"A arte é a contemplação: é o prazer do espírito que penetra a natureza e descobre que ela também tem uma alma. É a missão mais sublime do homem, pois é o exercício do pensamento que busca compreender o universo, e fazer com que os outros o compreendam." (Auguste Rodin)

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

3ª Série - Arte Expressionista - Texto 2 - 4ª Unidade - 2016

A palavra expressionismo pode ser aplicada em qualquer momento da história da arte para designar a obra que abandona as ideias tradicionais e expressa a emoção do artista através de deformações e exageros de forma e cor. O artista expressionista não retrata apenas o que ele vê, retrata também o que ele sente em relação ao fato que está presenciando, podendo para isso até deformar figuras.
A palavra expressionismo também foi utilizada para denominar uma tendência da arte européia moderna que predominou na arte alemã de 1905 a 1930 aproximadamente. Essa tendência pode ser vista como uma reação ao Impressionismo, que apenas se preocupava com as sensações de luz e cor e não com problemas vividos pela sociedade da época. O Expressionismo tinha como objetivo expressar as emoções e angústias do homem do início do século XX.
O Expressionismo é a arte do instinto, trata-se de uma pintura dramática, subjetiva, “expressando” sentimentos humanos. Utilizando cores patéticas, dá forma plástica ao amor, ao ciúme, ao medo, à solidão, à miséria humana, à prostituição. Deforma-se a figura, para ressaltar o sentimento.
Predominância dos valores emocionais sobre os intelectuais.
Principais características:
Ü pesquisa no domínio psicológico;
Ü cores resplandecentes, vibrantes, fundidas ou separadas;
Ü dinamismo improvisado, abrupto, inesperado;
Ü pasta grossa, martelada, áspera;
Ü técnica violenta: o pincel ou espátula vai e vem, fazendo e refazendo, empastando ou provocando explosões;
Ü preferência pelo patético, trágico e sombrio; 

OBSERVAÇÃO: Alguns historiadores determinam para esses pintores o movimento ”Pós Impressionista”. Os pintores não queriam destruir os efeitos impressionistas, mas queriam levá-los mais longe. Os três primeiros pintores abaixo estão incluídos nessa designação.

Principais artistas:

Gauguin (1848 – 1903) ligou-se ao Impressionismo e participou da quinta exposição coletiva desse movimento, em 1884, seus quadros já superaram, em alguns aspectos, a tendência impressionista: a tinta começa a ser usada pura, em áreas de cor bem definidas, os objetos passam a ser coloridos de modo arbitrário e a representação deixa de ser tridimensional.
Na década de 1890, ele viveu no Taiti e produziu uma série de telas que constitui a parte mais conhecida de sua obra. Seus quadros dessa época registram o espaço natural e a vida simples das pessoas livres do peso da civilização ocidental. Era um dos poucos amigos de Van Gogh.
Obra Destacada: Jovens Taitianas com Flores de Manga.

Cézanne (1839 – 1906) teve o início de sua carreira ligado ao movimento impressionista. Mas não tardou muito para que sua pintura tomasse outros rumos. Ele não se preocupava em registrar o aspecto passageiro de um momento provocado pela constante mudança da luz solar, como defendiam os impressionistas.
A partir da obra O Castelo de Médan se deu o rompimento com o grupo impressionista, pois a tendência de Cézanne em converter os elementos naturais em figuras geométricas - como cilindros, cones e esferas - acentua-se cada vez mais, de tal forma que se torna impossível para ele recriar a realidade segundo “impressões” captadas pelos sentidos.
Obras Destacadas: Castelo de Médan e Madame Cézanne

Van Gogh -  (1853 – 1890) empenhou profundamente em recriar a beleza dos seres humanos e da natureza através da cor, que para ele era o elemento fundamental da pintura. Foi uma pessoa solitária. Interessou-se pelo trabalho de Gauguim, principalmente pela sua decisão de simplificar as formas dos seres, reduzir os efeitos de luz e usar zonas de cores bem definidas.
Em 1888, deixou Paris e foi para Arles, cidade do sul da França, onde passou a pintar ao ar livre. O sol intenso da região mediterrânea interferiu em sua pintura, e ele libertou-se completamente de qualquer naturalismo no emprego das cores, declarando-se um colorista arbitrário. Apaixonou-se então pelas cores intensas e puras, sem nenhuma matização, pois elas tinham para ele a função de representar emoções. Entretanto ele passou por várias crises nervosas e, depois de internações e tratamentos médicos, dirigiu-se, em maio de 1890, para Anvers, uma cidade tranqüila ao norte da França. Nessa época, em três meses apenas, pintou cerca de oitenta telas com cores fortes e retorcidas. Em julho do mesmo ano, ele suicidou-se, deixando uma obra plástica composta por 879 pinturas, 1756 desenhos e dez gravuras. Enquanto viveu não foi reconhecido pelo público nem pelo críticos, que não souberam ver em sua obra os primeiros passos em direção à arte moderna, nem compreender o esforço para libertar a beleza dos seres por meio de uma explosão de cores.
Obras Destacadas: Trigal com Corvos e Café à Noite.

Toulouse-Lautrec – (1864 – 1901) o que caracteriza a pintura de Toulouse-Lautrec é a capacidade de síntese, o contorno expressivo das figuras e a dinâmica da realidade representada. Quanto a temática, seus quadros afastam-se da natureza e voltam-se para os ambientes interiores: o circo, o bordel, o bar. A natureza, quando aparece, é mero cenário, apresentado de forma imprecisa, pois não merece do pintor o mesmo cuidado com que procura recriar o drama pessoal de seus contemporâneos.
Toulouse-Lautrec soube captar em sua pintura, como nenhum outro artista, a sociedade e o ser humano para além da aparência de felicidade, sentimento quase obrigatório nos últimos anos do século XIX, alegremente chamados de “belle époque”.
Pintava temas pertencentes à vida noturna de Paris, e também foi responsável pelos cartazes das artistas que se apresentavam no Moulin Rouge. Boêmio, morreu jovem.
Obra Destacada: Ivette Guilbert que Saúda o Público.

Munch – (1863 – 1944) É considerado, por muitos estudiosos das artes plásticas, como um dos artistas que iniciaram o expressionismo na Alemanha.
Estilo artístico:
- Abordagem de temas relacionados aos sentimentos e tragédias humanas (angústia, morte, depressão, saudade).
- Pintura de imagens desfiguradas, passando uma sensação de angústia e desespero.
- Forte expressividade no rosto das personagens retratadas.
- Pintura de figuras marcadas por fortes atitudes.
Sua obra O Grito é um exemplo dos temas que sensibilizaram os artistas ligados a essa tendência. Nela a figura humana não apresenta sua linhas reais mas contorce-se sob o efeito de suas emoções. As linhas sinuosas do céu e da água, e a linha diagonal da ponte, conduzem o olhar do observador para a boca da figura que se abre num grito perturbador.
Obras: A Criança Doente e o Grito

Referências:
PROENÇA, Graça. História da Arte. Ática. São Paulo. 2000.

_____________.Descobrindo a História da Arte. 1ª Ed. São Paulo. Ática. 2005.

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