As manifestações artísticas mais antigas
estão relacionadas com os primeiros restos do Homo sapiens e remontam à época do Paleolítico.
O que
é a arte rupestre
Em linhas gerais, a denominação Arte
Rupestre (do latim rupes, rochedo) define qualquer conjunto de elementos
gráficos pintados ou gravados sobre suportes rochosos fixos – em geral abrigos,
grutas, lajedos, paredões e afloramentos – deixados por populações pretéritas
(do passado), constituídas de grupos de caçadores – coletores, horticultores,
agricultores ou pastores. Considera-se que as representações gráficas rupestres
constituem uma utilização particular do ambiente por parte de um indivíduo ou
grupo, já que elas expressam diferentes aspectos das representações mentais de
certas sociedades do passado. Assim sendo, os grafismos (conjuntos de signos
visuais) testemunham sobre um modo singular de perceber e apreender a natureza,
o território e os próprios grupos humanos. Embora não se possa conhecer o
verdadeiro conteúdo significativo desses signos, nem sequer as motivações ou
circunstâncias reais em que eles foram realizados, o fato de serem expostos ao
olhar e de terem a condição de permanentes, leva a pensar que se trata de um
tipo de expressão gráfica de idéias que deveriam ser transmitidas e
interpretadas por alguns grupos ou por alguns indivíduos. Neste sentido, a arte
rupestre apresenta a intencionalidade como traço diferenciador, em relação aos
outros vestígios arqueológicos. Fica claro o propósito deliberado de deixar
mensagens, por parte de um indivíduo ou grupo, para que outros as pudessem
decodificar.
Através dessa ótica, a arte rupestre passa
a ser analisada como se fosse uma gramática, composta por imagens, cuja sintaxe
deve ser descoberta pelo pesquisador. Paradoxalmente, o fato de poder ler essa
linguagem não implica que possa ser compreendido o conteúdo significativo do
que está representado. Este significado desapareceu com os próprios grupos que
o produziu, ficando perdido para sempre. Porém, existe um outro tipo de leitura
que considera a relação estruturante das representações: a articulação de cada
elemento pintado com os demais na constituição de composições gráficas.
Período
Paleolítico Inferior
Aproximadamente 5.000.000 a 25.000 a. C.;
Os primeiros artistas da humanidade foram
os homens da Pré-história. Eles viviam em pequenos grupos e eram nômades,
não tinham lugar fixo para habitar. Alimentava-se da caça, pesca e da colheita
de frutos.
Dois fatos foram muito importantes nesse
período: o homem aprendeu a fazer fogo, com o qual se aquecia e afugentava os
animais, e a utilizar pedras lascadas, com as quais confeccionavam instrumentos
para caçar, guerrear e realizar entalhes nas paredes e usavam tintas tiradas de
plantas e o vermelho do sangue de animais.
A primeira característica é o pragmatismo, ou seja, a arte
produzida possuía uma utilidade, material, cotidiana ou mágico-religiosa. Os primeiros
objetos feitos pelo homem foram de rochas quebradas. Presos ou não há um galho
de árvore, os pedaços de pedra lascada, madeira e ossos: facas e machados,
ferramentas, armas eram escolhidos para caçar, bater, matar.
Características
gerais:
- O homem vai descobrindo meios de dominar a natureza.
- Vive em pequenos grupos nômades e se abriga em cavernas.
- Desenvolve a linguagem para se comunicar.
- Fabrica utensílios de pedra, osso, madeira. Aparecem machados, martelos, lâminas cortantes e arpões feitos de pedra lascada.
- Fabrica anzóis e agulhas de osso, arco e flecha de madeira.
- Caça, pesca e colhe frutas e raízes como meio de vida.
Período
Paleolítico Superior
Há mais de 40.000 anos o homem
pré-histórico, apoiou sua mão sobre a rocha, soprando sobre ela um pó colorido.
Na parede ficou uma mão em negativo. Ele acabava de criar uma imagem. (Caverna
de Pech- Merle).
Faz frio, o homem encosta-se na parede fria
e úmida e se afasta incomodado. Curioso examina aquele canto de parede com a
mão sobre a argila molhada, percebendo que suas unhas deixam leves traços na
superfície mole. Traça um sulco com os dedos, e como gosta da experiência,
continua marcando a parede da caverna com um emaranhado de linhas sinuosas e
displicentes. Assim estava nascendo a arte.
A principal característica dos desenhos da
Idade da Pedra Lascada, nome pelo qual também é conhecido Paleolítico Superior,
é o naturalismo. O artista pintava o animal do modo como o
via, reproduzindo a natureza tal qual seus olhos a captavam. Observando essas
pinturas, nota-se a presença de animais de grande porte: alguns talvez temidos,
mas que eram caçados pelo ser humano, como bisões; outros que provavelmente não
representavam ameaça alguma, como renas e cavalos.
As amostras mais remotas de pintura
correspondem ao Paleolítico superior. Graças ao uso de pigmentos minerais,
aparece a policromia; as cores mais
utilizadas são o preto, o vermelho, o ocre e o amarelo. O ponto culminante
dessa pintura é atingido em torno de 15.000 anos a.C. em Altamira (Espanha) e
em Lascaux (França). São
representados especialmente grandes animais, como bisões.
No Paleolítico o homem tinha por dever a
caça. O feiticeiro (artista) desenhava nas paredes das cavernas os animais que
seriam abatidos.
São inacreditáveis as perguntas sobre os
motivos que levaram o homem a fazer essas pinturas. Atualmente, a explicação
mais aceita é que essa arte era realizada por caçadores, e fazia
parte de um processo de magia por meio do qual procurava-se interferir na
captura de animais. Ou seja, o pintor-caçador do Paleolítico supunha
ter poder sobre o animal verdadeiro desde que o representasse ferido mortalmente
num desenho. Assim, para ele, os desenhos não eram representações de seres, mas
os próprios seres.
A principal característica dos desenhos da
Idade da Pedra Lascada é o naturalismo.
Características
da pintura:
ð Raridade da figura
humana
ð Ausência de claro
escuro
ð Animais em movimento
ð Desenhos marcados
com incisões fortes
ð Contornos bem
definidos em preto
ð Ausência de
perspectiva
Características
gerais:
- Inicia a arte (pinturas) nas cavernas: figuras de animais.
- Usa o fogo para cozimento de alimentos e defesa contra animais.
- Divisão do trabalho por sexo dentro das comunidades.
- São famosas as pinturas rupestres nas cavernas de Altamira (Espanha) e Lascaux (França).
- Acredita na magia e tem sentimento religioso: enterrava os mortos e protegia os túmulos com pedras. A arte nas cavernas tinha um sentido de magia.
- Fabrica instrumentos de marfim, ossos, madeira e pedra: machado, arco e flecha, lançador de dardos, anzol e linha.
Escultura
Paleolítica
Da escultura paleolítica são famosas as estatuetas femininas de pequenas
dimensões designadas genericamente por vênus. Identificadas como possíveis
ídolos para o culto da fertilidade e sexualidade estas figuras
apresentam características semelhantes entre si; são representadas nuas, de pé
e revelam os elementos mais representativos do corpo feminino em linhas
exacerbadas. O exagero destes elementos traduz-se num peito, ventre e ancas
voluminosos em oposição a braços e pernas delicados e cabeça pequena. A face,
tratada com linhas simples reduzidas ao essencial, onde não é possível reconhecer
traços individuais, transforma-se, com o tempo, num elemento cada vez mais
estilizado e simbólico, assim como todo o corpo da figura.
Período
Neolítico
As mudanças climáticas favoreceram o
agrupamento dos homens primitivos ao longo dos rios e, dessa experiência,
fizeram a maior descoberta de todos os tempos:viver e construir juntos é melhor
e mais seguro do que isolados. Dessa maneira, o homem se organizou em tribos e
aprendeu a plantar , a colher e também a criar animais, não precisando mais mudar-se
de um lugar para outro quando o alimento se tornasse escasso. Esse momento foi
denominado Neolítico.
No Neolítico, último período da
Pré-História, iniciou-se o desenvolvimento da agricultura e a domesticação de
animais. Os grupos humanos, que tinham vida nômade, isto é, sem habitação fixa,
não precisaram mais mudar-se constantemente em busca de alimento e puderam se
fixar.
Essa mudança para a vida mais estável foi
decisiva para as sociedades atuais e também teve reflexos na expressão
artística: o artista do Neolítico passou a retratar a
figura humana em suas atividades cotidianas. Como precisavam
representar muitas pessoas em movimento, essas figuras não poderiam ser feitas
em tamanho natural; por esse motivo, elas foram reduzidas em sua dimensão,
simplificadas e trabalhadas com pouca cor, dando origem a formas estilizadas ou
geometrizadas. Assim, podemos dizer que o estilo de arte do Neolítico era
geometrizante ou simplificador.
O ser humano do Neolítico desenvolveu
técnicas como a tecelagem, a cerâmica e a construção de moradias. Além disso,
como já produzia fogo, começou a trabalhar na fundição de metais. Assim, suas
atividades começaram a se modificar e as pinturas rupestres registraram essas
transformações.
Características
gerais:
·
Instrumentos de pedra polida, enxada e tear;
·
Pinturas
de cadáveres e cenas de caça.
·
Início do cultivo dos campos;
·
Artesanato: cerâmica e tecidos;
·
Construção de pedra; e
·
Primeiros arquitetos do mundo.
Para a pintura dos painéis de arte rupestre
eram utilizados dedos, pincéis feitos com madeira, chumaços de pêlo ou penas e
gravetos. A tinta era feita
basicamente de produtos de origem mineral (óxido de ferro, manganês, cobre ou
argilas), sendo a água o veículo para sua aplicação. As cores mais comuns são
por ordem de freqüência, vermelho, amarelo, preto e branco. As pinturas podem
ser monocromáticas (uma cor), bicromáticas (duas cores) ou policromáticas (três
ou mais cores). Os motivos dividem-se, conforme o que representam, em
geométricos e figurativos (humanos, animais e plantas).
Por sua vez, as gravuras eram feitas a
partir de desenhos efetuados nas rochas, com o uso de técnicas como:
picoteamento (a partir de batidas na rocha); uma incisão fina ou filiforme
(sulcos finos, resultados da fricção única de um instrumento sobre o suporte
rochoso); polimento e raspagem (fricções repetidas de um instrumento sobre o
painel). Essas técnicas produzem sulcos em forma de ”U” e de “V”.
Associada às formas que as figuras pintadas
ou gravadas adquirem (os motivos representados), a técnica de confecção é um
importante elemento para o estudo da arte rupestre.
Esculturas
A escultura foi responsável pela elaboração
tanto de objetos religiosos quanto de utensílios domésticos, onde encontramos a
temática predominante em toda a arte do período, animais e figuras humanas,
principalmente figuras femininas, conhecidas como Vênus, caracterizadas pelos
grandes seios e ancas largas, são associadas ao culto da fertilidade.
Entre as mais famosas estão a Vênus de
Lespugne, encontrada na França, e a Vênus de Willendorf encontrada na Áustria
foram criadas principalmente em pedras calcárias, utilizando-se ferramentas de
pedra pontiaguda.
Os artistas faziam também esculturas em
pedra e metal, que mostram seu empenho na criação de objetos e na representação
da figura humana. Há esculturas em bronze nas quais já é possível observar não
só a postura elegante da figura humana como também detalhes do rosto e das
vestes.
Uma das primeiras representações humanas em
escultura é a figura de mulher chamada a Vênus de Willendorf. Altura:11 cm.
Os escultores pré-históricos produziram
suas peças em metal por meio de dois métodos: o de forma de barro e o da cera perdida. No método da forma de barro o escultor fazia a forma
e despejava nela o metal derretido em fornos. Então, esperava o metal esfriar,
quebrava a forma e obtinha a escultura. Na técnica da cera perdida, o escultor
fazia um modelo em cera e o revestia com barro, deixando nele um orifício.
Depois, aquecia o barro. Com o calor do barro, a cera derretia e escorria pelo
orifício. Assim, ele obtinha um modelo oco e o preenchia com metal fundido.
Quando o metal esfriava, ele quebrava o molde de barro e obtinha uma escultura
igual à que havia modelado na cera. A
partir do uso dos metais, surgiram também esculturas masculinas, simbolizando
guerreiros.
Arquitetura
No período Neolítico, o aparecimento da
agricultura e o conseqüente sedentarismo do ser humano favoreceram o surgimento
da arquitetura denominada megalítica, por causa do uso de grandes blocos de
pedra.
Os primeiros homo sapiens eram nômades e refugiavam-se nos lugares que a
natureza lhes oferecia, podendo ser em aberturas nas rochas, cavernas, grutas
ao pé de montanhas ou até no alto delas.
Não se pode falar de uma arquitetura pré-histórica no sentido artístico,
apesar de seu caráter funcional. Mais tarde eles começariam a construir abrigos
com as peles dos animais que caçavam ou com as fibras vegetais das árvores das
imediações, que aprenderam a tecer, ou então combinando ambos os materiais.
Durante o período neolítico essa situação
sofreu mudanças, desenvolveram-se as primeiras formas de arquitetura e
conseqüentemente o grupo humano passou a se fixar por mais tempo em uma mesma
região, mas ainda utilizava-se de abrigos naturais ou fabricados com fibras
vegetais ao mesmo tempo em que passaram a construir monumentos de pedras
colossais, que serviam de câmaras mortuárias ou templos. Raras as construções
serviam de habitação.
Esses monumentos de pedra
foram denominados “megalíticos” e
podem ser classificados de: nuragues (feitos de pedras justapostas sem argamassa) e os dolmens (duas grandes pedras fincadas
no chão).
Câmara: Geralmente de forma
trapezoidal ou circular. Era constituída grandes pedras em posição vertical em
número variável entre seis e nove, cobertos por uma laje horizontal, designada de chapéu, mesa ou tampa. Existem câmaras que chegam
a ter a altura de seis metros.
Corredor (não é obrigatória a sua existência)
O corredor ou galeria de acesso à câmara pode ter
variadíssimos tamanhos e é formado por diversos esteios verticais, normalmente
coberto por lajes designadas por tampas. Alguns corredores apresentam um
pequeno átrio
(pátio) no lado oposto à câmara. Conhecem-se em Portugal
antas com corredor de dezesseis metros de comprimento.
Menires, que são grandes
pedras cravadas no chão de forma vertical; e os Cromiech, que são menires e
dolmens organizados em círculo, sendo o mais famoso o de Stonehenge, na
Inglaterra.
Também
encontramos importantes monumentos megalíticos na Ilha de malta e Carnac na
França, todos eles com funções ritualísticas.
Essas pedras pesavam mais de três
toneladas, fato que requeria o trabalho de muitos homens e o conhecimento da
alavanca.
Estudos revelam
que alguns desses templos reproduzem maps celestes e relógios de sol, cujas
representações são tão precisas como as de um computador.
Excluída a tentativa de decifrar o
significado, as representações rupestres podem ser estudadas como uma
gramática. Ou seja, pode-se saber como se escrevia, mas não se pode saber o que
está escrito. A análise ocorre, então, pela identificação das características
físicas, concretas, objetivas, que partem dos aspectos gerais como ambiente
natural de inserção do sítio, topografia, atuação do intemperismo, tipo de
suporte rochoso, morfologia do espaço habitável e do “grafitável”, tecnologia
dos grafismos (pintura, gravura e auto-relevo); classes de motivos segundo os
elementos representados (figuras humanas ou antropomorfas, animais ou zoomorfas
e geométricas); grau de identificação com os modelos reais (naturalísticos ou
estilizados); posicionamento dos elementos presentes nos painéis, proporções,
associações, repetições e superposições.
• Localização: corresponde ao lugar geográfico onde se encontra o
sítio. Por exemplo, fundo de vale, cume de serra, beira mar, margem
de rio e outros. Também pode ser incluída, aqui, a orientação com relação aos
pontos cardeais, exposição aos ventos, chuvas, radiação solar, etc.
• Tipo
de suporte: refere-se às características do sítio. Deve-se reconhecer: a)
natureza da rocha (arenítica, calcária, metarenítica, etc); b) a morfologia do
sítio (abrigo, gruta, caverna, boqueirão, paredão, afloramento isolado, lajedo,
etc).
• Tecnologia
dos grafismos: classificados em pinturas e gravuras. Nas pinturas
observa-se como foram aplicados os pigmentos na superfície da rocha. Nas
gravuras, como foram feitas as incisões (sulcos) no suporte rochoso.
• Classificação
dos grafismos: a) segundo os motivos antropomorfos (humanos), zoomorfos
(animais) ou geométricos (círculos, linhas, etc); b) segundo o grau de
identificação com os modelos reais, se naturalísticos ou estilizados.
•
Posição dos motivos nos painéis: classificação feita segundo a colocação
dos motivos em relação à altura no suporte rochoso, com referência ao teto ou
as paredes e com a localização próxima a entrada (se for abrigo) ou ao fundo.
• Pelas
suas proporções: mensura-se o tamanho médio de cada motivo, em relação aos
outros, dentro de um mesmo grupo ou cena e dentro do conjunto de motivos do
sítio.
As formas de representação foram
classificadas no Brasil a partir dos motivos. Na Região Nordeste
podem ser encontradas modalidades pictóricas que se estendem por um vasto
território e perduraram muito no tempo, sendo assim denominadas de tradições,
que são:
• Tradição
Nordeste: predominam os motivos antropomorfos isolados ou compondo cenas de
pequenas dimensões e pinturas monocromáticos.
• Tradição
São Francisco: sobressaem os motivos geométricos compondo conjuntos
complexos e pinturas policromáticas.
• Tradição
Agreste: corresponde a motivos antropomorfos esquematizados, toscos e
grandes com desenhos cheios.
• Tradição
Geométrica: predomínio de elementos geométricos isolados
e monocromáticos.
•
Tradição Astronômica:
ainda pouco definida, consistiria em motivos que representariam elementos
cósmicos como sol, estrela, cometa, trajetórias venusianas, lunares, solares e
outras.
Os sítios arqueológicos se degradam ao
longo dos anos em função da ação de agentes destrutivos naturais e agentes
antrópicos.
Dentre os agentes naturais temos os
fatores erosivos que ocorrem em função da ação mecânica dos ventos (eólicos) e
do escorrimento de água nos paredões, originado das chuvas (pluviais). Existe
também o desprendimento de placas dos suportes rochosos em função dói processo
natural de desagregação da rocha. Outros fatores são o crescimento de vegetação
e de liquens na superfície dos painéis, que promovem a degradação da arte
rupestre. Por fim, insetos
como abelhas, vespas e cupins interferem nos painéis, no momento que constroem
suas casas ou eliminam dejetos sobre as pinturas, cobrindo-as e agregando
resíduos que minimizam a leitura e, às vezes, impossibilitam a visualização.
Dentre os agentes antrópicos que ameaçam esse patrimônio
destacam-se a visitação desordenada, a depredação deliberada e a exploração de
jazidas minerais. A visitação nem sempre é realizada ou guiada por
pessoas devidamente informadas, que sejam conhecedoras de princípios básicos de
preservação, resultando na destruição dos sítios de arte rupestre. A depredação
intencional das pinturas e gravuras freqüentemente se dá com pichações, quebra
de painéis e mesmo uso de explosivos em sua demolição, em busca de supostos
tesouros escondidos. A exploração de jazidas minerais para a retirada de
paralelepípedos, meio-fios e outras rochas para uso em construção civil:
mármore e granitos ornamentais e outras, afeta seriamente e até mesmo destrói
os vestígios de arte rupestre de maneira irreversível.
Os agentes naturais jamais poderão ser
controlados de maneira total e, inevitavelmente, o sítio se degradará gradual e
lentamente. Já os agentes destrutivos de caráter antrópico ocorrem de maneira
rápida e avassaladora. Por isso o maior agente para a preservação dos sítios é
a conscientização da sociedade para a sua importância artística e cultural. A
educação das pessoas para a preservação cultural e ambiental é a única forma de
conter as atitudes destruidoras que põem em risco o patrimônio cultural que significa a arte
rupestre para a humanidade.
Alguns sítios arqueológicos de arte
rupestre na Bahia:
• Sítio Serra da Lagoa da Velha, Morro do
Chapéu
• Sítio Pedra da Figura, Utinga
• Sítio Igrejinha, Morro do Chapéu
• Sítio Toca da Tapuia, Morro do Chapéu
• Sítio Boqueirão do Brejo de Dentro, Sento
Sé
• Sítio Lajedo Bordado, Morro do Chapéu
• Complexo Serra das Paridas, Lençóis
• Sítio Serra do Galeão, Santa Brígida
• Sítio Serra Encantada, Santa Brígida
Referências
Texto
produzido em forma de livreto pelo Museu de Arqueologia e Etnologia da
Universidade Federal da Bahia
Proença,
Graça. Descobrindo a História da Arte. 1ª Ed. Ática. São Paulo. 2005.
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