FOTOGRAFIA: As grandes descobertas
científicas trouxeram novas possibilidades para a criação artística e abriram
novos horizontes expressivos. No início do século XIX, conhecimentos sobre
ótica e química permitiram o nascimento da fotografia.
O químico francês Nicéfhore
Niépce conseguiu a primeira imagem colocando uma placa de estanho tratada por
emulsão especial de betume-da-judéia em exposição ao sol por oito horas. Ele
fixou uma vista do pátio de sua casa.
Louis Daguerre, colaborador de
Niépce, aperfeiçoou esta técnica, diminuindo o tempo de exposição. Suas imagens
ficaram conhecidas como daguerreóticos. Neste período foram
feitas, ainda com muita dificuldade, várias imagens de pessoas importantes,
cenas de guerra, monumentos, paisagens.
A fotografia chegou no Brasil
em1840, através do abade LOUIS COMPTE, capelão de um navio-escola francês que
aportou de passagem pelo Rio de Janeiro. Ele trouxe a novidade de Paris para a
cidade, introduzindo a DAGUERREOTIPIA no país. Apresentou o daguerreótipo ao
imperador D. Pedro II (na época com 14 anos de idade), que entusiasmado,
adquiriu um desses aparelhos, possivelmente a primeira máquina desta arte em mãos
brasileiras. Tornou-se assim, o primeiro fotógrafo brasileiro com menos de 15
anos de idade! Mais tarde, já um grande colecionador e um verdadeiro
incentivador dessa arte, atribuiu títulos e honrarias aos principais fotógrafos
atuantes no país. Promoveu a arte fotográfica brasileira e difundiu a nova
técnica por todo o país.
No fim do século XIX, após
constantes progressos, a fotografia com filme em rolo e máquina portátil já
estava sendo usada. Nessa época certos pintores menos prezaram a fotografia e passaram
a vê-la apenas como meio de substituir o modelo vivo nos primeiros passos da
pintura de retratos.
Os fotógrafos, por sua vez,
compreenderam que poderiam usar a técnica não apenas como um documento da
realidade, mas como uma forma de expressão artística que poderia provocar
emoções e transmitir ideias e pensamentos.
Linguagens
audiovisuais
CINEMA: O cinema faz parte da vida de
todos nós. Sua invenção foi possível a partir dos progressos na técnica da
fotografia associados a ideias antigas, como a dos primeiros teatros de sombras
(sombras que os orientais projetavam em uma parede para contar uma história),
das marionetes e da lanterna mágica (figuras ampliadas e projetadas a partir de
vidros ilustrados diante da iluminação de uma vela – século XVII).
Todos eles utilizam a capacidade
do olho humano de guardar por um décimo de segundo uma imagem. Quando as
diversas fases sucessivas de um movimento são decompostas em imagens
independentes (fotogramas) e
projetadas numa velocidade de vinte e quatro imagens por segundo, criam no
espectador a ilusão do movimento contínuo.
Em sua origem o cinema era mudo e
em preto-e-branco. Os primeiros filmes são de curta duração (um ou dois
minutos) e mostram cenas do cotidiano captadas ao ar livre por uma câmera fixa.
A primeira exibição pública de um filme, “A
chegada de um trem à Estação de Ciotat”, é realizada em dezembro de 1895,
em Paris, pelos irmãos Auguste e Louis Lumière. Os dois franceses haviam criado
o cinematógrafo,
aparelho capaz de exibir imagens em movimento, e são considerados os inventores
do cinema.
É nos Estados Unidos que se
concentra a produção e são montados os primeiros estúdios de filmagem, em
Hollywood. Além dos documentários, o gênero de filme mais comum é a comédia,
baseada na mímica, alma do cinema mudo. Durante a exibição dos filmes mudos era
comum a música de fundo ser tocada por um pianista ao vivo. A grande estrela
dessas produções é Charles Chaplin (1889-1977), o Carlitos.
Em 1927 surge o primeiro filme
falado: “O Cantor de Jazz”, um filme
de Alan Crosland. A cor somente começou a chegar ao cinema em 1932. O cinema
evoluiu rapidamente e hoje temos superproduções que utilizam efeitos especiais
incríveis, conseguidos a partir do computador.
No Brasil, a primeira sessão
pública de cinema é realizada no Rio de Janeiro em 1896. De lá para cá o nosso
cinema evoluiu muito.
O cinema utiliza muitos recursos
provenientes das artes visuais, mas há processos que são exclusivos da produção
de filmes. Enquadramento, composição, cor, luz e sombra são elementos que
compõem o alfabeto cinematográfico, mas é importante compreender também outros
conceitos:
Primeiro
Plano: imagem
bem próxima, como a de um rosto, por exemplo.
Plano
Médio: uma
pessoa quase de corpo inteiro.
Plano
Geral: uma rua,
uma paisagem, uma cidade.
Montagem: reunião por meio do corte e
emendas das diversas partes filmadas, criando a continuidade e o ritmo da
narrativa.
FILME DE
ANIMAÇÃO: Você já
deve conhecer uma brincadeira que se faz com desenhos colocados no cantinho do
caderno escolar. As figuras apresentam pequenas modificações nos gestos e são
colocadas cada uma em uma página. Quando seguramos firmemente o caderno e
passamos as páginas, soltando-os rapidamente, temos a ilusão do movimento. Este
é o princípio que deu origem ao filme de animação ou desenho animado, como é
chamado.
Com a invenção do cinema, como
vimos, foi possível decompor o movimento de uma figura em uma série de imagens
sucessivas – os fotogramas. Quando
estes fotogramas são projetados numa tela a uma velocidade de 24 imagens por
segundo (como já vimos anteriormente) dão ao expectador a impressão do
movimento. Isso porque nossos olhos retêm a imagem. Além dos filmes
propriamente ditos, essa técnica permitiu a animação de desenhos, de figuras
feitas em massa, de objetos e de bonecos.
Cada desenho é fotografado por
uma máquina cinematográfica especial e revelado numa fita contínua. Na
projeção, esse filme produz uma imagem na qual as figuras e objetos desenhados
parecem mover-se como se fossem dotados de vida e mobilidade. Para cada 10
minutos de filme são necessários 14.000 fotogramas, ou seja, 4.000 desenhos
diferentes.
O uso do computador facilitou
muito o trabalho que era inicialmente todo manual. Hoje há programas especiais
para a elaboração de animação por computador, o que permitiu uma grande
expansão na produção.
O primeiro desenho animado de
longa metragem foi “Branca de Neve e os
Sete Anões”, feito em 1937, por Walt Disney.
TELEVISÃO: A televisão também herdou
algumas características do cinema, mas sua possibilidade de transmitir “ao
vivo”, simultaneamente ao acontecimento, no tempo presente e real, e sua
praticidade de estar dentro dos lares, tornaram esse o meio mais poderoso de
transmissão de informações, ideias e ideais.
A capacidade que a televisão tem
de aglutinar e incorporar rapidamente inúmeros outros recursos de produção de
informação, cultura e imagens, como teatro, música, dança, literatura,
jornalismo, propaganda, esportes, cinema, vídeo, computação e fotografia,
amplia suas possibilidades de comunicação. Por isso a televisão ultrapassa
todos os limites do simples entretenimento e se transforma num fator
fundamental ao panorama econômico, cultural e social da modernidade.
A história da televisão deve-se a
grandes matemáticos e físicos, pertencentes às ciências exatas, que entregaram
para as ciências humanas um grande e poderoso veículo.
Em 1817, o químico sueco Jakob
Berzelius descobriu o Selênio, mas só 56 anos depois, em 1873, que o inglês
Willoughby Smith comprovou que o Selênio possuía a propriedade de transformar
energia luminosa em energia elétrica. Através desta descoberta foi possível a
transmissão de imagens por meio de corrente elétrica.
Em março de 1935, emite-se
oficialmente a televisão na Alemanha, e em novembro na França, sendo a Torre Eiffel
o posto transmissor.
Em setembro de 1950, inaugura-se
a TV Tupi de São Paulo, pertencente ao jornalista Assis Chateaubriand, dono dos
Diários Associados, com sistema baseado no americano.
Nesses anos de desenvolvimento, a
televisão brasileira passou a ser uma das melhores do mundo e transformou-se
numa grande indústria cultural que exporta seus programas e suas telenovelas
para inúmeros países.
A possibilidade de canais
estrangeiros serem captados hoje em qualquer televisor doméstico intensifica a
ideia de que o mundo transformou-se numa grande “aldeia”.
Entretanto
nós, telespectadores, devemos ser muito esclarecidos e críticos para não nos
deixarmos manipular e influenciar cegamente pelas ideias, modismos, valores e
necessidade de consumo, veiculados pela televisão de forma tão sedutora.
IMAGENS
FEITAS COM O COMPUTADOR: Estamos vivendo a era da informática. Tudo está sendo reconsiderado a
partir da possibilidade de ser feito no computador. A arte também. Muitos
artistas estão explorando as possibilidades de se produzir efeitos estéticos
com o que chamamos de computação gráfica. Trata-se de uma ferramenta muito
versátil na criação de imagens bidimensionais e tridimensionais, na
multiplicação automática de desenhos, no envio e captação de imagens via internet,
etc.
Há programas especiais que estão
ao alcance de todos, mas exige muito treino, muita paciência, habilidade e
tempo, pois fornecem milhares de figuras e infinitas possibilidades de
transformação dessas figuras. A televisão e o cinema têm explorado bastante
esses caminhos.
É bom lembrar que o computador,
embora à primeira vista possa parecer uma máquina maravilhosa e capaz de criar
imagens fantásticas, apenas realiza aquilo para o qual foi programado. Ele não substitui a sensibilidade, o conhecimento, a imaginação e a
inventividade dos seres humanos. Nem
invalida as outras técnicas artísticas que sobrevivem à passagem de milênios,
sempre renovadas pela nossa criatividade.
(baseado
em texto de Jô Oliveira e Lucília Garcez)
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