"A arte é a contemplação: é o prazer do espírito que penetra a natureza e descobre que ela também tem uma alma. É a missão mais sublime do homem, pois é o exercício do pensamento que busca compreender o universo, e fazer com que os outros o compreendam." (Auguste Rodin)

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

3ª Série - CUBISMO - 4ª Unidade - 2013



Cézanne é o precursor, do Cubismo, para ele a pintura deveria tratar as formas da natureza como se fossem cones, esferas e cilindros.
Entretanto, os cubistas foram mais longe do que Cézanne. Passaram a representar os objetos com todas as suas partes num mesmo plano. É como se eles estivessem abertos e apresentassem todos os seus lados no plano frontal em relação ao espectador. Na verdade, essa atitude de decompor os objetos não tinha nenhum compromisso de fideliddade com a aparência real das coisas. Significava, em suma, o abandono da busca da ilusão da pespectiva ou das três dimensões dos seres, tão perseguido pelos pintores renascentistas.
Principais características:
 * geometrização das formas e volumes;
 * renúncia à perspectiva;
 * o claro-escuro perde sua função;
 * representação do volume colorido sobre superfícies planas;
 * sensação de pintura escultórica;
 * cores austeras, do branco ao negro passando pelo cinza, por um ocre apagado ou um castanho suave.
  O Cubismo evoluiu em duas grandes tendências:
1)     Cubismo analítico; desenvolvido por Picasso e Braque, entre 1908 e 1911. Esses artistas trabalharam com poucas cores, o mais importante era definir um tema e apresentá-lo de todos os lados simultaneamente, chegando a uma fragmentação tão grande dos seres, que tornou impossível o reconhecimento de qualquer figura nas pinturas cubistas.
         2) Cubismo sintético; Essa tendência procurou tornar as figuras novamente reconhecíveis, reagindo à excessiva fragmentação dos objetos e à destruição de sua estrutura, mas, apesar de uma certa recuperação da imagem real dos objetos, não significou o retorno a um tratamento realista do tema, a característica de representar os objetos numa visão total foi mantida, como no quadro Casas do Estaque, de Braque.
          O Cubismo sintético foi chamado também de Colagem porque introduziu letras, palavras, números, pedaços de madeira, vidro, metal e até objetos inteiros nas pinturas. Essa inovação pode ser explicada pela intenção do artista de criar novos efeitos plásticos e de ultrapassar os limites das sensações visuais que a pintura sugere, despertando também no observador as sensações táteis.
Principais artistas:
Pablo Picasso - (1881-1973) Tendo vivido 92 anos e pintado desde muito jovem até próximo à sua morte passou por diversas fases: a fase Azul, entre 1901-1904, que representa a tristeza e o isolamento provocados pelo suicídio de Casagemas, seu amigo, são evidenciados pela monocromia e também a representa a miséria e o desespero humanos; a fase Rosa, entre 1904-1907, o amor por Fernanda  origina muitos desenhos sensuais e eróticos, com a paixão de Picasso pelo circo, iniciam-se os ciclos dos saltimbancos e do arlequim. Depois de descobrir as artes primitivas e africana compreende que o artista negro não pinta ou esculpi de acordo com as tendência de um determinado movimento estético, mas com uma liberdade muito maior. Picasso desenvolveu uma verdadeira revolução na arte. Em 1907, com a obra Les Demoiselles d’Avignon começa a elaborar a estética cubista que, como vimos anteriormente, se fundamenta na destruição de harmonia clássica das figuras e na decomposição da realidade, essa tela subverteu o sentido da arte moderna com a declaração de guerra em 1914, chega ao fim a aventura cubista.
Podemos destacar, também o mural Guernica, que representa, com veemente indignação, o bombardeio da cidade espanhola de Guernica pelos aliados alemães de Franco, em abril de 1937, responsável pela morte de grande parte da população civil formada por crianças, mulheres e trabalhadores.
"A obra de um artista é uma espécie de diário. Quando o pintor, por ocasião de uma mostra, vê algumas de suas telas antigas novamente, é como se ele estivesse reencontrando filhos pródigos - só que vestidos com túnica de ouro."  Pablo Picasso.

Georges Braque - (1882-1963, 81 anos) Foi um pintor e escultor francês que juntamente com Pablo Picasso inventaram o Cubismo. Braque iniciou a sua ligação as cores, na empresa de pintura decorativa de seu pai. A maior parte da sua adolescência foi passada em Le Havre, mas no ano de 1889, mudou-se para Paris onde, em 1906, no Salão dos Independentes, expôs as suas primeiras obras no estilo de formas simples e cores puras (fovismo). No Outono de 1907, conheceu Picasso com quem se deu quase diariamente até que em 1914 devido a Grande Guerra se separaram. Braque foi mobilizado e ferido na cabeça em 1915, tendo sido agraciado com a Cruz de Guerra e da Legião de Honra. Durante dois anos, devido ao ferimento esteve afastado da pintura.
Dos artistas brasileiros destacamos:

Tarsila do Amaral - (1886 - 1973) Apesar de não ter exposto na Semana de 22, colaborou decisivamente para o desenvolvimento da arte moderna brasileira, pois produziu um conjunto de obras indicadoras de novos rumos. Em 1928, deu início a uma fase chamada Antropofágica. A ela pertence a tela  Abaporu cujo nome, segundo a artista é de origem indígena e significa “Antropófago”. Também usou de temática social nos seus quadros como na tela Operários.

Rego Monteiro - (1899-1970) Um dos primeiros artistas brasileiros a realizar uma obra dentro da estética cubista. Estudou em Paris, depois da Semana de Arte Moderna, sua vida alternou-se entre a França e o Brasil. Foi reconhecido também naquele país, tem seus quadros dentro do acervo de alguns importantes museus. Obra destacada: Cita.
BIBLIOGRAFIA
PROENÇA, Graça. História da Arte. Ática. São Paulo, 2000

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