida, as características mais particulares da dança
flamenca. Os pés golpeiam o chão, alternando passos vigorosos e sutis. As
palmas marcam o compasso e enchem de vida cada passo. No rosto dos bailarinos
percebe-se a dor ou a alegria da guitarra e da voz do "cantor".
O flamenco é uma dança sedutora. Através do Flamenco, ritmo que ganhou maior
expressão na Espanha, os ciganos que vieram primeiramente para o Brasil,
encantaram nobres e plebeus nas festas do Campo de Sant’Ana e do pátio interno
do Paço Imperial, no Centro do Rio de Janeiro, conhecido como Pátio dos
Ciganos.
A
dança flamenca, identificada como a dança tipicamente espanhola e cigana, tem
uma história de perseguição muito semelhante a dos ciganos. Uma das versões
para o nome flamenco é que ele deriva do árabe
jelah mengu, que quer dizer camponês foragido. A dança é uma mistura de elementos judaicos,
espanhóis e muçulmanos, e surgiu de forma clandestina, nas grutas e cárceres
por onde passavam os perseguidos pelas leis de Espanha, principalmente no tempo
da Inquisição.
Quem
assiste a um baile flamenco, sente que os movimentos dos corpos dos bailarinos
comunicam um sentimento forte, fruto de uma revolta e de um grande
inconformismo, cheio de altos e baixos emocionais. É mesmo impossível não
perceber que nos seus sapateados a dança flamenca marca o compasso do coração
humano, que ora salta de alegria e outras horas arde de dor e tristeza. Dança
de movimento vibrante, o grande êxtase do Flamenco é mostrar o vigor e a
vitalidade dos movimentos de mãos, braços e sapateados que traduzem paixão,
alegria, a melancolia transformada em força e o amor pela vida, justificando a
resistência a todas as formas de perseguições.
Fontes
BOURCIER, Paul. História da dança
no ocidente. São Paulo: Martins Fontes, 1987.
DANCAN, Isadora. Minha vida. São Paulo: Círculo do Livro, —
FARO, Antônio José. Pequena História da Dança. Rio de Janeiro: Zahar, 1986.
LABAN, Rudolf. Dança Educativa Moderna. São Paulo: Ícone. 1990.
MENDES, Míriam Garcia. A Dança. São Paulo: Ática, 1987.
PORTINARI, Maribel. História da dança. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989.
DANCAN, Isadora. Minha vida. São Paulo: Círculo do Livro, —
FARO, Antônio José. Pequena História da Dança. Rio de Janeiro: Zahar, 1986.
LABAN, Rudolf. Dança Educativa Moderna. São Paulo: Ícone. 1990.
MENDES, Míriam Garcia. A Dança. São Paulo: Ática, 1987.
PORTINARI, Maribel. História da dança. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989.
WIKIPÉDIA –
Enciclopédia livre
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