Mas
não é apenas a rebeldia dos jovens e a necessidade das novas gerações de criar
suas próprias formas de expressão que levam à modificação dos padrões
estéticos. A arte retrata o seu tempo, por isso as modificações na sociedade
levam a grandes transformações nos padrões artísticos. Guerra, revoluções,
alternâncias significativas no poder político resultam em nova linha na
produção artística.
Na
época das grandes monarquias europeias era comum, por exemplo, que um estilo de
arquitetura e arte fosse associado ao imperador que escolhia e patrocinava os
artistas, com encomendas de monumentos, edifícios públicos e pinturas
históricas. Alguns desses estilos ficaram conhecidos pelo nome do soberano,
como o elisabetano na Inglaterra, o manoelino em Portugal e o Luís XIV na
França. A sucessão de soberanos refletia-se, portanto na renovação dos estilos.
No
Brasil, no século XIX, D. João VI foi responsável por grandes modificações na
arte e na cultura. Contratou artistas franceses que constituíram a chamada
missão francesa, cuja chegada ao Rio de Janeiro ocorreu em 1816. Aqui
organizaram a Academia Imperial de Belas-Artes, onde, como professores,
promoveram a substituição do Barroco colonial pelo Neoclassicismo, vigente da
Europa. Essa reforma cultural pretendia colocar o Brasil em compasso com a
Europa e substituir o estilo artístico desenvolvido pela Igreja Católica
durante o século XVIII. Como outros monarcas europeus, D. João queria que a
arquitetura, a pintura e a música tivessem o seu selo.
Mas
não foi o nosso monarca o único governante a influenciar os rumos das artes no
Brasil. Getúlio Vargas, durante o tempo em que foi presidente da República, e
em especial no Estado Novo, procurou promover as artes e a cultura, tentando
dar-lhes sempre um cunho nacionalista. Foi o grande incentivador de Heitor
Villa-Lobos e até mesmo de Cândido Portinari. Juscelino Kubitschek, por sua
vez, na década de 1960, promoveu a arte moderna e fez construir Brasília,
grande marco da nossa arquitetura modernista que consagrou o mundo todo os
nomes de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, seus projetistas.
Um novo olhar sobre
Salvador
Salvador: história e arquitetura
Salvador é, sem
dúvida, uma das cidades mais belas do Brasil. Por isso, e por outra série de
características singulares, tornou-se também um dos principais destinos
turísticos tanto nacionais quanto internacionais. Famosa pela sua história,
pelo legado deixado por povos de outros continentes, pela miscigenação
cultural, pelo sincretismo religioso e pelo povo hospitaleiro.
A cidade é um
importante destino turístico do país. Quanto ao turismo internacional, fica
atrás apenas do Rio de Janeiro em procura. O interesse pela cidade se dá pela
beleza do seu conjunto arquitetônico e da cultura local (música, culinária e
religião).
Salvador, fundada em
29 de março de 1549, foi a primeira capital do Brasil, posição que manteve
durante 214 anos (1549-1763).
A Cidade de Salvador
fica debruçada sobre o mar transparente e calmo da Baia de Todos os Santos.
Suas águas, mornas e receptivas ficam quase que totalmente protegidas por
várias e belas ilhas, como a de Itaparica, Ilha de Maré e Ilha dos Frades.
Cidade antiga e
primeira capital do Brasil, Salvador consegue contrastar harmonicamente os
casarios coloniais do Pelourinho, (Patrimônio da Humanidade) com largas
avenidas e edifícios de arquitetura arrojada como a Casa do Comércio.
Sua localização
estratégica na costa brasileira propiciava as ligações Portugal - Brasil -
África - Ásia e a equidistância entre as regiões Norte e Sul do Brasil, aliada
às condições requeridas para o abrigo seguro e a correta manobra das
embarcações.
Tudo isso determinou a
sua escolha como local ideal para a construção da capital do BRASIL.
O conjunto arquitetônico colonial de Salvador é de importância irrefutável, possuindo inclusive o Título de "Patrimônio Histórico e Artístico da Humanidade" conferido pela O.N.U.
O conjunto arquitetônico colonial de Salvador é de importância irrefutável, possuindo inclusive o Título de "Patrimônio Histórico e Artístico da Humanidade" conferido pela O.N.U.
Sua exuberante
geografia é dividida em dois andares, cidades alta e baixa. Seu rico patrimônio
histórico e cultural foi herdado pela miscigenação das raças (indígena,
africana e européia) e está presente na religiosidade, nas manifestações
culturais e nos costumes de um povo alegre e hospitaleiro. Esses atributos
singulares despertam a curiosidade no imaginário das pessoas, tornando Salvador
num excelente produto turístico nacional e internacional.
A
Cidade Baixa surgiu com sucessivas ampliações da área de praia original que, a
partir de meados do século XVI, chegava ao pé da “montanha” para servir como o
Porto da antiga Salvador. Nela foram construídas fortificações, amarras de
naus, cais para saveiros e depósitos de mercadorias que iam e vinham de todas
as partes do mundo. A primeira área é chamada de Conceição da Praia – cuja base
foi erguida em 1549 a mando do capitão Tomé de Souza, o primeiro
Governador-Geral do Brasil. Aí estão também o Forte de São Marcelo, edificado em meados do século XVII e
reformado no inicio do século XIX para defesa do porto, o quebra-mar.
Construção da cidade
Salvador
começou a ser construída no Pelourinho e as razões que levaram a escolha deste
local são bastante claras. É a parte mais alta da cidade, em frente ao porto,
perto do comércio e naturalmente fortificada pela grande depressão existente
que forma uma muralha, de quase noventa metros de altura, por quinze
quilômetros de extensão, o que facilitaria a defesa de qualquer ameaça vinda do
mar.
Em
poucos anos, Tomé de Souza construiu uma série de casarões e sobrados, na parte
superior dessa muralha, todas inspiradas, evidentemente, na arquitetura barroca
portuguesa e erguidos com mão de obra escrava negra e indígena. Para dar maior
proteção à cidade, o Governador Geral limitou o acesso a apenas quatro portões,
estes totalmente destruídos durante as tentativas sem sucesso, de dominação da
cidade no séc. XVII.
Salvador
desenvolve-se em dois níveis distintos: a Cidade Baixa, na estreita planície
litorânea, é núcleo das atividades portuárias e comerciais, sobretudo do setor
atacadista.
a cidade Baixa
encontramos o Mercado Modelo, com
lojas de artesanato, restaurantes e bares,
construído em 1861 e tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional, abrigou no passado a Terceira Alfândega da capital, é uma obra em estilo neoclássico, com um corpo
quadrado e telhado de duas águas, trazendo anexado, ao fundo, um pavimento de
planta semicircular, culminando em uma cobertura em formato cônico, compondo
uma rotunda, sem comparativo em toda a arquitetura nacional.
Na Ladeira do Contorno
encontramos o Solar do Unhão, conjunto
arquitetônico colonial em cujas instalações funcionou um engenho de açúcar,
fábrica de rapé e trapiche e que foi quartel dos fuzileiros navais americanos
durante a II Guerra Mundial. Hoje uma das principais atrações turísticas da
capital baiana. Constitui-se em expressivo conjunto arquitetônico, integrado
pelo Solar, pela Capela de Nossa Senhora da Conceição, um cais privativo,
aqueduto, chafariz, senzala e um alambique com tanques. O conjunto atualmente
sedia o Museu de Arte Moderna (MAM), totalmente restaurado. O solar também
abriga o Parque das Esculturas que
reúne 23 esculturas de 20 principais nomes da escultura moderna e contemporânea
como: Bel Borba, Carybé, Chico Liberato, Emanuel Araujo, Fernando Coelho,
Juarez Paraíso, Mário Cravo Júnior, Mestre Didi, Sante Ecaldaferrii, Siron
Franco, Tati Moreno e Vauluizo Bezerra.
A Cidade Alta com os
bairros residenciais que contornam o centro histórico, caracterizado pelo
comércio varejista. Essa área da cidade foi a que mais se modernizou e onde se
localizam os prédios da administração pública, embora se conservem casarões,
sobrados, igrejas e palácios característicos da cidade antiga. Os dois níveis
estão ligados pelo Elevador Lacerda,
um marco da cidade, em funcionamento desde 1873, resalta a originalidade
topográfica de uma cidade separada em dois níveis. Foi construído pelo
engenheiro Augusto Frederico de Lacerda,
utilizando peças de aço importadas da Inglaterra. Este grandioso monumento
arquitetônico surpreende pelo seu porte, possui 72 metros da base até a torre
dos elevadores e duas torres: uma que sai da rocha e perfura a Ladeira da
Montanha, equilibrando as cabines, e outra, mais visível, que se articula à
primeira torre, descendo até ao nível da Cidade Baixa.
A
primeira capital do Brasil guarda em seu território muito da arquitetura da
época colonial, abrigando relíquias seculares. Seus museus e palácios de
excelência arquitetônica contam como era a vida da suntuosa e imponente
Salvador nos tempos de Colônia e Império.
O
traço da cidade declara a preocupação dos colonizadores do século XVI em criar
uma cidade com boa estrutura de defesa, de maneira que sua porção litorânea
fosse guardada pelos fortes sempre vigilantes a possíveis invasões.
O
conjunto arquitetônico do Pelourinho está no mais alto sítio da cidade. Seus
mais de mil sobrados, solares, palacetes, igrejas e conventos são voltados para
o sul, o que remonta o modelo Ibérico de construções, com grandes salões
voltados para o poente e quintais em forma de jardins ao fundo. Nestas
construções as pedras de lios compõem as alvenarias e o acabamento, feito em
azulejos portugueses. Durante a época da escravidão, era o lugar onde os
escravos eram castigados. A praça é cercada por várias casas antigas, no mais
puro estilo colonial, dentre elas o casarão da Fundação Jorge Amado ocupa o casarão que fica de frente para o Largo
do Pelourinho, possui
fachada no estilo colonial, janelas amplas a deixar a luminosidade e a
ventilação tornarem o mais arejado possível o ambiente, paredes
externas azuis para contrastar com a variada tonalidade dos demais casarões
localizados nessa histórica região de Salvador. O acervo é
composto por livros, artigos e discursos de Jorge Amado, além de vídeos,
fotografias, periódicos e trabalhos acadêmicos que referenciam o escritor. É
uma instituição cultural com várias atividades e um núcleo de pesquisas, com documentação
sobre o próprio Jorge amado, Zélia Gattai e a literatura baiana.
O
Museu da Cidade está instalado em um
dos mais belos casarões do centro histórico de Salvador, o Pelourinho. O museu
abriga um dos mais ricos acervos sobre a cultura soteropolitana nos tempos
antigos, através de objetos e imagens, que vão de trajes típicos a instrumentos
de trabalho, que evocam a religiosidade, hábitos e arte do povo. Além de
manuscritos e peças raras do poeta Castro Alves.
O Museu Tempostal inaugurado em 1997
apresenta um acervo de imagens, entre postais, estampas e fotografias,
sendo a grande maioria oriunda da coleção reunida pelo sergipano Antônio
Marcelino do Nascimento (13.06.1929 – 22.11.2006).
As peças, datadas do
final do século XIX e meados do século XX, representam imagens de valor
histórico, artístico e documental, não só da Bahia e do Brasil, mas também de
diversos países do mundo, sobre as mais variadas temáticas. Destacam-se nas
coleções as imagens representativas da Bahia Antiga, os cartões-postais da
Belle Époque e as Estampas do Sabonete Eucalol.
O Museu está
instalado em um sobrado do século XIX, antigo ponto comercial do conde
português Pereira Marinho. Sua construção de paredes em alvenaria e pedra
constitui um atrativo a mais para o visitante.
A
Igreja do Rosário dos Homens Pretos é
outro exemplo de arquitetura, localizada no Pelourinho, iniciada nos primeiros
anos do século XVIII pela Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens
Pretos do Pelourinho, escravos que só podiam trabalhar na obra em seus momentos
de folga, precisou de quase um século para ser concluída. Finalizada em 1796, é
um dos marcos do Centro Histórico, com torres de influência indiana, fachada
com estilo rococó, reúne trabalhos delicados e belíssimas torres e possui um
painel no teto de José Joaquim da Rocha. Destacam-se em seu interior, os
painéis de azulejos, os altares neoclássicos e três imagens o século XVII: a de
Nossa Senhora do Rosário, São Antônio de Cartegorona e São Benedito. Nos
fundos, localiza-se um antigo cemitério de escravos.
A
Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos a Catedral Basílica, dois
grandes exemplos da arquitetura da época da Colônia.
No
Pelourinho também encontramos o Museu da Gastronomia Baiana (MGBA) é o
primeiro da América Latina totalmente dedicado à gastronomia, é um espetáculo
só por sua arquitetura. Ao entrar, cumpre-se um circuito que começa nas
Muralhas de Santa Catarina, o mais antigo e importante marco arqueológico de
Salvador, que estão destacadas com projeto luminotécnico e painel apresentando
as referências iconográficas e textuais. Seguido pela exposição permanente,
veem-se grandes painéis assinados por fotógrafos renomados que abordam temas
culturais diversos, como as comidas sagradas do candomblé. As fotografias
ampliadas compõem os cenários humanos, reunindo maneiras de comer, as festas de
largo, as baianas de acarajé e outros temas que mostram a diversidade de comer
na rua, na casa, na festa e em cerimônias religiosas.
O
museu traz as histórias das comidas típicas baianas, como acarajés, vatapás e
moquecas, além de referências étnicas, sociais e culturais que fazem parte da
gastronomia da Bahia.
O
acervo do museu é composto por filmes, fotos, maquetes e utensílios de vários
tipos de materiais que ajudam a sintetizar a formação da culinária brasileira.
No
centro histórico de Salvador também se destaca o Solar do Ferrão – Se chamou Solar do Maciel, o segundo mais antigo
Solar do século XVII. José Sotero Maciel de Sá Barreto comprou o terreno,
construiu para morar e depois transfere o solar para os jesuítas, que fazem de
lá o seu seminário. Com a saída dos jesuítas, o solar é rematado por Joaquim
Inácio Ferrão de Aragão e ganha o nome de Solar do Ferrão.
O
Solar é um
casarão nobre, construído entre o fim do século XVII e início do século XVIII, localizado
numa zona de grande declive, tendo por isso três pavimentos na frente e seis no
fundo, além de um porão. Na fachada principal abrem-se duas portadas, datadas
de 1690 e 1701, decoradas com volutas e relevos. O piso mais alto tem janelas
com sacadas e gradis de ferro. No pavimento nobre há cômodos com tetos forrados
com painéis de madeira.
O
Governo do Estado adquire o edifício em 1978. Após um amplo trabalho de restauração,
ele passa a sediar a Galeria Solar do Ferrão no andar térreo e o Museu Abelardo Rodrigues no andar nobre
em 1981, que guarda a mais valiosa coleção de arte sacra
particular do Brasil. São
imagens em madeira, barro cozido, marfim, pedra e metal, além de oratórios,
imagens de Roca, e santeiros populares, pinturas,
altares, crucifixos e fragmentos de talha expostos numa área de 536 metros
quadrados. A coleção contém mais de 800 peças reunidas pelo pernambucano que
dá nome ao museu. As obras datam do período entre os séculos XVIII e XIX. No ano de 2008, são
transferidas para o Solar as coleções de Arte Popular e de Arte Africana. Doada
ao estado em junho de 2011, a Coleção de Instrumentos Musicais Tradicionais
Emília Biancardi passa a integrar o acervo do espaço no início de 2012. O
encontro entre estas expressões artísticas possibilita um diálogo único entre
as matrizes que colaboraram para a formação do povo brasileiro: a indígena, a
portuguesa e a africana.
O
Ferrão também é sede da Galeria Solar Ferrão, espaço dedicado à arte
contemporânea. A realização de exposições temporárias dinamiza o local propondo
uma ponte entre o passado e o presente e possibilitando aproximações que
atualizam e resignificam a produção artística.
As
três coleções de arte, em diálogo com as produções artísticas contemporâneas da
Galeria, proporcionam um vigor e dinamismo que consolidam o Centro Cultural
Solar Ferrão como um dos principais centros de arte e cultura do Pelourinho.
O
Museu Afro-Brasileiro da Universidade
Federal da Bahia um dos poucos no país a tratar exclusivamente das culturas
africanas e sua presença na formação da cultura brasileira. Através de
importantes elementos materiais, representativos dessas culturas, o museu
apresenta conteúdos que facilitam a compreensão dos aspectos históricos,
artísticos e etnográficos que identificam as sociedades africanas e permitem
uma reflexão sobre a importância dessa matriz para o desenvolvimento da
sociedade brasileira. É um espaço de coleta,
preservação e divulgação de acervo referente às culturas africanas e
afro-brasileiras, com o objetivo de estreitar relações com a África e
compreender a importância deste continente na formação da cultura brasileira
incentivando, por outro lado, contatos com a comunidade local.
Outro museu
de grande importância é o Museu de
Arqueologia e Etnologia da Universidade Federal da Bahia MAE/UFBA que se
encontra implantado num sítio arqueológico colonial, nas antigas dependências
do Colégio dos Jesuítas, edificado no século XVIII, e que abrigou também O
Colégio Médico Cirúrgico que daria origem à primeira Escola de Ensino Superior
de Medicina no Brasil, em 1808. Criado
em 1983, à base de coleções cedidas a UFBA, e daquelas resultantes de pesquisas
arqueológicas. O museu guarda valioso patrimônio em busca de preservar e
reconstituir a memória e identidade do povo brasileiro através de suas
exposições de acervos arqueológicos e etnográficos representativos do passado
pré-colonial, colonial e contemporaneidade de povos indígenas que contribuíram
para a formação da diversidade de povos e identidades brasileiras. Arqueológico do MAE/UFBA é composto por
coleções formadas, na primeira metade deste século e doadas a UFBA, pelo
professor Carlos Ott e pelo médico baiano Vital Rego, por aquelas resultantes das
pesquisas empreendidas, no final dos anos cinquenta e ao longo das décadas de
sessenta e setenta. O acervo Etnológico é formado fundamentalmente pela coleção
Pedro Agostinho, coletada e documentada por esse antropólogo durante suas pesquisas
de campo com grupos indígenas do alto Xingu, na década de sessenta.
Chegando
ao corredor da Vitória vamos encontrar o Museu
Carlos Costa Pinto - Inaugurado
em 5 de novembro de 1969, tem origem na coleção particular do comerciante e
exportador de açúcar Carlos Costa Pinto (1885 - 1946), reunida ao longo de 30
anos. Instalado no casarão em estilo colonial americano, inicialmente à
residência da família, a casa nunca foi habitada e uma série de adaptações para
comportar a sua nova função foi feita ao longo de sua existência.
Doado pela viúva
Margarida de Carvalho Costa Pinto, o acervo do museu possui um acervo de 3.175
obras de artes decorativas dos séculos XVII ao XX divididos em 12 coleções:
Cristal, Desenho, Diversos, Escultura, Gravura, Imaginária, Mobiliário, Ordens
Honoríficas, Ourivesaria, Pintura, Porcelana e Prataria. Um dos destaques do
Museu é a coleção de pratarias (religiosa, civil e regional), uma das maiores
do Brasil, exposta de acordo com a função dos objetos. As joias constituem
outro ponto alto da coleção do Museu.
Outro museu que se
destaca no corredor da Vitória é o Museu
de Arte da Bahia fundado em 1918. O novo e imponente prédio, conhecido como
“Palácio da Vitória”, foi enriquecido com vários elementos arquitetônicos,
oriundos de demolição de outros solares, a exemplo da magnífica portada
seiscentista com moldura em arenito, formando desenho de tranças e frontão com
volutas, datado de 1674. A sua porta monumental, em vinhático e jacarandá, é
toda ela entalhada com vários painéis retangulares com expressivos mascarões em
baixo relevo. O acervo do Museu de Arte da Bahia é formado de várias coleções
particulares constituídas à partir da 2ª metade do séc. XIX e progressivamente
adquiridas pelo Estado, possui ainda no
seu acervo, uma série de cerca de 200 desenhos de Carybé, datados de 1950,
gravuras de renomados artistas brasileiros, e estrangeiros, além de fotografais
antigas e importantes documentos históricos.
Na Graça encontra-se o
Palacete das Artes/Museu Rodin Bahia constitui-se
de um prédio antigo e um anexo moderno. O projeto de arquitetura do Rodin
Bahia, de autoria dos arquitetos Marcelo Ferraz e Francisco Fanucci, promove um
diálogo entre o secular e o contemporâneo, buscando uma relação de equilíbrio
entre eles na configuração dos três grandes ambientes: o palacete, o edifício
anexo e o parque das esculturas. A parte antiga, o casarão propriamente dito, é
uma construção de 1912, realizada para moradia de um rico empresário local,
Bernardo Martins Catharino, com seus múltiplos espaços distribuídos pelos três
pavimentos. O projeto é do arquiteto
Baptista Rossi, de origem italiana. Foi construído no
estilo eclético, com elementos decorativos em art nouveau. Para sua
construção foram importados materiais, operários e artistas europeus. Em 2006
foi feito, pelo governo da Bahia, o restauro do imóvel antigo e construído um
anexo, com projeto do renomado arquiteto Marcelo Ferraz, ao seu fundo, para
sediar exposições diversas. O prédio histórico foi destinado a
abrigar esculturas do artista francês, Auguste Rodin, com peças em gesso, e nos
jardins externos, em bronze, autenticadas, feitas em Paris.
O
Anexo ligado ao Palacete por uma passarela de concreto faz a ponte do passado
com o presente. No espaço serão exibidas mostras de artistas contemporâneos.
O Museu Geológico da Bahia (MGB) é um
centro de pesquisa e difusão do patrimônio geológico da Bahia. Com mais de 10
mil amostras de rochas, minerais e fósseis, o museu proporciona aos seus
visitantes uma viagem no tempo geológico por meio de cada um dos seus salões:
Sistema Solar e Meteoritos, Minerais, Rochas, Recursos Minerais, Garimpo,
Minerais Radioativos, Energia dos Cristais, Petróleo, Gemas, Coleção Otto
Billian, Paleontologia e Rochas Ornamentais.
O MGB é parceiro da
Petrobras, das Indústrias Nucleares do Brasil, do Grupo de Estudos de
Paleovertebrados, da Sala de Arte e das prefeituras do Estado da Bahia e
trabalha com projetos de cunho científico, educativo e cultural:
Na Praça Rodrigues
Lima encontra-se a Igreja de Nossa
Senhora da Vitória é a segunda Igreja mais antiga do país, foi construída
no século 16, em época incerta. Existem historiadores que acreditam que ela já
existia antes da fundação de Salvador, em 1549, podendo inclusive ter sido a
primeira da Cidade.
O templo atual foi
edificado provavelmente logo após a reconquista da Cidade, em 1625, invadida
pelos holandeses.
Em 1808, ela foi
reformada pela Companhia do Santíssimo Sacramento, com recursos doados por
vários benfeitores e pelo Príncipe Regente Dom João, que chegara de Lisboa. Sua
fachada, voltada para a Baía de Todos os Santos, foi mudada para o sentido
oposto e atual, de frente para o Largo da Vitória.
Nova reforma ocorreu
em 1910, com alteração da fachada.
A Igreja abriga
notáveis obras de arte de Joaquim Pereira de Matos Roseira (1789-1885).
Do
século XVII vieram os registros beneditinos com igrejas de grande porte e
riqueza. Adornos em madeira, folheados a ouro e pinturas ao teto finalizam
estas construções com um toque do Barroco. Os espaços que melhor caracterizam
esse período são A Catedral Basílica e a Igreja e Convento do São
Francisco.
A
Catedral Basílica está instalada no
mais grandioso templo construído pelos jesuítas no Brasil. A pedra fundamental
foi colocada em 1656 e a igreja foi oficialmente inaugurada em 1672. Com a
expulsão dos jesuítas do Brasil, em 1759, o templo ficou desocupado e em 1765,
o rei de Portugal, ofereceu o templo jesuíta ao Arcebispo da Bahia para
celebrarem os ofícios divinos até que a Sé Primacial do Brasil, situada na
Praça da Sé, Centro Histórico de Salvador, que apresentava problemas
estruturais, fosse restaurada.
Seu
acervo de arte sacra é um dos mais valioso do Brasil. Os dois primeiros altares
foram construídos em estilo renascentista maneirista, de 1650. O altar-mor é de
1670. No total, são 13 altares.
O
projeto arquitetônico é do irmão Francisco Dias, que chegou em Salvador em
1577. A fachada é toda em pedras de lioz, importadas de Portugal e abrigam
peças do mobiliário do século XVI.
Nos
nichos sobre as portas estão as imagens de três santos jesuítas: Santo Inácio
de Loyola, São Francisco Xavier e S. Francisco de Borja.
Um
dos pátios do antigo colégio foi destruído pelo fogo em 1801. Em 1808, foi
instalado o Real Hospital na ala que restara. Novo incêndio, em 1905, consome o
edifício que é reerguido em estilo eclético para abrigar a Faculdade de
Medicina da Bahia, a primeira do país fundada em 1808 e aí instalada desde
1833.
A Igreja e Convento
do São Francisco uma das mais ricas e espetaculares igrejas do Brasil,
possui o interior todo recoberta em ouro, uma das mais singulares e ricas
expressões do Barroco brasileiro. O edifício foi construído em pedra calcária
nas partes aparentes, e arenito nas partes rebocadas. Todas as superfícies do
interior - paredes, colunas, teto, capelas - são revestidas de intrincados
entalhes e douraduras, com florões, frisos, arcos, volutas e inúmeras figuras
de anjos e pássaros espalhados em vários pontos.
A igreja da Venerável Ordem 3ª de São Domingos Gusmão teve sua construção iniciada em 1731.
Tem fachada em estilo rococó. Seu interior possui
talha neoclássica, que substituiu a primitiva talha barroca.
Sofreu reforma de 1873 a 1888, quando foi aberto
uma claraboia no altar-mor e as talhas douradas do teto foram sacrificadas.
Possui valioso acervo artístico de artistas baianos
e mobiliário em jacarandá. O teto ilusionista da nave é obra do mestre José
Joaquim da Rocha.
A Igreja de São Pedro dos Clérigos está
localizada no Terreiro de Jesus, no Centro Histórico de Salvador, o templo foi
edificado no século XVIII. A licença de construção foi concedida em 1709 pelo
arcebispo dom Sebastião Monteiro da Vida para os integrantes da Irmandade de
São Pedro dos Clérigos. Construída em alvenaria de pedra e tijolos, apresenta
planta típica das igrejas baianas do começo do século XVIII, com corredores
laterais superpostos por tribunas. A fachada principal é em estilo rococó,
muito embora tenha sido edificada no século XIX, após o auge desse estilo
artístico. O interior apresenta uma decoração de transição entre o rococó e o neoclássico,
fato comprovado pelo arco cruzeiro e teto que são rococós enquanto os altares
já são neoclássicos.
A
Barra é um dos bairros mais tradicionais de Salvador, capital da Bahia,
localizado na parte sul da cidade; pertence a Região Administrativa VI, de
mesmo nome . Possui uma localização geográfica única no mundo, onde é possível
ver tanto o nascer quanto o pôr do sol
no mar, pois ocupa o vértice da península em que está a cidade, preserva em sua paisagem um acervo histórico
e arquitetônico valioso para o Brasil, sendo o Farol da barra seu ícone mais
famoso, ao lado dos Fortes de Santa Maria e São Diogo.
Protegido
pelo morro de Santo Antônio, do lado direito da praia do porto da Barra, junto
à Santa Casa de Misericórdia, o Forte de
São Diogo visava impedir, com o apoio do Forte de Santa Maria, o
desembarque de qualquer inimigo naquele acesso ao Sul de Salvador, na Cidade
Baixa.
A
sua construção remonta ao Governo Geral de D. Diogo de Meneses Siqueira
(1609-1613). No contexto das Invasões holandesas do Brasil foi reconstruído a
partir de 1626, durante o Governo Geral de Diogo Luís de Oliveira (1626-1635),
resistindo, ainda em obras, ao ataque de abril-maio de 1638 do Conde Maurício
de Nassau (1604-1679).
Foi
inaugurado em setembro de 1722, quando passou a contar com uma bateria de sete
peças de artilharia.
Passou por novas reformas, nas canhoneiras e parapeitos, em 1875, 1883 e 1886. Em 1885, mantinha quatro peças de artilharia nas muralhas abandonadas.
Passou por novas reformas, nas canhoneiras e parapeitos, em 1875, 1883 e 1886. Em 1885, mantinha quatro peças de artilharia nas muralhas abandonadas.
Atualmente,
o Forte de São Diogo encontra-se restaurado e aberto ao público, convertido em
Centro Cultural, com programação regular de eventos. A sua guarnição
apresenta-se trajada com o uniforme histórico do 1º Regimento de Infantaria da
Bahia, dentro do projeto de revitalização das Fortalezas Históricas de
Salvador, da Secretaria de Cultura e Turismo em parceria com o Exército
Brasileiro.
O Forte de Santo Antônio da Barra teve
sua construção iniciada em 1534, foi concluída a edificação da durante o
governo de D. Francisco de Souza (1591-1602), numa colina situada na Ponta do
Padrão, construída em pedra e cal. No mesmo local, em 1534, tinham sido
levantadas fortificações rudimentares, melhoradas durante o governo de Manuel
Teles Barreto (1583-1587).
A
Fortaleza tinha a forma de um hexágono irregular e estava construída em
alvenaria, com 4 ângulos reentrantes e 6 salientes, tendo como finalidade a
defesa da barra. O seu armamento era constituído por 8 peças de bronze. Foi
ocupada em 1624 pelos Holandeses. Contudo, foi reconstruído e melhorado durante
o governo de D. João de Lencastre (1694-1702 ).
Posteriormente,
em 1875, a Fortaleza foi reparada. Em 1839, recebeu o chamado Farol da Barra,
em substituição de outro mais antigo, de bronze, que aí existia. Instalado
sobre uma torre de alvenaria a 37 metros acima do nível do mar, o Farol do
Forte de Santo Antônio da Barra foi o primeiro farol de todo o continente
americano. Atualmente abriga o Museu Hidrográfico de Salvador.
Na
transição entre os séculos XVII e XVIII, o Forte de Santo Antônio da Barra
recebeu a forma irregular de estrela, com quatro faces reentrantes e seis
salientes. Era a nova linha de arquitetura militar portuguesa. Outras
modificações no ano de 1937, quando foi concluído o serviço de eletrificação do
Farol, sendo retirada a instalação incandescente a querosene. Hoje o alcance
luminoso é de 70 Km para a luz branca, e 63 Km para a luz encarnada. Mais
recentemente, uma reforma do Forte permitiu a criação do Museu Náutico da Bahia
e também de um café.
A
Igreja de Santo Antônio da Barra
está situada no alto de uma colina, de onde se domina a barra e extensa área da
Baía de Todos os Santos. A igreja é de nave única com um pseudo corredor do
lado esquerdo superposto por tribunas. A fachada apresenta alto frontão
triangular e duas torres terminadas em pirâmide, revestidas de azulejos. Nas
paredes laterais da nave, pendem seis quadros a óleo alusivos à vida de Santo
Antônio. A pintura do teto (1884), de autor desconhecido, refere-se à
glorificação do santo. Na sala dos milagres encontra-se ex-votos populares.
Dentre a imaginária, destaca-se Santo Antônio em tamanho natural com faixa de
oficial do exército. Esta igreja, embora modificada, representa um interessante
testemunho da evolução das igrejas baianas em direção à planta de corredores
laterais superpostos por tribunas. Sua planta e fachada se assemelham muito à
primitiva igreja de São Bento do Rio, de nave única, embora o corredor lateral
ainda não esteja perfeitamente definido como em São Bento. A igreja conserva
alguns elementos arcaicos, como o acesso ao 1º andar, pelo exterior, e a
capela-mor recoberta por abóbada de berço. Sua fachada terminada por frontão
clássico flanqueado por torres recobertas por pirâmides azulejadas.
No século passado, rompendo com o modelo de
arquitetura antiga - marcante em toda a história da cidade, surge um novo
traçado arquitetônico com largas avenidas e vales que incorporam prédios
pós-modernos de formas não regulares, nos quais o vidro e o concreto são
predominantes e contrastam com cores fortes. São exemplos da recente Salvador o
prédio da Casa do Comércio, o Centro de Convenções, o Teatro Castro Alves (TCA) é o maior e mais importante
centro artístico de Salvador, o Teatro Vila Velha possui o projeto
arquitetônico de Sílvio Robato, que transformou um galpão em teatro,
adequando-o ao espaço cedido pelo governo do Estado no Passeio Público, era a
concretização do sonho daqueles jovens: o primeiro teatro independente da Bahia e os grandes shoppings centers.
Referências
COSTA,
Cristina. Questões de Arte: O belo, a
percepção estética e o fazer artístico. 1ª ed. São Paulo. Moderna. 2004.
http://www.sicm.ba.gov.br/Pagina.aspx?pagina=mgb
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