"A arte é a contemplação: é o prazer do espírito que penetra a natureza e descobre que ela também tem uma alma. É a missão mais sublime do homem, pois é o exercício do pensamento que busca compreender o universo, e fazer com que os outros o compreendam." (Auguste Rodin)

terça-feira, 12 de agosto de 2014

1 série: UNIDADE 2 - texto 4

Texto 4: Arte Moderna no Brasil

Convivendo com diversas tendências do final do século XX, o Pré-Modernismo ajudou a direcionar a mentalidade brasileira para a modernidade artística. O Movimento Moderno Brasileiro teve início quase cinco anos antes da Semana de Arte Moderna de 1922, com uma exposição de Anita Malfatti (1889-1964), que conheceu a arte de vanguarda na Europa e nos Estados Unidos.
Alguns críticos consideram o artista Lasar Segall (1891-1957) como precursor do Modernismo, por uma razão cronológica: sua primeira exposição no Brasil, também expressionista, foi realizada em 1913. Porém o evento não teve o mesmo impacto que o de Anita Malfatti.
Nas Artes Plásticas, ao lado de Anita, um dos maiores articuladores da Semana de Arte Moderna foi Emiliano Di Cavalcanti (1897-1976). Ele não apenas criou o cartaz oficial do evento, como expôs doze obras. Nascido no Rio de Janeiro, fez a ponte entre os cariocas e paulistas.
Tarsila do Amaral (1886-1973) não participou da Semana de Arte Moderna, pois estava em Paris. Na volta ao Brasil, entrou em contato com os modernistas Criou a obra Abaporu, que significa em língua indígena “antropófago”. Esta obra inspirou Oswald de Andrade a criar a teoria da antropofagia cultural em 1928. Nos anos 1930, Tarsila do Amaral pintou temas sociais, como Operários (1933). Sua contribuição maior foi ter ajudado a compreender o repertório visual popular, juntando em suas pinturas o Brasil arcaico com formas modernas e de vanguarda.
Victor Brecheret (1894 - 1955) foi um escultor ítalo-brasileiro, considerado um dos mais importantes do país. É responsável pela introdução do Modernismo na escultura brasileira.
O gravador e desenhista OswaldoGoeldi (1895-1961), mestre da xilogragura, é considerado o pioneiro do Expressionismo no Brasil.
Cícero Dias (1907 – 2003), artista brasileiro de grande renome internacional, combina as mais genuínas tradições pernambucanas com a essência universal da arte. Sempre adotando posições vanguardistas, participa do movimento modernista brasileiro, aproxima-se do Surrealismo e é um dos pioneiros do Abstracionismo no pós-Segunda Guerra.
Alfredo Volpi foi um pintor ítalo-brasileiro considerado pela crítica como um dos artistas mais importantes da segunda geração do Modernismo. Uma das características de suas obras são as bandeirinhas e os casarios. Sua frase conhecida: “Eu não falo, eu pinto”.
Cândido Portinari (1903-1962), filho de imigrantes italianos, nasceu em Brodósqui, no interior de São Paulo e mudou-se para o Rio, onde estudou pintura. Nos anos 1930, ele passou a pintar murais. Seus temas são sociais, e sua pintura perpassa desde a pintura Renascentista (observada na perspectiva) até o Cubismo (na geometrização das formas).
O Modernismo na Arquitetura Brasileira
Oscar Niemeyer, Lucio Costa e Lina Bo Bardi, entre outros, são nomes importantes dentro da história da arquitetura moderna brasileira.
Novas tendências pós-anos 50 - Influência da pop-art
O Tropicalismo nas Artes Visuais - Hélio Oiticica busca uma abertura ao participador, através de experiências que promovam uma volta do sujeito a si mesmo, redescobrindo e libertando-se de seus condicionamentos éticos e estéticos, impelindo-o a um estado criativo em uma vivência suprassensível.
A crítica ao sistema de arte e aos limites dos conceitos de “museu” e “exposição marcou fortemente os anos 1960. Em todas essas formas de arte do período há uma espécie de deglutição de elementos da arte universal, reprocessados e filtrados a partir do contexto local. Hélio Oiticica criou a obra Tropicália, pela primeira vez em 1967. Pisando no chão de areia, o espectador confronta-se com poemas-objetos, araras vivas, plantas, Parangolés e uma televisão.
A pop-Art, de origem novaiorquina,enfocava o cotidiano da classe média americana, tomando seus temas e imagens para fazer uma crítica à sociedade americana. Os artistas brasileiros aproveitaram a experiência pop, sem perder a autonomia nem a identidade nacional.
Rubens Gerchman, Carlos Vergara, Antonio Dias e um grande grupo de artistas, flertaram com a linguagem das histórias em quadrinhos, o cordel, o futebol, os jornais e fizeram parte deste período  de experimentação de linguagens e rupturas dos espaços de exposição. Deram origem ao movimento Nova Figuração.
Nos anos 70, Cildo Meireles é um dos nomes mais marcantes da Arte Conceitual, que agrupa várias posturas artísticas, que têm em comum a vontade de destacar a importância da parte intelectual como a essência do fato artístico. Seu trabalho pioneiro no campo da arte da instalação prima pela diversidade de suportes, técnicas e materiais, apontando quase sempre para questões de natureza política e social.
Geração 80, 90 e as tendências contemporâneas
João Câmara Filho - Sua obra dialoga com a história política brasileira, com a arte e a mitologia.
O artista cria, dessa forma, metáforas com as quais ironiza o poder e as relações sociais.
Iberê Camargo - Artista de rigor e sensibilidade únicos, é um dos grandes nomes da arte brasileira do século XX. Autor de uma obra extensa (sete mil), que inclui pinturas, desenhos, guaches e gravuras. 
Siron Franco possui domínio técnico que possibilita o desenvolvimento da própria linguagem artística, ligado às questões sociais do seu tempo, como o acidente com o césio 37 em Goiânia, o contínuo massacre dos povos indígenas e a devastação da natureza,denunciando a caça e a matança de animais.
Arthur Bispo do Rosário (1911-1989) - Arte do inconsciente. O mais conhecido artista que viveu na fronteira entre a loucura e a genialidade. Descendente de escravos, nasceu em Sergipe, e pouco antes de 1930 foi internado por mais de cinquenta anos na Colônia Juliano Moreira, com diagnóstico de esquizofrenia e paranoia. Lá produziu mais de mil peças com objetos do cotidiano, como roupas e lençóis bordados.
Beatriz Milhazes - Sua obra mantém a matriz popular representada por rendas, bordados, alegorias arquitetônicas, elementos extraídos do artesanato popular e ícones da história da arte que são elevados, todos, ao mesmo status numa mistura que incorpora o processo construtivo, o espírito barroco.
Vik Muniz - Realiza, desde 1988, séries de trabalhos nas quais investiga principalmente temas relativos à memória, à percepção e à representação de imagens do mundo das artes e dos meios de comunicação. Faz uso de técnicas diversas e emprega nas obras, com frequência, materiais inusitados como açúcar, chocolate líquido, doce de leite, catchup, gel para cabelo, lixo e poeira.
Arte de rua – Grafite –O trabalho d’Os Gêmeos já ultrapassou as barreiras do grafite nas ruas e chegou a museus do mundo inteiro. Centrada na construção de um imaginário próprio e peculiar, sua obra mescla elementos do folclore nacional com outros ligados ao desenvolvimento da arte nascida nas ruas. Além deles, outros grafiteiros brasileiros vêm se destacando nesta nova modalidade de arte que ocupa cada vez mais o cenário urbano nacional e internacional.

Texto adaptado do livro: Conexões com a Arte – Editora Moderna

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