Artistas e intelectuais de diversas
nacionalidades, contrários ao envolvimento de seus países na Primeira Guerra
Mundial (1914-1918) exilaram-se em Zurique, na Suíça, fundando um movimento
literário que deveria expressar suas decepções com o fracasso das ciências, da
religião e da filosofia existentes até então, pois se revelaram incapazes de
evitar a grande destruição que assolava toda a Europa.
Esse movimento foi denominado Dadá nome
escolhido pelo poeta húngaro Tristan Tzara, abrindo um dicionário ao acaso e
deixando seu dedo cair sobre uma palavra qualquer da página, o dedo indicou a
palavra “dada”, que significa “cavalo”, na linguagem infantil francesa. Tanto
fazia ser essa como qualquer outra palavra, pois a arte perdia todo o sentido,
já que a guerra havia instaurado o irracionalismo no continente europeu.
Considerando os estudos de Freud, para um
aspecto novo da realidade humana. Eles revelavam que muitos atos praticados
pelos homens são automáticos e independentes de um encadeamento de razões
lógicas.
Dessa forma, os dadaístas propunham que a
criação artística se libertasse das amarras do pensamento racionalista, que ela
fosse apenas o resultado do automatismo psíquico, selecionando e combinando
elementos ao acaso, mas agora a intenção não é plástica e sim de sátira e
crítica aos valores tradicionais tão valorizados, mas responsáveis pelo caos em
que se encontrava a Europa.
Na pintura, essa atitude foi traduzida por obras
que usaram o recurso da colagem.
O
Dadaísmo é caracterizado pela oposição a qualquer tipo de equilíbrio, pela
combinação de pessimismo irônico e ingenuidade radical, pelo ceticismo absoluto
e improvisação. Enfatizou o ilógico e o absurdo. Entretanto, apesar da aparente
falta de sentido, o movimento protestava contra a loucura da guerra. Assim, sua
principal estratégia era mesmo denunciar e escandalizar.
A
princípio, o movimento não envolveu uma estética específica, mas talvez as
formas principais da expressão dadá tenham sido o poema aleatório e o ready
made.
Sua tendência extravagante e baseada no acaso serviu de base para o surgimento
de inúmeros outros movimentos artísticos do século
XX,
entre eles o Surrealismo.
Principais artistas
Marcel Duchamp
(1887-1968), pintor e escultor francês, sua arte abriu caminho para movimentos
como a pop art e a op art das décadas de 1950 e 1960. Reinterpretou o cubismo a
sua maneira, interessando-se pelo movimento das formas.
O experimentalismo e a provocação o conduziram a
idéias radicais em arte, antes do surgimento do grupo Dada (Zurique, 1916).
Criou os ready-mades, objetos escolhidos ao acaso, e que, após leve intervenção
e receberem um título, adquiriam a condição de objeto de arte.
Em 1917 foi rejeitado ao enviar a uma mostra um
urinol de louça que chamou de "Fonte". Depois fez interferências
(pintou bigodes na Mona Lisa, para demonstrar seu desprezo pela arte
tradicional), inventou mecanismos ópticos.
François Picabia (1879-1953),
pintor e escritor francês. Envolveu-se sucessivamente com os principais
movimentos estéticos do início do século XX, como cubismo, surrealismo e
dadaísmo. Colaborou com Tristan Tzara na revista Dada.
Suas primeiras pinturas cubistas, eram mais
próximas de Léger do que de Picasso, são exuberantes nas cores e sugerem formas
metálicas que se encaixam umas nas outras. Formas e cores tornaram-se a seguir
mais discretas, até que por volta de 1916 o artista se concentrou nos engenhos
mecânicos do dadaísmo, de índole satírica. Depois de 1927, abandonou a
abstração pura que praticara por anos e criou pinturas baseadas na figura
humana, com a superposição de formas lineares e transparentes.
Max Ernest (1891-1976), pintor alemão, adepto do irracional e do
onírico e do inconsciente, esteve envolvido em outros movimentos artísticos,
criando técnicas em pintura e escultura. No Dadaímo contribuiu com colagens e
fotomontagens, composições que sugerem a múltipla identidade dos objetos por
ele escolhidos para tema. Inventou técnicas como a decalcomania e o frottage,
que consiste em aplicar uma folha de papel sobre uma superfície rugosa, como a
madeira de veios salientes, e esfregar um lápis de cor ou grafita, de modo que
o papel adquira o aspecto da superfície posta debaixo dele. Como o artista não
tinha controle sobre o quadro que estava criando, o frottage também era
considerado um método que dava acesso ao inconsciente.
BIBLIOGRAFIA
PROENÇA, Graça. História da Arte. Ática.
São Paulo, 2000
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