Texto 2: Conhecendo a Música
Música - um
fenômeno social
As práticas
musicais não podem ser dissociadas do contexto cultural. Cada cultura possui
seus próprios tipos de música totalmente diferentes em seus estilos, abordagens
e concepções do que é a música e do papel que ela deve exercer na sociedade.
Entre as diferenças estão: a maior propensão ao humano ou ao sagrado; a música
funcional em oposição à música como arte; a concepção teatral do Concerto contra a participação festiva da música folclórica e muitas outras.
Falar da
música de um ou outro grupo social, de uma região do globo ou de uma época, faz
referência a um tipo específico de música que pode agrupar elementos totalmente
diferentes (música tradicional, erudita, popular ou experimental). Esta
diversidade estabelece um compromisso entre o músico (compositor ou intérprete)
e o público que deve adaptar sua escuta a uma cultura que ele descobre ao mesmo
tempo que percebe a obra musical.
Desde o início
do Século XX, alguns musicólogos estabeleceram
uma "antropologia musical", que tende a provar que, mesmo se alguém
tem um certo prazer ao ouvir uma determinada obra, não pode vivê-la da mesma
forma que os membros das etnias aos
quais elas se destinam. Nos círculos acadêmicos, o termo original para estudos
da música genérica foi "musicologia comparativa", que foi renomeada
em meados do Século XX para Etnomusicologia,
que apresentou-se, ainda assim, como uma definição insatisfatória.
Sabemos que
várias definições podem ser utilizadas para a Música mas é importante que
possamos chegar a um conceito abrangente e complementar que facilite a nossa
compreensão. Talvez dessa forma possamos alcançar tanto o lado
artístico-afetivo quanto o científico dessa atividade tão maravilhosa. Portanto
a Música pode ser considerada como:
• a capacidade de saber expressar sentimentos através de sons
artisticamente combinados.
• como ciência que pertence aos
domínios da acústica, modificando-se esteticamente de cultura para cultura.
Quando se fala em música é preciso levar em conta que sua
conceituação é muito subjetiva e, portanto, tem variado bastante no decorrer
dos tempos. Até tempos atrás a idéia da música estava associada á combinação
ordenada e racional de sons. Contemporaneamente entende-se que é possível fazer
música tanto com sons como com ruídos. Dentro dessa conceituação, a idéia de
música ficou, então, muito mais ampla.
Aceitando o conceito contemporâneo de música, podemos
afirmar que ela sempre existiu eventualmente e autoritariamente na natureza. A
Música é basicamente uma arte-ciência que combina harmoniosamente os sons. O fenômeno
da música tem várias interpretações; desde uma simples percepção até a evocação
de um mundo psicológico, a música pode ser arte, entretenimento ou a expressão
de uma cultura.
A música (do grego μουσική τέχνη - musiké téchne, a arte das musas)
constitui-se basicamente de uma sucessão de sons e silêncio
organizada ao longo do tempo. É considerada por diversos autores como uma prática cultural e humana.
Atualmente não se conhece nenhuma civilização ou agrupamento que não possua
manifestações musicais próprias. Embora nem sempre seja feita com esse
objetivo, a música pode ser considerada como uma forma de arte, considerada por
muitos como sua principal função. Também pode ter diversas outras utilidades,
tais como a militar ou educacional. Além disso, tem presença central em diversas atividades coletivas, como os
rituais religiosos, festas e funerais.
Há evidências
de que a música é conhecida e praticada desde a pré-história.Provavelmente a observação dos sons da natureza tenha
despertado no homem, através do sentido auditivo, a necessidade ou vontade de
uma atividade que se baseasse na organização de sons. Embora nenhum critério
científico permita estabelecer seu desenvolvimento de forma precisa, a história da música confunde-se, com a própria
história do desenvolvimento da inteligência e da cultura humanas.
Definir a
música não é tarefa fácil porque apesar de ser intuitivamente conhecida por
qualquer pessoa, é difícil encontrar um conceito que abarque todos os
significados dessa prática. Mais do que qualquer outra manifestação humana, a
música contém e manipula o som e o organiza no tempo. Talvez por essa razão ela esteja sempre fugindo a
qualquer definição, pois ao buscá-la, a música já se modificou, já evoluiu. E
esse jogo do tempo é simultaneamente físico e emocional. Como "arte do efêmero", a música não pode ser completamente conhecida
e por isso é tão difícil enquadrá-la em um conceito simples.
Um dos poucos
consensos é que ela consiste em uma combinação de sons e silêncios que se desenvolvem ao longo do tempo. Neste sentido engloba toda combinação
de elementos sonoros destinados a serem percebidos pela audição. Isso inclui variações nas características do som (altura, duração, intensidade e timbre) que podem
ocorrer sequencialmente (ritmo e melodia) ou simultaneamente (harmonia). Ritmo, melodia e harmonia são
entendidos aqui apenas em seu sentido de organização temporal, pois a música
pode conter propositalmente harmonias ruidosas (que contém ruídos ou sons
externos ao tradicional) e arritmias (ausência de ritmo formal ou desvios
ritmicos).
E é nesse
ponto que o consenso deixa de existir. As perguntas que decorrem desta simples
constatação, encontram diferentes respostas se encaradas do ponto de vista do
criador (compositor),
do executante (músico),
do historiador,
do filósofo,
do antropólogo,
do linguista ou do amador. E as perguntas são muitas:
- Toda combinação de sons e silêncios é
música?
- Música é arte? Ou de outra
forma, a música é sempre arte?
- A música existe antes de ser ouvida? O que
faz com que a música seja música é algum aspecto objetivo ou ela é uma
construção da consciência e da percepção?
A música eleva
os sentimentos mais profundos do ser humano. Não é necessário gostarmos de
todos os estilos, porém conhecê-los.
Mesmo os
adeptos da música aleatória, responsáveis pela mais recente
desconstrução e reformulação da prática musical, reconhecem que a música se inspira
sempre em uma "matéria sonora", cujos dados perceptíveis podem ser
reagrupados para construir uma "materia musical", que obedece a um
objetivo de representação, próprio do compositor,
mediado pela técnica. Em qualquer forma de percepção, os estímulos, vindos dos órgãos dos sentidos, precisam ser interpretados pela pessoa que os
recebe. Assim também ocorre com a percepção musical, que se dá principalmente pelo sentido da audição. O ouvinte não pode alcançar a totalidade dos objetivos do compositor. Por isso
reinterpreta o "material musical" de acordo com seus próprios
critérios, que envolvem aquilo que ele conhece, suas cultura e seu estado
emocional.
Da diversidade
de interpretações e também das diferentes funções em que a música pode ser
utilizada se conclui que a música não pode ter uma só definição precisa, que
abarque todos os seus usos e gêneros. Todavia, é possível apresentar algumas definições e conceitos que fundamentam
uma "história da música" em perpétua evolução,
tanto no domínio do popular, do tradicional, do folclórico ou
do erudito.
O campo das
definições possíveis é na verdade muito grande. Há definições de vários músicos, bem
como de musicólogos.
Entretanto, quer sejam formuladas por músicos, musicólogos ou outras pessoas,
elas se dividem em duas grandes classes: uma abordagem intrínseca, imanente e
naturalista contra uma outra que a considera antes de tudo uma arte dos sons e
se concentra na sua utilização e percepção.
.
Elementos da Música
A música
quando composta e executada deliberadamente é considerada arte por qualquer das
definições. E como arte, é criação, representação e comunicação. Para obter
essas finalidades, deve obedecer a um método de composição, que pode variar desde o
mais simples (a pura sorte, na música aleatória), até os mais complexos. Pode ser
composta e escrita para permitir a execução idêntica em várias ocasiões, ou ser
improvisada e ter uma existência efêmera. A
música dos pigmeus do Gabão, o Rock and Roll, o Jazz, a música sinfônica, cada composição ou execução obedece a uma estética própria, mas todas cumprem os objetivos artísticos: criar o desconhecido a
partir de elementos conhecidos; manipular e transformar a natureza; moldar o
futuro a partir do presente.
Qualquer que
seja o método e o objetivo estético, o material sonoro a ser usado pela música
é tradicionalmente dividido de acordo com três elementos organizacionais: melodia, harmonia e ritmo.
Entre esses três elementos podemos
afirmar que o ritmo é a base e o
fundamento de toda expressão musical.
Ritmo vem do grego Rhytmos e designa aquilo que flui, que se
move, movimento regulado. O ritmo está inserido em tudo na nossa vida. Nas artes,
como na vida, o ritmo está presente. Vemos isso na música e no poema. Temos a nos reger vários ritmos biológicos que estão
sujeitas a evoluções rítmicas como o dos batimentos cardíacos, da respiração,
do sono e vigília etc. Até no andar temos um ritmo próprio. A harmonia é o conjunto dos grupos de notas
tocadas simultaneamente (acordes), que dão o corpo à música. Segundo
elemento mais importante, é responsável pelo desenvolvimento da arte musical.
Foi da harmonia de vozes humanas que surgiu a música instrumental.
A melodia, por sua vez, é a
seqüência de notas, que tocadas uma após a outra fazem o solo da música. É
a primeira e imediata expressão de capacidades musicais, pois se desenvolve a
partir da língua, da acentuação das palavras, e forma uma sucessão de notas
característica que, por vezes, resulta num padrão rítmico e harmônico
reconhecível.
Na base da
música, dois elementos são fundamentais: O som e o tempo. Tudo na música é
função destes dois elementos.
Parâmetros do som
A Música é feita de sons, tradicionalmente descritos
segundo quatro parâmetros: altura, timbre, intensidade e Ritmo (duração). Eles se combinam para criar outros aspéctos como: estrutura,
textura e estilo, bem como a localização espacial (ou o movimento de sons no
espaço), o gesto e a dança.
Altura: freqüência definida de um som (agudo x grave). É o que
diferencia um som de um ruído. Não confundir com volume (intensidade).
Timbre: qualidade dos sons. Diferencia a mesma altura tocada em
dois instrumentos diferentes. É o que diferencia o som de cada instrumento (a
origem do som).
Intensidade: a força relativa de um som em relação a outros (forte x
fraco).
Ritmo: É a pulsação, a base da construção musical, o que torna a
música dançante ou reflexiva, pesarosa. O Ritmo define a velocidade da música,
se ela é lenta ou acelerada. O ritmo é de tal maneira mais importante que é o
único elemento que pode existir independente dos outros dois: a harmonia e a
melodia. Sem ritmo não há música. Acredita-se inclusive que os movimentos rítmicos
do corpo humano tenham originado a musica.
A Música tem a capacidade de afetar nossas emoções,
intelecto e nossa psicologia. As letras podem aliviar nossa solidão ou
estimular nossas paixões. Desse modo, a Música é uma poderosa forma de arte
cujo apelo estético está altamente relacionado com a cultura a qual é
executada. A estética musical é a qualidade e o estudo da beleza e do prazer da
Música.
Papel da Música na
educação
Ao longo da civilização ocidental, as famílias mais
abastadas tinham freqüentemente a preocupação de que seus filhos fossem
instruídos na música erudita desde cedo. Uma aprendizagem precoce da
interpretação musical abre caminho a estudos mais sérios em idades mais
avançadas. É muito mais difícil aprender a tocar profissionalmente um
instrumento como o violino, por exemplo, se não for desde criança. Mesmo hoje
em dia, muitos pais também querem que seus filhos aprendam música por razões de
status social ou para incutir auto-disciplina e auto-confiança. Atualmente já
existem estudos científicos que comprovam uma melhoria no rendimento acadêmico
das crianças que aprendem música. Muitos profissionais se dedicam à Educação
Musical, que apresenta uma característica de “Sensibilização”, envolvendo as
crianças num intenso processo de escuta musical, criatividade e integração
social.
Fontes: http://portaldoprofessor.mec.gov.br
http://pt.wikipedia.org/wiki/Música
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