"A arte é a contemplação: é o prazer do espírito que penetra a natureza e descobre que ela também tem uma alma. É a missão mais sublime do homem, pois é o exercício do pensamento que busca compreender o universo, e fazer com que os outros o compreendam." (Auguste Rodin)

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

1ª Série - A EVOLUÇÃO DA DANÇA TEATRAL - 3ª Unidade - 2016

O Ballet Clássico foi durante muito tempo a maior expressão artística do movimento corporal nos palcos do mundo com sua estética de elevação, equilíbrio, harmonia, elegância e graça, utilizando passos preexistentes.
Como vimos no texto anterior, a história do ballet começou há 500 anos atrás na Itália. Nessa época os nobres italianos divertiam seus ilustres visitantes com espetáculos de poesia, música, mímica e dança. Esses divertimentos apresentados pelos cortesãos eram famosos por seus ricos trajes e cenários muitas vezes desenhados por artista célebre como Leonardo da Vinci. Os ballets da corte possuíam graciosos movimentos de cabeça, braços e tronco e pequenos e delicados movimentos de pernas e pés, dificultados pelo vestuário feito com material e ornamentos pesados. Era importante que os membros da corte dançassem bem e, por isso, surgiram os professores de dança que viajavam por vários lugares ensinando danças para todas as ocasiões como: casamento, vitórias em guerra, alianças políticas, etc.
Após a chegada na França desse tipo de espetáculo através de Catarina de Médicis a corte francesa passou a se dedicar bastante a eles, tornando os espetáculos cada vez mais elaborados e profissionais. Luiz XIV, rei com 5 anos de idade, amava a dança e tornou-se um grande bailarino: com 12 anos dançou, pela primeira vez, no ballet da corte. A partir daí tomou parte em vários outros espetáculos aparecendo como um deus ou alguma outra figura poderosa. Recebeu o título "REI SOL", por conta de um espetáculo que durou mais de 12 horas. Este rei fundou em 1661, a Academia Real de Ballet e a Academia Real de Música e 8 anos mais tarde, a Escola Nacional de Ballet. A dança se tornou mais que um passatempo da corte, se tornou uma profissão e os espetáculos de ballet foram transferidos dos salões para teatros. Em princípios, todos os bailarinos eram homens, que também faziam os papéis femininos, mas no fim do século XVII, a Escola de Dança passou a formar bailarinas mulheres, que ganharam logo importância, apesar de terem seus movimentos ainda limitados pelos complicados figurinos. Uma das mais famosas bailarinas foi Marie Camargo, que causou sensação por encurtar sua saia, calçar sapatos leves e assim poder saltar e mostrar os passos executados.
Com o desenvolvimento da técnica da dança e dos espetáculos profissionais, houve necessidade do ballet encontrar, por ele próprio, uma forma expressiva, verdadeira, ou seja, dar um significado aos movimentos da dança. Assim no final do século XVIII, um movimento liderado por Noverre, inaugurou o "Ballet de Ação", isto é, a dança passou a ter uma narrativa, que apresentava um enredo e personagens reais, modificando totalmente a forma do Ballet de até então.
No século XIX o Romantismo transformou todas as artes, inclusive o ballet, que inaugurou um novo estilo romântico onde aparecem figuras exóticas e etéreas se contrapondo aos heróis e heroínas, personagens reais apresentados nos ballets anteriores. Esse movimento é inaugurado pela bailarina Marie Taglioni, portadora do tipo físico ideal ao romantismo, para quem foi criado o ballet "La Silfide", que mostra uma grande preocupação com imagens sobrenaturais, sombras, espíritos, bruxas, fadas e mitos misteriosos; este ballet tomava o aspecto de um sonho e encantava a todos, principalmente pela representação da bailarina que se movia no palco com inacreditável agilidade na ponta dos pés, dando a ilusão de que saía do chão. O período Romântico na Dança, após algum tempo, empobreceu-se na Europa, ocasionando o declínio do ballet. Isso, porém, não aconteceu na Rússia, graças ao entusiástico patrocínio do Czar. As companhias do ballet Imperial em Moscou e São Petersburgo (hoje Leningrado) foram reconhecidas por suas grandes produções e muitos bailarinos e coreógrafos franceses foram trabalhar com eles. O francês, Marius Petipa, fez uma viagem à Rússia em 1847, pretendendo dar um passeio rápido, mas também se tornou coreógrafo chefe e ficou lá para sempre. Sob sua influência, o centro mundial da dança transferiu-se de Paris para São Petersburgo. Durante sua estada na Rússia, Petipa coreografou célebres ballets, todos muito longos (alguns tinha 5 ou 6 atos) reveladores dos maiores talentos de uma companhia. Petipa sempre trabalhou junto aos compositores e foi com Tchaikowsky que ele criou três dos mais Importantes ballets do mundo: a "Bela Adormecida", o "Quebra-Nozes" e o "Lago dos Cisnes". O sucesso de Petipa não foi eterno. No final do século XIX ele foi considerado ultrapassado e mais uma vez o ballet entrou em decadência.
Chegara o momento para outra linha revolucionária, desta vez por conta do russo Serge Diaghilev, editor de uma revista de arte que, junto com amigos artistas estava cheio de idéias novas prontas para serem colocadas em prática. São Petersburgo, porém não estava pronta para mudanças e ele se mudou para Paris, onde, após promover os pintores e músicos russos, finalmente em 1909 promoveu o ballet russo. Diaghilev trouxe para a França os melhores bailarinos das Companhias Imperiais, como Anna Pavlova e Nijinsky e alguns ballets de  Mikhail Fokine, a quem a crítica francesa fez os melhores comentários. Para Fokine, a dança deveria ser interpretativa, mostrando o espírito dos atores, em harmonia com a música e as artes plásticas. O mais célebre bailado de Anna Pavlova - A Morte do Cisne - foi criado por ele, além de outros 68 bailados, representados até hoje no mundo inteiro.
Os russos foram convidados a voltar ao seu país em 1911 e Diaghielev formou sua própria Companhia, o "Ballet Russo", começando uma nova era no ballet. Nos dezoito anos seguintes, até a morte de Diaghilev, em 1929, o Ballet Russo encantou platéias na Europa e América, devido à sua popularidade e capacidade do seu criador em descobrir novos talentos.
No momento atual as peças de ballet clássico são cheias de variedades e contrastes. Trabalhos antigos (chamados Ballets de Repertório) se apresentam no mundo inteiro ao lado de outros, como os ballets baseados em romances de Shakespeare e ainda criações recentes assinadas por coreógrafos contemporâneos e dançadas também por bailarinos do nosso tempo. Qual será próximo passo? Na sua longa história, o ballet tomou muitas direções diferentes e, por ser uma arte muita viva, ainda continua em mudança. Mas, apesar das novas danças e das tendências futuras sempre existe e existirá um palco e uma grande platéia para os trabalhos tradicionais e imortais de Ballet Clássico.

BALLET CONTEMPORÂNEO

O Ballet Contemporâneo foi criado no início do século XX e ainda preserva o uso das pontas e gestuais muito próximos do Ballet Clássico. Nesse estilo de dança as coreografias diferem do método clássico por não mais haver uma história que siga uma sequência de fatos lógicos, mas sim aqueles passos tradicionais fortemente misturados com sentimentos. As roupas usadas no Ballet Contemporâneo são, geralmente, collants e malhas, que dão maior liberdade de movimento aos bailarinos. É o estilo que vem antes da Dança Moderna, esta sim, que esquecerá os passos clássicos, dando mais ênfase aos movimentos do corpo.

DANÇA MODERNA

A expressão Dança Moderna se refere às escolas e movimentos da história da dança referentes ao período da modernidade. A Dança Moderna teve raízes e intenções bem distintas. Os bailarinos dançam descalços, trabalham contrações, torções, desencaixe etc, e seus movimentos são mais livres, embora respeitem uma técnica fechada.
A Dança Moderna começou na América no início do século 20 quando os antecessores dos artistas que hoje conhecemos, começaram sua própria rebelião contra a formalidade do balé e da previsibilidade das populares mostras de dança do período. Estes pioneiros procuravam maneiras modernas e pessoais de expressar como se sentiam através da dança. Esta forma de dança vem produzir uma estética de movimentos baseada nas ações cotidianas do homem contemporâneo, considerando seu histórico sociocultural e afetivo. Assim, a Dança Moderna surgiu como uma ruptura nos padrões rigorosos do academicismo do ballet clássico, pesquisando-se novos caminhos pela arte para a expressão humana através do movimento corporal.
Entre os que começaram este movimento estão as americanas: Isadora Duncan e Ruth St Denis; o suíço Emile Jacque Dalcrose e o húngaro Rudolf von Laban.
No início do século XX, Rudolf Von Laban (1879-1958), lança as bases de uma nova dança, elaborando os componentes essenciais do movimento corporal: espaço, tempo, peso e fluência.
Nascida nos Estados Unidos, Isadora Duncan (1878-1927) foi a grande pioneira na dança moderna. Isadora inspirava-se na contemplação da natureza, podendo sentir e transformar-se em elementos desta rica natureza. A música clássica é sua fonte de emoções traduzidas em movimentos corporais. Seus modelos estéticos são os gregos, figuras de vasos e esculturas. Sempre se apresentava de túnica grega, descalça e com sua echarpe inseparável. O plexo solar era sua fonte principal de movimento. Este princípio foi utilizado por muitos pioneiros de escolas de dança moderna, tanto nos Estados Unidos como na Europa. Antes da sua trágica morte, em 1927, estrangulada por sua própria echarpe, presa na roda de seu carro em movimento, escreveu suas memórias, My Life, que narra toda a sua vida intensa.
Martha Graham (1894–1991) Começa como aluna de Dança Moderna, faz carreira solo e cria sua companhia de dança em 1929, com alunos de sua escola. Entre pesquisas e reflexões ela estabelece os fundamentos de sua dança. Rejeita a relação de Isadora Duncan com os ritmos da natureza, afirmando que não quer ser flor, árvore, onda ou nuvem. Sua busca passa a ser expressar a cultura norte americana e a problemática do século XX, no qual a máquina interfere no ritmo do gesto humano e a guerra interfere profundamente nas emoções, desencadeando os instintos. Martha Graham influenciou diretamente nos estudos do coreógrafo Merce Cunningham, que muito contribuiu para o surgimento da dança pós-moderna, influenciando artistas como: Alwin Ailey, Paul Taylor e Twyla Tharp, muito conhecidos no mundo inteiro.
Depois de Martha Graham, também vieram muitos outros nomes que enriqueceram ainda mais o cenário da época (entre eles Doris Humphrey, Lester Horton e José Limon). Suas técnicas se parecem em alguns pontos, mas se diferenciam em muitos outros. Suas escolas continuam a existir muito fortemente nos Estados Unidos, um dos berços da Dança Moderna.
As convulsões sociais e artísticas do final dos anos 1960 e 1970 sinalizaram momentos ainda mais radicais da dança moderna. A Dança moderna atual é muito mais sofisticada, tanto em técnica quanto em tecnologia, sendo bastante procurada e dançada também pelos bailarinos clássicos. Os bailarinos nessas danças são inteiramente compostos de espírito, alma, coração e mente. A preocupação com os problemas sociais e da condição do espírito humano ainda existe, porém as questões são apresentadas com uma teatralidade muito grande que teria chocado muitos dos primeiros bailarinos modernos. Com a Segunda Guerra Mundial chegaram ao Brasil diversos artistas renomados que procuraram escapar deste conflito, trazendo consigo novas idéias no campo estético que contribuiram para a divulgação das propostas modernas de dança no país. Luiz Arrieta, Maria Duschenes, Marika Gidali, Maryla Gremo, Nina Verchinina, Oscar Araiz, Renée Gumiel e Ruth Rachou. A maioria se instalou no eixo Rio - São Paulo, colaborando através de seus ensinamentos para a formação de uma nova geração de dançarinos conectados às propostas da dança moderna.
DANÇA CONTEMPORÂNEA

Dança contemporânea é o nome dado para uma determinada forma de dança do século XX até os dias de hoje. É a dança voltada para o presente-futuro. A dança contemporânea passou a trazer à discussão o papel de outras áreas artísticas na dança, como vídeo, música, fotografia, artes plásticas, performance, cultura digital e softwares específicos, que permitem alterações do que se entende como movimento, tornando movimentos reais em virtuais ou vice-versa. Dessa forma, surgem vertentes como a videodança, tornando mais próximas as relações entre as diferentes áreas da dança e também entre as diversas linguagens artísticas. Segundo Rengel (2006) a dança contemporânea abandona algumas hierarquias, no sentido que um dançarino não é melhor que o outro. É uma dança que pode ser realizada em diversos ambientes e não impõe modelos rígidos aos corpos que dançam. Propõe estímulos aos processos de criação, pesquisa do movimento e suas potencialidades.
A dança contemporânea busca uma ruptura total com a formalidade dos outros estilos de dança, chegando às vezes até mesmo a deixar de lado a estética: o que importa é a transmissão de ideias, conceitos e sentimentos. Solos de improvisação são bastante freqüentes. A dança contemporânea não possui uma técnica única estabelecida, todos os tipos de pessoas podem praticá-la. Esse tipo de dança modificou o espaço, usando não só o palco como local de referência. Sua técnica é tão abrangente que não delimita os utensílios usados nem roupas, músicas, espaço ou movimento. Um olhar contemporâneo entende a Dança como processo de cognição (como pensamento do corpo) e reconhece a Dança como produto e modo de produzir conhecimento ao mesmo tempo. Dessa forma, produzir dança é produzir conhecimento, lembrando que este é um processo que não acontece em corpos separados, individualizados: ele pressupõe o corpo sempre relacionado com um contexto externo a ele mesmo (mundo, outras pessoas, outras linguagens artísticas, etc).


JAZZ DANCE

Como a música que inspirou, o jazz tem as suas raízes na comunidade Africano-Americana dos Estados Unidos. Várias formas de jazz foram realizadas até o final dos anos 1800, e na época da Primeira Guerra Mundial tinha se tornado uma dança bem aceita e bem conhecida.
Este estilo de dança passou a influenciar fortemente a Broadway e, por sua vez, Hollywood e também o balé e a dança moderna.
Normalmente os seus bailarinos fazem aulas de ballet, onde aprendem controle, habilidade, e condições para o seu corpo dançar. Uma vez os bailarinos tendo a disciplina e técnica do balé, podem complementar com o jazz. Se forem qualificados, os bailarinos de jazz podem aparecer em grande demanda nos filmes, produções da Broadway e em todo o mundo, com a possibilidade de trabalhar em uma grande variedade de estilos.
O Jazz é conhecido por ser fortemente imprevisível, graças às suas influências Africanas. As movimentações dos bailarinos de jazz podem ser lentas, graciosas ou eles podem se mover com agilidade e rapidez, executando saltos fantásticos e outras proezas. Como resultado, eles devem ser fisicamente muito flexíveis, e muito preocupados com a música e o ritmo. Esta forma de dança não tem necessariamente de ser realizada com a música jazz, embora muitas vezes seja; com muita criatividade pode-se usar músicas de todos os estilos.
O jazz tem certas características marcantes como o isolamento (utilização de cada parte do corpo separadamente), uma explosão de energia que se irradia dos quadris e um ritmo pulsante que dá o balanço certo e a qualidade do movimento.
As diferentes técnicas de Jazz Dance tem demonstrado que muitos princípios foram herdados do Ballet Clássico e da Dança Moderna, e alguns professores tem divulgado e desenvolvido seus métodos de fundamentação técnica para a formação de bailarinos cada vez mais ecléticos. Atualmente o Jazz tem sido bastante influenciado pelos movimentos do hip hop, street dance e de outros movimentos de danças urbanas.
Poucos sabem qual será o futuro e suas novas influências, mas o que se pode afirmar é que até hoje, o Jazz tem sido uma das formas mais importantes da expressão artística da atualidade.

SAPATEADO

Sem registros históricos que possam precisar datas e locais, sabe-se muito pouco a respeito das origens do sapateado: algumas das suas primeiras manifestações datam de meados do século V. Posteriormente, desenvolveu-se a partir do período da primeira Revolução Industrial. Os operários costumavam usar tamancos (clogs) para isolar a umidade que subia do solo e, nos períodos livres, reuniam-se nas ruas para exibir sua arte: quem fizesse o maior e mais variado número de sons com os pés, de forma mais original, seria o vencedor. Por volta de 1800, sapatos foram adaptados especialmente para esta dança. Os calçados ficaram mais flexíveis, feito de couro, e moedas eram fixadas à sola, para que o som fosse mais limpo. Mais tarde, finas placas de metal (taps) passaram a ser fixadas no lugar das moedas, o que aumentou ainda mais a qualidade do som.
Nos Estados Unidos desenvolveu-se o chamado sapateado americano, introduzido no país por volta da primeira metade do século 19, na fusão que uniu ritmos e danças dos escravos, que já possuiam um estilo de dança próprio baseado nos sons corporais, com os estilos de sapateado praticados pelos imigrantes irlandeses e colonizadores ingleses.
A forma irlandesa do sapateado - também chamada de Irish Tap Dance – concentra o movimento nos pés e o tronco permanece rígido; já os americanos realizam sua Tap Dance esbanjando ritmos sincopados e movimentos com o corpo todo, abrindo a dança para o estilo próprio de cada executor. O sapateado americano acrescentou à forma irlandesa da dança toda a riqueza musical e de movimentos dos ritmos dançados pelos africanos e com isso criou uma modalidade de dança ímpar e que se espalharia, posteriormente, por todo o território dos EUA e, durante o século XX, por diversos outros países.
A partir da década de 30 o sapateado ganhou força e popularidade com os grandes musicais, que contavam com a participação de nomes como Fred Astaire, Gene Kelly e Ginger Rogers. Depois de um período de declínio do final da década de 50 ao inicio dos anos 70, o sapateado americano passou por uma revitalização, impulsionando toda uma nova geração, de onde surgiram nomes como o do grande astro Savion Glover, coreógrafo dos pinguins do filme Happy Feet.
Profissionais de sapateado americano realizam periodicamente workshops e shows internacionais, levando a arte do sapateado para diversos países: além da Irlanda e Estados Unidos, países como França, Austrália, Alemanha, Espanha, Israel e Brasil possuem grupos, coreógrafos e estúdios de sapateado de grande importância. O Brasil, em particular, recebe anualmente diversos profissionais americanos como forma de intercâmbio entre os grandes mestres da tap dance e os diversos núcleos de sapateado existentes por todo o território nacional.

DANÇA FLAMENCA
Dança de origem cigana, o Flamenco é uma forma de expressão artística que reflete a cultura da Andaluzia, que ao longo dos anos se foi definindo e transformando na mais conhecida expressão da cultura espanhola.
As 3 principais ferramentas do flamenco são o canto, a guitarra e a dança.Porém mais importante que a sua história e as suas técnicas, o flamenco é uma atitude, é a manifestação da alma de uma pessoa. Dançar flamenco é colocar para fora sentimentos e emoções trancadas e compartilhá-las através da musica, do canto, do baile e dos sapateados.
Flamenco é antes de tudo emoção, sentimento, expressão interior e prazer! No baile, o movimento dos braços, os círculos com as mãos, a postura com os punhos, a intensa expressão do rosto, a força de marcar o ritmo no chão, a técnica do sapateado, o movimento das saias, a movimentação e a energia transmitida são, sem dúvida, as características mais particulares da dança flamenca. Os pés golpeiam o chão, alternando passos vigorosos e sutis. As palmas marcam o compasso e enchem de vida cada passo. No rosto dos bailarinos percebe-se a dor ou a alegria da guitarra e da voz do "cantor".
O flamenco é uma dança sedutora. Através do Flamenco, ritmo que ganhou maior expressão na Espanha, os ciganos que vieram primeiramente para o Brasil, encantaram nobres e plebeus nas festas do Campo de Sant’Ana e do pátio interno do Paço Imperial, no Centro do Rio de Janeiro, conhecido como Pátio dos Ciganos.
Quem assiste a um baile flamenco, sente que os movimentos dos corpos dos bailarinos comunicam um sentimento forte, fruto de uma revolta e de um grande inconformismo, cheio de altos e baixos emocionais. É mesmo impossível não perceber que nos seus sapateados a dança flamenca marca o compasso do coração humano, que ora salta de alegria e outras horas arde de dor e tristeza. Dança de movimento vibrante, o grande êxtase do Flamenco é mostrar o vigor e a vitalidade dos movimentos de mãos, braços e sapateados que traduzem paixão, alegria, a melancolia transformada em força e o amor pela vida, justificando a resistência a todas as formas de perseguições.


Fontes

BOURCIER, Paul. História da dança no ocidente. São Paulo: Martins Fontes, 1987.
DANCAN, Isadora. Minha vida. São Paulo: Círculo do Livro, —
FARO, Antônio José. Pequena História da Dança. Rio de Janeiro: Zahar, 1986.
LABAN, Rudolf. Dança Educativa Moderna. São Paulo: Ícone. 1990.
MENDES, Míriam Garcia. A Dança. São Paulo: Ática, 1987.
PORTINARI, Maribel. História da dança. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989.

WIKIPÉDIA – Enciclopédia livre

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