Depois de muitas décadas do século III, os
imperadores romanos começaram a enfrentar lutas internas pelo poder. Havia,
ainda, a ameaça às fronteiras do império por parte de povos invasores, a quem
os romanos chamavam “bárbaros”. Começava a decadência do Império Romano e o
desaparecimento quase completo, na Europa ocidental, da cultura greco-romana,
ou clássica.
As tradições greco-romanas só viriam a ser
retomadas no século IX, com Carlos Magno, coroado imperador do Ocidente.
Com a coroação de Carlos Magno pelo Papa
Leão III, no ano de 800, teve início um intenso desenvolvimento cultural. Em
sua corte criou-se uma academia literária e desenvolveram-se oficinas onde eram
produzidos objetos de arte e manuscritos ilustrados. Naquela época, os textos
religiosos eram escritos à mão; ilustrá-los era tarefa para artistas que
dominassem a pintura e o desenho sobre espaços reduzidos.
As oficinas ligadas ao palácio foram os
principais centros de arte. Sabe-se que delas se originaram as oficinas
monásticas, isto é, dos mosteiros, que teriam importante papel na evolução da
arte após o reinado de Carlos Magno. Como, após sua morte, a corte deixou de
ser o centro cultural do império, a atividade intelectual contralizou-se nos
mosteiros. Neles, a ilustração de manuscritos era a atividade artística mais
importante, mas havia interesse também pela arquitetura, escultura, pintura,
ourivesaria, cerâmica, fundição de sinos, encadernação e fabricação de vidros.
Essas oficinas eram também as escolas de arte da época. Ali os jovens artistas
preparavam-se para trabalhar nas catedrais e nas casas das famílias
importantes.
Características
gerais do estilo românico:
1 – substituição do teto de madeira por abóbadas.
2 – grande espessura das paredes, poucas janelas.
3 – consolidação das paredes por contrafortes ou gigantes para dar sustentação ao prédio.
4 – consolidação dos arcos por meio de arquivoltas.
1 – substituição do teto de madeira por abóbadas.
2 – grande espessura das paredes, poucas janelas.
3 – consolidação das paredes por contrafortes ou gigantes para dar sustentação ao prédio.
4 – consolidação dos arcos por meio de arquivoltas.
ARQUITETURA
Com as oficinas de arte da corte de Carlos
Magno, a cultura greco-romana foi redescoberta. Na arquitetura isso levou à
criação, mais tarde, de um novo estilo para a construção principalmente das
igrejas: o estilo românico. Esse nome, portanto, designa as obras
arquitetônicas do fim dos séculos XI e XII, na Europa, cuja estrutura era
semelhante à das construções dos antigos romanos.
As características mais significativas da
arquitetura românica são a utilização da abóbada, dos pilares maciços que a
sustentam e das paredes espessas com aberturas estreitas usadas como janelas.
Dessas características, resulta um conjunto
que chama a atenção do observador; as igrejas românicas são grandes e sólidas.
Daí serem chamadas “fortalezas de Deus”.
Tipos
de abóbadas das igrejas românicas:
A
abóbada de berço
consistia num semicírculo – o arco pleno – ampliado lateralmente pelas paredes.
Apresentava, entretanto, duas desvantagens; O excesso de peso da pedra, que
podia provocar sérios desabamentos, e a pouca luminosidade no interior das
construções em virtude das janelas estreitas. A abertura de grandes vãos para janelas
era impraticável, pois poderia enfraquecer as paredes e, portanto, aumentar o
risco de desabamento.
A
abóbada de arestas
consistia na intersecção, em ângulo reto, de duas abóbadas de berço apoiadas
sobre pilares. Com isso, distribuía-se melhor o peso das pedras para evitar
desabamentos, criava-se um ambiente que dava a impressão de leveza e
iluminava-se mais o interior das construções.
Embora diferentes, os dois tipos de abóbada
causam o mesmo efeito: uma sensação de solidez e repouso, dada pelas linhas
semicirculares e pelos grossos pilares.
Na Idade Média assim como hoje, faziam
longas peregrinações a lugares considerados sagrados. Muitas aldeias
localizadas na rota desses construíram igrejas para acolher os peregrinos.
Entre os lugares mais procurados estavam Jerusalém, onde Jesus morreu, Roma,
onde fica a sede da Igreja Católica, e Santiago de Compostela, Espanha, onde
crê estar enterrado o apóstolo Tiago. No trecho francês do caminho de Santiago
construíram-se várias igrejas românicas, como a da abadia de Saint-Pierre, em
Moissac.
Como poucas pessoas, naquela época, sabiam
ler, a igreja recorria à pintura e à
escultura para narrar histórias bíblicas e transmitir valores religiosos.
Um lugar muito usado para isso era os portais, na entrada dos templos. No
portal, a área mais ocupada pelas esculturas era o tímpano, a parede semicircular que fica logo abaixo dos arcos que
arrematam o vão superior da porta. A abadia de Saint-Pierre, em Moissac, possui
um dos mais bonitos portais românicos. No grande tímpano, há um conjunto de
figuras representando Cristo em majestade, coroado e sentado num trono. Como o
tímpano é muito grande, foi colocada uma pilastra central, chamada tremo, que
divide a abertura da porta em duas partes iguais. Essa pilastra também é decorada
com esculturas que representam leões e uma pessoa descalça, identificada como o
profeta Jeremias.
A
arquitetura românica na Itália
Na Itália, a arte românica se desenvolveu
com características diferentes das do resto da Europa. Mais próximos do exemplo
greco-romano, os italianos procuraram usar frontões e colunas. Uma das mais
conhecidas edificações da arte românica italiana é o conjunto da catedral de
Pisa.
PINTURA
Como poucas pessoas, naquela época sabiam
ler, a Igreja recorria à pintura e à escultura para narrar histórias bíblicas e
transmitir valores religiosos. Um lugar muito usado para isso era os portais,
na entrada dos templos.
A arquitetura românica, com suas grandes
abóbadas e espessas paredes laterais de poucas aberturas, criou amplas
superfícies que favoreceram a pintura mural. Assim, a pintura românica
desenvolveu-se sobretudo nas grandes decorações murais, por meio da técnica do
afresco.
Os afrescos tinham como modelo as
ilustrações dos livros religiosos, pois na época, nos conventos, era intensa a
produção de manuscritos à mão com cenas da história sagrada. Assim, a pintura
românica praticamente não registra assuntos profanos, isto é, não-religiosos,
como paisagens, animais, pessoas em suas atividades diárias.
As características essenciais da pintura
românica foram a deformação e o colorismo. A deformação traduz os
sentimentos religiosos e a interpretação mística que o artista fazia da
realidade. A figura de Cristo, por exemplo, era sempre maior do que as demais.
Sua mão e seu braço, no gesto de abençoar, tinham proporções intencionalmente
exageradas para que o fosse valorizado por quem contemplasse a pintura. Os
olhos eram muito grandes e abertos para evidenciar a intensa vida espiritual.
O colorismo realizou-se no emprego de cores
chapadas, isto é, uniformes, sem preocupação com meios-tons ou jogo de luz e
sombra, pois não havia intenção de imitar a natureza.
ESCULTURA
A escultura renasceu no românico, depois de
muitos anos esquecida. Seu apogeu se dá no século 12, quando inicia um
estilo realista,mas simbólico, que antecipa o estilo gótico.
A escultura é sempre condicionada a
arquitetura é todo trabalho é executado sem deixar espaços sem usos.
Outra importante característica é seu caráter simbólico e antinaturalista, não
havia a preocupação com a representação fiel dos seres e objetos. Volume, cor,
efeito de luz e sombra, tudo era confuso e simbólico representando muitas vezes
coisas não terrenas, mas sim provenientes, da imaginação. Algumas esculturas
notam-se a aparência clássica, influência da antiguidade.
Bibliografia:
PROENÇA,
Graça. Descobrindo a História da Arte. Ática. 1ª edição. 2005.
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